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A técnica da "cadeira vazia" na cura interior e nas relações humanas

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 21 de dezembro de 2021 | 23:22



 

Entre as abordagens de psicoterapia existentes, há uma forma alternativa chamada Gestalt-Terapia, que é um modelo psicoterápico com ênfase na responsabilidade de si mesmo, na experiência individual do momento atual (chamado também de aqui e agora), no relacionamento terapeuta-consulente e na autorregulação e ajustamento criativos do indivíduo, levando em conta sempre o meio ambiente e o contexto social, que constituem o ser de um modo geral. A teoria foi desenvolvida pelos teóricos Fritz Perls, Laura Perls e Paul Goodman entre as décadas de 1940 e 1950, e conhecida através da publicação do livro Gestalt-Theraphy em 1951. A Gestalt-Terapia prega que tudo o que está ao redor de uma pessoa influencia na maneira como ela vê o mundo. A gestalt-terapia tem como principal objetivo ajudar o cliente a desenvolver o seu potencial e conquistar uma vida mais feliz. Isso se torna possível quando a pessoa desenvolve uma melhor relação consigo mesma. Dessa forma, naturalmente, ela consegue se comunicar e interagir de forma mais saudável com tudo e com todos ao seu redor. Essa é uma abordagem terapêutica baseada em uma vertente da psicologia que estuda os fenômenos da percepção humana. Também conhecida como terapia do contato, a psicologia da gestalt induz a pessoa a se conectar consigo mesma.Essa abordagem leva em consideração que “o todo não é igual a soma de suas partes”. Logo, não se baseia apenas na dificuldade, doença ou queixa apresentada pelo paciente. Ela visa atingir o desenvolvimento pessoal como um todo. Por isso, considera:

 

 

 

        As emoções.

 

 

        As percepções.

 

 

        Os comportamentos.

 

 

 

A gestalt-terapia pode ser aplicada em um grupo de pessoas, famílias, casais ou de forma individual. Em todos esses casos, a ideia é sempre a de desenvolver o potencial de cada indivíduo para que sozinho ele consiga mudar a própria realidade. São várias as correntes filosóficas que influenciaram a gestalt-terapia. As mais importantes são:

 

 

        O humanismo.

 

 

        O existencialismo.

 

 

        A fenomenologia.

 

 

 

-Do humanismo, a gestalt-terapia  herdou a ideia de que o homem é o centro da existência e do mundo. É o indivíduo que tem o poder de criar e, por isso, as buscas por suas potencialidades devem ser constantes. Dessa forma, a filosofia humanista influenciou a gestalt-terapia por focar na valorização do ser humano.

 

 

 

-Já o existencialismo prega que todo ato psíquico é resultado da intenção, que foi originada da própria consciência. Assim, o indivíduo se torna o único responsável por tomar suas próprias decisões, já que é provido de vontade e possui liberdade de escolhas. Em suma, para a gestalt-terapia o existenmo levou a ideia de que a pessoa é responsável por seus atos e capaz de projetar o seu caminho.

 

 

 

-Por fim, a fenomenologia prega que o mundo é o fenômeno, que precisa ser desvendado e revelado. Além disso, diz que o fenômeno é baseado nas experiências vividas por cada pessoa. Dessa forma, enfatiza a importância da busca pela essência, pelo significado pela consciência.  Resumidamente, influenciou a gestalt-terapia na busca pelo “retorno à consciência” do eu real e o eu ideal.

 

 

 

Os 3 conceitos da Gestalt-Terapia

 

 

 

Para compreender de uma forma mais ampla a gestalt-terapia, é importante conhecer os principais conceitos dessa abordagem:

 

 

 

A gestalt-terapia é focada no presente e na análise do que acontece hoje. Embora o passado seja considerado durante a investigação, o que conta mesmo é a maneira como ele interfere no momento atual.Essa escolha é feita porque entende-se que a pessoa só pode agir ou mudar algo no presente e, por isso, ele é o mais importante.

 

 

 

1)-Consciência (awareness)

 

 

 

As mudanças só são conquistadas quando a consciência é alcançada. Por isso, é importante que a pessoa consiga perceber o que acontece na vida, tanto no que envolve os seus sentimentos, quanto no mundo exterior. Só quando ela consegue aceitar essa realidade, é capaz de buscar pela mudança almejada.

 

 

 

2)-Responsabilidade

 

 

 

Por fim, é preciso que o indivíduo aceite e entenda que as mudanças, boas ou ruins, são baseadas nas escolhas dele. Assim, ao invés de colocar a culpa em alguém ou no universo, a pessoa passa a aceitar que o que ela está acontecendo é resultado das suas opções e ações. Só assim ela será capaz de buscar por mudanças. A gestalt-terapia pode ser útil em várias etapas da vida, pois ajuda a pessoa a adquirir autoconhecimento, entender que é a responsável pelo caminho que percorre e a lidar com as adversidades de maneira mais efetiva. Dessa forma, fica mais simples traçar e alcançar os objetivos.

 

 

 

 

Dentre as formas de aplicar essa psicoterapia, há uma chamada técnica da cadeira vazia!

 

 


 

Assim como as demais, ela parte do princípio que os posicionamentos individuais e até mesmo a maneira como a pessoa se enxerga são resultantes dos estímulos recebidos do meio. Essa é uma das técnicas mais usadas pela Teoria da Gestalt, mas também é aplicada por terapeutas que atuam em outras linhas, esporadicamente. A técnica foi desenvolvida pelo neuropsiquiatra e médico psicanalista Fritz Perls, criador da Gestalt Terapia.Resumidamente, a pessoa se senta em frente a uma cadeira vazia e fala com ela, como se fosse alguém real. A ideia é focar em uma pessoa que tenha participado de um fato relevante e que mudou a vida de quem está fazendo a terapia. Dessa forma, é possível entrar em contato emocional com o evento e concluí-lo.Por isso, ela é comumente aplicada para ajudar o indivíduo a superar traumas. Também é útil no tratamento de estresse pós-traumático.

 

 

 

Como essa técnica funciona?

 

 

 

Ao iniciar uma terapia com a técnica da cadeira vazia, a pessoa encontra uma cadeira para si, a do terapeuta e uma terceira vazia. O indivíduo é estimulado e imaginar algo ou alguém, como se estivesse ali sentado na cadeira vazia. No imaginário, a pessoa tratada deve projetar outro indivíduo ou um sentimento qualquer, com o qual esteja lutando. Inicialmente, ela precisa abordar o que está sendo projetado na cadeira e dizer tudo o que gostaria. Posteriormente, o evento em questão será trabalhado. Dentre os usos mais comuns estão os problemas interpessoais como quando:

 

 

 

 A pessoa se sente muito submissa.


 

 Há o sentimento de solidão ou de abandono.

 

 

 A pessoa está irritada, frustrada, decepcionada, ou brava com alguém.

 

 

Assim, embora não possa mudar o que aconteceu, por meio da técnica da cadeira vazia a pessoa conseguirá expressar o que, no momento do trauma, não pode. Dessa forma, será capaz de dar um novo significado ao fato.

 

 

 

 

Dificuldades da Cadeira Vazia

 

 

 

 

A técnica tem demonstrado bons resultados no tratamento de autoaceitação, resolução de traumas ou desbloqueio emocional. No entanto, na hora da aplicação, algumas dificuldades poderão ser encontradas pelo terapeuta e pela pessoa. A primeira delas é que, para que tenha um resultado positivo, o indivíduo precisa ter uma boa capacidade de imaginar. Afinal, ele terá que projetar alguém e determinar a personalidade dessa pessoa, para que possa abordar o momento vivido e trabalhar na resolução de problemas. Dessa forma, se a pessoa tratada não tem boa capacidade imaginativa, ela não conseguirá desenvolver o que é preciso para que a técnica da cadeira vazia seja aplicada. Nesses casos, o terapeuta pode tentar realizar perguntas para facilitar a projeção. A segunda é que o próprio paciente pode não se sentir confortável em dialogar com uma cadeira vazia e se recusar a fazer o procedimento. Ele pode ter receio em projetar os próprios pensamentos em voz alta ou se sentir ridículo com o momento.Por fim, a terceira dificuldade que pode ser encontrada é a dificuldade de encontrar uma alternativa ou outra perspectiva para a situação vivida. Às vezes, o desconforto é tão grande que encontrar outro caminho se torna muito complicado.

 

 

 

 

UM TESTEMUNHO PRÁTICO!

 



 


 


O pai de uma jovem da igreja estava muito doente, por isso, a moça pediu para que seu pastor fosse visitá-lo no hospital. Quando entrou no quarto do enfermo, o pastor se deparou com o idoso deitado na cama, com a cabeça apoiada em dois travesseiros. Ao seu lado direito, havia uma cadeira vazia. Ao ver aquela cadeira vazia ao lado da cama, o pastor pensou que o homem estava esperando a sua chegada. Então ele disse:

 

_ Acredito que o senhor estava me esperando...

 

Mas o idoso respondeu:


_ Na verdade, não... Eu nem sei quem é o senhor... Quem é você?

 

Respondeu então o pastor:

 

 

_ Meu nome é Gilmar e eu sou o pastor da sua filha. Foi ela quem pediu para que eu viesse aqui rezar pelo senhor e quando me deparei com a cadeira vazia, pensei que soubesse que receberia a minha visita.

 

 

Com a voz enfraquecida, o pai da jovem começou a falar:

 

 

_ Ah, essa cadeira? Ela tem uma história...

 

 

_ Então me conte! Interrompeu o pastor.

 

 

O senhor prosseguiu:

 

 

_ Eu nunca soube orar em toda a minha vida. Na verdade, eu nunca quis aprender, pois sempre achei que Deus estava muito longe de mim, resolvendo coisas mais importantes.  Até que um dia um amigo cristão me falou: "Orar é conversar com Jesus. Quando você quiser falar com Ele, sente-se em uma cadeira e coloque a outra na sua frente. Pense que Jesus está sentado nessa cadeira e, então, comece a conversar".

 

 

Antes que o pastor pudesse falar algo, o senhor continuou:

 

 

_ Eu gostei muito daquela ideia e, desde então, converso com Jesus durante duas ou três horas por dia. Eu sempre tomo cuidado para ninguém ver, principalmente a minha filha, porque é perigoso ela me internar em um hospício. Brincou ele...

 

 

O pastor se simpatizou com aquele homem e eles ficaram conversando por horas. Por fim, rezaram juntos e o pastor Gilmar voltou para casa. Três dias depois, a filha do homem doente comunicou a igreja que seu pai havia falecido naquela tarde. O pastor, então, lhe perguntou:

 

 

_ Ele morreu em paz?

 

 

A jovem, com os olhos cheios de lágrimas, respondeu:

 

 

_ Creio que sim, pastor. Creio que ele morreu em paz. Pouco antes de partir, ele me deu um beijo e disse que me amava. Tive que sair do quarto por alguns minutos e, quando voltei, ele já havia falecido. Só uma coisa me deixou intrigada, pastor...

 

_ O que foi, minha filha? Perguntou.

 

 

_ O senhor se lembra daquela cadeira que ele insistia em deixar ao lado de sua cama? Então... Ele arrastou para bem perto da cama e morreu com a cabeça encostada nela.

 

 

O pastor não conteve o sorriso e disse àquela moça:

 

 

_ Louve a Deus por isso, minha filha!

 

_ Por que, pastor?

 

_ Por que ele morreu no colo de Jesus!

 

 

 

 

"Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Romanos 8,38-39).

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA:

 

 

 

-https://www.vittude.com/blog/gestalt/

 

 

https://tercodoshomensdecaico.blogspot.com/search/label/A%20cadeira%20vazia?m=0

 

 

 

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