“Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos
os homens, e em todo o lugar, que se arrependam...” (Atos 17,30).
Deus
não leva em conta o tempo da ignorância. Tal afirmação é muito conhecida, mas
nem todos conhecem o versículo de onde ela é extraída. E isso faz alguma
diferença? Sim, TODA! Afinal, o texto nos revela a forma com que Deus decide
não levar em conta o tempo da nossa ignorância.Pelo fato de que Deus não leva
em conta o tempo da ignorância (em que cometemos erros pelos quais merecíamos a
morte), Ele nos dá uma chance de arrependimento, de consertarmos os erros e
repararmos os danos.
Sempre
é importante lembrar que todos pecaram (Rom 3,23), que “não há um justo, nenhum
sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à
uma se fizeram inúteis” (Rom. 3,10-12). Portanto, Deus não tem dívida alguma
conosco, e não seria injusto se deixasse toda a raça humana perecer. Mas, ao
decidir não levar em conta o tempo da nossa ignorância, Ele nos convoca ao
arrependimento, pois só existe perdão, onde há arrependimento. Ao ladrão na
cruz, foi assegurada sua entrada no reino porque este reconheceu seus pecados
diante de Cristo:
Lucas 23,39-43: “E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava
dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós. Respondendo,
porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na
mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os
nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus: Senhor,
lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade
te digo que hoje estarás comigo no Paraíso...”
Estevão,
o primeiro mártir do cristianismo, em atos 6,8-10 e Atos 7,54-59, quando levado
diante de Saulo é apedrejado até a morte. Não nega sua fé em Cristo, e estas
foram suas ultimas palavras:
"Cheio do Espírito Santo, fixando o olhar ao céu, viu a glória de
Deus e Jesus a direita de Deus, e disse: Vejo o céu aberto e aquele Homem de pé
à direita de Deus. Enquanto o apedrejavam Estevão invocou o Senhor: acolhe meu
espírito. E, ajoelhado gritou com voz poderosa: Não leveis em conta ESTE pecado...”
Da
mesma forma que Jesus perdoou os seus algozes antes de morrer na cruz, é
específico em pedir o perdão ao Pai por aquele ato cometido, pela ignorância
daquele pecado que faziam, ao pedir: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que
fazem. Estevão perdoa os que o apedrejavam, mas foi específico em qual tipo de
pecado ele pedia a Deus que não levasse em consideração, pois o faziam por
ignorância. Só compreenderemos a beleza da graça quando reconhecermos que Deus
não tem obrigação alguma para conosco. Ele não tem dever algum de nos dar uma
chance de arrependimento. Se não nos desse chance alguma, ainda assim, Ele
estaria sendo justo. Mas Ele, por graça e amor, decide não levar em conta o
tempo de nossa ignorância, e nos oferece a oportunidade de nos arrependermos
desse passado.
O
chamado ao arrependimento é uma oferta da livre graça de Deus. Apesar do nosso
passado, Ele ainda é gracioso ao nos chamar à mudança de mente e de atitude. E
o verdadeiro arrependimento traz consigo os seus frutos (Mat 3,8; Luc. 3,8).
Arrependimento que não gera frutos é falso. Zaqueu, ao se arrepender, deu
frutos, pois decidiu não mais usufruir dos bens que havia adquirido pelo
pecado. Ele decidiu devolver tudo o que havia roubado. As multidões que
atendiam ao chamado de João Batista, não ficavam caladas quanto ao seus pecados
passados, com a desculpa de que Deus não leva em conta o tempo de ignorância.
Pelo contrário, eles vinham a até João para serem batizados, confessando seus
pecados (Mt. 3,6; Mc. 1,5).
CONCLUSÃO:
É
verdade que Deus não leva em conta o tempo da ignorância. Mas isso de forma
alguma significa que Ele nos isenta de respondermos pelos erros e danos que
causamos livre, conscientes e deliberadamente (as três condições para existir
pecado) a outras pessoas. Não! Quando Ele nos chama ao arrependimento, Ele está
demonstrando sua graça e nos dá a oportunidade de repararmos esses erros e
danos.Portanto, se você fez mal a alguém, mentiu ou causou qualquer espécie de
dano, não despreze a oportunidade que Deus te dá para se arrepender e produzir
frutos.
“Porquanto fizeram loucura em Israel, e cometeram adultério com as
mulheres de seus companheiros, e anunciaram falsamente, em meu nome uma
palavra, que não lhes mandei, e eu o sei e sou testemunha disso, diz o Senhor...”
(Jeremias 29,23)
Infelizmente
temos ouvido e visto pessoas que se dizem cristãs, e às vezes até líderes de
igrejas em comunidades que se envolve com mulheres casadas, cometendo adultério
e levando vários membros a se desviarem ou acompanharem o mesmo pecado, pois
acham ali motivo para o imitá-lo. Vários casos de fornicação, isto digo não
onde pessoas que estão em Israel (casa de Deus) vivem mantendo relações sexuais
como se casados fossem, e se questionados apresentam uma quantidade enorme de
desculpas e justificativas.
“Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que
nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem abuse da mulher de seu
pai. ” (1 Coríntios 5,1)
Pessoas
que se dizem usadas por Deus, dando ensinos sem fundamento bíblico e o povo por
falta de conhecimento aceitam, e acreditam que realmente é do Senhor. Um
exemplo disso foi um padre já excomungado pela Igreja Católica, (Padre Beto da
diocese de Baurú), que dizia ensinava a seus paroquianos, não existir
adultério, quando este é consentido por ambos (onde está este ensino nas
escrituras?). Mas devemos entender, por exemplo, que Deus jamais vai falar que
vai abençoar um casal que vive mantendo relações sexuais sem serem de fato
casados, que serão felizes e etc. Deus jamais compactuará com algo que vá em desacordo à sua própria revelação, muito pelo contrário:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais as casas
das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso, sofrereis mais rigoroso
juízo.” (Mateus 23, 14)
Muitos
se aproveitam da situação de carências de momentos frágeis nas relações
matrimoniais, de noivados e namoros em crises, e aconselha-os a cometerem
adultério e formicações. São covardes enganadores que sofrerão o juízo de Deus,
pois são servos não de Deus com estes ensinos, mas do diabo, e muita gente tem
se desviado aceitando essas falsas doutrinas:
“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá
também falsos doutores, que introduzirão encorbetamente heresias de perdição, e
negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.”
(2 Pedro 2,1)
Portanto,
devemos sempre viver e ouvir a Palavra de Deus, não podemos confiar sempre em
irmãos e irmãs, com ensinos e posturas duvidosas e não coerentes com a palavra
de Deus, tradição e sagrado magistério, por maior que seja o conhecimento
Bíblico, devemos sempre examinar as Escrituras e o sagrado magistério para não
sermos enganados:
“E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o
caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas;
sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição
não dormita. Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os
lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados
para o Juízo; e não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregoeiro da
justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; e
condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e
pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente; e livrou o justo Ló,
enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis (porque este justo, habitando
entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, pelo que via e ouvia sobre
as suas obras injustas). Assim, sabe o
Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia de
Juízo, para serem castigados; mas principalmente aqueles que segundo a carne
andam em concupiscências de imundícia, e desprezam as autoridades; atrevidos,
obstinados, não receiam blasfemar das autoridades; enquanto os anjos, sendo
maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do
Senhor...” (2 Pedro 2,11ss)
Por Tácito
----------------------------------------------------------
Apostolado Berakash – Trazendo a Verdade: Se você gosta de nossas publicações e caso queira saber mais sobre determinado tema, tirar dúvidas, ou até mesmo agendar palestras e cursos em sua paróquia, cidade, pastoral, e ou, movimento da Igreja, entre em contato conosco pelo e-mail:
filhodedeusshalom@gmail.com
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.