Isto
é fato, nunca se deixe levar por promessas fantásticas é métodos mágicos. Se
buscamos a solução legitima de um problema ou situação, busquemos traçar os
objetivos e metas exequíveis para tal feito. Esteja preparado, pois barreiras
enormes poderão surgir, e saiba que não existe solução fácil para problema
difícil, já dizia Descartes. Essa frase está reverberando a mais de 400
anos e o adverso junto ao revés continuam lado a lado, esse qual implantou um
"chip" em cada profissional, programando seu córtex pré-frontal com a
seguinte instrução:
“Faz ai de qualquer jeito e põe para funcionar ”
Essa
é a cultura do “Jeitinho Brasileiro” (Cultura do clips e da fita crepe, da
gambiarra e do armengue) que pra mim é puro Autoflagelo psíquico, e o mesmo que
ter um movimento anarquista dentro de si mesmo indo contra a tudo o que
aprendeu. Investimos massivamente em tempo, esforço e conhecimento
adquirido para depois fazer as coisas de qualquer jeito? Procurando o caminho
fácil para resolvermos problemas difíceis? Muitos erros e sofrimentos de nossos dias,
acontecem por querermos dar “soluções fáceis para problemas difíceis”,
agravando ainda mais os problemas, ao invés de solucioná-los. Quanto
mais difícil é um problema, tanto mais difícil será a sua solução, pois não há
solução fácil quando o problema é difícil. Há sempre duas maneiras de solucionar um
problema: a primeira, será “fácil”: improvisada, rápida, cômoda, egoísta e sem
sacrifícios; a segunda, será “difícil”: demorada, planejada, árdua e
dispendiosa. A segunda será eficaz e duradoura; a primeira, inócua e
falsa. Fazendo-se uma análise dos graves problemas que o homem de hoje
enfrenta, é fácil observar como ele tem optado pela primeira maneira. Por isso
sofre. É fácil, por exemplo, retirar o pobre da rua; contudo, é difícil
retirar a miséria do pobre; promovê-lo, esta é a medida difícil e correta.
É fácil, por exemplo, diminuir o número de comensais em uma mesa; contudo, é
difícil aumentar a quantidade de alimentos e repartí-los com amor; porém, esta
é a solução certa e eficaz.
O QUE SÃO SOLUÇÕES
FÁCEIS PARA PROBLEMAS DIFÍCEIS?
É mais fácil conseguir provas incrimanatórias para o estabelecimento de
culpabilidade através da tortura e intimidação, porém, é mais difícil conseguir
estas mesmas provas, através da perícia e de um longo e minucioso trabalho de
investigação. É fácil limitar o número de nascimentos, é fácil esterilizar
homens e mulheres em massa, é fácil distribuir pílulas e camisinhas; contudo, é difícil implantar uma eficaz e
digna paternidade responsável. É fácil praticar um aborto e eliminar uma
vida, mas é difícil aceitar, respeitar, amar e educar um ser humano,
independente da forma e circunstância como ele foi concebido. É fácil condenar um criminoso à pena de
morte, é difícil reeducá-lo e apostar na
sua recuperação. É fácil eliminar um assassino, linchá-lo até a morte; é
difícil matar o crime e salvar o criminoso. É fácil fazer a guerra, difícil manter a paz duradoura É fácil
distribuir preservativos e seringas para se evitar a AIDS; é difícil ensinar as pessoas sobre o emprego correto da moral, do sexo
responsável e o valor da castidade. É fácil propor o divórcio para um casal
em crise; mas é difícil reconciliá-lo no
perdão, no amor na aceitação dos limites e das mudanças; mas esta supostamente,
é a verdadeira solução. É fácil eliminar as crianças delinquentes das ruas, sob
o pretexto de se coibir o crime; mas é
difícil educar essas crianças e indicar-lhes o sentido da vida, dos seus
direitos e deveres perante a sociedade, mesmo que lhes tirem.É fácil e
rápido apressar a morte de um paciente terminal, com a eutanásia; mas é difícil respeitar a vida e seu
Autor até o último instante, fazendo deste sofrimento uma oblação. É fácil
fazer discursos políticos, mas é difícil eliminar o déficit público, usar bem
os impostos arrecadados, evitar o empreguismo, o nepotismo, a corrupção e o
desperdício que atolam a nação. É fácil liberar os baixos instintos e paixões;
mas é difícil dominá-los para que eles não nos escravizem. É fácil fazer
justiça com as próprias mãos, mas é
difícil optar por aquilo que é justo e ético, e esperar que ela seja feita pela
lei e pelo direito, sob pena de sepultarmos a civilização. É mais fácil
propor o fim de quem pensa diferente, seja de esquerda, ou direita, como propôs
Mauro
Iasi, professor da UFRJ,
sindicalista e militante do PCB através uma boa
espingarda, uma boa bala, uma boa pá e uma boa cova, porém, é mais difícil ver o que tem de bom
através do diálogo e conciliação, o que estas duas visões de mundo, tem a
propor como solução para os graves problemas sociais da humanidade. É fácil invadir terras e prédios,
sob o pretexto de que há má distribuição de rendas, etc, mas o difícil promover a reforma agrária justa e necessária, dentro
da lei e da ordem, para que não haja ainda mais violência, luta de classes e
injustiça. Enfim, é fácil dar uma solução cômoda, rápida, inócua para um
problema; mas é difícil, árduo e
demorado, dar uma solução eficaz para o mal. A Igreja Católica, e o Papa,
serão sempre muito criticados e incompreendidos porque as soluções que propõem
para os graves problemas da humanidade, são difíceis, assim como o são os seus
males. Mas são soluções eficazes. Quando, por exemplo, Martinho Lutero, com seu
revanchismo e orgulho, precipitou a
revolução protestante, e causou a divisão dos Cristãos dentro da Igreja, esta mesma
Igreja foi sábia e soube realizar um Concílio, o de Trento, que durou 18 longos
anos (1545-1563), para examinar cada ponto que fora questionado. Isto
é prudência; isto é uma solução séria para um problema muito sério. Os
frutos desse Concílio foram enormes, até hoje. Dele surgiu o Catecismo Romano,
o primeiro da Igreja, que só agora, depois de 430 anos, é substituído pelo
Catecismo da Igreja Católica, outorgado pelo Papa João Paulo II. As soluções
sérias são eficazes duradouras; geradas no sofrimento, na oração, na paciência,
na prudência, nas lágrimas, no diálogo, na compreensão recíproca,etc.Quando Papa
João XXIII quis renovar a Igreja, e fazer o “aggiornamento”, não convocou apenas
alguns poucos cardeais, para durante alguns poucos dias tratar do assunto. Não!
Ele convocou todos os 2.600 Bispos do mundo todo, durante três anos seguidos
(1962-1965), no Concílio Vaticano II, que demorada e exaustivamente, sob a luz
do Espírito de Cristo, com muita oração, estudo, trabalho, e diálogo, analisar
a questão. Por isso, hoje, após mais de trinta anos, o Concílio
Vaticano II continua a dar os seus frutos, e os dará ainda por muitos anos. Uma
solução eficaz! A pressa é inimiga da perfeição, diz o ditado popular.
Precisamos aprender
com a sabedoria chinesa que diz:
“Se queres colher por um ano, semeia o grão. Se queres colher por dez
anos, planta árvores. Se queres colher por cem anos, educa o povo”.
Não
há solução fácil para problema difícil. Toda vez que agirmos desta maneira,
além de não resolvermos o problema, o agravaremos ainda mais. Esta
é a pior tendência do homem moderno; querer resolver todos os problemas de
maneira rápida, com solução imediatista, atropelando o tempo, a moral, os
costumes, a fé, e o próprio Deus. Por fim se dá conta de que correu em vão.Talvez
o primeiro passo para se chegar a uma solução correta e eficaz seja o
reconhecimento que os problemas costumam se apresentar de forma dissimulada. Ou
seja, o que pensamos que seja o problema pode não ser o problema real.
Na
década de 1950, o transporte marítimo enfrentava sérios problemas causados
pelos custos elevados que ameaçavam seu futuro. Os especialistas em transporte
marítimo concentraram seus esforços para tornar os navios mais econômicos
durante as viagens entre portos. Apesar de investirem em navios maiores, mais
rápidos e na redução da tripulação, os custos continuaram a crescer. A solução
somente surgiu com uma abordagem mais ampla do problema de custos elevados,
analisando todo o processo de transporte marítimo, incluindo também as etapas
de carga e descarga. A abordagem anterior tinha desprezado os elevados
custos de espera nos portos para carga e descarga, agravado pelo
congestionamento causado por navios maiores e mais rápidos. O uso de containers
foi uma das medidas chaves para a solução do problema. Apesar do crescimento do
mercado internacional nas décadas seguintes, os custos diminuíram cerca de 60%.Porque
demoraram tanto tempo para resolver o problema? Simples: ninguém se importou em
questionar qual era o verdadeiro problema. Todos assumiram que a solução era
navios maiores e mais rápidos, e não consideraram a redução do tempo de espera
e de operação nos portos. O problema real só foi solucionado quando
alguém fez as perguntas certas e examinou a situação sob diferentes
perspectivas.
Você tem enfrentado
dilemas que parecem impossíveis de serem resolvidos? Já tentou soluções que têm
se revelado ineficazes?
Se
sim, talvez você não tenha feito as perguntas certas e tenha tentado resolver o
problema errado. Talvez esteja faltando uma abordagem mais ampla do problema
sob novas perspectivas que revelem todas as sua nuances e resultem em ideias
inovadoras.Vamos expor aqui as sugestões dos especialistas:
Phoenix Checklist:
como definir problemas e planejar soluções
No
livro Thinkertoys, Michael Michalko apresenta a Phoenix Checklist, uma
engenhosa lista de perguntas usada para estimular o pensamento criativo na
abordagem de problemas e desafios. Dado um determinado desafio, as
perguntas do checklist podem ser usadas para penetrar no problema e ampliar seu
entendimento. As perguntas forçam o solucionador de problemas a olhar o
problema sob diferentes ângulos e a “pensar fora da caixa” (think outside the
box). O checklist é dividido em duas seções: O Problema e O Plano.
Use o checklist como uma base para montar sua lista pessoal de perguntas e siga
os seguintes passos:
1.Escreva
seu desafio: isole o desafio ou problema que você deseja examinar e está
empenhado em solucionar.
2.Faça
suas perguntas: use o chekclist para dissecar o desafio ou problema sob as
diferentes maneiras que possa imaginar.
3.Anote
suas respostas: soluções, necessidades de informações, ideias para avaliação e
análise, etc.
PHOENIX CHECKLIST – PERGUNTAS
CERTAS PARA O PROBLEMA
-Por que é necessário
resolver o problema?
-Que benefícios terá
pela solução do problema?
-O que é desconhecido?
-O que você ainda não
compreende?
-Que informação você
tem?
-O que não é o
problema?
-A
informação que tenho é suficiente? Ou insuficiente? Redundante? Ou
contraditória?
-Você
pode fazer um diagrama? Ou um desenho do problema?
-Quais
são as fronteiras/limites do problema?
-Você
pode separar as várias partes do problema? Você pode descrevê-las? Quais são as
relações entre as partes do problema?
-Quais
são as constantes (coisas que não podem ser mudadas) do problema?
-Você
já viu este problema antes?
-Suponha
que você encontre um problema relacionado ao seu que já tenha sido solucionado.
Você pode usar o mesmo método de solução?
-Você
pode reformular a apresentação de seu problema? De quantas maneiras diferentes
você pode apresentá-lo? Mais genérico? Mais específico? As regras podem ser
mudadas?
-Quais
são as melhores, piores e mais prováveis conjecturas que você pode imaginar?
O PLANO PARA A
SOLUÇÃO
-Você
pode resolver todo o problema? Ou apenas parte do problema? O que
especificamente, pode ser mensurado e resolvido?
-Que
solução gostaria de ter? Você pode desenhá-la?
-Que
parcela do desconhecido/incerto você pode determinar?
-O
que você pode deduzir como solução, da informação que tem?
-Você
usou toda a informação na solução?
-Você
levou em consideração todas as informações e opiniões essenciais relacionadas
ao problema?
-Que
técnicas de criatividade você pode usar para gerar ideias? Quantas técnicas
diferentes?
-Você
pode visualizar o resultado? Quantos tipos diferentes de resultados você pode
visualizar?
-De
quantas maneiras diferentes você tentou solucionar o problema?
-O
que outros fizeram na solução com sucesso?
-O
que deve ser feito? Quem deve fazê-lo? Como? Onde? Quando?
-O
que você precisa fazer a curto, médio e longo prazo?
-Quem
será responsável por isto nestas etapas de curto, médio e longo prazos?
-Você
pode usar este problema para resolver outro problema?
-Como
você poderá saber se foi bem sucedido?
A
aplicação do checklist é como colocar o problema na palma de sua mão,
manuseá-lo e examiná-lo sob diferentes ângulos. Você pode virá-lo de cabeça
para baixo, olhar por cima, por baixo e pelos lados. Você pode se afastar e
tentar ver o todo, ou se aproximar e examinar todos os detalhes importantes. Se
você tomou rumos calculados seguiu a instrução e meios necessários, fez tudo
que era possível e ao seu alcance, e fez de seus passos um aprendizado sólido,
e não usou teu próximo como escada, então pacifique seu coração, sabendo
que se queremos resultados diferentes, temos que fazer coisas diferentes, pois
se fazemos sempre as mesmas coisas, é lógico que teremos sempre os mesmos
resultados.
Há um outro provérbio
que nos ensina:
“Tudo que fazemos sem contar com o tempo, ele se incumbe de
destruir”.
São
João Paulo II, que enfrentou muitos problemas difíceis durante seu longo
pontificado, nos ensinou com sua vida que, as soluções propostas por Cristo para
os graves problemas da humanidade, são difíceis, mas jamais decepcionam. E Jesus
nosso sábio mestre e Sr continua a nos dizer:
“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho
que conduzem à perdição… Estreita porém
é a porta e apertado o caminho da vida” (Mt 7,13-14).
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