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O mal entendido e os conflitos que geram entre as pessoas? – Já aconteceu com você?

Written By Beraká - o blog da família on domingo, 1 de julho de 2018 | 12:31













"Somos responsáveis apenas por aquilo que transmitimos, não por aquilo que os outros interpretam..."




A vida em sociedade, e em comunidade seja a nível social (vizinhos), profissional e comunitário (comunidades religiosas) são intensas e não há como escapar de mal entendidos. A linguagem humana é algo maravilhoso mas também  provoca grandes mal-entendidos. Com esta matéria pretendemos não encerrar o assunto, mas tocar nesta realidade que causa muitos conflitos a níveis, pessoais, familiares, internacionais, enfim,  em nossa relação com Deus e com o próximo. Diversos estudos apontam que na comunicação oral, até 93% do que é comunicado não é o conteúdo da mensagem. O conteúdo, ou seja, significado real das palavras constitui apenas 7% da comunicação. Portanto, já a partir desta constatação, já podemos perceber os conflitos gerados a partir dai. Por este motivo, é muito importante a congruência (harmonia) entre o que falamos e o modo como falamos. Um exemplo desta incongruência (ruídos na comunicação): pessoas que falam coisas que seriam para o bem de outrem, mas usando um tom raivoso, ou agressivo na voz, ou não bem detalhado e devidamente esclarecido. Quem emite pensa uma coisa, mas quem escuta, nem sempre entende que o que está sendo dito é para o bem, muito pelo contrário. Além disso, temos uma série de dificuldades inerentes à linguagem: distorções, generalizações e omissões. Falarei mais a frente detalhadamente sobre cada uma destas dificuldades. Começo hoje descrevendo uma forma de distorção muito comum: a relação de causa-efeito, e as tentativas de se explicar, que ás mais complicam que descomplicam. Vamos a dois exemplos:




1º exemplo: “Uma foto, que congela apenas um parte, um só momento, e não toda a história!







Uma pessoa ver a foto de um homem em seu cavalo, com uma criança com o rosto assustado e sentindo dor, caída no chão e enlaçada. Nossa primeira reação de julgamento é: que sujeito malvado e perverso! Fazer isto com uma criança? Mas quando vemos toda a história, e não apenas aquele momento congelado pela foto, nosso julgamento pode mudar. Na realidade aquele homem era da policia florestal, e morava com sua família em uma alta montanha, e quando ele ia chegando em casa, toda sua família estava a espera-lo em frente a casa. Quando aquele seu único filho o avistou gritou alto PAPAI! Isto assustou o cachorrinho que correu em direção ao precipício, e o seu filhinho saiu correndo atrás do cachorro para não deixa-lo cair naquele abismo. O pai ao ver isto, corre a toda velocidade com o cavalo em direção ao seu filho, puxa o laço, rodeando sobre a cabeça e o lança de forma certeira sobre seu filho antes que ele e o cachorro caiam no precipício, e desta forma salvou o seu filho...”




2º exemplo: “Proprietários de terra na região de Mossoró-RN recebem mensalmente  Royalties, pelos poços produtores de petróleo em suas terras. 








Todos os meses após efetuado os depósitos na contas destes proprietários, é necessário que os mesmos assinem os recibos concordando com os valores depositados, caso contrário a Petrobras pode sofrer pesadas sanções. Como o interesse maior é da empresa em ter estes recibos assinados, a mesma envia pessoas às residências, ou escritório dos mesmos, para coletar essas assinaturas. Um desses proprietários bastante indisposto em assinar o recibo, e já no último dia do mês para a assina-lo, em contato telefônico com o portador do recibo diz: Só vou poder assiná-lo se você vir pegar a assinatura aqui no escritório do meu Motel até às 12 hs, porque vou viajar em seguida para a França e só volto daqui a 20 dias. Quando você chegar me avise pelo telefone, que eu saio e assino. O empregado quando já vai saindo, uma colega de trabalho lhe pergunta: Você vai sair agora? Vai por onde? O colega ao dizer o trajeto e motivo de sua saída, a colega mesmo assim lhe diz: sem problema, eu moro logo após o motel, da para você me dar uma carona? O colega diz: se não tiver problema pra você, dar sim, mas a minha prioridade é entregar o recibo porque ele vai viajar. No trajeto se dirigindo para o motel para coletar a assinatura do depósito dos Royalties, uma vizinha cruza com eles, mesmo no momento em que ele está se dirigindo ao motel com aquela colega, e o reconhece...”









Algumas destas situações o modo mais fácil de ver o vexame ao tentar se explicar é com um exemplo, retirado do programa humorístico "Chaves". Vocês devem se lembrar da famosa frase do personagem Kiko:




– Cale-se! Cale-se! Você me deixa louco!





A frase implica que a outra pessoa o deixa louco ao tentar justificar-se (causa-efeito), como se ele mesmo não tivesse nenhuma opção ou escolha no julgamento do evento. Ou o que é pior: ele não tem responsabilidade nenhuma pelo que sente, ou pelo que julga. A maior distância entre duas pessoas é um mal-entendido.Para evitar o mal-entendido devemos tomar distância da situação, na medida do possível, e percebê-la como se nos fosse alheia para fazer uma interpretação o mais objetiva possível. É frequente deixar que um mal-entendido atrapalhe sentimentos genuínos e sinceros sobre pessoas que nos acompanharam em algum momento de nossa vida. O mundo está cheio de indivíduos que esperam que aqueles que deixaram ir, voltem, assim como de gente que não se atreve a voltar, a pedir perdão, ou se desculpar, ainda que queira. Um mal-entendido é gerado a partir do conflito com respeito às intenções, à forma de se comunicar e à maneira de compreender a realidade.





“Entre o que vemos, pensamos, o que queremos dizer, o que acreditamos estar dizendo, o que dizemos, o que queremos ouvir, o que ouvimos, o que acreditamos ter entendido e o que entendemos, existem oito possibilidades de não ser entendido”.





Na gênese de um mal-entendido costumam mediar fatores como o orgulho, o cansaço e a falta de confiança. Isso faz com que, no momento de interpretar um tom de voz inadequado ou palavras ambíguas, nossos sentidos podem percebam hostilidades, onde elas simplesmente não existem, por motivos culturais, educacionais e temperamentos diversos. Para evitá-lo, é preciso não nos deixarmos levar e valorizar nosso estado e o dos outros antes de criticar.













Habitualmente os conflitos ocorrem de forma mais leve quando estamos de cabeça fria, pois assim evitamos que o orgulho embace nossa razão e emoções, como raiva ou ira, turvem nossa reação diante do fato que gera aquele mal-estar.É importante diferenciar o orgulho da dignidade. O orgulho é em si mesmo negativo e egoísta, enquanto que a dignidade é o fundamento do respeito.O orgulho prima em excesso a consideração das opiniões, crenças ou sentimentos próprios. Porém, a dignidade busca um equilíbrio que estabeleça certos limites emocionais que protejam o “eu”.A dignidade pretende encontrar um equilíbrio e igualdade entre as opiniões, sentimentos e comportamentos, o orgulho busca ficar sempre por cima.





As variantes no êxito do "entendimento"





Não é fácil se entender quando nossas motivações comunicativas respondem a diferentes realidades. Podemos repetir o que pensamos ou sentimos, mas pode acontecer que a outra pessoa não entenda o que pretendemos transmitir. Isso não significa que a pessoa receptora em questão seja ruim, mas pode ter uma perspectiva muito diferente. Cada parte busca reafirmar seus sentimentos, opiniões e crenças e isso supõe um obstáculo na hora de favorecer um entendimento. Não podemos controlar 100% das variáveis que influenciam em uma boa comunicação. Sempre será bom que contemplemos de uma distância emocional o que pode estar controlando a situação de intercâmbio concreta.Devemos basear nossas atitudes no respeito e na consideração por nós mesmos e pelos outros.A possibilidade e força da raiva e do mal-entendido são proporcionais ao grau de implicação emocional que o assunto e a relação em questão nos supõem.Quanto mais unidos nos sintamos, mais importante será o preparo e interpretação feitos de nossa mensagem. Assim também será a nossa conclusão sobre a mensagem do outro. Cada pessoa terá que gerenciar e interpretar as palavras em relação aos laços afetivos que as une,(ou as separa) assim como às expectativas, aos interesses próprios e ao seu estado pessoal.Neste ponto é essencial ressaltar a importância de não cair no mal-estar gerado pelas atribuições e tormentas alheias. Ou seja, temos que evitar que nos conduzam a um tornado emocional e nos afoguem no turbilhão do manifestante automático.











Os mal-entendidos são muito dolorosos quando as interpretações feitas são baseadas em atribuições intencionais e emocionais negativas para com a outra pessoa ou para com os demais.O melhor é tomar distância emocional, nos afastarmos, tolerar as diferenças e não deixarmos que transformem as nossas necessidades. Devemos examinar a divergência entre atos e palavras. Porém, sempre cabe a possibilidade de nos enganarmos ao analisar as atitudes dos outros. A única certeza sobre a intenção alheia é o tempo de quem nos oferece.





O MAL ENTENDIDO NAS MÍDIAS SOCIAIS













As mídias digitais revolucionaram a comunicação tão rapidamente que a ciência pouco tempo teve para investigar o impacto que essas ferramentas representam na forma como nos comportamos e nos relacionamos. Psicólogos da Edge Hill University, na Inglaterra, publicaram artigo no Trends in Cognitive Science defendendo que mais investigações sobre a utilização de emojis e emotions sejam feitas pelas áreas da psicologia e linguística, já que, segundo eles, 90% das pessoas que recorrem à comunicação online incorporaram esses ícones na forma como se expressam. Em 2015, a "palavra" do ano, eleita por uma comissão do dicionário Oxford, foi, pela primeira vez, um pictograma. A palavra escolhida é avaliada como a que mais reflete as preocupações e o comportamento da sociedade naquele período. Segundo jornais ingleses, o emoji da risada representa 20% de todos os enviados naquele ano. No ano anterior, depois de analisarem centenas de milhares registros escritos on-line, agências de levantamento de informações constataram que a "palavra" mais usada também foi um símbolo.Os amantes da língua podem perceber nessa tendência uma ameaça, um empobrecimento de vocabulário. Mas a comunicação pictográfica não surgiu para substituir a palavra: veio para ocupar o lugar das formas não verbais de comunicação, as mais reveladoras e poderosas. Em um nível inconsciente, estamos constantemente buscando sinais que demonstrem as intenções do outro, ao mesmo tempo em que mandamos mensagens subliminares das nossas. É nesses sinais que encontramos feedback para regular nossas próprias ações e nos enxergar pelos olhos dos outros. Nossa capacidade de "leitura de mentes" é bastante sofisticada, mas não é perfeita como os anjos fieis a Deus, que são translúcidos e integrais em seus relacionamentos, capacidade preter natural que nossos primeiros pais perderam com o pecado original, já não vemos e entendemos o outro de forma integral, mas por partes. Percebemos mudanças sutis na entonação da palavras e no espaçamento entre elas, no tom da voz, em gestos, expressões faciais, na postura e no olhar. Mas os comentários em redes sociais as mensagens enviadas por What´s App, que se transformaram na nossa principal forma de comunicação, não nos dão acesso a nada disso. Trocamos tantas mensagens, que mesmo o contato telefônico, que apesar de filtrar alguns indicadores emocionais, permite a leitura de outros, vem perdendo seu papel.Os emojis entram em cena numa tentativa de transmitir a emoção e o tom que acompanham as palavras nas interações sociais mais completas, já que elas estão se tornando mais raras. Sem o acesso à riqueza de informações processadas inconscientemente na presença física, contamos com uma forma resumida e intencional de enviar mensagens; passamos a depender mais da razão para interpretar e nos fazer entender, o que aumenta consideravelmente a chance de desentendimentos. Fomos empurrados para o ambiente virtual sem termos aprendido a usá-lo com eficiência. Nem todos sabem utilizar os recursos disponíveis. Muitos se intimidam com a tecnologia e têm medo de não se expressarem adequadamente, uma reação compreensível diante de um meio que gera recorrentes interpretações distorcidas até mesmo entre aqueles que se consideram bons comunicadores. É natural que, para alguns, o fato de uma conversa ficar registrada por escrito, não podendo ser retirada do aparelho do receptor, cause desconforto. Afinal, besteiras que dizemos verbalmente são esquecidas, morrem na hora, ou se perdem ao vento. Já o que é enviado por escrito pode ser relido, repassado e até ser usado contra nós.





No extremo oposto estão os narcisistas. Nunca foi tão fácil identificá-los! 











Agem como aqueles que passam fazendo poses do lado reflexivo dos espelhos unilaterais, sem se importar com o julgamento do observador oculto que está do outro lado. Sem o feedback momentâneo enviado de forma subliminar pelas pessoas com quem interagem diretamente, esquecem que excessos desgastam a imagem, causam uma certa poluição áudio visual.Entre não estar nem aí para o que outros pensam e se preocupar demais com isso existe um campo central necessário para o convívio social saudável, um ponto de equilíbrio que a exposição permitida pelas redes sociais e pela comunicação virtual está tornando difícil de alcançar.Também existe a dificuldade de lidar com a ansiedade que o excesso ou a falta de mensagens pode gerar. Receber constantes notificações pode causar dependência tecnológica, pois ativa o sistema de recompensa do cérebro, aquele que nos faz querer mais daquilo que traz sensação de prazer. Quem alimenta essa dependência diariamente é vítima do lado perverso da tecnologia, que atira para o vazio existencial aqueles que não sabem lidar com o silêncio, e precisam dele para melhor entender a mensagem.É difícil manter a autoestima inabalada por muito tempo quando a comunicação se torna urgente e invasiva e ao mesmo tempo incompleta, ou ainda pior, ambígua.Mensagens lidas e não respondidas incomodam e magoam; mensagens interpretadas como secas ou muito diretas causam angústias e dúvidas. Diante exigências e das possibilidades da tecnologia, alguns se retraem e outros exageram. São formas diferentes de lidar com nossa inevitável dependência de afeto e aceitação em um meio ao qual estamos tentando nos adaptar.





RESOLVENDO O "MAL ENTENDIDO" DE FORMA CRISTÃ









Mal-entendidos acontecem e vão sempre acontecer enquanto vivermos esta nossa realidade humana ferida pelo pecado. Muitos destes mal entendidos, envolvem coisas pequenas, fáceis de resolver. Outros podem ser mais frustrantes, especialmente quando o problema persiste apesar de se fazer de tudo para corrigi-lo. Por que acontecem mal-entendidos? Como afetam as pessoas envolvidas? O que se pode fazer caso alguém interprete mal algo que você disse, ou fez? Será que na vida Cristã, realmente importa o que os outros pensam de você, ou o que você pensa dos outros? Visto que as pessoas não conseguem ler nossos pensamentos e intenções, cedo ou tarde alguém acabará interpretando de maneira errada algo que dissermos ou fizermos. Muitas dessas coisas podem gerar mal-entendidos. Às vezes, simplesmente não falamos o que pensamos com a necessária clareza e exatidão. Algum barulho no ambiente e outras distrações podem fazer com que outros tenham dificuldade de prestar plena atenção ao que estamos tentando transmitir. Determinadas atitudes também, podem gerar mal-entendidos. Uma pessoa tímida, por exemplo, pode ser encarada como fria, indiferente ou orgulhosa, já uma extrovertida, como inconveniente, amostrada e metida a besta. A pessoa talvez tenha passado por algumas experiências que a façam reagir de maneira emocional e não racional a determinadas situações. Não podemos nos esquecer de que as diferenças culturais, educacionais, temperamentais, e lingüísticas dificultam também, a comunicação. Somando-se a isso o fato de que a história nem sempre é bem contada(sempre sobre um ponto de vista) e de que as pessoas às vezes falam demais, ou de menos, não é de surpreender se certas coisas que dissermos ou fizermos acabarem sendo entendidas de forma diferente do que pretendíamos. Obviamente, isso não serve de muito consolo para quem acha que suas intenções foram mal-interpretadas.Duas amigas de infância, uma delas faz uma brincadeira inocente e elogiosa sobre a popularidade da outra amiga ausente, a um terceiro que era amigo de ambas. Este  citou o comentário dela, fora de contexto a outros. A outra amiga quando soube, ficou surpresa e transtornada, e quando aquela amiga, nervosa, a acusou diante de várias pessoas de estar com ciúmes pelo fato de um rapaz, conhecido de ambas, ter-lhe dado atenção. A brincadeira havia sido completamente mal interpretada e repassada erroneamente adiante, e por mais que tentasse, ela não conseguiu convencer a sua velha amiga que não teve intenção de ofendê-la. Aquela situação gerou muita mágoa e levou bastante tempo para que a primeira conseguisse corrigir o mal-entendido e ser compreendida...As pessoas muitas vezes o julgam de acordo com o que acham ser suas intenções. Assim, é natural ficar triste quando as pessoas interpretam incorretamente suas motivações e reações. Talvez fique indignado, achando que ninguém tem motivos para interpretá-lo de maneira errada. Na sua opinião, essas avaliações são tendenciosas, críticas, ou completamente erradas, e podem magoar muito, especialmente se prezar a opinião de quem fez a avaliação supostamente injusta. Embora fique aborrecido com o julgamento de outros a seu respeito, é apropriado respeitar a opinião deles. Os cristãos não desconsideram a opinião de outros, e jamais desejaríamos dizer ou fazer algo que venha a ter um efeito prejudicial sobre outras pessoas. (Mateus 7,12; 1 Coríntios 8,12). Assim, vez por outra terá de tentar corrigir o conceito equivocado que alguém formou a seu respeito. Mas ficar preocupado demais com obter aprovação dos outros é contraproducente, levando à perda do respeito próprio ou a sentimentos de rejeição. Afinal, seu verdadeiro valor não depende da opinião de outros. 






Santa Tereza d’Avila, como mística e mestra espiritual de noviças, logo percebeu isto e declarou:“Quando nos decidimos a servir a Deus, a primeira coisa que o demônio vai atacar é sua honra, pois sabe o estrago que isto pode causar, e o tempo desperdiçado que ficamos tentando em defendê-la.” Por outro lado, talvez reconheça que as críticas tenham fundamento. Isso também pode machucar, mas se estiver disposto a admitir honestamente seus próprios defeitos, como fazia Tereza d’Avila, São Paulo (Rom 14), e todos os santos. Essas experiências podem ter um lado positivo e motivá-lo a fazer as ofertas, confiando-se à aquele que tudo ver e tudo sabe (Salmo 139).Os mal-entendidos podem ou não criar problemas sérios. Por exemplo, se escutar um homem conversando alto num restaurante, você pode tanto concluir que ele é extrovertido quanto que ele gosta de aparecer. Talvez esteja errado. Pode ser que a pessoa com quem ele conversa tenha problemas de audição. Ou talvez ache que uma balconista pareça antipática, mas pode ser que ela não esteja passando bem fisicamente, com cólicas, ou dor de cabeça. Embora esses mal-entendidos causem impressões negativas, provavelmente não terão maiores conseqüências. Mas às vezes os mal-entendidos podem provocar desastres. 






Vejamos dois episódios da história do antigo Israel:




1)- Quando Naás, rei de Amom, morreu, Davi enviou mensageiros para consolar seu filho, Hanum, que havia assumido o reinado. Mas os amonitas acharam que a delegação havia sido enviada para espionar seu território, o que levou Hanum a humilhar os mensageiros e a declarar guerra a Israel. O resultado foi a morte de pelo menos 47.000 pessoas, tudo porque as boas intenções de Davi foram mal-interpretadas (1 Crônicas 19,1-19).





2)- Outro mal-entendido, ocorrido algum tempo antes, foi resolvido de maneira bem diferente. As tribos de Rubem e de Gade, e a meia tribo de Manassés construíram um grande altar às margens do rio Jordão. O restante de Israel encarou isso como um ato de infidelidade, uma rebelião contra Javé, e convocou seus exércitos para a guerra. Mas antes de tomar uma ação drástica, eles enviaram uma delegação para comunicar sua indignação diante de tal infidelidade. Foi bom terem feito isso, porque os construtores do altar explicaram que não tinham a mínima intenção de se desviar da adoração pura, e que o objetivo do altar era servir como monumento de sua fidelidade a Javé. Esse mal-entendido poderia ter resultado num banho de sangue, mas o bom-senso evitou essas conseqüências catastróficas (Josué 22,10-34).





Esses dois episódios nos ensinam algo: "Obviamente, que em certas circunstâncias, o melhor a fazer é esclarecer o problema!"





Quem sabe quantas vidas foram poupadas nesse último episódio, simplesmente por que os envolvidos conversaram? Na maioria dos casos, ninguém correrá o risco de perder a vida se você interpretar de maneira errada as verdadeiras motivações de alguém, mas amizades poderão ser desfeitas. Assim, caso ache que alguém agiu de maneira errada com você... Você tem certeza de que entendeu as coisas da maneira como realmente são, ou será que você as está interpretando de maneira completamente equivocada? Qual foi a intenção da outra pessoa? Pergunte a ela, peça-lhe maiores e melhores esclarecimentos. Você está percebendo que está sendo mal interpretado? Converse e esclareça melhor com os envolvidos. Deixe o orgulho de lado, pois só irá piorar as consequências.





Jesus deu um excelente incentivo para se resolver mal-entendidos:





“Se tu, pois, trouxeres a tua dádiva ao altar, e ali te lembrares de que o teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua dádiva ali na frente do altar e vai; faze primeiro as pazes com o teu irmão, e então, tendo voltado, oferece a tua dádiva...” (Mateus 5,23-24)





E se ele não entender? E não aceitar? 




Mesmo assim, a coisa certa a fazer é tratar do assunto com a pessoa, em particular, sem envolver outros. Será pior se quem o ofendeu ficar sabendo da sua mágoa por outra pessoa. (Provérbios 17,9). Seu objetivo deve ser fazer as pazes num espírito de amor. Explique de maneira calma, simples e clara qual é o problema. Não faça acusações. Diga como se sente por causa da situação. Daí, ouça atentamente o ponto de vista da outra pessoa. Não vá logo achando que ela estava mal-intencionada. Esteja disposto a dar-lhe um voto de confiança. Lembre-se de que o amor “suporta todas as coisas” (I Coríntios 13,7)






É claro que mesmo quando os mal-entendidos são resolvidos, ainda pode haver mágoas ou conseqüências negativas por algum tempo. O que pode ser feito? 




Onde for necessário, pedidos sinceros de desculpas certamente caem bem, junto com qualquer outra coisa que possa razoavelmente ser feita para reparar o erro. Em todas essas situações, a pessoa que se sente prejudicada faria bem em seguir o conselho inspirado: “Continuai a suportar-vos uns aos outros e a perdoar-vos uns aos outros liberalmente, se alguém tiver razão para queixa contra outro. Assim como o Senhor Deus vos perdoou liberalmente, vós também o fazei. Além de todas estas coisas, porém, revesti-vos de amor, pois é o perfeito vínculo de união.” (Colos 3,13, 14; I Ped 4,8). Enquanto estivermos neste mundo marcado e ferido pelo pecado, seremos imperfeitos, e sempre haverá mal-entendidos e mágoas. Todos estamos sujeitos a errar ou a falar de um modo que soe frio e rude. A Bíblia deixa claro: “Todos nós tropeçamos muitas vezes. Se alguém não tropeçar em palavra, este é homem perfeito, capaz de refrear também todo o seu corpo.” (Tiago 3,2)




Visto que Deus está bem ciente disso, ele nos deu as seguintes instruções:





“Não te precipites no teu espírito em ficar ofendido, pois ficar ofendido é o que descansa no seio dos estúpidos. Também, não entregues teu coração a todas as palavras que se falam, para que não ouças teu servo invocar o mal sobre ti. Pois o teu coração bem sabe, até muitas vezes, que tu, sim tu, tens invocado o mal sobre outros.”(Eclesiastes 7,9.21-22).





E se parecer impossível corrigir a má impressão que alguém tem de você, ou pior ainda, o mal entendido, fez a pessoa se afastar da vida comunitária, não se desespere, e não piore as coisas saindo também, pois assim o demônio se vangloria de seu intento, tirando não apenas um, mas dois do caminho do Senhor. Continue a cultivar e a manifestar qualidades cristãs da melhor maneira que puder. Peça que Deus o ajude a melhorar onde precisa. Em última análise, seu verdadeiro valor como pessoa não é determinado por outras pessoas. Somente Deus pode fazer uma completa “avaliação dos corações”(Provérbios 21,2).Até mesmo Jesus foi desprezado pelos homens, mas isso não afetou o conceito de Deus a respeito dele. (Isaías 53,3) Embora algumas pessoas possam julgá-lo de maneira errada, você pode ‘derramar seu coração’ diante de Deus, confiando que Ele o entende. “porque não como o homem vê, é o modo de Deus ver, pois o mero homem vê o que aparece aos olhos, mas quanto a Deus, Ele vê as intenções do coração...” (Salmo 62,8; I Samuel 16,7). Se você persistir em fazer o que é excelente, com o tempo, pode ter absoluta certeza, que quem tiver formado uma má impressão a seu respeito, se dará conta de que estava errado e mudará de opinião (Gálatas 6,9; II Timóteo 2,15).É claro que não é agradável achar que outros fizeram um julgamento equivocado a nosso respeito. Mas se fizer todo o possível para esclarecer o problema e aplicar os princípios bíblicos do amor e do perdão, é bem provável que sua história também tenha um final feliz, sabendo suportar as demoras e permissões de Deus, sabendo que Deus é sempre Sim (II Cor 1,19). “Deus impedindo, ou permitindo, dando ou tirando, está sempre nos amando...”Quantas decisões erradas são feitas, quantos lares, quanta comunhão, quantas amizades podem ser destruídos pela falta do exercício do diálogo e da tolerância? Somos especialistas em entrar em situações constrangedoras ao acreditar em juízos nascidos de mal-entendidos. Não estou escrevendo sobre isto como se fosse Phd  em comportamento perfeito. Eu sei quem sou: o primeiro da fila dos necessitados para ouvir o que a Palavra de Deus tem a dizer sou eu, que também, tenho meus préjulgamentos e meus mal entendidos. Não estou escrevendo fora de mim, mas também  me auto avaliando e me deixando ser formado e perpassado por esta reflexão. Um dos primeiros exemplos de queda por mal-entendidos e falta de diálogo foi Eva. Aprendo com isso que não se deve dialogar com as sugestões do demônio, não questioná-las, mas apenas única e exclusivamente nega-las e fugir delas, pois como dizia Pe. Pio: “Só os covardes vencem o pecado...” Quando a serpente afirmou que Deus estava mentindo quando ordenou que não comessem do fruto da árvore da ciência do bem e do mal estava insinuando que Deus não queria competidores; que a árvore traria todo o conhecimento e que eles também se tornariam semelhantes a Deus. Entre o aviso do SENHOR e o conselho do diabo nasceu uma desconfiança. Da desconfiança, veio o mal-entendido. Como não houve o início de um diálogo entre Eva e Deus, questionando o conselho do diabo, o resultado foi o maior desastre que já se abateu sobre a humanidade: a morte pela força do pecado.




E por fim vamos a um exemplo claro e positivo de mal entendido: o do próprio Cristo! 





Era Deus, mas como homem não usurpou ser como Deus. Não precisava orar, mas amava de estar em comunhão com o Pai. Não precisava convidar homens para restaurar outros homens, mas escolheu doze leigos para o discipulado e os ensinou a ser pescadores de homens. Não precisava nascer em forma humana, para reconciliar a humanidade, mas por compaixão experimentou todos os sentimentos, angústias, solidão e sofreu os preconceitos e mal-entendidos da sociedade. Poderia ter nascido de uma família abastada para ter um berço ao nascer, mas preferiu uma indigna mangedoura. Jesus se tornou o mais humano dos homens. Tão humano assim só podia ser Deus, já dizia Santo Agostinho. A cana quebrada não trilhou, e a chama que fumegava não apagou. Era um especialista em abrir diálogos. Com Nicodemos, com a mulher samaritana, com Zaqueu, com a mulher siro-fenícia, com Jairo, com a mulher do fluxo, com o mancebo de qualidade, com os discípulos de Emaús, e com o traidor Simão Pedro, ao qual confiou a sua Igreja, com Judas ao qual o chamou de amigo (Mateus26,50), e confiou-lhe a sacola da coleta.E quando viu Pedro em amargura e fracasso, fez o que raramente temos visto nos dias de hoje: foi em busca da ovelha perdida. Estendeu-lhe a mão e transformou um discípulo fracassado e amargurado em um apóstolo cheio da graça e do poder de Deus. Jesus restaurou a Pedro pelo diálogo, pela tolerância com as fraquezas humanas.Se o próprio Deus, em seu maior gesto de amor, enviou seu único filho para estabelecer o diálogo para restaurar os homens e desfazer os mal-entendidos e as outras obras do diabo, você e eu como cristãos não podemos ser intolerantes nem fechados ao diálogo. Na cruz Jesus perdoa o mal entendido de seus algozes e pede ao Pai: “Pai perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem...












CONCLUSÃO:






Claro que somos responsáveis apenas pelo que transmitimos, não por aquilo que os outros interpretam, mas não podemos nos fiar apenas nisto, pois mal entendido custam muitas vezes como vimos acima, longas amizades e até vidas. No exercício do diálogo vêm o entedimento a solução de mal-entendidos, a solução de dúvidas, e por consequinte a comunhão. Por falta de diálogo, às vezes, um pequeno mal-entendido pode se transformar em um grande problema, uma brecha no muro da graça de Deus. E depois que o muro se fender, o diabo vai entrar e sair por ali quando bem quiser. É melhor pensar duas vezes, e abrir o diálogo com o outro construindo pontes, e não deixar que o muro entre nós e o demônio, se fende, abra brechas e caia gerando toda forma de desunião, pois um reino dividido não subsiste (Marcos 3,24).





Por Tácito - Colaborador do Apostolado Berakash de Campinas - SP







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Anônimo
10 de outubro de 2022 às 23:06

Conteúdo riquíssimo

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CIDADÃO DO MUNDO, NORDESTINO COM ORGULHO, Brazil
Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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