“Os livros de Jó e Eclesiastes são divisores de épocas, marcando em
definitivo a RUPTURA com a velha Teologia da Retribuição, que infelizmente
retorna nos dias atuais com o PROTESTANTISMO PENTECOSTAL na ênfase da prática
inescrupulosa da obrigatoriedade do dízimo acompanhado de ofertas, votos,
desafios e campanhas, presentes na Teologia da Prosperidade de origem Norte
Americana" (Haroldo Reimer)
(Jesus não pediu para segui-lo de carro de luxo e ar condicionado ligado)
Como parte da
literatura sapiencial da Bíblia, o livro de Eclesiastes representa uma voz, ou
várias vozes, da chamada ‘crise da sabedoria’, da qual também o livro de Jó com
figura do justo que sofre é sua máxima expressão. Tal crise não
se caracteriza por pobreza de reflexão Judaica, mas justamente pela reflexão
crítica sobre um tipo de pensamento sapiencial hebraico que entra em crise
frente à pobreza e às mudanças abruptas e experimentadas na própria vida e
história do povo hebreu neste período. Como obra de reflexão experiencial crítica, Coélet
recolhe e analisa criticamente elementos da cultura tradicional judaica, mas
também da cultura grega. O livro, pois, respira uma tensão entre estas duas
grandezas (Greco-Judaica).Os elementos
tradicionais não são simplesmente descartados por Coélet, mas têm uma presença
em suas reflexões na medida em que são citados e criticamente analisados.Verifica-se, assim,
pois, que, apesar de toda a crítica experimentada, Coélet está situado dentro
do conjunto das tradições formativas e influenciadoras do pensamento hebraico.
Há
também algumas discussões de elementos do pensamento grego:
1)- Para a filosofia
grega, a felicidade e o bem-estar da pessoa residem na iniciativa e na perseverança
do próprio ser humano para sua efetivação, dentro de uma idéia de
possibilidades ilimitadas, com supressão de todos os elementos indisponíveis.
2)- Em parte,
Coélet comunga de tais idéias, mas continua afirmando que a felicidade e o
bem-estar são de alguma forma dádivas da divindade; são a ‘porção’ (heleq)
destinada por direito a toda pessoa.
3)-Da tradição
hebraica, o principal ponto criticamente discutido é o sistema de pensamento
que preconiza uma relação de causa-efeito, típico da sabedoria clássica de
Israel.
4)- Neste sentido,
tradicionalmente, afirmava-se que a causa da graça ou da desgraça na vida das
pessoas residia em suas próprias ações. Tal relação de retribuição pode ser
concebida tanto na horizontalidade das relações sociais quanto na verticalidade
das relações do ser humano com a Divindade. Neste jeito de pensar, em últimos
casos, o ser humano é sempre responsável pelo seu próprio destino, porém sempre
dentro de uma concepção retributiva(Era isto que os amigos de Jó o tentavam
convencê-lo de que ele sofria por culpa de pecados ocultos, já que de pecados
explícitos Jó era isento).
5)- Assim, o
zelo no trabalho conduziria ao bem-estar social e riqueza, e ser sábio
conduziria a estima e consideração.
6)- Desgraças sempre
adviriam consequentemente da negligência ou dos pecados do ser humano. É muito
provável que tal tipo de pensamento tenha sido manejado sobretudo pelas elites
e também pelo sacerdócio a partir do templo de Jerusalém.
Na
ótica de Jó e Coélet porém, este
sistema tradicional de causa-efeito já não consegue mais explicar a realidade
experimentada pela parte do povo Judeu fiel
a suas leis e tradições!
1)- Gradativamente
vai-se conduzindo a uma ruptura entre tradição e experiência vivida pelo povo
Judeui(Coélet: 7,15-16; 8,12-14).
2)- Os
infortúnios da vida não mais poderiam ser explicados pela ação ou pela
negligência nem das pessoas nem de Deus. Essa era também a questão central do
livro de Jó (o justo que sofre), lá respondida através da ideia de uma
grandeza fora do ser humano e também fora de Deus.
3)- No livro
de Jó, as figuras de Satã, Beemot, Leviatã representam esta grandeza capaz de
interferir negativamente na vida das pessoas. Coélet, porém, não segue nesta
lógica da discussão sobre a teodicéia, isto é,sobre a justiça de Deus.
4)- O objetivo
de seu pensamento crítico é uma relativização de todos os valores tradicionais
apregoados pela sabedoria clássica (poder, conhecimento, riqueza, trabalho,
posteridade, culto, etc).
5)- Em suas
reflexões, a certeza e a inevitabilidade da morte constitui o elemento
fundamental.
6)- A teologia da retribuição
até ali era um jeito de pensar que nasceu primeiramente na observância de
relações entre as pessoas dentro de uma sociedade relativamente homogênea, isto
é sem grandes diferenças sociais. Depois acabou virando algo como um dogma, com
o qual se queria explicar as graças e as desgraças das pessoas. Acabou sendo
uma ideologia absorvida e propagada pelos que estavam bem na vida, em
detrimento dos que estavam maus. Era também sobretudo o tipo de teologia
cultivada especialmente no Templo de Jerusalém pela classe sacerdotal.
7)- Na lógica
do templo importava colocar na cabeça das pessoas a idéia de que elas mesmas
são responsáveis por suas desgraças e infortúnios. Isso era especialmente
interessante para o empreendimento religioso no templo. Havia um conjunto de
leis e normas que deveriam ser observados para que o ‘fiel’ estivesse nas boas
graças de seu Deus. Disso faziam partes promessas e ofertas a serem dadas. Era
um esquema religioso que ajudava a oprimir ainda mais as pessoas simples e
pobres.
8)- De certa forma
é assim ainda hoje principalmente por parte de algumas ramificações do
PROTESTANTISMO PENTECOSTAL, adeptos da Teologia da Prosperidade, onde as
pessoas são levadas ou se deixam levar para dentro de um complicado sistema de
promessas, sacrifícios, votos, campanhas, dízimos e ofertas.
9)-A expressão
no mundo evangélico “Deus é fiel” significa que Ele é fiel somente em relação àquelas
pessoas que fazem a oferta regular de dízimos e outras dádivas.
10)- No mundo
católico, o ditado “domingo sem missa, semana sem graça” em parte expressa
quase o mesmo! O fiel está enrolado dentro de um sistema de obrigações
religosas. Numa postura crítica em relação ao sistema sapiencial clássico e também
em relação à instituição do templo e do sacerdócio, Coélet recomenda que as
pessoas sejam mais cautelosas.
11)- Não se
deve, segundo Eclesisastes, entrar logo fazendo promessas e fazendo parte deste
sistema. “É melhor ouvir do que oferecer ofertas de tolos” (Coélet 5,1).Para
Eclesiastes, o templo, os sacerdotes e a religião constituída podem ser uma
forma de inversão, de hebel, de um grande vazio.
Coélet, porém, não descrê da Divindade e no devido
temor que deve ser dado a Deus!
Se alguém
tiver feito um voto, deve tratar de cumpri-lo! Pois, ninguém é obrigado a fazer
promessas! Mas se as fez, deve cumpri-las! Isso é um respeito quase ‘profano’,
‘distanciado’ em relação a todo o conjunto de práticas religiosas, como eram
realidade naquele tempo, mas em boa medida também se expressam nos tempos de
hoje.
(pequenas igreja, grandes negócios!)
O livro de Jó apresenta uma nova teologia, ou seja, "mesmo o justo seguindo todos os
preceitos religiosos, os melhores caminhos do bem, nunca estaremos livres de
tempestades, nunca ficaremos isentos do sofrimento oportuno e inoportuno!" A partir desse livro brota
a crise da sabedoria, o que parecia tão óbvio caiu por terra, ninguém está
isento de batalhas e lutas, agora resolver como lutar, está conosco! As armas que
iremos utilizar para não deixar que a guerra da vida nos destrua está conosco
também! Devemos acreditar que Deus está ao nosso lado para curar nossas feridas,
e não simplesmente para matar nossos inimigos! Pois nossos inimigos também precisam ser alcançados pela misericórdia divina (conforme Lucas 15,7). O que cabe a nós diante dos problemas é saber
como enfrentá-los, é identificar nossas estratégias através da sinceridade e
honestidade para não deixar que a vida nos assole, isso é viver com Deus e em
Deus! Meus sofrimentos
não podem me afastar de minha vida com Deus, Ele é fiel para mim quando peço
que deixe em paz o meu coração, mesmo em qualquer momento de tribulações, além
disso, o que posso querer mais? Pedimos proteção, isso é certo, mas fazer barganha,
para comprar a confiança de Deus, a fidelidade Dele para conosco, não é
coerente, algo já foi nos dado. Jesus
Cristo não oferecia barganha, seus milagres ocorriam quando pessoas o pediam, e
Ele não pedia nada de volta, apenas os despediam em paz, ou em alguns casos os
pedia para o seguir. Jesus é assim esse Homem que não pede, apenas mostra o
melhor, ensina o caminho, aponta como devemos proceder, não vendeu curas, não
vendeu orações, não vendeu milagres, não vendeu bênçãos e graças. Ele nada pedia além da conversão e da fé, anunciava o
Reino de Deus e a Sua justiça. Lucas 19,45-48: Jesus entrou no Templo e disse: “Está
escrito: Minha casa será casa de oração! No entanto, vós fizestes dela um
antro de ladrões!”.
Enquanto Jesus queria o bem de seus seguidores, os
pastores da Teologia da Prosperidade só querem “OS BENS” de seus seguidores!
Estes falsos pastores sabem muito bem que: PEQUENAS
IGREJAS SÃO GRANDES NEGÓCIOS! por isto para estes negociantes da fé, é
fundamental abrir o maior número de templos, pois nesta lógica “TEMPLO É
DINHEIRO !”
Não são igrejas, são apenas casas de
comércio! Por isto a preocupação com a aparência, e o marketing proselitista apelativo
para conquistar o maior número de prosélitos! E não me venham com aquela desculpa (tão utilizada pelos seus ditos
dirigentes) de que não se deve perquirir deles sobre a destinação do dinheiro
que recebem, pois QUEM AJUDA O OUTRO PECAR, TAMBÉM PECA! Ou seja, não se opor
ao erro e não denunciá-lo, é aprova-lo, pois quem cala consente! É obrigação do
Cristão anunciar a verdade e denunciar a mentira e o engano, pois assim fez
Cristo e os apóstolos! Cristo chamou-os de sepulcros caiados! Paulo exortou a
Pedro, e Barnabé a Paulo (ver Atos dos apóstolos). Estes pastores cobram o dízimo, mas será que
eles dão o dízimo de seus ordenados e arrecadações? No NOVO TESTAMENTO não se fala mais do
dízimo, mas da COMUNHÃO DE BENS ! Por que eles não falam isto ? Como a maioria é papagaio de pastor, não leêm a bíblia
completa, só o que lhes interessa, e lá nos ensina que o dizimo era obrigatório
apenas para ajudar os Levitas. Os primeiros cristãos nem faziam mais isso: "Os
Cristãos da NOVA ALIANÇA EM CRISTO, não estão Sujeitos e nem ordenados a Pagar
Dízimos ao templo! Em nenhuma ocasião se ordenou aos cristãos do primeiro século pagar
dízimos ao templo! O objetivo primário dos dízimos, sob a Lei, era sustentar o templo
e o sacerdócio de Israel; consequentemente, a obrigação de pagar dízimos
cessaria quando aquele pacto da Lei mosaica chegasse ao fim, por estar
cumprido, por meio da morte de Cristo na estaca de tortura. (Ef 2,15; Col 2,13-14). É verdade que os sacerdotes levitas continuaram a
servir no templo em Jerusalém até que este foi destruído em 70 E.C. mas os
cristãos, a partir de 33 E.C. tornaram-se parte de um novo sacerdócio espiritual
que não era sustentado por dízimos, conforme lemos em Rom 6,14; Heb 7,12; 1Ped 2,9,
mas agora pela COMUNHÃO DE BENS, conforme lemos em Atos 2,44-45: “E
todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. Vendiam suas
propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo as necessidades de cada
um...”
A
pergunta que não cala: "Por que estes falsos pastores não falam também do
resgate do dízimo conforme: Levítico 27,31?"
É permitido o resgate de até a 5ª parte do
dízimo! POR QUE ISTO NÃO É PREGADO NESTAS SEITAS PROTESTANTES? Na igreja Católica não passamos essa
responsabilidade de manutenção e provisão dos Templos, famílias e luxo de
pastores ao rebanho, além de que lendo Malaquias 3,10 percebemos que são
atitudes de provar a Deus, nós Católicos não tentamos a Deus! A diferença na
administração destas riquezas é que, enquanto na Igreja Católica a riqueza é da Igreja e não de seus pastores, que
ao morrerem não deixam heranças milionárias, mas fica tudo para o bem comum da
Igreja e suas obras de caridade espalhadas no mundo inteiro, enquanto que nas igrejas
evangélicas é apenas o Pastor que é
rico! Então, quando ele decide fechar a igreja ele vende o prédio e fica com o
dinheiro do imóvel, e ao morrer repassa para seus familiares! Na Igreja
Católica o patrimônio do Vaticano é de todos os Católicos, e como é tombado,
não pode ser vendido ainda que o papa quisesse.
Quem devolve o dízimo na ICAR, o faz de coração, e não põe Deus a prova lhe
exigindo algo em troca! Consideramos esta atitude dos protestantes neste caso
totalmente equivocada e contrária a
Prática de Cristo e dos apóstolos no NOVO TESTAMENTO. Estes pastores protestantes para ganhar MAIS
FIEIS, tratam de denegrir a imagem da IGREJA CATÓLICA com calúnias de ódio aos
católicos, acusando-nos de idólatras, atacam
à Santa Tradição, a Maria e aos Santos imitadores de Cristo (I Cor 11,1). Condenam o Cristo POBRE, e pregam sem escrúpulos, a
SUCESSOLATRIA a qualquer custo! Só querem as bênçãos de Deus, esquecendo-se do
DEUS DAS BENÇÃOS! Cristo condena esta atitude ao dizer:
“Não
podeis adorar a Deus e ao dinheiro!”(Luc.16,13)
CONCLUSÃO:
"E o que tens tu que não tenhas antes recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido? (1 Coríntios 4,7)
Com estas práticas o atual protestantismo
tornou-se o monstro do Apocalipse de várias cabeças devorando-se umas às
outras! A ATUAL TORRE DE BABEL! Porém é preciso sempre lembrar que A ICAR
será sempre perseguida (Apoc. 12).Mas as portas do inferno JAMAIS PREVALECERÃO
CONTRA ELA (Mateus 16,18-19).Apesar de
tudo como pessoas maduras que somos, os evangélicos prestam um grande favor à
ÚNICA Igreja de Deus, A CATÓLICA! Quando perdem (eles) o seu precioso
tempo para um profundo auto- exame de consciência, e ficam somente a apontar as nossas falhas humanas. Como igreja
caminhante, em construção desde nossa fundação, recolhemos as críticas,
aproveitamos as sugestões para reflexões, e assim crescemos! Portanto, é
impossível levar o protestantismo a sério, porque, quem lê um folheto
protestante dirigido a Igreja Católica, lamenta o baixo nível das argumentações,
e acusações sempre imprecisas, sem fontes seguras, vagas, ou mesmo tendenciosas;
afirmam gratuitamente sem provar as suas acusações; baseiam-se em premissas
falsas, datas fictícias, no OUVI DIZER QUE...anacronismos etc. Realmente: “O Jesus dos
Evangélicos não é o mesmo Jesus dos
evangelhos!” - Ou será que Jesus mudou depois que ressuscitou?...
*Originalmente
publicado em: REIMER, Haroldo (org.). Eclesiastes. A sabedoria do viver e
conviver. São Leopoldo: Cebi, 2006, p. 31-33
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