UMA
DAS MAIS IMPORTANTES Encíclicas papais de todos os tempos completará 50 anos
julho de 2018, e podemos dizer que o papa Paulo VI foi profético em alguns
pontos, principalmente no seguinte:
“Graves consequências dos métodos de regulação artificial da natalidade: Os homens retos poderão
convencer-se ainda mais da fundamentação da doutrina da Igreja neste campo, se
quiserem refletir nas consequências dos métodos da regulação artificial da
natalidade. Considerem, antes de mais, o
caminho amplo e fácil que tais métodos abririam à infidelidade conjugal e à
degradação da moralidade. Não é preciso ter muita experiência para conhecer
a fraqueza humana e para compreender que os homens, os jovens especialmente,
tão vulneráveis neste ponto, precisam de estímulo para serem fiéis à lei moral
e não se lhes deve proporcionar qualquer meio fácil para eles eludirem a sua
observância. É ainda de recear que o
homem, habituando-se ao uso das práticas anticoncepcionais, acabe por perder o
respeito pela mulher e, sem se preocupar mais com o equilíbrio físico e
psicológico dela, chegue a considerá-la como simples instrumento de prazer
egoísta e não mais como a sua companheira, respeitada e amada.”
Sobre
aquele “não” à contracepção, há meio século, houve uma discordância imediata
por parte de 49 Conferências Episcopais. O coração do documento reitera – sem
ambiguidade - a ligação inseparável entre o valor unitivo e procriativo no ato
conjugal, condenando o aborto, a contracepção e a esterilização como métodos de
regulação dos nascimentos, mas com abertura aos naturais: reconhecimento dos
períodos férteis ou inférteis do ciclo menstrual .
Uma reflexão atual
sobre a paternidade responsável
O
objetivo do encontro no Vaticano sobre os 50 anos deste documento balizador na
Igreja, com a participação de palestrantes leigos, católicos e de outras
confissões, é desenvolver uma reflexão atualizada sobre a paternidade
responsável, sem esquecer as verdades não modificáveis da 'Humanae Vitae'.
"Paulo VI, explica Palma Sgreccia, presidente do Camillianum,
Instituto da Pastoral da Saúde, nos ensinou que o amor conjugal faz parte do
grande mistério da Criação que torna os homens partícipes do plano criador de
Deus e deve ser aberto ao dom da vida. O
princípio da paternidade responsável não pode ser confiado à técnica, que
subleva o indivíduo do exercício da responsabilidade. É por isso que o aborto,
a contracepção e a esterilização são inconciliáveis com a cultura da vida.
A cultura contemporânea tem dificuldade de entender que em nossa natureza
humana é reconhecida essa lei natural”
Dialogar também com
aqueles que se opõem à Encíclica
Imediatamente
após a publicação, em 25 de julho de 1968, a Encíclica provocou fortes reações
de contrariedade em todo o mundo. Mesmo dentro do mundo católico. É fato
histórico. Meio século depois, o eco desses protestos ainda não diminuiu. Às
vezes parece voltar a tomar vigor. E aqui, então, a necessidade de uma
convenção para reiterar, com a linguagem de hoje, a bondade dos pronunciamentos
de Paulo VI.Isto é explicado por Palma Sgreccia:
"Queremos mais uma vez enfatizar a verdade antropológica da ligação inseparável entre sexualidade e
geração. O homem é capaz de
regulá-la, mas com métodos naturais. Mas não só... Com esta conferência
também queremos dialogar com aqueles que não concordam com nossas posições, a
partir dos pontos que nos unem".
A
questão havia agitado o Concílio com insanáveis contrastes, e Paulo VI advogou
a matéria para si. A Comissão de Peritos, depois de quatro anos, ofereceu duas
respostas: uma forte maioria no rastro da Gaudium et spes em favor da escolha
de consciência dos cônjuges pelo “sim” também aos contraceptivos não abortivos.
Contrária,
uma estreita minoria, resguardando os chamados métodos naturais, proibidos até
a Casti connubii de Pio XI (1931), mas depois declarados lícitos por Pio XII em
novembro de 1951. Essa foi uma verdadeira mudança de doutrina não de caráter
dogmático, mas do magistério autêntico.A dupla resposta da Comissão e o
risco de que Paulo VI acolhesse o parecer da maioria desencadearam a oposição
da Cúria. Um pequeno grupo de cardeais, liderados por Ottaviani e Ciappi,
expressou ao papa a sua objeção total: abrir aos anticoncepcionais seria um
escândalo absoluto e desmentiria séculos de magistério. Assim, Paulo VI, embora
com uma abordagem personalista que justificaria também uma conclusão diferente,
escolheu o “não”, mas, em consciência, não quis fechar nenhuma alternativa e pediu
que a encíclica não fosse entendida como afirmação doutrinal definitiva. Para
apresentá-la, encarregou o Mons. Ferdinando Lambruschini, professor de Teologia
Moral na Lateranense, para explicar em seu nome que não se tratava de
magistério nem infalível nem irreformável. Com a publicação, o clamor foi
enorme: protestos de episcopados, dissenso de teólogos e comunidades eclesiais.
O ano de 1968 também afetou a Igreja. Mas aqui deve-se lembrar que, embora
entristecido, Paulo VI quis esclarecer que não condenava todas as objeções e
concluiu a primeira audiência após a publicação dizendo que, de sua parte,
abençoava quem a “acolhera” e também quem a “criticara”.
O que dizer depois de
50 anos?
Deve-se
lembrar a contribuição altíssima feita à possível “evolução” também, da
interpretação e explicitação do “dogma”, por parte do bem-aventurado Henry
Newman. Para a moral social, a evolução histórica é evidente, mas isso também
se verificou na moral da sexualidade. Durante séculos, sobre o assunto, pesou
muito “a sombra longa” do grandíssimo Santo Agostinho, e pouco, a lúcida e
serena visão de São Tomás, várias vezes citado por Francisco na Amoris
laetitia. Parece-me necessário, em termos de sexualidade, citar, por exemplo, a
doutrina da “superioridade da virgindade sobre o matrimônio”. Pio XII, na Sacra
virginitas (1954, nn. 21 e 28) definia como “verdade e dogma de fé a doutrina
que afirma a superioridade da virgindade e do celibato sobre o matrimônio”.Neste
atual contexto, percebemos a visão profética sobre o tema que o Papa Paulo VI,
iluminado pelo Espírito Santo e assessorado por excelentes médicos, decidiu
empreender este caminho de resgate da lei natural e especialmente a participação
da matéria conjugal, que neste caso é a Teologia do Matrimônio.
“A
Humanae Vitae tanto hoje, como há cinquenta anos, teve uma vital importância
para compreender, não o simples regulamento da natalidade como alguns querem
fazer dela, mas sim a beleza da Teologia do matrimônio em relação à vida
conjugal e ao desenvolvimento sexual dos casais, e principalmente a paternidade
responsável. Por isso a Humanae Vitae muito mais que uma Encíclica para indicar
a regularidade ou o espaçamento da vida conjugal e sexual é uma Encíclica que
traz consigo a luz de uma verdade que foi revelada por Cristo aos apóstolos e à
Igreja no seu Magistério e tem a possibilidade cada vez mais de aprofundar a
grandeza e a beleza da lei natural”, explica Padre Rafael Solano.Sobre a
questão da regulação da natalidade, abordada na Encíclica, padre Rafael diz que
não é esse o problema, como alguns pretendem fazer pensar; o problema é
contracepção artificial que desemboca na paternidade irresponsável e a
instrumentalização da sexualidade.Segundo ele, a regulação da natalidade hoje e
sempre, tem sido um dom na vida dos casais.
É
sempre bom lembrar que os filhos, não são um direito do casal, mas é um dom de
Deus (Que não é concedido como podemos observar pelos insondáveis desígnios de
Deus a todos os casais).Como também, os filhos não podem ser instrumentalismo
para satisfação do próprio egoísmo do casal como se fossem um investimento com
retorno garantido, companhia na solidão, suprir carências pessoais, vanguardas
ideológicas e amparos na velhice, etc...Não geramos filhos
para arquitetar nossos objetivos pessoais, mas para os objetivos do grande
arquiteto do mundo: Deus. Geramos filhos não para nós mesmos, mas para
ofertá-los ao bem comum da humanidade. Estes casais poderiam ajudar a PATERNIDADE
RESPONSÁVEL, contribuindo ou apadrinhando casais com filhos numerosos e em
dificuldades financeiras e educacionais, bem como colaborando com lares de
crianças abandonadas pelos pais.” “É injusto não dar à criança adotada por
casais homossexuais o direito a riqueza da PATERNIDADE MASCULINA (caso de
uniões femininas) e ou, a MATERNIDADE FEMININA (caso das uniões masculinas),
oferecidas somente por um casal normal. Nestas uniões moralmente e naturalmente
ilegítimas, sempre uma das duas dimensões (Paternidade e ou Maternidade) irá
faltar à criança no seu desenvolvimento integral. A quem a criança por direito natural vai
chamar de Pai e Mãe? Isto é extremamente conflituoso e traumático para uma
criança, que deveria ser por direito natural, preservada e protegida destes
conflitos pré-impostos a ela.
E ainda pior ficam a
criar novas culturas, contrárias a lei natural, quando depois de criarem o
problema, querem acabar com a justa homenagens aos pais acabando com este dia,
que pode ter o apelo consumista, mas não para somente nele. Não é porque uma
parcela de crianças que deveriam ter sido educadas a lidar com estes conflitos
(díga-se de passagem,não criados pela sociedade, mas por uma vanguarda
ideológica), que venham agora nos obrigar a abolir um dia de merecida
gratidão, e homenagens a maioria das nossas queridas mães e pais. A
escola, e as famílias é que deveriam ensinar as pessoas a aprenderem a lidar
com as suas frustrações, traumas, e perdas, e não tentando priva-las dessas
realidades. A vida, é feita de alegrias e frustrações, e nem todo mundo tem
tudo o que quer e como gostaria de ser. O sofrimento faz parte do
amadurecimento da criança como pessoa, e o fato de não ter pai, ou mãe, é uma
realidade que pode acontecer com qualquer um. O tudo politicamente
correto, sem causar ansiedade alguma não ajuda uma pessoa a amadurecer em nada,
muito pelo contrário, apenas a deixa mais despreparada para enfrentar os
desafios da vida. Poupar estas crianças de sua própria realidade, estamos
ajudando-as em que? Vamos criar adultos que não suportarão
nada que lhes contrarie? Dentro deste raciocínio, acabemos também com o
dia dos namorados, pois tem tanta gente sem namorado (a) que fica também
frustrado(a) com sua própria solidão. Eliminar a alegria de outras crianças não
é solução, e não estaremos proporcionando uma sociedade mais alegre, mas sim,
mais frustrada. É assim, que se fabrica um imaturo: livrando-o da frustração,
e super protegendo-o de todo o sofrimento possível e até necessário, que de uma
forma ou de outra, cedo, ou tarde, vai nos alcançar.
CONCLUSÃO:
“O Método Billings amparado pela Encíclica Humanae Vitae procura ser uma
espécie de GPS na vida das famílias que descobrem a beleza e a grandeza da sua
sexualidade, razão pela qual quando um
casal decide iniciar o método natural encontra um caminho de santificação na
experiência da sua sexualidade e especialmente na alegria de saber que os
filhos são um dom de Deus. Então a importância está muito mais na grandeza
do método, na grandeza do processo e ao mesmo tempo na descoberta que o casal
faz neste caminho de santidade.”
Já
existe, na Igreja no Brasil, um grande trabalho de formação através do Método
de Ovulação Billings. No Posto Médico Padre Pio, em Cachoeira Paulista (SP), o
Centro de Formação Famílias Novas oferece atendimento ao público. O serviço é
oferecido para que as pessoas possam conhecer a sua fertilidade e, a partir
desse reconhecimento, acolhê-la como um dom, e acolhendo-a, viver a sua
sexualidade ordenada para o amor, como explica Fabiana Azambuja da Comunidade
Canção Nova:
“Ensinamos através do método de Ovulação Billing, pessoas que nos
procuram sejam elas solteiras, casadas, enfim, homens e mulheres que vêm para
conhecer, com o objetivo de alcançar uma gravidez, ou espaçar uma gestação.
Para aqueles que não são casados, vêm para monitorar sua saúde reprodutiva, uma
vez que o Método de Ovulação Billings confere a essa pessoa um
auto-conhecimento das suas funções reprodutivas”.
A
Comunidade Católica Shalom, também, em todo o Brasil, através do PLAFAM atende,
orienta e acompanha casais, paróquias, dioceses, pastorais, Comunidades Novas e
movimentos, interessadas em conhecer e aplicar o método.
Por: Apostolado
Berakash
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