Por *Francisco José Barros Araújo
A
afirmação “isto é o meu corpo”, feita por Jesus pouco antes da sua paixão (Mt 26,26) é uma das frases que mais
têm originado debates ao longo da história da igreja. Na época da Reforma Protestante, a falta de
acordo acerca do seu real significado foi
a causa do rompimento das relações entre Lutero e Zuínglio, após o
malfadado Colóquio de Marburgo (1529),
e ainda hoje o meio cristão permanece dividido sobre o modo como o mandato do memorial da Ceia do
Senhor e a sua presença real e não simbólica, ou representativa nas espécies
eucarísticas do pão e do vinho consagrados, deve ser entendido, tanto no
tocante à sua natureza como no que diz respeito aos efeitos que produz sobre os
que participam dela. A transubstanciação é a doutrina que afirma que o pão e o vinho se
tornam literalmente o corpo e o sangue de Cristo por ANTONOMÁSIA (ocupação, e
ou substituição).Essa doutrina é defendida oficialmente pela Igreja Católica Apostólica
Romana. Na época da Reforma Protestante,
os reformadores rejeitaram esse ponto de vista. Daí
também surgiu a doutrina da consubstanciação. Quando Cristo instituiu a
ordenança da Ceia do Senhor como memorial, na noite em que foi traído,
obviamente ele estava presente fisicamente ali. Mas depois de sua ascensão ao céu, como então Ele estaria presente na
celebração da Santa Ceia e na espécie eucarística? (a celebração é memorial,
mas a presença nas espécies do pão e vinho é real).É evidente que essa é uma questão fundamental e uma das mais importantes
para a Fé Cristã. A participação na Ceia do Senhor implica em comunhão com
Ele. Portanto, é essencial entender como a presença de Cristo se faz presente
nesse momento de comunhão da Igreja. Essa
questão começou a ser debatida já nos primeiros séculos da história da Igreja
Cristã. Foi tentando responder a essa questão que na Idade Média surgiram
algumas interpretações, das quais a teoria da transubstanciação é uma delas.
CONCEITOS BÁSICOS PARA ENTENDER A PRESENÇA DIVINA
NA TRANSUBSTANCIAÇÃO:
a)-Transformação: Mudança
de uma matéria em outra. Exemplo: Nas
bodas de Caná onde a matéria da água se transformou em outra matéria: vinho.
b)-Conversão:
Mudança de estado, porém, permanecendo as aparências (acidentes). Exemplo:
Mudança da água do estado líquido para sólido e gasoso (a formula química
continua a mesma); mudança de estados de vida: de desregrado para regrado; de ateu
para crente, de viciado para sóbrio.
c)-Antonomásia:
Mudança que se dar sob: ocupação, possessão.
Basicamente, no meio Cristão, quatro são as concepções acerca da "presença" divina na Ceia do
Senhor que são dominantes:
1)-Transubstanciação.
2)-Consubstanciação.
3)- Presença espiritual.
4)-Memorial.
1)- A doutrina da
transubstanciação é sustentada pela Igreja Católica Apostólica Romana, sendo um
dos temas centrais de sua teologia e prática litúrgica. De acordo com a ICAR, a ceia
deve ser ministrada ao povo apenas na hóstia ou pão consagrado, mas quando
possível, em celebrações menores, nas duas espécies do pão e do vinho
consagrados. Óstia, ou espécie eucarística consagrada, é o nome dado a um
pequeno pão sem fermento, de formato arredondado (símbolo do infinito, sem começo e nem fim). Esse elemento devido a sua
própria instituição original ter sido conferida esta ordenança somente aos 12
apóstolos (conf. Lucas 22,14),só pode portanto, ser legitimamente consagrada por um sacerdote
ordenado por um bispo da linha sucessória dos apóstolos, que após a consagração
no momento da epiclese, passa por uma mudança em sua substância (daí o termo transubstanciação), tornando-se,
literalmente conforme nos dizem as escrituras, em corpo e sangue de Cristo (conf. Mateus 26,26). Os
católicos entendem que essa mudança substancial não é visível aos nossos
olhos, porque ocorre apenas em substância por ocupação da substancia divina (que é invisível) no pão,
e não na transformação de seus acidentes
como ocorreu nas bodas de Caná, mas como aconteceu na primeira ceia de Jesus com seus apóstolos e como São
Paulo pede-nos para diferenciar o pão Consagrado do pão comum (I Cor 11,29). Assim, ainda que
o elemento eucarístico, se apresente em sua forma e aparência (acidentes), os atributos do
pão, é, na verdade, em sua essência, corpo de Cristo, como um fio elétrico que
se torna energizado, mas que aparentemente permanece o mesmo após estar
passando a corrente elétrica, ou seja, visualmente nada muda. Uma das implicações da doutrina
da transubstanciação, é que sempre que a eucaristia é celebrada no culto
católico (e isso acontece em todas as missas), o sacrifício de Cristo se
atualiza. Portanto, se três missas forem realizadas num só domingo numa mesma
catedral, naquele dia o sacrifício de Cristo se repetirá ali três vezes, o
mesmo ocorrendo em outras igrejas ao redor do mundo, cumprindo-se desta forma a
profecia de Malaquias que diz: Do nascer ao por do Sol se realiza um sacrifício
perfeito (Malaq1,10-11). É essa atualização contínua do nascer ao por do sol do sacrifício do
Senhor que dá a motivação pela qual as igrejas católicas só celebrarem sua ceia
num altar, e não até em uma mesa de sinuca (coisa que seria
irrelevante para algumas igrejas evangélicas).Os verdadeiros católicos acreditam
firmemente que é somente participando da
desta santa, sagrada e perfeitíssima comunhão com Cristo, não de forma
supersticiosa, mas concreta e real, porém não anterior a conversão, pois desde
os primeiros séculos, só participam da Comunhão os iniciados (Batizados e catequizados),é
que podem participar da vida eterna através deste maior mistério da fé (Jo
6,48-58).Sendo imensos os benefícios espirituais que emanam da eucaristia
na caminhada com Cristo aludindo-se a Elias que caminhou pela força daquele
pão.A Força da Eucaristia nos primórdios, conforme o
alimento do profeta Elias, em 1Rs 19,4-10, é o tema que nos propomos a estudar
e que serve de estímulo partindo do profeta Elias em seu tempo,
percorreremos do momento em que ele se alimenta do pão oferecido pelo anjo (1Rs
19,4-10) até o tempo que se chama "Hoje".E, a partir desse alimento
verdadeiro, o vigor do profeta será renovado, sendo prenuncio da “Força da Eucaristia”, o mesmo alimento que recebemos em
cada celebração eucarística, para dar sentido a nossa Missão.
2)- Lutero e sua doutrina da "consubstanciação": A
doutrina da transubstanciação tem sua irmã gêmea no conceito de
consubstanciação. Esse segundo modo de interpretar a ceia do Senhor foi
proposto inicialmente por Martinho Lutero (1483-1546). Ele rejeitou a
transubstanciação por considerá-la uma doutrina irracional e também condenou o
ensino de que o sacrifício de Cristo se prolongaria na eucaristia. Porém,
Lutero não via possibilidade de interpretar a fórmula “Isto é o meu corpo” de
outro modo que não fosse o literal, ou seja substancialmente. Por isso,
propôs que mesmo o pão continuando a ser pão e o vinho continuando a ser vinho,
a presença física de Cristo é real na ceia, sendo seu corpo recebido por todos
os participantes da mesa do Senhor. Para Lutero, portanto, o corpo de Cristo
estava nos elementos e com os elementos, sem que o pão e o vinho se
transformassem em carne e sangue. Assim, por propor que na ceia a
substância dos elementos é recebida pelo crente junto com a
substância do corpo físico do Senhor, a doutrina ensinada pelo reformador
recebeu posteriormente o nome de consubstanciação. A
concepção de Martinho Lutero acerca da ceia estava atrelada à sua proposta
acerca da ubiqüidade do
corpo de Cristo. Na verdade, a doutrina da consubstanciação depende
exclusivamente desse conceito (Ubiqüidade significa onipresença).Lutero
ensinava, pois, que o corpo físico de Cristo tinha atributos divinos, podendo
estar em vários lugares ao mesmo tempo e não somente sentado à direita do Pai
nas alturas. Daí a possibilidade de estar junto aos elementos da ceia e servir
de alimento para os cristãos. O maior oponente de Lutero nesse
assunto foi o reformador suíço Ulrico Zuínglio (1484-1531). Ele
combateu a consubstanciação dizendo que os benefícios da ceia eram puramente
espirituais, não havendo sentido nem necessidade de qualquer presença corporal
de Cristo no pão e no vinho. Além disso, Zuínglio rejeitou o conceito
de ubiqüidade exposto por Lutero, afirmando que a encarnação não ocorreu de tal
modo que a natureza humana de Cristo, em seu aspecto corporal, se tornasse onipresente.
Com base em João 6,63 - passagem que em nada se refere ao mistério eucarístico,
mas tão somente um texto tirado do contexto, ele frisou que “a carne para nada
aproveita” e insistiu que a fórmula “Isto é o meu corpo” devia ser interpretada
como uma mera metáfora representativa, mesmo forçando e indo contra os
originais gregos que tratam literalmente as espécies consagradas com o verbo
SER (est), e não REPRESENTA (semanei).A doutrina da consubstanciação seguiu seu
curso dentro do luteranismo. Ela apareceu na primeira edição da Confissão de
Augsburgo (1530), escrita por Filipe Melanchton, foi claramente afirmada na
Fórmula da Concórdia (1577), um documento produzido para por fim às
controvérsias que haviam surgido dentro do luteranismo, e continua sendo
defendida pelas igrejas luteranas ao redor do mundo, através da confiante
afirmação, presente em seus credos, de que a ceia do Senhor “é o verdadeiro
corpo e sangue de nosso Senhor Jesus Cristo para ser comido e bebido por nós,
cristãos, sob o pão e o vinho”.
3)- Calvino e a sua doutrina
eucarística pessoal do virtualismo: A concepção acerca da ceia conhecida como presença
espiritual foi ensinada pelo reformador francês João Calvino
(1509-1564). Seu conceito pessoal quanto à mesa do Senhor, é que não se trata de um
ritual em que o corpo de Cristo está presente de alguma maneira física, como
ensinam os católicos e os luteranos. Para Calvino, a ceia é um sacramento em
que a carne e o sangue do Salvador estão espiritualmente presentes, sendo exibidos nos elementos, de modo
que os que participam do pão e do cálice alimentam-se em espírito do próprio
Senhor. É nesse sentido que Calvino afirma que, ao receber o símbolo do
corpo, o crente deve confiar que a ele está sendo dado também, o próprio corpo
de Cristo. Na particular concepção calvinista, o sacrifício de Cristo não se
repete durante a Eucaristia, mas os benefícios de sua morte substitutiva
(redenção, justiça, santificação e vida eterna) são renovados e reforçados em
prol dos comungantes. Isso, porém, só acontece com quem come e bebe com
fé. Os que o fazem na incredulidade não recebem tais benefícios. Antes, são
condenados por sua indigna aproximação da mesa do Senhor. É importante frisar
que a doutrina da presença espiritual esposada por Calvino tem
relação direta com seu conceito de sacramento. Segundo ele, há
somente dois sacramentos: o batismo e a ceia. Em ambos, Cristo e seus
benefícios são representados. Porém, o valor desses sinais supera o simples
objetivo simbólico. Neles há uma relação espiritual entre o símbolo e a coisa
simbolizada, de tal forma que os efeitos do que é simbolizado são comunicados
ao símbolo, graças à atuação do Espírito Santo e a virtude da palavra de Deus que
instituiu os sacramentos.É, pois, por causa dessa visão que, no tocante à ceia,
Calvino insiste em afirmar que o corpo de Cristo está fisicamente presente no
céu, mas, por meio do poder do Espírito, durante a Eucaristia os cristãos
participam da sua carne e do seu sangue, unindo-se desse modo ao Senhor e
recebendo seus benefícios. Ele diz expressamente: “Sustentamos que Cristo desce até
nós, tanto pelo símbolo exterior, quando por seu Espírito, para que nossas
almas verdadeiramente vivifiquem com a substância de sua carne e de seu
sangue.” Uma vez que, segundo o reformador, isso ocorre pelo misterioso
poder (arcana virtus) do Espírito, esse ensino é também chamado de
“virtualismo”.A doutrina da presença espiritual
de Cristo na ceia foi recepcionada pela Confissão de Fé de Westminster(1646), um dos documentos mais
importantes da fé reformada, e se constitui num dos ensinos distintivos das
igrejas presbiterianas. Ao longo dos séculos, essa doutrina tem se imposto com notável força,
não com base em sutilezas gramaticais que negam o sentido figurado da frase
“isto é o meu corpo”, mas, especialmente, pela ênfase no controvertido
enunciado de Paulo em 1Coríntios 10,16: “Porventura, o cálice da bênção
que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é
a comunhão do corpo de Cristo?” É com o sentido dessas palavras que os
oponentes da doutrina da presença espiritual são desafiados a lidar.
4)- A quarta concepção literal, acerca da ceia é chamada memorial. Essa
é a visão segundo a qual a ceia é vista apenas como uma mera ordenança
do Senhor, apenas um TEATRO para trazer à memória dos crentes o sacrifício que
Cristo realizou no Calvário. Geralmente, essa doutrina é atribuída ao já
mencionado reformador Ulrico Zuínglio. De fato, Zuínglio rejeitou qualquer
noção sobre a presença de Cristo nos elementos eucarísticos. Para ele, comer a
carne do Senhor significava crer nele, de modo que a expressão “isto é o meu
corpo” devia ser entendida como uma metáfora.Deve-se dizer, contudo, que não é
correto atribuir a Zuínglio uma concepção memorialista extrema. Isso porque
esse reformador via a ceia não apenas como um momento de recordação, alegria e
gratidão, mas também como um sinal mediante o qual, como no batismo, o crente
comprova sua fé e mostra para a igreja que pertence a Cristo.Para as demais igrejas
protestantes, principalmente as pentecostais e neopentecostais, segundo estes,
dentre as quatro visões sobre a ceia do Senhor, a que a concebe basicamente
como um memorial parece ser a que melhor se harmoniza com o ensino das Escrituras.
O próprio Senhor, ao instituir essa ordenança, afirmou: “Fazei isso, em
memória de mim”. (1Co 11,23-25).O memorialismo bíblico, porém,
não é do tipo que despreza as realidades espirituais ligadas à ceia. Na
verdade, um enunciado que leve realmente em conta a totalidade da evidência
neotestamentária deve afirmar que a ceia do Senhor é um memorial que recorda o
sacrifício de Cristo, memorial este celebrado em meio a uma realidade
espiritual que transcende a experiência regular da igreja, à medida que
proporciona aos crentes uma cumplicidade mais plena com o próprio Senhor
presente de forma intensa no momento da celebração. Ora, é evidente
que, desfrutar de uma cerimônia assim, provocará transformações nos
participantes, mais do que meras recordações.
Doravante nos damos a
tarefa de decompor e explicar de forma clara e precisa, o transcendental
significado da palavra "Transubstanciação"
Vemos que em nós, no mundo bem como no universo,
tudo está em constante transformação, constante mudança. Existem dois tipos essenciais de mudança, sendo estes, a mudança de estado
e a mudança de forma:
1)-Quando existe mudança de forma, algo apenas muda sua aparência,
mas não seu transfundo, sua parte mais intima e principal, que carrega.
3)-Já a mudança (transformação/mutação) da matéria em outra, é uma transformação, sem duvida
radical e profunda, onde um elemento muda seu principio, alterando sua
estrutura por completo e também,sua forma.
Podemos
ousar em afirmar que a mudança de forma se dá na horizontal, e a mudança material, na vertical, porém uma está intimamente ligada à outra. Para a
mudança material, se requer a real transformação da essência em outra, como da
água em vinho nas bodas de Caná, ou as reações químicas na natureza; já para a
mudança de forma, ou estado,como da água nos estados sólido, líquido e
gasoso, não, pois permanecem os acidentes visíveis inalterados.A
Transubstanciação se dá por antonomásia, ou seja por ocupação, que conforme o
Papa Paulo VI, é o que acontece nas espécies eucarísticas: Deus em sua natureza
Divina, com seu corpo, sangue, alma e Divindade ocupa as espécies eucarística
sem mudar a aparência das espécies (acidentes). Diferentemente de transformação
de uma matéria em outra (caso como citamos anteriormente, da água transformada
em vinho nas bodas de Caná).Portanto na Eucaristia nós católicos não adoramos as
espécies eucarísticas em si, mas a presença real de Deus ali, que é assegurada pelo próprio Cristo nas
escrituras: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida
eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,53-54). Ainda nos referindo a Transubstanciação, vale a
pena entender o sentido profundo desta palavra; Trans – Transformar;
Substânci(a) – Fixo, Matéria, Sabedoria.(A)cão – Volátil, Espírito, Poder. Pois
a Transubstanciação é a ciência de converter o Fixo no Volátil, é a
capacidade de elevar a Matéria Caótica que carregamos, em Espírito Puro; é o
Dom de Deus que permite com que a Sabedoria que um homem carrega se Transforme
em Poder. É incrível que sem a substância não pode haver a ação, pois encerrado
em potência dentro da substância silenciosa e fria, se encontra o fogo e o
movimento em seu estado primordial. Devemos cumprir com as sábias palavras do
Magno Sacerdote quando diz: “Este ato misterioso do qual dou fé, simboliza a
Transubstanciação”, pois dentro daquele Santo Recinto, mesmo que por
breves instantes, deve estar ocorrendo esta Transubstanciação. Vemos que
poder terrivelmente divino se encontra nesta palavra, temos pois a chave de
alterar qualquer elemento que se encontre sobre a face da terra, assim nos
tornando verdadeiros Alquimistas a serviço de Deus. porém é melhor que nos dediquemos a
transformar o que há dentro de nós. Vemos que uma pessoa que tenha tal
ou qual forma de Atuar, mediante a Ação da palavra, pode impregnar qualquer
outro veículo físico ou interno, de Ânimo, de Força de Felicidade, permitindo
assim mudar sua forma de Atuar para uma mais similar ao primeiro, servindo como
base para que com esta nova forma mais sutil possa alterar por si só seu
Estado.Sem maiores rodeios dizemos que nem todas as pessoas tem como mudar seu
Estado interior, porque sua Forma física se torna um obstáculo para isto.Realmente
de nada valeria mudar a forma se o estado continua débil e fraco. É
verdadeiramente necessário imperar antes de tudo uma profunda mudança em nossos
estados Anímicos e Espirituais, ocasionando assim profundas e definitivas
transformações nas formas.
O MAGISTÉRIO DA IGREJA AFIRMA:
“Cristo Jesus, aquele
que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direita de Deus e que
intercede por nós” (Rm 8,34), está presente de múltiplas maneiras em sua
Igreja: em sua Palavra, na oração de sua Igreja, “lá onde dois ou três estão
reunidos em meu nome” (Mt 18,20), nos pobres, nos doentes, nos presos, em seus
sacramentos, dos quais ele é o autor, no sacrifício da missa e na pessoa do
ministro. Mas “sobretudo (está presente) sob as espécies eucarísticas”. - O
modo de presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a
Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz com que da seja “como que o
coroamento da vida espiritual e o fim ao qual tendem todos os sacramentos”. No
santíssimo sacramento da Eucaristia estão “contidos verdadeiramente,
realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a
divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo...Esta
presença chama-se 'real' não por exclusão, como se as outras não fossem
'reais', mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela Cristo,
Deus e homem, se toma presente completo, ocupando as espécies eucarísticas”.É pela conversão do pão e do
vinho no Corpo e no Sangue de Cristo que este se torna presente em tal
sacramento. Os Padres da Igreja afirmaram com firmeza a fé da Igreja na
eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo para operar esta
conversão. Assim, São João Crisóstomo declara: “Não é o homem que faz
com que as coisas oferecidas se tomem Corpo e Sangue de Cristo, mas o próprio
Cristo, que foi crucificado por nós. O sacerdote, figura de Cristo, pronuncia
essas palavras, mas sua eficácia e a graça são de Deus. Isto é o meu Corpo, diz
ele. Estas palavras transformam as coisas oferecidas.”
Santo Ambrósio afirma acerca desta conversão:
“Estejamos bem
persuadidos de que isto não é o que a natureza formou, mas o que a bênção
consagrou, e que a força da bênção supera a da natureza, pois pela bênção a
própria natureza mudada. Por acaso a palavra de Cristo, que conseguiu fazer do
nada o que não existia, não poderia mudar as coisas existentes naquilo que
ainda não eram? Pois não é menos dar às coisas a sua natureza primeira do que
mudar a natureza delas.”
O Concílio de Trento resume a fé católica ao
declarar:
“Por ter Cristo, nosso
Redentor, dito que aquilo que oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente
seu Corpo, sempre se teve na Igreja esta convicção, que O santo Concílio declara novamente: pela consagração do pão e do vinho
opera-se a mudança de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo
Nosso Senhor e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue; esta
mudança, a Igreja católica denominou-a com acerto e exatidão
transubstanciação”. - A presença eucarística de Cristo começa no momento
da consagração e dura também enquanto subsistirem as espécies eucarísticas.
Cristo está presente inteiro em cada uma das espécies e inteiro em cada uma das
partes delas, de maneira que a fração do pão não divide o Cristo. (Catecismo
da Igreja Católica § 1373-1377).
CONCLUSÃO
Portanto, diante do exposto, observa-se que o
milagre da transubstanciação ocorre pela eficácia da Palavra de Cristo e da
ação do Espírito Santo, pois, para Deus nada é impossível (cf. Mt 19,26).É preciso compreender que o milagre é de transubstanciação,
e não de transformação:“O que ocorre é que, com a consagração, o Espírito
Santo de Deus (e não o padre) modifica por antonomásia,a substância do pão e do
vinho, que doravante, são Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo. No entanto, os acidentes pão e vinho
permanecem, pelo que as espécies eucarísticas seguem possuindo todas as
propriedades químicas de pão e de vinho. Esta diferenciação entre
"substância" e "acidente" é de fundamental importância para
a correta compreensão do sacramento da eucaristia.” (cf. ATAQUE DE MARY
SCHULTZE CONTRA A TRANSUBSTANCIAÇÃO). Porém, devido a dureza
dos corações humanos, Deus já permitiu que o milagre da Transubstanciação
ocorresse com a transformação da matéria, como se pode comprovar, por exemplo,
no Milagre Eucarístico de Lanciano e em outros milagres Eucarísticos
reconhecidos pela Igreja (cf. FENÔMENOS EUCARÍSTICOS NA HISTÓRIA DA IGREJA
CATÓLICA).Sobre o fato de Cristo ter dito que era a “Videira” ( cf. Jo 15,1),
“O caminho” (cf. Jo 14,6) de exortar os discípulos a entrarem pela “porta
estreita” (cf. Mt 7,13), não que dizer que Ele não falava literalmente ao
afirmar que era o “Pão da Vida”: “Jesus
replicou: Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele
que crê em mim jamais terá sede”. (Jo 6,35). Uma prova cabal que ele falava literalmente, é que após a afirmação de
que “se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue,
não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,53-54), muitos não
suportando a verdade, se foram, e Jesus pergunta para os poucos que
ficaram: “Então Jesus perguntou aos Doze: Quereis vós também
retirar-vos?Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as
palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus! (Jo
6,67-69).Quando Jesus disse que era o Pão vivo, os ouvintes
se escandalizaram e foram embora por causa da dureza da doutrina, o que significa
que entenderam, mas não aceitaram o sentido literal destas palavras. O
que faria Cristo, se quisesse transmitir uma mensagem simbólica apenas, vendo
que o tinham entendido errado, de modo literal? Chamaria a todos de volta:"Não vão, vocês entenderam
errado, voltem, não foi isto que literalmente eu quis dizer..."Mas o que fez? Não só não os chamou de volta, como
ainda disse aos Apóstolos: "E vocês, também querem ir?" Confirmou,
com isso, o entendimento real dos ouvintes: Cristo estava falando, sim,
literalmente!
*Francisco José Barros Araújo –
Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636
do Processo Nº 003/17
BIBLIOGRAFIA:
- CIC - Catecismo da Igreja Católica.
- Maurice Brouard - Enciclopédia da Eucaristia
- John L. Mackenzie - Dicionário Bíblico
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