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O que é a Patrística e a Patrologia Cristã ?

Written By Beraká - o blog da família on sexta-feira, 20 de julho de 2018 | 21:52




Tema pouco conhecido por muitos católicos, e quase totalmente desconhecido pelos novos protestantes da terceira onda, principalmente os Pentecostais e Neo Pentecostais. É o período por excelência que teve início após a morte do último apóstolo. Época que se formou a doutrina reconhecidamente oficial da igreja, na luta contra as grandes heresias. As lideranças protestantes são avessos e receosos de estudarem este período, pois temem que se o estudassem teriam que deixar naturalmente de serem protestantes, e portanto, suas lideranças preferem ignorá-lo, e em algumas denominações mais fanáticas e radicais, os seus fiéis são terminantemente proibidos de o estudarem, pois a maioria das mentiras, e interpretações pessoais destes pastores cairiam por terra,  e desta forma, correriam o risco de seus fiéis virarem católicos, como tem acontecido com muitos pastores mundo afora, como é o caso do ex pastor protestante Scot Han, que estudou a patrística e se tornou católico nos E.U.A, com um testemunho dramático. A Patrística é a base da construção do magistério oficial da Igreja. São Clemente, São Cipriano de Cartago, São Cirilo de Alexandria, todos esses padres (pais) da Igreja, entre outros,  lançaram as bases para a formulação da doutrina oficial da Igreja, como a conhecemos hoje.



Chamamos de “Padres da Igreja” (Patrística) aqueles grandes homens da Igreja, aproximadamente do século II ao século VII, que foram no Oriente e no Ocidente como que “Pais” da Igreja, no sentido de que foram eles que firmaram os conceitos da nossa fé, enfrentaram muitas heresias e, de certa forma foram responsáveis pelo que chamamos hoje de Tradição da Igreja; sem dúvida, são a sua fonte mais rica dento do grande tesouro espiritual da Igreja. Padre ou Pai da Igreja, se refere a um escritor leigo, sacerdote ou bispo, da Igreja antiga, considerado pela Tradição como uma testemunha autêntica e provada na fé, e na sã doutrina da salvação, operada por Cristo e continuada em seu corpo que é a Igreja, coluna e sustentáculo da verdade (I Tim3,15).Defenderam teses complexas que versavam sobre questões como: a Divindade plena de Jesus, o Cristo esperado e profetizado pelas escrituras, as duas naturezas de sua pessoa, sua união hipostática, a maternidade divina de Maria, a sua virgindade perpétua, o primado de Pedro e da Sé Romana sobre as demais Igrejas, a necessidade universal da Graça, a Santíssima Trindade (defesa na qual brilhou a luz dos Padres Capadócios), os santíssimos sacramentos (que de uma infinidade de sacramentos, até a negação de quase todos, a Igreja os reduziu a 7, instituídos diretamente e claramente pelo próprio Cristo), e a escatologia (juízo universal e particular, céu, inferno, purgatório, céus novos e terra nova), entre muitas outras questões, que as Escrituras em sua base escriturística por si, só não respondem explicitamente, foram eles então, que repercutiram durante décadas essas questões, iluminados pelas Escrituras e pela Tradição Apostólica, exerceram também, muita referência nas futuras resoluções quanto a escolha e na comprovação dos escritos neo-testamentarios canônicos que hoje compõem a Bíblia.



Normalmente se considera o período da Patrística o que vai dos Apóstolos até Santo Isidoro de Sevilha (560-536) no Ocidente; e até a morte de São João Damasceno (675-749), no Oriente, o gigante que corajosamente combateu o iconoclasmo.


Esses gigantes da fé Cristã, ao longo desses sete séculos defenderam e formularam a sã doutrina, a liturgia, a catequese, a moral, a disciplina, os costumes e os dogmas cristãos; por isso são chamados de “Pais da Igreja” porque lhes traçaram o caminho autêntico e interessado unicamente na salvação do homem e de toda humanidade remida pelo sangue de Cristo. Quando o Papa João Paulo II esteve no Brasil a primeira vez em 1981 se referiu a eles dizendo que “são eles os melhores intérpretes da Sagrada Escritura”. Então, precisamos conhecer os seus ensinamentos para podermos compreender melhor a Bíblia.


Certa vez disse o Cardeal Henri de Lubac:


“Todas as vezes que, no Ocidente tem florescido alguma renovação, tanto na ordem do pensamento como na ordem da vida – ambas estão sempre ligadas uma à outra, tal renovação tem surgido sob o signo dos Padres”.



Esses gigantes da fé e da Igreja, souberam fixar para sempre o que Jesus nos deixou através dos Apóstolos. Eles foram pelas circunstâncias da época, obrigados a enfrentar as piores heresias que a Igreja conheceu deste o seu início, muitos até com a própria vida. Nesta luta eles amadureceram os conceitos teológicos uma vez que tiveram de enfrentar muitos hereges, de dentro da própria Igreja, especialmente nos Concílios Ecumênicos. Neste combate árduo em defesa da fé, onde muitos foram perseguidos, exilados e até martirizados, eles formularam a fé que hoje professamos sem erro.





Desde o primeiro século já encontramos o gigante de Antioquia, Santo Inácio (†107), provavelmente sagrado Bispo pelo próprio São Pedro. S. Inácio nos deixou as suas belas Cartas escritas às comunidades por onde passou no caminho que o levou ao martírio em Roma, no Coliseu, desde Antioquia. A caminho do martírio ele escreveu belas cartas aos romanos, magnésios, tralianos, efésios, erminenses e a São Policarpo, bispo e mártir de Esmirna.


No segundo século encontramos o grande Santo Irineu de Lião (†200) enfrentando os gnósticos que sorrateiramente penetraram na Igreja e ameaçavam destruir a fé cristã. Contra eles Santo Irineu escreveu uma longa obra Contra os Hereges. Tão difícil foi esse combate que o Santo o comparou a alguém que precisa cortar todas as árvores de uma floresta para finalmente poder captar a fera que nela se esconde.


Os Padres da Igreja tiveram uma participação fundamental nos primeiros Concílios Ecumênicos, como o de Niceia, no ano 325, que condenou o arianismo que negava a divindade de Jesus; o Concílio de Constantinopla I, em 381, que condenou o macedonismo que negava a divindade do Espírito Santo; e os outros concílios que enfrentaram e condenaram as heresias cristológicas e trinitárias.



Os Padres da Igreja estiveram um tanto esquecidos, mas a partir dos anos 40 surgiu na Europa, de modo especial na França, um forte movimento voltado à Patrística. Esse movimento foi liderado pelo Cardeal Henri de Lubac e Jean Daniélou, o qual deu origem à coleção “Sources Chréstiennes”, com mais de 300 títulos.No Concílio Vaticano II cresceu ainda mais esse movimento de redescoberta da Patrística por causa do desejo da renovação da liturgia, da exegese, da espiritualidade e da teologia a partir dos primórdios da Igreja. Foi a sede de “voltar às fontes” do cristianismo.


Desses Padres, alguns foram Papas, nem todos; a maioria foi bispo, mas há diáconos, presbíteros e até leigos. Entre eles muitos foram titulados de Doutor da Igreja, sempre por algum Papa, por terem ensinado de maneira extraordinária os dogmas e as verdades da nossa fé.



A Literatura Patrística divide-se basicamente em três períodos:


1)- Padres do Período Ante-Niceno: Anterior ao primeiro grande Concílio Ecumênico de Niceia (324 d.C). Geralmente compreende os escritos produzidos entre o I e Início do IV Séculos.


2)- Período Niceno: Período referentes à época do concílio e imediatamente posteriores ao Concílio Ecumênico de Nicéia (324 d.C). Composto dos escritos surgidos entre o início do IV Século até o final deste. Período em que surgem os primeiros grandes sistemas filosóficos do Cristianismo e das grandes sistematizações teológicas.



3)- Período Pós-Niceno: Corresponde ao o V ao VIII Séculos, em que se reelaboram as doutrinas já formuladas pelo Magistério da Igreja, também estiveram em pauta algumas outras preocupações de caráter eclesiológico e moral no Ocidente.


Diferença entre Patrologia e Patrística: Âmbito e definições



Chamamos de Patrologia o estudo sobre a vida, as obras e a doutrina desses Pais da Igreja. No século XVII criou-se expressão a “Teologia Patrística” para indicar a doutrina dos Padres.Ainda que pareça tratar-se, segundo a opinião de alguns, de uma só e mesma área de estudo, a «Patrologia» e a «Teologia Patrística» possuem, no entanto, âmbitos bem determinados.A «Instrução sobre o Estudo dos Padres da Igreja na Formação Sacerdotal» (IEP), publicada em Roma pela Congregação para a Educação Católica, em 10 de Novembro de 1989, distingue uma e outra, muito embora não deixe de as relacionar intimamente.


Assim, no nº 49, afirma que «a Patrística ocupa-se do pensamento teológico dos Padres» e «a Patrologia tem por objeto a vida e os escritos dos mesmos».


Deste modo, enquanto a primeira possui um carácter doutrinal e, portanto, teológico, a segunda move-se mais no contexto da indagação histórica e da informação bibliográfica e literária. Tanto uma como outra distinguem-se, por sua vez, da Literatura Cristã Antiga, que se ocupa apenas dos aspectos estilísticos e filológicos dos escritores cristãos da antiguidade.


O criador do termo «Patrologia» foi o luterano J. Gerhard (+ 1637), na sua obra póstuma «Patrologia sive de primitivae ecclesiae christianae doctorum vita ac lucubrationibus oposculum», datada de 1653. O termo surgiu no contexto apologético da Reforma e com o objetivo de apelar para o testemunho dos Padres da Igreja como forma de justificação das ideias discutidas pelos reformadores e como resposta à «antiguidade» e consequente «autoridade» dos mesmos reformadores.



O termo «Patrologia» passou então a expressar, sobretudo, o estudo histórico e literário (vida e obra) dos escritores cristãos antigos, tratando-se assim de uma disciplina de carácter eminentemente histórico, cujas quatro principais funções são:


a) Dar a conhecer a vida e a formação dos Padres e outros escritores eclesiásticos, tendo em conta o contexto que originou a composição das suas obras.


b) Estabelecer a lista dos seus escritos, distinguindo os verdadeiros dos falsos padres, e ou, verdadeiros e falsos ensinos (que contem deslizes e heresias em não conformidade com a doutrina apostólica).


c) Apreciar o carácter e a importância das suas obras.


d) Expor os aspectos doutrinais mais importantes.



Na sua origem, o termo «Patrística» é um adjetivo ligado à Teologia. Surgiu também no século XVII entre teólogos luteranos e católicos para subdividir a Teologia em «bíblica, patrística, escolástica, simbólica e especulativa». Deste modo, a «Teologia Patrística» tem por finalidade aprofundar, com fidelidade, o pensamento dos Padres da Igreja, para participar da compreensão que eles alcançaram dos mistérios da fé cristã. Não se trata, portanto, de uma mera sistematização do pensamento patrístico, mas de uma verdadeira teologia, na medida em que procura compreender o mistério revelado e o desígnio de Deus, tendo como fonte e guia os Padres da Igreja em suas interpretações das escrituras sagradas.



Denomina-se, além disso, de patrística a época dos Padres da Igreja, que culminou no século VI, no Ocidente, com Santo Isidoro de Sevilha (+ 636) [2] e no Oriente, no século VIII, com São João Damasceno (+ 749).



Tratam-se efetivamente de oito séculos muito ricos do ponto de vista da reflexão teológica, constituindo, por isso, a época patrística ou época dos Padres, o «pilar» da construção teológica posterior e atual como a conhecemos, que não caiu já prontinha do céu.



Segue a relação dos mais importantes Padres da Igreja em seus respectivos tempos históricos:


1)-São Clemente de Roma (+102), Papa (88-97).

2)-Santo Inácio de Antioquia (+110).

3)- Aristides de Atenas (+130).

4)- São Policarpo de Esmira (+156). 

5)- Pastor de Hermas (+160).

6)- Aristides de Atenas (+160).

7)- Santo Hipólito de Roma (160-235).

8)- São Justino (+165); 

9)- Militão de Sardes (+177). 

10)- Atenágoras (+180).

11)- São Teófilo de Antioquia (+181).

12)- Orígenes de Alexandria (184-254).

13)- Santo Ireneu (+202).

14)- Tertuliano de Cartago (+220). 

15)- São Clemente de Alexandria (+215). 

16)- Metódio de Olimpo (séc. III). 

17)- São Cipriano de Cartago (210-258). 

18)- Novaciano (+257). 

19)- Santo Atanásio (295 -373). 

20)- Santo Efrém (306 – 373), diácono. 

21)- São Hilário de Poitiers (310 – 367), bispo. 

22)- São Cirilo de Jerusalém (315 – 386) bispo. 

23)- São Basílio Magno (330 – 369) – bispo.

24)- São Gregório Nazianzeno (330 – 379), bispo. 

25)- Santo Ambrósio (340 – 397), bispo,Treves – Itália. 

26)- Eusébio de Cesareia (+340). 

27)- São Gregório de Nissa (+340). 

28)- Prudêncio (384-405). 

29)- São Jerônimo (348-420), presbítero Strido, Itália. 

30)- São João Cassiano (360-407). 

31)- São João Crisóstomo – (349-407), bispo. 

32)- Santo Agostinho (354-430), bispo.

33)- Santo Epifânio (+403). 

34)- São Cirilo de Alexandria (370-442), bispo. 

35)- São Pedro Crisólogo (380 – 451), bispo, Itália. 

36)- São Leão Magno (400-461), papa Toscana, Itália. 

37)- São Paulino de Nola (+431).

38)- Sedúlio (séc. V). 

39)- São Vicente de Lerins (+450).

40)- São Pedro Crisólogo (+450). 

42)- São Bento de Núrcia (480-547). 

43)- SãoVenâncio Fortunato (530-600). 

44)- Santo Ildefonso de Toledo (617-667). 

45)- São Máximo Confessor (580-662). 

46)- São Gregório Magno (540-604), Papa. 

47)- Santo Ildefonso de Sevilha (+636). 

48)- São João Damasceno (675-749), bispo, Damasco.


Reeditado de: PEREIRA, Teresa. Patrologia e Patrística: Âmbito e definições. Site Ecclesia.


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21 de dezembro de 2019 às 12:14

Você dizer que o estudo da Patrística é pouco conhecido entre protestantes e inclusive entre católicos é verdade. Mas você dizer que os protestantes não estudam Patrística porque tem medo de conhecerem a verdade já é um equívoco muito grande. Para seu conhecimento a igreja protestantes reconhece e muito a importância dos Pais da Igreja pelo grande zelo e esforço de combater as heresias de suas épocas.

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