(foto reprodução BBC)
O SEXO CROMOSSÔMICO REFUTA O TRANSEXUALISMO
O SEXO GENÉTICO: O sexo
genético é o que define a sexualidade do individuo, masculino ou feminino por
meio dos cromossomos que são filamentos do DNA localizados no centro das
células.
Determinação Genética do Sexo Cromossômico:
"As
diferenças sexuais entre machos e fêmeas, do ponto de vista da genética, o homem é definido por um cromossomo X e outro Y. A mulher,
por um par de cromossomos X.” (MAGALHÃES, 2010, p. 154).
Conforme
afirma Regateiro (2007, p. 318): “O sexo cromossômico
de um embrião é determinado no momento da fecundação do ovócito. Se um
ovócito 23, X é fecundado por um espermatozoide 23, X, origina-se um embrião em
que o sexo cromossômico é feminino, ou seja, 46, XX. Se o ovócito 23, X é
fecundado por um espermatozoide 23, Y, origina-se um embrião em que o sexo
cromossômico é masculino, ou seja, 46, XY”.O
sexo genético do zigoto, afirmam Guerra e Júnior (2002, p. 6), “[...] é estabelecido pela fertilização de um óvulo normal
por um espermatozoide contendo um cromossomo X ou Y. Em humanos, o sexo
heterogamético (XY) é masculino e o homogamético é feminino (XX)”.
A programação genética fornece um equilíbrio de proporções
(entre sexos) muito próximo, garantindo a perpetuação da espécie, uma geração
após a outra, conforme afirma Pasternak (2002, p. 65, grifo nosso): “Em homens férteis, metade dos
espermatozoides possui um cromossomo Y e a outra metade possui um cromossomo X.
Todos os ovos não fertilizados de uma mulher recebem um único cromossomo X.
Consequentemente, em uma população, metade da geração seguinte será XX
(mulheres) e a outra metade será XY (homens) (Figura 3.14). A segregação dos
cromossomos sexuais durante a meiose é uma forma eficiente de manter as
proporções sexuais próximas de 1:1, de uma geração para outra. Com esse sistema de
determinação do sexo, todos os filhos herdam um cromossomo Y de seus pais.Portanto,
conforme a genética afirma há somente dois sexos na espécie humana, o gênero
masculino e o gênero feminino. Os transexuais que nasceram do sexo
masculino terão cariótipo cromossômico XY como os demais homens, enquanto, os
transexuais que nasceram do sexo feminino terão cariótipo cromossômico XX como
as demais mulheres.
Não há outros sexos no sentido genético, ou seja, ninguém é
gerado ou nasce homossexual, travesti ou transexual!
A biologia não se rende a ideologias! Todos somos
homens ou mulheres, a orientação sexual é uma escolha que o indivíduo
segue, no caso de homossexuais, travestis e transexuais ela é contrária a sua
natureza genética, sendo influenciada não como uma imposição da natureza, como
querem dizer alguns se justificando que nasceram assim, mas, pelas imposições ou escolhas encontradas no meio onde vivem”.
Hermafroditismo
Nessa parte do estudo
entenderemos que o transexual não é um hermafrodita, e qual é a diferença entre
hermafroditas e transexuais? Encontram-se registros na história relacionados a
problemas de ambiguidade genital, desde a mais remota antiguidade: “...existem referências a casos de
intersexualidade humana. De fato, os
registros deixados pelos habitantes da antiga Babilônia, dois mil anos antes da
era cristã, indicam que o nascimento de indivíduos andróginos era até mesmo
considerado um mal presságio (“Quando nascer uma criança que tenha o sexo
não definido, calamidade e aflição ocorrerão neste reino, e o chefe da família
não terá felicidade”). Na mitologia
grega, por sua vez, encontra-se a figura de Hermafroditus, filho de Hermes e
Afrodite, indivíduo de rara beleza por quem se apaixonou uma ninfa chamada
Salmacis. Rejeitada, ela pediu aos deuses que jamais se separassem; já
Hermafroditus preferia morrer a submeter-se ao seu amor. Ambos foram atendidos:
foram unidos pelos deuses em um único ser com os dois sexos, seguindo-se de
imediato a morte” (conforme afirmam
Guerra e Júnior- 2002, p.31). - “Com o desenvolvimento da anatomia,
surgiram os primeiros estudos
possibilitando a diferenciação do Hermafroditismo Verdadeiro - HV (indivíduos
que apresentam os dois tipos de tecido gonadal, testículos e ovários), dos
casos de pseudo-hermafroditismo masculino e feminino (um único tipo de tecido
gonadal associado a anomalias dos genitais externos e/ou internos), e também
daqueles em que havia ausência de gônadas. Os indivíduos portadores do
hermafroditismo verdadeiro têm os dois tipos de tecido gonadal, os testículos e
os ovários” (Segundo Guerra e Júnior,2002).
Pseudo-hermafroditismo:
Quando há discordância
entre os caracteres fenótipos ou genitais e os gonádicos e cromossômicos, e isso
se pode dar em duas situações:
1)-Pseudo-hermafroditismo
feminino: os
genitais são masculinos (mais ou menos diferenciados) enquanto as gônadas e os
cromossomos são femininos, ex. Síndrome androgenital congênita.
2)-Pseudo-hermafroditismo
masculino: os
genitais são femininos, mas as gônadas e os cromossomos são masculinos, isto é,
testiculares, ex. Síndrome de Morris ou do testículo feminilizante.
Apesar dos avanços da
biologia molecular, o diagnóstico continua tão obscuro quanto era ao tempo do
mito de Hermafroditus na Grécia antiga. “Existe
hermafroditismo 46,XX e homem 46,XX, e hermafroditismo 46,XY e disgenesia
gonadal parcial XY, classificados como distúrbios da diferenciação gonadal. Algumas anomalias não levam à ambiguidade genital tendo claro
diagnóstico do fenótipo correspondente. Porém, há casos onde não é
possível definir o fenótipo” (Segundo Guerra e Júnior - 2002, p. 33) - “O hermafroditismo verdadeiro (HV) é uma doença rara, com cerca de quatrocentos casos descritos
na literatura” (Segundo Guerra e Júnior - 2002, p.53). Segundo Guerra e Júnior (2002):“Os indivíduos com hermafroditismo
verdadeiro podem ter uma apresentação clínica de homem ou mulher normal e
fértil. Mas, na maioria dos casos há a ambiguidade genital, com diferenças da
genitália externa para a interna, estes indivíduos podem ter ao mesmo tempo
testículos e ovários (ovotestis) com predomínio do genital interno para o sexo
feminino. O tipo de gônada mais frequente é o ovotestis, seguido de ovário e
mais raramente testículo. A partir da
puberdade mais de três quartos apresentam aumento de mamas e cerca de 50%
menstruam. A ovulação não é rara, e a gravidez e o nascimento de crianças podem
ocorrer em pacientes com cariótipo 46,XX. Já foi relatado um caso de um pai com
HV e cariótipo 46,XY. No entanto a espermatogênese é
rara”.
O tratamento segundo afirma Guerra e Júnior (2002):
“Depende
da faixa etária em que foi feito o diagnóstico e da capacidade funcional dos
genitais externos e internos. Quando diagnosticado em idade precoce, a melhor
opção de criação é a do sexo feminino, em pacientes com constituição
cromossômica 46,XX, todo o tecido testicular deve ser removido. Os pacientes com constituição
cromossômica 46,XX que foram criados como homens, devem ser gonadectomizados,
com colocação de prótese testicular e reposição hormonal na puberdade.O sexo masculino
deve ser a opção para indivíduos com quimerismo ou cariótipo 46,XY,
especialmente quando houver um bom desenvolvimento fálico, ausência de útero e
vagina e presença de testículo e ovário.Independente da opção de
sexo de criação é fundamental que se façam as correções cirúrgicas internas e
externas, de acordo com a opção feita, e realizar a reposição hormonal adequada
na época da puberdade.Essas várias formas de anomalias que dizem respeito aos
componentes físicos do sexo não configuram o que se define como transexualismo
propriamente dito. O transexualismo se define como um conflito entre o sexo
físico "normal" e a tendência psicológica que é sentida numa direção
oposta. Na quase totalidade dos
casos, trata-se de indivíduos de sexo físico masculino que, psicologicamente,
se sentem mulheres e tendem a se identificar com o sexo feminino. São muito raros os casos em sentido
contrário, ou seja, de indivíduos fisicamente mulheres que pretendem se tornar
homens.
Hermafroditas, portanto, são
indivíduos que nascem com anomalias nas gônadas e/ou no código genético
(cromossomos). Porém, os transexuais
nascem com as gônadas correspondentes e perfeitas com o seu código genético
(cromossomos), contudo, eles psicologicamente acreditam pertencer ao outro
sexo. A anomalia do hermafrodita é física, gonadal e/ou cromossômica. A
anomalia do transexual é psicológica”.
Intersexuais: do ponto de vista teológico, uma
terra de ninguém?
Num mundo em que Deus “criou homem e mulher”, qual é o
lugar dos católicos intersexuais?
Conforme
o espírito e a tradição de Santo Tomás de Aquino, é necessário fazer uma
contextualização, e não um debate, sobre a condição conhecida como
“intersexualidade”, antigamente chamada, de forma redutiva e às vezes
pejorativa, de hermafroditismo. Santo Tomás começava as suas pesquisas estudando tema por tema e
considerando todos os lados de cada questão antes de chegar a uma conclusão. Esta forma dialética de pensar, em que
cada lado da questão era explorado exaustivamente, contrasta com as formas
modernas de pensamento, que, muitas vezes, enfatizam a
defesa de uma determinada posição ou tentam fazer com que os fatos se adaptem a
alguma ideologia.A condição médica da intersexualidade tem recebido pouca
atenção da Igreja Ela não é mencionada no
catecismo. Eu não consegui encontrá-la em declarações
papais. Não encontrei nada no Direito Canônico que aborde esta anomalia médica.
No entanto, um número significativo de pessoas, em todo o mundo, experimenta esta
condição, que é médica, não psicológica. E a ignorância a respeito desta condição
torna difícil que as pessoas intersexuais recebam a devida empatia e aceitação.
A Bíblia poderia ser usada para oferecer uma resposta?
O Gênesis diz,
claramente, que Deus criou dois sexos separados, masculino e feminino. Isso foi
antes da queda de Adão e Eva, de modo que alguns poderiam supor que a condição
sexual ambígua seria resultado do pecado original. Há quem
ache que existe na Bíblia, sim, uma menção à intersexualidade: em Isaías 56,3,
fala-se da pessoa que é “uma árvore seca”. No entanto, pode muito bem tratar-se de uma
referência a outras realidades.
Os eunucos, por sua vez, têm uma definição mais clara:
São homens que foram
castrados, muitas vezes para servirem na corte do rei ao lado das mulheres sem
risco de manterem contato sexual com elas e, portanto, de as engravidarem.
Outro versículo da Bíblia, porém, sugere que eles nasceram assim (Mateus19,12). A história e a tradição da própria Igreja define o ser humano
como: ou do sexo masculino, ou do sexo feminino. Pode-se assim,
reflexivamente, adotar o ponto de vista de que não há nenhuma condição sexual
verdadeiramente ambígua e que o masculino ou o feminino predominam em todos os
casos. Nesta perspectiva, não haveria nenhum problema teológico.
LGBTQI+...(?)
À medida que a ciência
moderna descobre mais e mais aspectos biológicos importantes sobre os gêneros, uma
pessoa razoável poderia se perguntar se essas novas informações têm relevância
para a doutrina da Igreja. Assim como Santo Tomás trouxe contribuições
da filosofia "pagã" para o tesouro da Igreja, talvez algum Santo
Tomás contemporâneo possa resolver de forma reta e salvífica, esta área da sexualidade humana, por enquanto, basta a atual orientação do magistério da Igreja.
atenção! Uma pessoa intersexual não é uma pessoa transexual
A definição mais aceita
de pessoa transexual é a de alguém cuja "identidade psicológica" está
em desacordo com a sua condição biológica de nascença. Isto significa, por
exemplo, que um homem biologicamente normal poderia ver a si mesmo com
identidade feminina. Para obviar a esta situação, muitos
transexuais procuram a cirurgia de mudança de sexo. Um aspecto
extremamente controverso da chamada cirurgia de “reconfiguração de gênero” diz
respeito à sua aplicabilidade a crianças. Há legislações que hoje aceitam esta
definição de transexualidade e já foi registrado pelo menos um caso em que um
juiz determinou que o Estado era responsável por bancar a cirurgia de
reconfiguração sexual de um cidadão presidiário.Os
últimos 150 anos de história dos chamados "transtornos de identidade de
gênero", como opostos ao conceito de intersexualidade, podem trazer mais
confusão do que clareza.No final do século XIX,
médicos militares começaram a identificar condições sexuais que pareciam ir
além das categorias de masculino e feminino. Eles as
chamaram de “pseudo-hermafroditismo” e “hermafroditismo”. Os
pseudo-hermafroditas estão, provavelmente, mais próximos da atual definição de
transexual. Um século atrás, os
hermafroditas eram definidos como pessoas que tinham verdadeiros ovários e, ao
mesmo tempo, pênis e testículos funcionais, condição vista como uma
impossibilidade médica.Na década de 1920, uma visão filosófica, e não uma
descoberta médica, traçou uma distinção arbitrária entre "identidade
sexual de gênero" e "identidade sexual biológica" - Alegou-se que uma pessoa pode desenvolver uma identificação sexual
diferente da própria condição biológica, devido a fatores ambientais ou
culturais. O polêmico trabalho de
John Money, da Universidade Johns Hopkins, hoje bastante
desacreditado, seguiu essa linha filosófica e sociológica.
A pessoa intersexual é definida de forma diferente
Devido a muitos avanços
médicos nos últimos anos, tem havido muitas descobertas sobre diferenças
biológicas em homens e mulheres que vão além da presença, ou ausência, do
pênis ou da vagina. Devido a isso, é difícil, para médicos, psiquiatras, ou para qualquer outro estudioso, afirmar com certeza definitiva, para quem vive na pele essa dolorosa provação, se essa pessoa é homem ou mulher. As
seguintes condições médicas, em diferentes combinações, podem estar presentes
no que é designado como uma pessoa intersexual: Deficiência
de 5-alfa redutase; síndrome de insensibilidade aos andrógenos, afalia,
clitoromegalia; hiperplasia adrenal congênita; disgenesia gonadal; mosaicismo
relativo aos cromossomos sexuais; ovotestículos; virilização induzida pela
progesterona; síndrome de Swyer; síndrome de Turner; e síndrome de Klinefelter.
Encontrei uma discussão
interessante sobre a compreensão da condição intersexual dentro da teologia
católica e do direito canônico no site "Respostas Católicas",
provavelmente o maior apostolado de apologética e de evangelização dos Estados
Unidos.Um leitor intersexual abriu a discussão em um dos fóruns:
"Qual
é a posição da Igreja sobre a intersexualidade e a transexualidade?"
Outro leitor afirmou:
“Eu tentei durante mais de 3 anos
obter uma resposta direta da Igreja sobre o sexo que eu tenho hoje. Medicamente, fui diagnosticado com ‘grave
androgenização de mulher não-grávida’, mas a visão da Igreja pode ser
completamente diferente. Minhas cartas e e-mails não foram respondidos e a
minha pergunta não foi abordada na seção ‘Pergunte a um apologista’, aqui no
fórum”.
Um terceiro leitor comentou:
"Um texto do Vaticano define a
transexualidade como um transtorno psíquico de pessoas cuja constituição
genética e características físicas são,
sem ambiguidade, de um sexo, mas elas se sentem pertencentes ao sexo
oposto". Note-se que isto não define a intersexualidade!
Eis o que escreveu, por sua vez, um quarto leitor, que se
identificou como canonista - As regras são:
1. A Igreja define os termos que
emprega para representar o que ela quer dizer em sentido muito técnico. Assim,
não podemos assumir que ela esteja usando os termos da mesma forma que nós
usaríamos: muitas
vezes, interpretamos mal o que a Igreja quer dizer quando aplicamos os nossos
entendimentos à sua linguagem técnica.
2. A Igreja só legisla em matérias das quais tem certeza,
porque se dirige a uma audiência mundial.
3. Há muitas questões sobre as quais a Igreja
permanece em silêncio. Silêncio na legislação da Igreja significa que não há
uma certeza que possa ser transformada em regra geral. Não se
legisla até se ter certeza moral sobre uma questão. Nos assuntos sobre os quais a Igreja permanece oficialmente em
silêncio, deve-se recorrer à própria consciência, às leis que regem situações
semelhantes e aos conselhos de um diretor espiritual ou confessor, para
determinar a moralidade do tema em questão.
4.
Todas as leis devem refletir a finalidade da Igreja,
que é a salvação das almas.
Vamos então voltar àquela definição de transexualidade:
“Um
transtorno psíquico de pessoas cuja constituição genética e características físicas são, sem ambiguidade, de um sexo,
mas elas se sentem pertencentes ao sexo oposto”.
Se esta tradução está
correta, não é uma definição acidental. Eu acredito que ela foi cuidadosamente elaborada
para excluir aqueles cujo gênero é medicamente ambíguo. Esta definição
específica de transexualidade se refere apenas àqueles que não têm nenhuma
questão pendente, em termos biológicos e médicos, quanto à determinação do seu
gênero. Assim, se você se encaixa nesta definição, de pessoa que é clinicamente
de um gênero, mas, por alguma razão "psíquica", deseja mudar (por
exemplo, você é mulher, mas quer ser do sexo masculino porque acha que os
homens têm mais oportunidades), a Igreja considera esta situação conforme o catecismo como uma "DESORDEM", que pode ser abordada de várias perspectivas pastorais. Agora pense nisto
usando as regras acima. O
"transexual" foi definido de forma bastante clara, considerando-se
que a sua "determinação sexual não é ambígua". Eu acredito
que é intencional o fato de esta definição não incluir as pessoas em torno de
cuja identidade de gênero há elementos de ambiguidade biológica. Por quê?
Porque esta questão é muito complexa e tem tantas variações que são impossíveis ainda,
legal e pastoralmente, fazer uma declaração que englobe todas estas abordagens. Assim, em vez de tentar arriscar-se a fazê-lo, a Igreja permanece prudentemente em silêncio. Ainda mais animador: este silêncio vem depois de
concluído um estudo sobre o assunto, o que parece indicar que a Igreja
rejeitou o argumento do Dr. McHugh de que todas as questões de transexualidade
têm origem mental. Os teólogos decidiram que a melhor e mais pastoral maneira
de proceder é não encarar a questão de modo genérico, mas lidar de forma bem
delimitada com relação a transexualidade. Se
a Igreja não está abordando a questão da intersexualidade agora, não é por ter
decidido evitá-la, mas por prudência, e porque está esperando mais subsídios comprovadamente científicos, para dar um parecer ético e seguro aos seus fieis. O que parece totalmente coerente com a fé, para mim é: aprender sobre a condição intersexual é importante e promove a empatia tanto
intelectual quanto emocional. A resposta mais cristã que podemos dar no momento, é acolher de forma Cristã quem carrega esta enigmática e pesada cruz, apontando a via de santidade proposta a todo batizado(a), seja hétero, homo, com, ou sem conflitos de identidade.
Há uma diferença entre a “ideologia de gênero” e os
“transgêneros”
A primeira nega que
haja sexo masculino e feminino definido para cada pessoa, e cada um deve
“construir” a sua sexualidade dentro de uma vasta diversidade, a partir de suas
experiências sociais. A criança transgênero seria aquela que nasce com um corpo
masculino, mas com uma alma feminina, e vice-versa. Ou seja, a criança não se
reconhece com o próprio sexo ao qual foi criado. É algo realmente preocupante e
complexo.
O Catecismo da Igreja ensina que:
“Cabe
a cada um, homem e mulher, reconhecer e aceitar sua identidade sexual”
(n.2333).
Portanto, diante do que
a Igreja nos ensina, os pais e educadores
católicos, devem educar as crianças com tendência homossexual, no sentido de
aceitar e se comportar segundo o seu sexo de nascimento. Os pais católicos devem ensinar seus filhos segundo o
que nos ensina a Igreja. Além disso, “ser homem”
e “ser mulher” são realidades queridas por Deus em sua igualdade e em sua
diferença, um e outro têm uma comum dignidade. Deus cria a alma no momento da
concepção da pessoa e de acordo com sua identidade sexual.
Dom Fernando Rifan,
bispo de Campos, RJ, coloca a seguinte reflexão para rebater a possibilidade da
pessoa nascer transgênero:
“A perfeita unidade entre a alma e o corpo se desfaz, o corpo tendo um sexo e a alma outro? A harmonia humana é desfeita?” (fonte:http://www.cnbb.org.br/outros/dom-fernando-areas-rifan/16673-a-ideologia-de-genero. Acesso em 10.06.15)
Também há casos, muito
raros, de hermafroditas, que nascem fisicamente com os dois órgãos sexuais de homem e
de mulher!
A orientação da Igreja "é que os médicos optem pelo sexo mais
acentuado e tratem da criança de modo a definir sua sexualidade preponderante". (Conforme Prof. Felipe Aquino - Cleofas / Ver no link bibliográfico ao final desta matéria).
O Transexualismo a luz da Bíblia
O Brasil é um País
laico, motivo pelo qual a maioria das decisões são tomadas levando-se em
conta os padrões sociais e culturais atuais do País, dos quais, depois de
idealizados, são blindados por leis votadas por legisladores portadores de
diferentes padrões, morais, éticos e religiosos. Eles
formulam a legislação através do ponto de vista científico, médico, social e psicológico, não
levando em conta os princípios religiosos que os consideram como "preconceituosos". O Cristão, inserido nessa sociedade, é regido por essas leis,
comportamentos e padrões. Porém, não pode jamais compactuar com Leis que fogem
ao padrão da palavra de Deus. Tem que a aprender a separar a leis dos homens (que é mutável e circunstancial) e a lei de Deus (imutável em seus princípios). A
Bíblia sagrada é um conjunto de livros que contém a história da humanidade, ela
apresenta desde o princípio, que Deus criou macho e fêmea: “Ele,
porém, respondendo, disse-lhes: não tendes lido que, no princípio, o Criador os
fez macho e fêmea...” (Mateus, 19,4-5) com o intuito da reprodução e perpetuação da espécie humana. O casal heterossexual é
o caminho basilar para construção da vida e da família, estes se complementam de forma
perfeita, pois se não fosse pela união destes, a vida humana não teria continuidade.
A Palavra de Deus é o instrumento da sua revelação ao homem. Dentre as
muitas revelações apresentadas, ela mostra a queda do homem no pecado, que por
sua vez, trouxe suas dramáticas consequências. Há um grande número de pecados enumerados
pela Bíblia. Todavia, alguns não são apresentados especificamente. A
degeneração da vida humana é uma marca do pecado, este atingiu o homem em todas
as suas áreas, física, emocional e espiritual. A
busca pelo prazer e pela satisfação pessoal existe desde o princípio da
humanidade. O esforço para satisfazer o seu ego, tem ultrapassado os limites da
imaginação humana para isso o homem busca apoio em todos os segmentos da
sociedade. No tocante ao assunto abordado, a mudança de
sexo, pode ser analisada como pecado ou não, a luz da Bíblia, porque há casos
específicos em que a ciência trata uma anomalia sexual, ou seja, uma
ambiguidade sexual, como é o caso de um hermafrodita, onde se faz
necessário uma intervenção cirúrgica reparadora, para a cura e bem estar do
indivíduo. Todavia, a luz da
Bíblia, o transexualismo, é pecado, como também a decisão do indivíduo
transexual pela cirurgia de mudança de sexo por simples conveniência, ou experiência de prazer, a qual muda a natureza física da pessoa, principalmente, quando esta nasce biologicamente perfeita, sem nenhuma anomalia. A bíblia refuta
esta "prática" desordenada de prazer: “Por causa disso, os entregou Deus
a paixões infames; Porque até as mulheres mudaram o modo natural das relações
intimas por outro, contrário à natureza. Semelhantemente, os homens também,
deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua
sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em
si mesmos, a merecida punição do seu erro” (Romanos
1,26-27). Percebe-se quanto a
essa prática, que eles buscam mudar o modo natural das suas relações sexuais em
contrário a natureza da criação. Não devemos
condenar a pessoa do transexual como ser humano criado por Deus, mas o pecado,
que a Bíblia classifica como sendo todos aqueles atos praticados pela criatura humana em
discordância com os seus princípios e mandamentos, tais como o prazer transexual: “Não
erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados,
nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os
maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus” (1ª Coríntios 6,10). O transexualismo é muitas vezes psicológico, portanto, ligado às questões da alma humana e seus anseios, faz parte assim de questões da psique (espírito) e não do físico. Pode ser feito a terapia através do redirecionamento do individuo que, submetido a uma consulta no divã, se quiser e estiver aberto(a), é possível sim, curar os males tanto do corpo quanto da alma. A terapia se dá através de sessões de relatos do paciente para o psicólogo, fazendo com que ele(a) se descubra, se entenda a si mesmo(a), buscando as causas de sua situação.
Compreende-se também pela Bíblia, que são reprovados tantos
os que praticam quanto os que aprovam tais comportamentos:
“Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais
coisas praticam, não somente as fazem, mas também, aplaudem os que assim
procedem” (Romanos 1, 32).
No evangelho de Mateus
19,4-5, Jesus declara que ao princípio, o Criador os fez macho e fêmea, esta
afirmativa bíblica citada aproximadamente há dois mil anos foi confirmada pela
genética, quando no século vinte foi descoberto o sexo cromossômico. Quando um
óvulo é fecundado por um espermatozoide gerando um zigoto normal, já possuirá o
sexo definido, masculino ou feminino.
Portanto,
um transexual masculino é um verdadeiro homem e a transexual feminina é uma
verdadeira mulher! E isto está registrado nos filamentos (cromossomos) do DNA
no centro de cada uma das células dos corpos de homens e mulheres transexuais
ou não, está lá como a assinatura do Criador dizendo: "Macho e Fêmea os
criei".
Que maravilhosa revelação nos dá comprovando a própria ciência!
Se você que leu até aqui, e são pais(ou responsáveis) de uma pessoa menor de idade
nessa situação, ou se você é uma pessoa adulta, e está pensando em fazer mudança
de sexo, antes de tomar essa decisão assista este vídeo no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=lhWi8MRSDGQ&t=5s
Padre
Paulo Ricardo: “Sexo e corporeidade na teologia católica”
Por *Peter Kwasniewski - Tradução: Equipe Christo Nihil Praeponere
O que um católico crê a respeito da importância da masculinidade e
da feminilidade? À luz da fé, como devemos reagir às atuais ideias de “gênero”?
E como nos dirigir a um mundo secular cada vez mais desorientado em relação à
sexualidade?
No dia 6 de janeiro, a Igreja celebra a grande festa da Epifania
do Senhor (ou Teofania, como a chamam os nossos irmãos bizantinos [1]): a
revelação de Deus às nações e povos do mundo, representados pelos três sábios
que, guiados pela divina Providência, caminharam das trevas do paganismo para a
Luz do único Salvador da humanidade. Na cena da Epifania, vemos o núcleo da
diversidade da Igreja: mãe, pai, bebê e sua família estendida; rainha,
guardião, rei e cortesãos; judeus e gentios, pobres e príncipes, pequenos e
grandes. No nível mais básico, vemos seres humanos, homens e mulheres cujas
identidades e funções não foram atribuídas de forma aleatória e não podem ser
trocadas livremente.Quando olhamos para a cena da Sagrada Família, podemos fazer uma
pergunta inesperada: como Deus se revela para nós na masculinidade e na
feminilidade?
Recentemente, escolas católicas e seculares acolheram inúmeras
discussões sobre a “expressão de gênero” e o chamado “gênero binário”.
Não estamos
falando de instituições obscuras, mas de locais famosos como Notre Dame,
Villanova e a Universidade de San Diego. O pressuposto desses debates é a ideia
de que “gênero” é algo fluido, capaz de assumir muitas formas diferentes,
permitindo inclusive que uma pessoa mude de uma forma para outra. Como o
conceito de “gênero fluido” é novo, até os fiéis católicos podem não saber como
responder a essa situação. O que um católico crê a respeito da importância da
masculinidade e da feminilidade? Como nos dirigimos a um mundo secular que está
desorientado em relação à sexualidade [2]?
A Igreja Católica fundamenta sua visão sobre a masculinidade e a
feminilidade na Sagrada Escritura, que põe homem e mulher no centro de cada
etapa da história da Salvação. Um breve tour por essa história, partindo de seu
início, tornará manifestas a consistência e a profundidade de sua mensagem e
também a razão pela qual seus protagonistas jamais poderiam ser redefinidos sem
que sua mensagem fosse completamente subvertida — algo de que estão
perfeitamente conscientes os mais inteligentes adversários do cristianismo,
creio eu. Depois disso, analisarei o motivo pelo qual a cultura que nos
circunda dificulta a compreensão dos ensinamentos contidos na Sagrada
Escritura. Em seguida, apresentarei algumas reflexões sobre como podemos nos
dirigir de modo eficaz a um mundo secularizado. Mas, antes, voltemo-nos para a
história da Salvação.
A cultura que nos circunda dificulta a compreensão dos
ensinamentos contidos na Sagrada Escritura!
Criação. — No relato da Criação, o corpo humano torna visíveis
coisas invisíveis. Quando Deus criou o primeiro homem, disse o seguinte: “Não é
bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma auxiliar que lhe seja adequada” (Gn
2, 18). O Criador sabe que fez os seres humanos para viver uns com os outros;
como diz o Catecismo, fomos criados para ser uma “comunidade de pessoas”
(§372). Mas, como relata o Gênesis, essa “comunidade de pessoas” foi inscrita
diretamente em nossos corpos por meio da masculinidade e da feminilidade. A
mulher foi feita do homem como uma “auxiliar que lhe seja adequada”, e o homem
alegra-se quando a vê: “Eis agora aqui — disse o homem — o osso de meus ossos e
a carne de minha carne!” (Gn 2, 23). Masculino e feminino são “adequados” um ao
outro. Seus corpos, que são complementares, tornam exteriormente visível o que
é verdadeiro em relação àquilo que lhes é mais íntimo.
Juntos, homem e mulher recebem a
seguinte ordem: “Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn
1, 28). Assim como seus corpos masculino e feminino mostram que são feitos um
para o outro, também mostram que são feitos para servir outras pessoas — os
filhos em primeiro lugar e, em última instância, a sociedade espalhada pelo
mundo e fundada no amor procriador. O chamado ao espírito humano para viver em
comunidade torna-se visível por meio do corpo sexuado [3].
Mas esse é apenas o início. Em última análise, temos um chamado
para a vida em comunidade porque somos feitos à imagem da Trindade, a comunhão
na unidade entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O Gênesis pode inclusive
aludir a isso quando diz: “Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de
Deus, criou o homem e a mulher” (Gn 1, 27). No final das contas, o que o corpo
humano torna visível (em seu dimorfismo essencial) é uma realidade divina que
transcende o corpo, mas é capaz de ecoar nele. É uma obra-prima da arte de
Deus.
“Deus criou o homem à sua imagem;
criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher”.
Redenção. —
Masculinidade e feminilidade tornam-se ainda mais importantes depois da queda
de nossos primeiros pais. Já no Antigo Testamento os profetas falam de Deus
como esposo de Israel e do povo escolhido como noiva dele: “Eu a desposarei
para sempre, conforme a justiça e o direito, com benevolência e ternura. Eu a
desposarei com fidelidade e conhecerás o Senhor” (Os 2, 21-22). No Novo
Testamento, esse “casamento” entre Deus e o homem adquire um sentido muito mais
profundo porque “o Verbo se fez carne” (Jo 1, 14), fazendo com que Deus e a
humanidade se unam literalmente numa só carne. No Gênesis, os corpos masculino
e feminino tornaram a pessoa humana visível externamente, mas nos Evangelhos o
corpo de Jesus torna externamente visível a própria pessoa de Deus [Filho]! Para os católicos, a Encarnação dá pleno sentido ao corpo humano.
Sentimos a importância de nossa união com o próprio corpo de Deus sempre que
nos aproximamos da Sagrada Eucaristia, sobre a qual Jesus disse: “Isto é o meu
corpo, que é dado por vós” (Lc 22, 19). O corpo de Cristo, crucificado no
Calvário e glorificado no Céu, é a maior obra de arte feita por Deus. Esse
corpo é o seu autorretrato definitivo! E a Encarnação também nos traz Maria,
Mãe de Deus, a pessoa humana mais venerada em todo o universo, e que recebeu sua
elevada vocação precisamente por ser mulher.
A vida em Cristo. — Após a ascensão de Cristo ao Céu, a Encarnação
continua a dar sentido aos nossos corpos. O Batismo santifica a nossa alma e o
nosso corpo pelo poder de sua Cruz. O casamento místico de Cristo com a Igreja
significa que os nossos corpos são membros dele. Dirigindo-se a cristãos
viciados em fornicação, S. Paulo lhes pergunta: “Não sabeis que vossos corpos
são membros de Cristo?” (1Cor 6, 15). Ele prossegue e os confronta: “Ou não
sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habi¬ta em vós, o qual
recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?” (1Cor 6,
19). É desafiador viver à altura da santidade do corpo cristão! Do mesmo modo, as ações corporais dos cristãos são poderosas. Como
seus corpos são membros de Cristo e templos do Espírito, a união física no
matrimônio cristão é inclusive um sacramento, sinal e fonte de graça
sobrenatural. S. Paulo diz aos romanos: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas
misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacri¬fício vivo, santo,
agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual” (Rm 12, 1). Este é o motivo
fundamental pelo qual somos seres litúrgicos: Deus não nos deu apenas uma mente
com a qual devemos pensar nele, mas um corpo no qual e pelo qual devemos
adorá-lo e louvá-lo. A liturgia está completamente envolta pela corporeidade,
particularmente pela comunhão numa só carne entre Cristo, o esposo, e a Igreja,
sua esposa [4].
É desafiador viver à altura da santidade do corpo cristão!
Consumação. — O relato da história da Salvação terminará com uma
forte ênfase no corpo humano quando todos os mortos ressuscitarem para o Juízo.
A ressurreição demonstra de uma vez por todas a importância eterna do corpo no
plano de Deus, porque a vitória de Cristo seria incompleta sem a salvação do
corpo. O livro do Apocalipse descreve aquele último dia como as “as núpcias do
Cordeiro”, quando Cristo finalmente desposará para sempre sua “noiva”, a Igreja
(Ap 19, 7). Essa maneira de descrever o fim resolve um enigma. Homens e
mulheres ressuscitarão com seus respectivos corpos masculinos e femininos;
apesar disso, Jesus diz que “não terão mulher nem marido” (Lc 20, 35). Isso
quer dizer que masculinidade e feminilidade não serão mais importantes? Não,
isso mostra que o significado natural do corpo humano se tornará pleno quando
virmos Deus “face a face” (1Cor 13, 2), num “matrimônio” com nosso Criador. O
fato de que fomos feitos para a comunhão significa não apenas que fomos criados
à imagem da comunhão trinitária, mas que, em última instância, fomos feitos
para a comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Mesmo agora, neste
mundo, vemos esse significado definitivo do corpo humano naqueles que
escolheram a virgindade “por amor ao Reino dos Céus” (Mt 19, 12).
Uma visão de mundo secular. — Portanto, vemos que a história da
nossa salvação não diz respeito apenas à salvação das almas, mas também à do
corpo — do início ao fim! Mas, embora a fé católica tenha muito a dizer sobre o
corpo humano, falar para um mundo secularizado não é tão fácil quanto citar
muitos trechos da Sagrada Escritura. A má filosofia permeou nossa cultura,
criando uma barricada que impede que até pessoas de boa vontade compreendam o
que a Igreja tem a oferecer de bom, salutar, e salvífico! Isso está relacionado com o modo de o mundo
moderno enxergar o corpo humano.
De acordo
com o Catecismo da Igreja Católica...
"A unidade da alma e do corpo é tão profunda que se deve considerar
a alma como a ‘forma’ do corpo; quer dizer, é graças à alma espiritual que o
corpo, constituído de matéria, é um corpo humano e vivo. No homem, o espírito e
a matéria não são duas naturezas unidas, mas a sua união forma uma única
natureza" (§365).
Em geral, os ocidentais entendem que os seres humanos são livres e
têm direitos apenas por serem humanos; não podemos simplesmente fazer o que
desejamos com um ser humano. A Igreja Católica ensina que os corpos humanos são
também humanos e que, portanto, não podemos fazer o que bem entendermos com
eles.
No entanto, a modernidade passou a enxergar o mundo de uma
perspectiva mecanicista!
Tendemos a imaginar que há tanta “natureza” num corpo
humano quanto num automóvel. As pessoas se revoltam com a ideia de que a “mera”
biologia possa decidir como deveríamos viver, porque não percebem que o mundo
biológico possui em si mesmo um sentido. Por que ter um corpo feminino supõe
uma vocação para a maternidade? Por que ter um corpo masculino implica ser
responsável por uma família? Consequentemente, nossa cultura não vê o corpo humano como
obra-prima de Deus, mas como uma tela em branco na qual podemos pintar qualquer
coisa. “O que farei do meu corpo? Será masculino, feminino ou algo diferente
disso? Será fértil ou estéril? O que devo fazer?” Já se passou um bom tempo
desde que nossa cultura começou a promover o controle de natalidade como uma
forma de separar o corpo de sua vocação. O aborto tem sido promovido como
sinônimo do controle que a mulher teria sobre seu corpo. Tudo isso nasce da
mesma fonte: as pessoas falam em “expressar-se” por meio de seus corpos porque
não acreditam mais que o corpo já as expresse naturalmente. No final das
contas, temos o “gênero fluido” e a “expressão de gênero”.
Nossa cultura não vê o corpo humano
como obra-prima de Deus, mas como uma tela em branco na qual podemos pintar
qualquer coisa!
Como vimos acima, o significado natural do corpo é que a pessoa
humana foi feita para a vida em comunidade. Mas quando nossa cultura abandonou
a ideia de qualquer “natureza” do corpo, também abandonou a ideia de que a
sociedade é “natural” [5]. Os indivíduos são vistos como absolutos e autônomos,
ao passo que a sociedade é considerada algo artificial que construímos por
conveniência. Até a família, a sociedade mais obviamente natural, vai para o
ralo quando se perde o sentido natural do corpo. O resultado é uma noção de
direitos humanos radicalmente individualista segundo a qual cada pessoa tem o “direito”
de decidir qual será o seu significado espiritual e corpóreo, ainda que essa
decisão seja ruim para a sociedade como um todo — e, de fato, ruim para o
indivíduo que se rebela contra a personalidade humana.
Falando para um mundo secular. — Se quisermos ser bem-sucedidos em
nossa comunicação com o mundo secular, teremos de remover da melhor maneira
possível as barreiras filosóficas e emocionais. Não existe um jeito rápido e
fácil de consertar uma visão de mundo deturpada, mas três regras práticas se mostrarão
úteis.
-Primeiro, seja positivo e trabalhe com o que é fundamental. Antes
de chegarmos ao “não…”, temos de repetir de todas as maneiras possíveis que o
corpo humano é algo maravilhoso que merece respeito. Temos de insistir na
verdade fundamental de que o corpo humano não é apenas algo mecânico: é algo
que possui sentido. Tem uma natureza, um princípio de identidade e operação
intrínseco, que é anterior a qualquer coisa que pensemos a respeito dele. Essa
natureza não é o resultado de uma interação de átomos ou moléculas, mas é
realmente anterior às partículas, e as utiliza para se fazer visível. Além
disso, faz parte de um todo maior conhecido como pessoa, que é esse corpo
(embora também mais do que somente esse corpo) e se comunica em e pelo corpo.
-Segundo, não faça da desaprovação retumbante seu principal modus
operandi. Nossa natureza está caída e ferida por causa do pecado. Todos nós
experimentamos tendências e desejos que contradizem o verdadeiro significado do
corpo, independentemente de nossa “orientação” ou situação na vida. Muitas
vezes um jovem herda dos pais ou de outros mentores uma condição fragmentada
que gera ainda mais confusão. Às vezes, essa confusão leva a desvios sexuais
“heterossexuais”, “gays” ou de outro tipo, mas o fato é que a confusão
relacionada ao gênero faz parte de uma fragmentação generalizada da
sexualidade, experimentada em maior ou menor grau por todos nós. “Se dizemos
que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós”
(1Jo 1, 8) — sem dúvida, isso é verdade em relação à concupiscência
desordenada, que aflige a todos nós. Nossa própria experiência de tentação ou
luta deveria nos tornar humildes, compassivos e capazes de oferecer bons
conselhos que nós mesmos testamos antes de oferecer.
-Finalmente, enfatize a coragem! A santidade que Cristo deu ao
corpo por meio de seu próprio corpo chagado e ressuscitado é para todos,
independentemente das inclinações que possamos experimentar; mas é necessário
ter coragem e convicção para viver à altura de nossa elevada vocação. A
moralidade sexual não equivale ao cumprimento de um conjunto de regras; é,
antes, o árduo caminho de nos tornarmos o que somos e quem somos chamados a ser
em Cristo. Fingir que é algo fácil para pessoas “boas” não ajuda ninguém. Se nos
concentrarmos na verdadeira natureza da castidade, que não implica ficar numa
zona de conforto, mas vencer uma batalha para alcançar a integridade, o
autodomínio e a capacidade de amar, creio que veremos uma resposta daquela
pequena parcela do legado de nossa civilização que ainda anseia pela
grandiosidade.
Notas
I. Neste outro artigo,
encorajo a celebração da Epifania como ela merece ser celebrada: no décimo
segundo dia depois do Natal, como sempre se fez na tradição cristã, tanto no
Oriente como no Ocidente — e critico o fato de ela ter sido empurrada para o
domingo mais próximo, algo um tanto incoerente com o próprio mistério que ela
celebra.
II. Este artigo deve sua gênese
e essência às sábias reflexões de um amigo próximo, que me encorajou a tomar
essas ideias, desenvolvê-las e publicá-las. Fico muito satisfeito em fazê-lo,
pois a verdade é a verdade e merece ser compartilhada. Não creio no mito
iluminista de busca da originalidade a todo custo.
III. É verdade que, hoje, a maioria
das pessoas diria “corpo com gênero”, mas temos de ser muito claros a respeito
disso: sexo é um fenômeno biológico e pessoal, ao passo que gênero é um
fenômeno gramatical. Muitos idiomas têm os gêneros “masculino, feminino e
neutro” para substantivos e adjetivos, mas os animais só possuem dois sexos:
masculino e feminino.
IV. Para ler mais sobre essa
perspectiva, recomendo o meu artigo "Incarnate Realism and the Catholic
Priesthood"
V. Aqui podemos ver a profunda
conexão entre a revolta (ocorrida no início da modernidade) contra a filosofia
natural aristotélica, com sua ênfase na forma e na finalidade, e o subsequente
desenvolvimento da filosofia política do “contrato social”, que também rejeita
a ideia de que a sociedade possui forma e finalidade inerentes. Ela seria,
antes, um conglomerado material de partes sobre as quais alguma ordem é imposta
de modo extrínseco, para servir aos objetivos particulares das partes que a
compõem ou daquele que ordena.
*Peter Andrew Kwasniewski (Arlington
Heights - Chicago, 22 de março de 1971), é um escritor
e compositor católico tradicionalista norte americano. Ele cresceu em Nova
Jersey. Na Delbarton School em Morristown, ele recebeu sua primeira tutela em
música. Ele frequentou a Universidade de Georgetown por um ano, antes de
começar como calouro no Thomas Aquinas College, na Califórnia, onde recebeu seu
bacharelado em Artes Liberais em 1994. Ele recebeu seu MA em 1996 e seu Ph.D.
em 2002 pela Universidade Católica da América, ambos em filosofia. Sua tese de
mestrado em 1996 foi intitulada "A dialética da razão e da fé nas
Meditationes de prima philosophia de Descartes", e seu doutorado, com a dissertação
defendida em 2002 que intitulava-se: "O Êxtase do Amor em Tomás de
Aquino".
Uma
equipe de 25 pesquisadores liderada pela especialista Berenice concluiu que:
Mulheres,
na maioria, como é comum na área de endocrinologia – enfrenta diariamente o
desafio de mostrar a quem aparece por lá em busca de atendimento, que em geral é
possível tratar esses problemas genéticos marcados por um forte preconceito. É
o caso da identificação do SEXO BIOLÓGICO de indivíduos que nascem com genitais ambíguos
– com estruturas masculinas e femininas completas ou não. Esse problema
compreende três grupos de doenças diferentes.
1º)- Um é o
hermafroditismo verdadeiro:
Aquele em que o indivíduo apresenta ovários e testículos e
os órgãos genitais externos com estruturas masculinas e femininas, a chamada
ambigüidade genital. Geneticamente, a maioria dos hermafroditas verdadeiros tem
em cada célula dois cromossomos X – os homens normais têm um cromossomo X e um
Y e as mulheres, dois X. Portanto, biologicamente, eles deveriam ser mulheres!
Mas, como
explicar o desenvolvimento dos testículos?
Provavelmente, isso se deve a
alterações em genes ainda desconhecidos que atuam como o gene SRY do cromossomo
Y, responsável pela formação dos testículos.
2º)- O segundo
grupo é o pseudo-hermafroditismo masculino:
Do ponto de vista genético, o
indivíduo é um homem (XY), mas o pênis não se desenvolve completamente e a
abertura da uretra fica em posição anormal.
“Os pseudo-hermafroditas deveriam
ter sido homens normais, mas não foram completamente virilizados, por causa de
defeitos ocorridos ao longo do desenvolvimento sexual embrionário”, diz
Berenice.
Até os dois meses de gestação, lembra ela, os homens e as mulheres
têm a genitália idêntica – o que os diferencia, a partir desse momento, é a
ação do hormônio sexual masculino, a testosterona.
3º)- As mulheres
pseudo-hermafroditas constituem a terceira categoria:
Apresentam dois
cromossomos X e possuem o aparelho reprodutor feminino completo, como toda
mulher qualquer, mas durante a vida intrauterina sofreram um processo de
virilização dos genitais: o clitóris cresce excessivamente e se apresenta como
uma estrutura semelhante ao pênis.
Desde 1976, chegam a 500 os casos de
ambigüidade genital diagnosticados nessa unidade do Hospital da Clínicas da
USP. A causa mais freqüente – responsável por um em cada três casos – é uma
doença de nome complicado, a hiperplasia adrenal congênita virilizante.
Mutações no gene CYP21A2 resultam na deficiência de uma enzima, a 21
hidroxilase. A escassez
dessa enzima impede a síntese do hormônio cortisol, produzido nas glândulas
supra-renais. Numa reação em cadeia, a falta desse hormônio aciona uma glândula
da base do cérebro, a hipófise, que intensifica a produção de outro hormônio, o
hipofisário corticotrófico, estimulante da atividade das supra-renais. Em
resposta a esse estímulo, as supra-renais aumentam de tamanho e produzem mais
hormônio masculino, a testosterona. Nos fetos do sexo feminino, o excesso desse
hormônio provoca virilização: as mulheres nascem com um clitóris hipertrofiado,
que lembra um pênis, e uma bolsa escrotal sem testículos, que recobre
completamente a vagina. Mas o
aparelho reprodutor interno e os cromossomos são de uma mulher, caracterizando
um caso clássico de pseudo-hermafroditismo feminino. “Às vezes, mesmo em
berçários de maternidades grandes, esse tipo de bebê é registrado como menino”,
diz Berenice.
Sem o auxílio de exames hormonais e da determinação dos cromossomos
sexuais, médicos se confundem e imaginam que se trata de um bebê do sexo
masculino cujos testículos só irão descer para a bolsa escrotal mais tarde. Nos
fetos do sexo masculino, a mutação desse gene faz com que haja apenas o
crescimento anormal das supra-renais, sem alterações nos genitais externos.
Fonte - https://revistapesquisa.fapesp.br/identidade-sem-ambiguidade
BIBLIOGRAFIA:
-https://padrepauloricardo.org/blog/sexo-e-corporeidade-na-teologia-catolica
-http://reflexoesdateologia.blogspot.com/2013/02/o-sexo-cromossomico-refuta-o.html
-https://pt.aleteia.org/2014/06/15/intersexuais-do-ponto-de-vista-teologico-uma-terra-de-ninguem/
-https://cleofas.com.br/o-que-os-pais-catolicos-devem-pensar-sobre-o-caso-de-criancas-transgeneros/
-GUERRA, Andréa Trevas Maciel; JÚNIOR, Gil Guerra. Menino ou Menina? Os distúrbios da
diferenciação do sexo. 1ª ed. Barueri-SP: Manole, 2002.
-MAGALHÃES, Naiara: O
sexo forte. Revista Veja, p. 154, ed. 2190, 10
novembro 2010.
-PASTERNAK, Jack J. An introduction to human molecular
genetics: mechanisms of inherited diseases. Tradução
Ida Cristina Gubert, 1ª ed. Barueri-SP: Manole, 2002.
-REGATEIRO, Fernando J. Manual de Genética Médica. 2ª ed. reimp. Coimbra: Imprensa da
Universidade de Coimbra, 2007.
------------------------------------------------------
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A grande verdade é esta: "Todos somos homens ou mulheres, a orientação sexual é uma escolha que o indivíduo segue, no caso de homossexuais, travestis e transexuais ela é contrária a sua natureza genética, sendo influenciada não como uma imposição da natureza, como querem dizer alguns se justificando que nasceram assim, mas, pelas imposições ou escolhas encontradas no meio onde vivem." Simples assim!
Hoje, a maioria das pessoas diria “corpo com gênero”, mas temos de ser muito claros a respeito disso: sexo é um fenômeno biológico e pessoal, ao passo que gênero é um fenômeno gramatical. Muitos idiomas têm os gêneros “masculino, feminino e neutro” para substantivos e adjetivos, mas os animais só possuem dois sexos: masculino e feminino.
Marineide - SP
Desde 1976, chegam a 500 os casos de ambigüidade genital diagnosticados nessa unidade do Hospital da Clínicas da USP. A causa mais freqüente – responsável por um em cada três casos – é uma doença de nome complicado, a hiperplasia adrenal congênita virilizante. Mutações no gene CYP21A2 resultam na deficiência de uma enzima, a 21 hidroxilase. A escassez dessa enzima impede a síntese do hormônio cortisol, produzido nas glândulas supra-renais. Numa reação em cadeia, a falta desse hormônio aciona uma glândula da base do cérebro, a hipófise, que intensifica a produção de outro hormônio, o hipofisário corticotrófico, estimulante da atividade das supra-renais. Em resposta a esse estímulo, as supra-renais aumentam de tamanho e produzem mais hormônio masculino, a testosterona. Nos fetos do sexo feminino, o excesso desse hormônio provoca virilização: as mulheres nascem com um clitóris hipertrofiado, que lembra um pênis, e uma bolsa escrotal sem testículos, que recobre completamente a vagina. Mas o aparelho reprodutor interno e os cromossomos são de uma mulher, caracterizando um caso clássico de pseudo-hermafroditismo feminino. “Às vezes, mesmo em berçários de maternidades grandes, esse tipo de bebê é registrado como menino”...E ai eu pergunto: e porque não menina?
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