A vida humana é muito
mais do que as ciências e a política podem compreender. Desta forma, a religião
é uma janela aberta para o algo mais, para aquilo que transcende. Enquanto
a religião busca religar o homem a Deus, a psicologia tem o papel de
compreender o homem em sua totalidade e auxiliá-lo a viver em harmonia,
equilíbrio e de forma saudável. Embora muitos tentem constantemente
separar a religião da psicologia ou da ciência em geral, ambas não se
contrapõem, muito menos se excluem. Freud, em sua linha mais determinista,
afirmava que a religião é uma criação do psiquismo, uma ilusão dispensável que
afasta o ser humano da realidade, surgida a partir da necessidade de defesa
contra as forças da natureza. O pensamento freudiano também tem suas raízes em
outros filósofos como o próprio Karl Marx que, dentre outros, também afirmam desresponsabilizar
os homens pelas conseqüências de seus atos.Em
Victor Frankl, o pensamento determinista de Freud recebe duras críticas, para
ele ainda que o cientista encontre verdades a respeito de uma realidade humana,
jamais pode afirmar que esta verdade resume toda a completude do ser humano,
desta forma Frankl desenvolve o conceito da ontologia dimensional, ou seja, um
fundamento sobre o qual o ser humano deve ser compreendido sempre como um ser
tridimensional, de bases biológica, psicológica e espiritual.É fato que muitas vezes
o ser humano utiliza da religião para desresponsabilizar-se, é muito comum,
inclusive na prática clínica, ouvir as pessoas dizendo que as coisas
aconteceram ou deixaram de acontecer em sua vida porque “Deus quis assim” ou
“esta foi a vontade de Deus”. Há também uma ilusão inconsciente, uma relação
neurótica com a imagem de Deus, da qual as pessoas acreditam que o mal que lhes
ocorre é porque estão sendo castigadas devido a um erro que cometeram, um
pecado ao qual não conseguiram superar. Esta relação com a religião é de fato
doentia, ilusória e desresponsabiliza o ser humano. Marx e Freud encontram
razão em suas afirmações em situações como estas. É fato também que
muitas vezes o ser humano encontra-se em situações limite, em situações sobre
as quais não tem nenhum poder para transformar a realidade que vive, seja
diante de uma doença incurável, seja diante de um sofrimento inevitável ou
ainda diante das atitudes de outras pessoas ao seu redor. São nestes momentos de forma
especial que o poder da espiritualidade se manifesta, são em momentos assim que
a fé pode se manifestar de forma extraordinária. É fato que as pessoas
de fé conseguem superar com mais facilidade a depressão, por exemplo.A religião é uma forma
de ajuda para que as pessoas vivam sua dimensão espiritual, não é de forma
alguma uma ilusão, nem tampouco seja dispensável. Vale também destacar, por
exemplo, a incoerência das críticas de Freud e Marx. Hoje, um século após os
inícios da psicanálise fundada por Freud, muitos homens e mulheres que se
submetem a uma análise ortodoxa freudiana tornam-se dependentes desta análise,
não é difícil, por exemplo, encontrar grandes personalidades que estão há mais
de 8 anos fazendo análise, as quais trocaram seis por meia dúzia, ou seja,
supostamente estão libertas da religião, mas escravas de terapias
intermináveis (uma troca de seis por meia dúzia). Quantos são os psicanalistas ou cientistas de quaisquer que
sejam as abordagens que insistem em negar a religião, mas que defendem suas
teorias como verdades incontestáveis negando o próprio conceito de ciência que
é justamente o de conhecimento refutável!
Veja abaixo as principais linhas e seus
expoentes:
Por: Andressa Vieira - Psicanalista em
Pinheiros, São Paulo
Apesar de serem muitas
as linhas de psicanálise, todas têm origem no freudismo clássico, que sofreu
adaptações ao longo do tempo. Cada linha tem sua peculiaridade; no entanto,
a maioria dos analistas não trabalha com uma única corrente, mas com uma
combinação única entre elas, que varia de acordo com a individualidade de cada
paciente. É importante que o analisando se sinta à vontade durante o
tratamento – por isso, o critério fundamental para a escolha de um psicanalise
deve ser, acima de tudo, a confiança, a segurança e a empatia sentidas nos
primeiros encontros.
I - Linha Freudiana
(Escola austríaca)
A psicanálise teve
início com o neurologista e psiquiatra Sigmund Freud (1856-1939), em Viena, na
Áustria, por volta de 1900. Freud propôs os conceitos de inconsciente,
pulsão e recalque, formulando um novo tratamento das neuroses. Sándor
Ferenczi e Anna Freud – filha de Sigmund – foram importantes seguidores dessa
linha.
Principais características:
a)-Na clínica clássica
freudiana, o foco é a escuta dos pensamentos, fantasias e sonhos do analisando
– e até o seu silêncio.
b)-Durante a sessão, o
analista questiona e propõe interpretações, para que o paciente
desenvolva sua própria análise.
c)-O analista que segue
esta linha tem uma postura sóbria e se comporta de uma forma mais neutra,
trocando pouco com o analisando.
II - Linha Winnicottiana (Escola inglesa)
Donald Woods Winnicott
(1896-1971) foi médico pediatra e psicanalista, e seu trabalho ganhou especial
relevância na Inglaterra ao fim da 2ª Guerra Mundial, quando desenvolveu um
conjunto de novas intervenções clínicas e teóricas. Para Winnicott, o ser humano não
é apresentado como um objeto da natureza, mas sim como uma pessoa que, para
existir, precisa do cuidado e da atenção da figura materna. Winnicott
foi presidente da Sociedade Britânica de Psicanálise, e fundador da psicanálise de crianças na Grã-Bretanha, antes da chegada a Londres de
Melanie Klein. No centro do intenso conflito entre Anna Freud (que tinha uma
concepção “pedagógica” da psicanálise infantil) e Melanie Klein (cuja prática
clínica era centrada nos jogos e na observação das psicoses primitivas, segundo
ela, presentes em todas as crianças), Winnicott foi afirmando sua
independência. Sempre foi um admirador do trabalho de Melanie Klein, que chegou
a supervisioná-lo no início de sua carreira.
Principais características:
a)-O recebimento
inicial dos pacientes que procuram a linha winnicottiana é mais caloroso, e o atendimento
é adaptado às suas necessidades.
b)-A duração das
sessões pode ser flexibilizada, assim como a disponibilidade do analista para
atender algumas necessidades do paciente.
c)-O analista que segue
esta linha tem uma postura ativa e mais próxima, e a troca com o analisando é
maior – o que faz com que a psicanálise winnicottiana seja muito
indicada para pessoas resistentes ao silêncio durante as sessões ou ao
método interpretativo.
d)-A sessão requer que
o analista vivencie um estado de relaxamento e espontaneidade, a fim de acolher
o paciente e estabelecer uma base de confiança.
III -
Linha Lacaniana (Escola francesa)
O trabalho de Jacques
Lacan (1901-1981) emergiu na França, a partir de debates políticos e filosóficos,
ganhando relevância a partir da década de 1970, quando havia um questionamento
de um modelo muito rígido de formação dos psicanalistas. Além de
repensar esse modelo, Lacan propôs uma nova forma de entender a psicanálise,
segundo a qual o inconsciente se estrutura como linguagem.
Principais características:
a)-O analista que segue
a linha lacaniana tem uma postura mais direta e impessoal – ele não responde
perguntas, não fala sobre si e não emite opiniões.
b)-Nessa linha, o foco
do atendimento é a palavra, sua representação e seu simbolismo.
c)-Os psicanalistas
lacanianos utilizam o conceito de tempo lógico: ao contrário das sessões de 50
minutos, o fim da sessão é determinado de acordo com cada situação, e podem
haver sessões curtas ou ultracurtas.
IV - A terceira escola Vienense de Psicoterapia: A
Logoterapia de Viktor Emil Frankl
A Logoterapia e
Análise Existencial é conhecida como a Terceira Escola Vienense de
Psicoterapia, sendo a Psicanálise Freudiana a Primeira e a Psicologia
Individual de Adler a Segunda.
Independente de
diretriz religiosa e social, todos nós nos perguntamos qual a razão de estarmos
vivos? Isso vai muito alem de sentido biológico, procurando uma ponte
existencial para responder adequadamente essa pergunta. A Logoterapia se configura como
um sistema teórico que ao contrário do niilismo, busca sentido para a
existência humana. Concebido pelo psiquiatra vienense Viktor Frankl,
ela visa questionar algumas bases já existentes e busca um novo significado
para elas.Viktor
Emil Frankl (Viena, 26 de março de 1905 — Viena, 2 de setembro de 1997) foi um
neuropsiquiatra austríaco e fundador da terceira escola vienense de
psicoterapia, a Logoterapia e Análise Existencial. O
doutor Frankl ficou mundialmente conhecido depois de descrever a sua
experiência dramática em quatro campos de concentração nazistas, em seu
best-seller internacional: Em Busca de Sentido. Viktor cria a primeira
ciência especializada em sentido da vida do mundo. Foi conferencista e
professor convidado em dezenas de universidades, incluindo a Harvard
University. Recebeu vinte e nove títulos de doctor
honoris causa (incluindo um título emitido pela Universidade de Brasília); o
prêmio Medicus Magnus e a Estrela-de-Ouro Internacional, por serviços prestados
à humanidade. Oswald Schwarz disse que a Logoterapia teria, nas ciências
psicológicas, o mesmo papel que a Crítica da Razão Pura, de Immanuel Kant, teve
na Filosofia.Viktor Frankl é um dos autores mais
estudados em psicologia e counseling nos Estados Unidos e Canadá. A Logoterapia
já conta com inúmeros estudos experimentais em ambos os países. No Brasil, em
Angola e em Portugal, entretanto, ainda contamos com um tímido estudo
sistemático das obras desse autor. Todavia, iniciativas pioneiras têm
remediado esse defasamento, dentre elas, destacamos os trabalhos de algumas
instituições reconhecidas internacionalmente pelo Instituto Viktor Frankl, na
Áustria, e pela Associação Internacional de Logoterapia e Análise Existencial.A ideia é expandir uma
reflexão profunda a respeito de nossa presença neste plano e objetivo. Esse sistema acabou por se tornar a Terceira Escola de
Psicoterapia, sendo esta Vienense, fechando a tríade de pensamento. As outras
duas são a Psicanálise de Freud e a Psicologia Individual de Adler.
Começou a ser bastante difundida quando Frankl sobreviveu a quatro campos de
concentração. Com isso, deduzimos a fonte de sua existência.Em
suma, como aberto acima, afirma que o ser humano tem necessidade em encontrar
sentido na vida. Dessa forma, a “vontade de sentido” ganha mais força do que a
força motivadora de cada pessoa. Cabe ressaltar que não existem ligações
religiosas externas com essa vertente terapêutica. Esta é independente de
qualquer influência.
Os três Pilares da Logoterapia
A Logoterapia, independente
de como se apresente, possui três pilares muito essenciais para construir sua
filosofia. Por meio deles, conseguimos levantar questionamentos
pertinentes a respeito de nossa permanência aqui, bem como tomar diretrizes.
Assim, nos centraremos melhor em nossa busca se observarmos:
1º)-Liberdade da vontade: Nós, seres humanos, segundo
a Logoterapia, temos liberdade para decidir sem sermos determinados por condições.
Somos capazes de tomar atitudes em relação ao que acontece dentro de nós, bem
como externamente. A liberdade ganha o sentido de espaço para conduzir nossa
vida de acordo com as possibilidades dadas. Isso advém diretamente da nossa
realidade espiritual em relação ao mundo e à própria mente. Ligados ao
espírito, nos tornamos capazes de moldar nossas vidas. A partir daí,
conseguimos lidar adequadamente com sintomas e recuperar nossa
autodeterminação.
2º)-Sentido da vida: aqui é considerado um objeto palpável e
distante de qualquer ilusão de cada pessoa. Além disso, os humanos são
conduzidos a darem o melhor de si ao mundo notando o sentido em cada situação.
Com isso, se ressalta cada potencial em relação sentido. Ao fim, é notado de se
manifesta de acordo com a pessoa e ao momento. Basicamente, esse sistema
teórico não impõe um sentido universal à vida. Isso vai de acordo com cada
pessoa, dando flexibilidade para entender e moldar as suas vidas de modo mais
relevante.
3º)-Vontade de sentido: A liberdade do ser humano se configura
também no direcionamento deste a algo. Com isso, é levantado que cada um de nós tem
um propósito e objetivos a serem alcançados. Quando procuramos por eles,
imediatamente procuramos por um sentido em nossas vidas. Sem a vontade de
sentido, qualquer um experimenta um vazio existencial e sem sentido. Assim,
a Logoterapia fomenta a busca deste para captar potencialidades com base nas
próprias perspectivas.
Consequências da vida sem sentido
A Logoterapia indica
que os indivíduos sem essa busca são passíveis de serem atormentados por problemas
físicos e psicológicos. Dessa forma, a frustração em não achar o sentido da própria
vida acaba se voltando ao próprio corpo e à mente. Isso pode ser visto na agressão, já que este se
encontra sensível em relação à falta de uma função. Além disso, a depressão pode
tomar conta de sua vida, diminuindo ainda mais o seu olhar a algo. Caso o
quadro existencial continue e ela não seja tratada, pode nutrir tendências
suicidas e distúrbios neuróticos. Ademais, as doenças psicossomáticas
podem surgir, atingindo de forma sistêmica o indivíduo.
Técnicas da Logoterapia
As técnicas às quais
Viktor Frankl se valia na Logoterapia servem de base para outros procedimentos
criados posteriormente. Ainda hoje, continuam moldando novos métodos e testes.
Mesmo após tanto tempo, elas continuam relevantes para a melhor aplicação e estudo
do processo. Abaixo, se concentram as
mais repercutidas no trabalho de Frankl:
1ª)-Derreflexão: Indicada para quem possui problemas
de insônia ou de cunho sexual, bem como ansiedade. Com uma auto-observação
exagerada, acabamos por intensificar algumas percepções e reações prejudiciais
a nós mesmos. Com base nisso, a derreflexão consegue romper esse ciclo
neurótico e afasta a atenção exagerada nos sintomas negativos.
2ª)-Intenção paradoxal: Essa técnica é voltada para quem tem
transtornos compulsivos e ansiedade, bem como síndromes vegetativas. Nisso, um médico ou
terapeuta auxiliará os pacientes a se sobressaírem. Dessa forma, conseguem
superar cada uma de suas obsessões ou ansiedades de autodistanciamento. Isso
quebra o círculo de aumento dos sintomas.
3ª)-Diálogo Socrático: As expectativas aqui podem comprometer
qualquer alcance para se chegar ao sentido. Isso porque podem facilmente
alienar alguém das potencialidades de sentido a si próprio. Dessa forma, acaba
acentuando distúrbios neuróticos ou fazendo destes consequências de atitudes
mal-tomadas.Com o Diálogo Socrático, os pacientes são
conduzidos a observar suas atitudes irreais e sem prudência. Com isso,
constroem uma perspectiva mais saudável para alcançar uma vida completa.
A conversação utilizada aqui traz a possibilidade de realizar um sentido
adequado à vida.
Aplicações da Logoterapia:
A Logoterapia pode ser
bem direcionada através de um contato mais coletivo entre terapeuta e paciente.
Por exemplo, é perfeitamente encaixável conduzi-la em uma leitura plural, de
modo a agregar várias pessoas ao mesmo tempo. Montando um grupo de apoio, é
possível trabalhar e fomentar as diversas perspectivas existentes. Além disso,
um grupo de apoio terapêutico também permite a inclusão desse sistema de
teoria. Somando com uma terapia mais convencional, o trabalho de resgate a um
direcionamento se torna mais eficaz. Como se sabe, a humanidade, por
mais conectada que seja, carrega uma visão individualizada da própria vida.
Cada um de nós carrega uma perspectiva única que visa dar sentido ao momento
existencial que estamos. Essa é a premissa da Logoterapia: conduzir o indivíduo
para que este encontre o seu sentido sobre a sua própria existência. Dessa
forma, pode se sentir mais pleno e funcional para usufruir de suas capacidades
físicas, mentais, emocionais e sociais. Com a Logoterapia, é possível que ancoremos
corretamente nossos esforços para alcançar uma centralidade existencial.
Sabemos quem somos, o que somos e o qual o nosso propósito.
Linhas psicoterápicas tradicionais
São aquelas estudadas
nas faculdades de psicologia e reconhecidas pelos
Conselhos da profissão. Apesar de
existirem estas cinco linhas principais, dentro de cada uma existem variações e
subcategorias que variam um pouco.
Baseada nos estudos de
Freud, ela trabalha com a premissa de que temos um inconsciente, onde acontecem
processos psíquicos que podem explicar nossos conflitos. O psicanalista através
da sua fala ou dos relatos de sonhos vai procurar entender o que o seu
inconsciente está expressando, para te conduzir a tornar isso consciente e
lidar com as questões. Trabalha muito a ideia de traumas gerados no passado.
Como são as sessões:
-O paciente fala, o psicanalista conduz através de
perguntas e comentários.
Duração da terapia:
-Não tem prazo definido, podem ser anos.
Indicada para:
-Quem prefere um processo mais profundo e lento.
Foi criada por Jung, um
discípulo de Freud. Também parte da ideia do inconsciente, mas acredita que existe um
inconsciente coletivo, símbolos que têm o mesmo significado para todas as
pessoas. Na terapia analítica, o profissional tenta interpretar como
esses símbolos aparecem nos relatos do paciente, para que ele possa entender os
processos que acontecem no seu inconsciente e levam ao sofrimento.
Como são as sessões:
-O paciente fala e o terapeuta conduz através de perguntas
e comentários.
Duração da terapia:
-Não tem prazo definido.
Indicado para:
-Quem prefere um processo mais reflexivo e lento.
É uma terapia
geralmente feita em grupo, baseada na encenação improvisada dos conflitos. Ela
parte da ideia de que as questões são fruto das relações estabelecidas pela
pessoa desde a infância e propõe uma retomada dessas experiências durante o
processo terapêutico. Nas sessões, primeiro o grupo discute um tema,
quando surge um protagonista. Em seguida é feita a encenação, quando o
protagonista contracena com os demais, que assumem os papeis coadjuvante
ligados ao tema. Por fim o grupo compartilha seus sentimentos em relação à
cena. Quem conduz tudo e dirige a cena é
o terapeuta.
Duração da terapia:
-Não tem prazo definido.
Indicado para:
-Quem prefere algo mais movimentado e gosta de trocas e de
compartilhar com outros.
4)-Psicologia comportamental
Trabalha com a análise
do comportamento da pessoa, sem uma grande preocupação com uma investigação da
interioridade e do inconsciente. Olhando para os comportamentos que a pessoa
tende a repetir em determinados contextos, a terapia procura fazer com que isso
seja cada vez mais perceptível, para em seguida ser mudado.
Como é a sessão:
-O paciente fala e o psicólogo ouve e conduz. Podem ser
usados exercícios de relaxamento e respiração e também haver a designação de
tarefas para casa, com preenchimento de formulários ou leituras.
Duração da terapia:
-Não tem prazo definido.
Indicado para:
-Quem procura um resultado mais rápido e um processo mais
ativo.
Procura entender a fala
do paciente como um todo. Tem menos preocupação com os fatos em si e mais com a
forma como o sujeito interpreta a vida, olhando para a maneira como ele
organiza seu pensamento e o expressa. O foco é todo no momento exato da terapia,
no aqui e agora, e na relação do paciente com o terapeuta, com objetivo de que
ele tome consciência do que diz e faz, para depois reproduzir essa tomada de
consciência fora do consultório.
Como é a sessão:
-O paciente fala e o terapeuta conduz de maneira mais
ativa, fazendo observações sobre o que acontece ali.
Duração da terapia:
-Não tem prazo definido.
Indicado para:
-Quem prefere uma percepção mais direta das relações que
tem com o mundo ao seu redor.
Existem linhas de
terapias alternativas, que envolvem outras técnicas além das estudas pela
psicologia em sua metodologia de trabalho.
Em moda no Brasil, essa
terapia considera a pessoa como parte de uma trama de relações que vêm de
várias gerações. Cada indivíduo é uma estrela no que seria uma constelação da
família toda. E dentro disso, um sofrimento de agora pode ter origem em um conflito
mal resolvido de pessoas que vieram antes. Para enxergar esse conflito, é feita
uma sessão em grupo em que, sem conversar com o paciente, desconhecidos assumem
papeis das pessoas envolvidas em sua vida. Essas pessoas captariam as
informações sobre a questão de um círculo de energia que se formaria entre os
participantes. O paciente, ou "constelado", ao ver seus conflitos
encenados de fora, tem uma visão diferente sobre o que lhe causa sofrimento.
Como é a sessão:
-Podendo durar de 20 minutos a mais de duas horas, ela é
feita com uma pessoa começando a assumir um papel indicado pelo constelador. A
partir daí, outras pessoas podem assumir outros papeis e interpretar situações.
O constelador, ou terapeuta, apenas observa e analisa, assim como o paciente.
Duração da terapia:
-Uma sessão pode ser suficiente.
Indicado para:
-Quem quer algo bem rápido.
Criada no Brasil,
essa metodologia terapêutica parte da ideia de que os indivíduos estão
inseridos na sociedade e em um contexto político e isso tudo influencia o que
lhe causa sofrimento. A terapia é em grupo e envolve exercícios físicos
que usam diversas técnicas de capoeira, teatro e conversa. É considerada uma terapia anarquista.
Como é a sessão:
-Dura três horas e começa com 40 minutos de exercício
físico, seguido de conversa sobre os sentimentos despertados na atividade.
Duração da terapia:
-Um ano de sessões semanais.
É indicada para:
-Pessoas que se alinham a uma visão de grupo e valorizam a
política em suas vidas, sem doenças psiquiátricas e com capacidade física para
os exercícios.
Antes era chamada de
terapia de vidas passadas. Nela, acredita-se que as pessoas têm almas
imortais que passam por várias vidas em vários corpos. E os sofrimentos de hoje
podem ter origem em algo que acontece em outra vida. Através da
respiração ou relaxamento, o terapeuta coloca a pessoa em um estado de
semiconsciência, no qual é conduzida a se lembrar dos momentos traumáticos do
próprio passado, de dentro do útero ou até de outras vidas. Ao se lembrar, a
pessoa reprogramaria sua relação com o sentimento e, com o tempo, supera o
trauma.
Como é a sessão:
-Primeiro é feita uma sessão de entrevista, em que o
paciente faz suas queixas. Na sessão de regressão, com um exercício de
relaxamento, o terapeuta coloca o paciente em estado de quase transe e conduz seu pensamento a lembrar de
tudo.
Duração da terapia:
-Duas entrevistas e duas sessões de regressão.
É indicada para:
-Pessoas que acreditem na ideia de vidas passadas.
CONTRIBUIRAM NESTAS INFORMAÇÕES:
*Paula Peron, coordenadora do curso
de psicologia da PUC-SP;
*Diva Lúcia Gautério, presidente
do CRP-RJ;
*João da Matta, psicólogo somaterapeuta;
*Mário Koziner, psicoterapeuta e
psiquiatra;
*Suely Molitermo, psicoterapeuta especialista em regressão de
memória.
Embora hoje tenhamos um
bom número de cristãos em geral exercendo ou estudando a psicanálise, ainda
existem controvérsia a respeito da relação entre a “psicanálise e fé cristã”. Esta
controvérsia existe no Brasil devido principalmente ao problema maior que tanto
a Bíblia quanto Freud mostram que existem: a ignorância! Freud ao desenvolver o método
psicanalítico, sua intenção consistia em levar o paciente ao insight, ou seja;
ao conhecimento de seu verdadeiro EU, o auto-conhecimento por meio do qual é
possivel trabalhar na reestruturação da personalidade. Salomão já
dizia, que o conhecimento é o segredo para obter-se a sabedoria para a vida na
terra. Jesus disse que o conhecimento da verdade é o meio de libertação do ser
humano, e Paulo enfatizou que a felicidade real (não a salvação), viria através do conhecimento. Podemos
constatar a Ignorância de psicanalistas de algumas escolas contrárias aos novos
psicanalistas brasileiros, que são também, em sua maioria, defendem a fé. Ignoram
que aquilo que vai separar o profissional de um bom trabalho não será sua
religião ou profissão paralela, mas sua postura tanto num quanto noutro
ambiente. Vemos também a Ignorância de determinados Cristãos que, não
conhecendo o que é psicanálise, dizem que a psicanálise é incompatível com a
Bíblia, que veio tomar o lugar da direção espiritual. Ignoram que a verdade é
manifestação de Deus, em qualquer área.
Para uma melhor compreensão do assunto, é
suficiente citar algumas obras relacionadas ao tema, publicados no Estado
Unidos, tais como:
a)-Paul Tournier que
escreveu diveros livros enfatizando psicanálise e fé cristã, dentre eles “
Bíblia e Medicina”.
b)-Um outro autor muito
importante neste caso, é Pierre Solignac, médico psiquiatra, que escreveu um
livro encontrado em português, “A Neurose Cristã”. Tendo trabalhado durante
vários anos dando atendimento a pessoas neuróticas, e cristãos inclusive, pode
assim dar uma grande contribuição ao assunto. Em sua obra ele apresenta porque
muitos religiosos, principalmente líderes, sofrem com tantas perturbações. Fala
também sobre a neurose institucional da Igreja, a neurose cristã e a
civilização, Jesus, Homem Livre e assim por diante.
c)-Creio que deveria
mostrar em terceiro lugar o livro de Victor E. Frankl, para psiquiatras e
outros cristãos que exercem a psicanálise, “ Psicoterapia e Sentido da Vida”.
d)-É interessante o
capítulo denominado “A Neurose Dominical”, à pg. 168. C. G. Jemy escreveu
“Psychology of the Inconscience”, onde fala sobre a “autonomia da mente
inconsciente”.
e)-Paul Lachapelle
“Psiquiatria Pastoral”.
d)-Wise Carrol “Psychriatry and the Bible”.
e)-Leslie Weatherhead, “Psycology, Religion and Healing”.
f)-Mauro Rodriguez, um livro muito importante, “Mensaje Cristiano y
Salud Mental”. Ele
faz um diálogo entre psicologia da personalidade e cristianismo onde cita uma
frase que vale a pena repetir: “ Para não escandalizar os ignorantes a Igreja
escandalizava aos mais inteligentes”.
g)-Cito ainda H. Bless
que escreveu a “ Psiquiatria Pastoral”, editado em Madri, onde diz que a
psiquiatria pastoral é parte da Teologia e ensina a aplicar os princípios da
Psiquiatria à direção dos anormais. É um livro que ajuda o psicanalista ou
psiquiatra cristão no trato no consultório, nas capelanias ou no manicômio. O
campo da conversão foi largamente estudado, principalmente na Psicologia da
Religião.
h)-Robert O. Ferm escreveu “The Psychology of Christian Conversion”.
f)-Outras pessoas que desenvolveram o estudo psicológico da conversão
foram: Wiliam James, Edwin D. Starbuck, George A. Coe, Elmer T. Clark, James H.
Leuba, Eduard S. Ames, Alfred Claires Underwood, J. G. Mackenzie, Edmund W.
Sinnott, Paul Johson, Suerre Norborg, dentre outros.
Há no Brasil muitas
editoras católicas que têm algumas obras no campo da psicologia e psicanálise,
principalmente traduções. A Editora Sinodal, da Igreja Luterana, também tem
algumas obras e as outras Igrejas Evangélicas. Ainda assim é grandiosa a falta
de obras técnicas para profissionais da saúde mental que sejam cristãos ou que,
e isto é importante, não sejam religiosos, mas se interessem em conhecer mais a
mente do homem religioso. Por exemplo, numa obra técnica o psicanalista ateu
poderá compreender como as neuroses se manifestam no cristianismo, como os
superegóicos têm se juntado mais e mais em torno de denominações fanáticas,
como que os perversos e outros semelhantes têm a tendência de separarem-se e
formarem grupos onde não haja pressão contra as manifestações de seu Ego
desestruturado, como que tantas pessoas usam o nome de Deus para realizar as
tendências de suas neuroses. Também verá a verdade de alguns que galgaram
vidas exemplares e sadias, apesar de suas tendências patológicas, após a
sublimação voluntária e com dedicação real e cheia de amor.Há muitos psiquiatras,
psicólogos e psicanalistas de tem medo de lerem tais obras porque pensam
que o que existe é uma tentativa de transformar a religião e a psicanálise numa
nova seita. Sem duvida há esse perigo, para os que são maus profissionais e não
compreendem a autonomia de cada ciência. Isto tem acontecido muito com
as religiões místicas oriundas do oriente e muitas terapias “alternativas” têm
aparecido. Por exemplo; um budista psicanalista somente será um profissional
correto se for tratado, na terapia didática, do fanatismo, se conseguir ser
analisável. Assim também não esperamos que alguns cristãos fanáticos sejam
analisáveis e venham a se tornar psicanalistas. Agora, mesmo existindo esse
perigo temos de saber que é viável que profissionais mental e emocionalmente
inteligentes, culturalmente equilibrados, analisáveis, possam ser psicanalistas
e possam escrever obras que venham a ajudar a todos os profissionais colegas.Estamos
precisando urgentemente de mais obras profundas como as citadas nesta
bibliografia, que poderia muito ser estendida. Precisamos, inicialmente que
mais traduções sejam feitas, de obras técnicas. Que mais e mais os
psicanalistas cristãos se envolvam e produzam trabalhos bons! Enfim, precisamos
de professores professores e profissionais nesta área que compreendam a
importância de Freud e Jung numa abordagem ou releitura na perspectiva cristã.
-STEIL, C. A. 2006 "Os demônios geracionais. A herança
dos antepassados em um contexto católico carismático", in DUARTE, L. F.
D.; HEILBORN, M. L.; LINS DE BARROS, M. & PEIXOTO, C. (orgs.). Família e
religião. Rio de Janeiro, Contracapa.
-SALEM, T. 1992 "Manuais modernos de auto-ajuda: uma
análise antropológica sobre a noção de pessoa e suas perturbações", Série
Estudos em Saúde Coletiva (IMS/UERJ), 7, p. 34, Rio de Janeiro.
-2001 "A pós-psicanálise – entre Prozac e Florais de
Bach", in JACÓ-VILELA, A. M.; CEREZZO, A. C. & RODRIGUES, H. B. C.
(orgs.), Clio-Psyche. Hoje. Fazeres e dizeres psi na história do Brasil, Rio de
Janeiro, Relume-Dumará, p. 117-23.
-AMARAL, L. 2000 Carnaval da alma: comunidade, essência e
sincretismo na Nova Era, Petrópolis, Vozes.
-BIRMAN, J. 1984 "Sobre a correspondência de Freud com
o pastor Pfister", Religião e Sociedade 11/2, outubro, Rio de
Janeiro.
-https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2017/04/07/esta-precisando-de-terapia-veja-qual-linha-combina-mais-com-voce.htm
-https://andressavieira.com.br/terapia/linhas-da-psicanalise/
-https://www.psicanaliseclinica.com/logoterapia/
------------------------------------------------------
APOSTOLADO BERAKASH: Como você pode ver, ao contrário de outros meios midiáticos, decidimos por manter a nossa página livre de anúncios, porque geralmente, estes querem determinar os conteúdos a serem publicados. Infelizmente, os algoritmos definem quem vai ler o quê. Não buscamos aplausos, queremos é que nossos leitores estejam bem informados, vendo sempre os TRÊS LADOS da moeda para emitir seu juízo. Acreditamos que cada um de nós no Brasil, e nos demais países que nos leem, merece o acesso a conteúdo verdadeiro e com profundidade. É o que praticamos desde o início deste blog a mais de 20 anos atrás. Isso nos dá essa credibilidade que orgulhosamente a preservamos, inclusive nestes tempos tumultuados, de narrativas polarizadas e de muita Fake News. O apoio e a propaganda de vocês nossos leitores é o que garante nossa linha de conduta. A mera veiculação, ou reprodução de matérias e entrevistas deste blog não significa, necessariamente, adesão às ideias neles contidas. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo informativo deste blog. Os comentários devem ser respeitosos e relacionados estritamente ao assunto do post. Toda polêmica desnecessária será prontamente banida. Todos as postagens e comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente, a posição do blog. A edição deste blog se reserva o direito de excluir qualquer artigo ou comentário que julgar oportuno, sem demais explicações. Todo material produzido por este blog é de livre difusão, contanto que se remeta nossa fonte. Não somos bancados por nenhum tipo de recurso ou patrocinadores internos, ou externo ao Brasil. Este blog é independente e representamos uma alternativa concreta de comunicação. Se você gosta de nossas publicações, junte-se a nós com sua propaganda, ou doação, para que possamos crescer e fazer a comunicação dos fatos, doa a quem doer. Entre em contato conosco pelo nosso e-mail abaixo, caso queira colaborar:
filhodedeusshalom@gmail.com
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.