Satanás: homicida e
mentiroso — Astuto, falso e enganador desde o princípio!
O
divino Redentor resumiu em poucas palavras essa psicologia diabólica: “Ele foi
homicida desde o princípio, e não permaneceu na verdade; porque a verdade não
está nele; quando ele diz a mentira,fala do que lhe é próprio, porque é
mentiroso e pai da mentira" (Jo 8, 44).O demônio é homicida e o pai da
mentira, o mentiroso por excelência que odeia a verdade, porque a verdade nos
conduz a Deus: "Eu sou o caminho, a verdade, a vida” (Jo 14, 5); ele odeia
o Criador e, tendo-se separado de Deus, separou-se para sempre da verdade e da
vida. E através da mentira que ele dá a morte, a morte espiritual.Santo
Agostinho, a respeito da afirmação de Jesus de que o demônio é homicida e
mentiroso, comenta: “Perguntamos de onde veio ao diabo o ser homicida desde o
princípio, e respondemos que matou o primeiro homem, não enterrando-lhe o
punhal ou infligindo-lhe qualquer outro dano no corpo, senão persuadindo-o a
que pecasse precipitando-o da felicidade do paraíso”. (Apud J. MALDONADO S.J., Comentarios a los Cuatro Evangelios, p. 563). Pe. João Maldonado,
erudito exegeta jesuíta do século XVI, observa sobre essa mesma frase - “Porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8,
44): “A maior parte dos autores entendem isto daquelas palavras que o diabo
disse a Eva: ‘Sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal.’ (Gen 3, 5);
palavras em que evidentemente mentiu;
quer dizer, uniu a mentira com o homicídio (espiritual), perpetrando os dois
crimes ao mesmo tempo. ... Chama-se ao diabo pai da mentira porque é ele o
autor e inventor da mesma, de tal modo que pode dizer-se que deu à luz a
ela” (J. MALDONADO S.J., op. cit., pp.
564-566). Quando tenta o homem, procurando afastá-lo de Deus, ele mente
apresentando uma falsa imagem da realidade, escondendo seus verdadeiros fins e
enredando sua vítima no engano, no sofisma e na falsidade.
Desde o princípio: é astuto, falso e enganador!
“Satanás se distingue por sua astúcia — escreve Mons. Cristiani. O que
quer dizer esta palavra? A astúcia é um artifício enganador. O ser que age por
astúcia tem más intenções. Se ele fala, não é para dizer a verdade, mas para
enganar, para conduzir ao erro, à inverdade. Satanás é falso. Não se pode
confiar nele. O que falta antes de tudo nele é a eqüidade, a lealdade, a
franqueza. Ele é equivoco, voluntariamente obscuro e dissimulado” (Mgr L.
CRI5TIANI, Présence de satan dons le monde moderne, p. 306.)
Soberba demencial e inveja mortal
Por
detrás dessa dissimulação se esconde o seu desejo oculto, assim expresso por
Mons. Cristiani: “Ser como Deus! Este ato de orgulho é o fundo mesmo da
psicologia de Satanás! ... ‘Vós sereis como deuses!’ Ele próprio, na sua queda,
se considera como um deus. Seu orgulho não está morto. O orgulho levado até à
adoração de si mesmo é o que faz o demônio voltar-se contra o Criador. É o
orgulho que, tendo-o afastado de Deus, fez dele o Adversário. No livro do
Eclesiástico esta conseqüência do orgulho é posta em evidência: ‘O princípio do
orgulho é abandonar o Senhor e ter seu coração afastado do Criador, porque o
princípio do orgulho é o pecado, aquele que se entrega a ele espalha a
abominação.‘ (Ecli 10, 12-13).Compreendemos, então, porque Jesus Cristo,
que é a Via, a Verdade, a Vida, tenha definido Satanás como o Pai da mentira, o homicida desde o começo. E, para nós, este
termo de homicida longe de ser excessivo, não diz senão um aspecto da verdade
total: Satanás é, com efeito, acima de tudo, o DEICIDA!” (Mgr L. CRISTIANI, op.
cit., p. 308.)
O orgulho de Satanás
e seus anjos malignos não conhece limites!
"Que
orgulho demencial — comenta ainda Mons. Cristiani — nessa palavra de Satanás a
Cristo, mostrando-lhe em espírito todos os reinos da terra: ‘Tudo isto eu te
darei se prostrado por terra me adorares!´ - O fundo último da ambição satânica é
este: Tirar de Deus seus adoradores, fazer convergir as adorações dos homens
para ele próprio!Resuimàmo-nos: o orgulho, a vontade de se fazer deus, a
astúcia, a inveja e o ódio do homem, tudo isto desembocando na mentira, no
homicídio, no deicídio: eis Satanás!”. (Mgr L.CRISTIANI, op. cit., p. 308.) - Não lhe importam as derrotas que sofre continuamente, nem mesmo a final
e definitiva a que está condenado; sua soberba se satisfaz com os pequenos
triunfos que obtém, no esforço de levar as almas à eterna perdição.
Comenta o Cardeal
Lepicier sobre as vitórias e derrotas satânicas:
“Escudado
na satisfação de certas vitórias parciais e na esperança de grandes triunfos e,
ao mesmo tempo, não se preocupando com as vergonhosas derrotas sofridas, Satanás
prossegue loucamente na sua faina de tentar arrastar as almas para a eterna
perdição. O seu pendão está sempre erguido e o seu grito insensato de
desafio e revolta ouve-se por toda parte: ‘Eu não quero servir! ‘ (Jer 2, 20)”.
(Card. A.LEPICIER. O Mundo invisível p. 240.)
As doutrinas
perversas do demônio - O demônio tem uma doutrina mentirosa, que opõe-se à doutrina de Cristo:
Em
sua introdução ao Tratado sobre os anjos, de São de Aquino, comenta o Pe.
Aureliano Martínez O.P.:“O demônio tem suas doutrinas perversas, às quais o Apóstolo chama
espírito do erro e ensinamentos do demônio (1 Tim 4, 1), com as quais como deus
deste mundo, cega a inteligência dos homens para que não brilhe nelas a luz do
Evangelho (2 Cor 4, 4); doutrinas que propala mediante falsos apóstolos e
operários enganadores que se disfarçam em apóstolos de Cristo; e não é de
espantar, pois o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz (2 Cor 11, 13-14),
tentando os fiéis de incontinência (1 Cor 7, 5) e de ira (Ef 4, 27)”. (A MARTÍNEZ O.P., Tratado de Los Angeles —
Introducción, p. 511.) - Foi
por essa razão que o Divino Salvador definiu o demônio como aquele "que
não permaneceu na verdade; porque a verdade não está nele; quando ele diz a
mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8,
44).Por meio dessa ação de persuasão o demônio procura na tentação, não apenas induzir-nos
a cometer este ou aquele pecado, mas afastar-nos completamente de Deus.
Poder dos anjos bons
sobre os demônios!
Ensina
São Tomás que os anjos bons, mesmo que por natureza pertençam a uma hierarquia
inferior à de algum demônio (por exemplo em ralação a satanás que era da ordem dos Serafins, e foi vencido por São Miguel que é um arcanjo, ou seja, hierarquicamente inferior), sempre têm um
domínio sobre os anjos decaídos! Pois os
anjos gozam de perfeição da amizade de Deus, da qual estão privados os demônio;
e esta perfeição é superior à mera excelência natural, a única que permanecesse
nos demônios (Suma Teológica, 1,q. 109,a.4. )Por isso observa o Cardeal
Lepicier: " A sabedoria de Deus
torna-se ainda mais manifesta , quando consideramos que ele colocou os
espíritos malignos debaixo do domínio dos anjos bons e deu a cada homem, neste
mundo, um anjo bom que o ilumina, guia os seus passos e o defende contra os
seus inimigos. Por isso, os assaltos do
inimigo das almas são aniquilados pela intervenção daqueles espíritos que se
conservam fiéis a Deus, e o demônio acaba por contribuir para a maior glória do
Criador". (Cardeal A. LÉPICIER, op. cit., p. 241. )
AÇÃO
ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA DO DEMÔNIO
DEUS
GOVERNA O MUNDO, respeitando sua ordem e suas leis; isto é, a normalidade, a
simplicidade, o usual das coisas; tudo aquilo que sai desta linha e que parece
maravilhoso, prodigioso, milagroso é excepcional, muito raro. Deus nos criou
livres e espera de nós um livre consentimento à fé, sem que nisto sejamos
influenciados por uma manifestação habitual do preternatural e do sobrenatural.
Entretanto, para provar-nos, para que mereçamos a bem-aventurança eterna, como
também, muitas vezes, para castigo nosso, permite Deus que o demônio nos
atormente.A
inclinação para o mal nos provém de três causas: de nossa natureza, ferida pelo
pecado original; do mundo e do demônio. Entretanto Satanás desperta em nós,
continuamente, a tríplice concupiscência com insistentes tentações de soberba e
orgulho, de luxúria, de avidez em todos os níveis.Essa é a ação ordinária,
comum, corrente do demônio — ou seja, a tentação. Além dela, pode o Maligno exercer
uma ação extraordinária.A ação ou atividade demoníaca extraordinária pode ser
assim qualificada por duas razões: em primeiro lugar, pelo seu caráter
surpreendente, sensacional, espetacular; em segundo, pela sua relativa raridade
(se comparada com a ação ordinária). Estamos nos referindo à infestação e à
possessão diabólica.
Magia negra ou
feitiçaria: aspectos históricos
"Não vos dirijais aos magos, nem interrogueis os advinhos,para que
vos não contamineis por meio deles".(Lev 19,31)
Antiguidade da magia
negra ou feitiçaria
“A magia negra ou diabólica, ou simplesmente feitiçaria, consiste em um
poder oculto, que permite ao mago obter efeitos superiores à eficiência dos
meios realmente empregados” — define o
Pe. Leonardo Azzolini S.J. (Pe. Leonardo AZZOLINI S.J., La Magia Secondo
la Teologia Morale, col. 1832) -A
feitiçaria é encontrada em todas as culturas e em todas as épocas; apresenta-se
sob aspectos diversos, mas sempre com característica em comum que é o recurso a
fórmulas e rituais mágicos, cabalísticos, para curar doenças, prever coisas
futuras, assegurar o sucesso de empreitadas, etc. Mais particularmente, a capacidade
de de fazer o mal, de prejudicar outros.A magia estava tão difundida na
Antigüidade, que consistia um perigo para o Povo Eleito, o qual era tentado a
imitar vos vizinhos.A
Bíblia ressalta essa prática no Egito. O livro do Êxodo (7, 11 ss), narra como,
tendo Moisés e Arão feito prodígios diante do Faraó (transformação de uma vara
em serpente e as águas do rio em sangue) os magos do Faraó, pela ação do
demônio fizeram o mesmo. O livro de Isaías (47, l2ss) e o de Daniel (1, 20; 2,
2ss) mostram a importância da magia entre os babilônios. Também os gregos
romanos nada faziam de importante sem antes consultar as pitonisas e os
oráculos.Por isso Deus estabeleceu a mais severa das punições para quem
recorresse a mágicos e advinhos, ou invocasse os espíritos: a pena de morte (Ex
22, 18; Lev 20,27; 19,26-31; 20,6; Deut 18, 9-14).Mesmo
aio depois da Redenção tais práticas, infelizmente, não cessaram (cf. At 13,
6-10; 16, 16-18). Aliás o próprio Divino Mestre havia predito que se
levantariam falsos profetas, os quais fariam prodígios e milagres que enganariam
até os bons (Mt 24, 24). Nos primeiros tempos do Cristianismo os Padres da
Igreja combateram muito a feitiçaria; e na Idade Média, os grandes Doutores -
como João de Salisbury (1120-1180), São Tomás de Aquino (1225-1274) e São
Boaventura (1221-1274), entre outros, continuaram o mesmo combate, estudando a
fundo a feitiçaria.A
época, entretanto, em que o problema se tornou mais vivo, foi o começo dos
Tempos Modernos, em virtude da enorme decadência religiosa que se seguiu ao
declinar da Idade Média, com a explosão de orgulho e sensualidade do
Renascimento e, finalmente, a crise de revolta contra a Igreja, que deu no
Protestantismo.De fato, sobretudo nos séculos XV ao XVII, inúmeros Papas e
Concílios provinciais promulgaram documentos alertando contra a prática da
feitiçaria.É nessa época que surge um dos documentos mais autorizados sobre a
ação de bruxos e feiticeiras, a bula Summis desiderantes, do Papa Inocêncio
VIII (1484-1492).
Documentos
pontifícios contra a feitiçaria
1)- A bula de
Inocêncio VIII
A
bula Summis desiderantes, de 6 de dezembro de 1484, descreve a perversa ação
dos feiticeiros em certas regiões da Alemanha.O Papa começa manifestando o seu
sumo desejo de que “toda depravação herética seja varrida de todas as fronteiras e de
todos os recantos dos fiéis”.A feitiçaria é aí tratada como depravação
herética. E a razão é porque, em geral, as pessoas que se entregam à feitiçaria
acabam por ter urna concepção herética a respeito do demônio, atribuindo-lhe
qualidades divinas, ou substituindo-o ao próprio Deus. A bula passa então à descrição das muitas práticas de feitiçaria, tal
como constava ocorrer na Alemanha:“Chegou-nos recentemente aos ouvidos, não sem que nos afligíssemos na
mais profunda amargura, que em certas regras da Alemanha ... muitas pessoas de ambos os sexos,
negligenciando a própria salvação e desgarrando-se da Fé Católica,
entregaram-se a demônios incubos e súcubos (Íncubo é a forma masculina e súcubo
a forma feminina tomada pelo espírito das trevas para manter relações com
feiticeiros de um e outro sexo.) e pelos seus encantamentos, pelos seus
malefícios e pelas suas conjurações, e por outros encantos e feitiços
amaldiçoados e por outras também amaldiçoadas monstruosidades e ofensas
horríveis, têm assassinado crianças ainda no
útero materno, além de novilhos, e têm arruinado os produtos da terra,
as uvas da vinha, os frutos das árvores, e mais ainda: têm destruído homens,
mulheres, bestas de carga, rebanhos, animais de outras espécies, parreirais,
pomares, prados, pastos, trigo e muitos outros cereais; estas pessoas
miseráveis ainda afligem e atormentam homens e mulheres, animais de carga,
rebanhos inteiros e muitos outros animais com dores terríveis e lastimáveis e
com doenças atrozes, quer internas, quer externas; e impedem os homens de realizarem
o ato sexual e as mulheres de conceberem, de tal forma que os maridos não vêm a
conhecer as esposas e as esposas não vêm a conhecer os maridos; porém, acima de
tudo isso, renunciam de forma blasfema à
Fé que lhes pertence pelo Sacramento do Batismo, e por instigação do Inimigo da
Humanidade, não se escusam de cometer e de perpetrar as mais sórdidas
abominações e os excessos mais asquerosos para o mortal perigo de suas próprias
almas, pelo que ultrajam a Majestade Divina e são causa de escândalo e de
perigo para muitos”. (In H. KRAMER-J.
5PRENGER, O Martelo das feiticeiras, pp. 43-46.) - Em
seguida, o Papa se refere aos dois inquisidores que nomeou para essa região,
professores de teologia e membros da Ordem dos Dominicanos, os Padres Henrique
Kramer (também conhecido pelo seu sobrenome latinizado, Institoris) e
Jacó Sprenger, aos quais pede todo o apoio para que “as abominações e
atrocidades em questão não permaneçam
sem punição”. Sendo necessário, recomenda a busca do auxílio do braço secular,
isto é, das autoridades civis.Têm-se comentado que esta bula não tem valor
doutrinário, mas apenas de constatação de fatos. Mas é significativo que tanto
ela como as demais bulas de outros Papas tomam com toda a naturalidade a
existência de feiticeiras e os resultados de suas artes mágicas.
2)- Outros documentos Pontifícios
Em
1500, o Papa Alexandre VI escreveu ao Prior de Klosterneubourg e ao inquisitor
Kramer para se informar dos progressos da feitiçaria na Boémia e Morávia.
Alguns
anos mais tarde, o Papa Júlio II ordenava ao inquisitor de Cremona que tomasse
medidas contra aqueles que abusavam da Eucaristia num sentido maléfico ou que
adoravam o diabo.
O
Papa Leão X, pela Bula Honestis petentium votis, de 1521, elevava um protesto
contra a atitude do Senado veneziano, que se opunha à ação dos inquisitores de
Brescia e de Bérgamo contra os feiticeiros. O Papa fazia ameaças de excomunhão
e de interdito.
Pouco
depois, Adriano VI adotava atitude semelhante com a Bula Dudum uti nobis,
dirigida ao inquisitor de Cremona. Seu sucessor Clemente VII escreveu no mesmo
sentido ao governador de Bolonha.
É
verdade que Urbano VIII (1623-1644), chamou a atenção dos juízes para que não
se deixassem levar por uma repressão inconsiderada em relação à feitiçaria. (Cf. Émile BROUTTE, La Civilisation Chrétienne du XVI siècle devant le
problème satanique, pp. 365-366.)
O
número de documentos de Concílios provinciais, sobretudo da Alemanha, nos
séculos XVI e XVII é excessivo para ser citado aqui. Em todos eles as
autoridades eclesiásticas insistem na repressão das práticas de feitiçaria e no
julgamento dos culpados.
As leis civis
As
leis civis da época proibiam igualmente tais práticas e os magistrados leigos
instruíam os processos de feitiçaria:“Os juristas opuseram a rigidez do Direito ao fanatismo da superstição,
a serenidade da legislação ao ódio dos camponeses cheios de prevenção. Os
processos se fazem cuidadosamente, com um desejo profundo de conhecer a
verdade. Sua duração não é, com freqüência, senão um sinal a mais do desejo de evitar
todo erro judiciário. O feiticeiro tido como culpado é condenado ao fogo. E a
única pena que conhece a lei. Mas essa sentença tem numerosas
suavizações". (Émile BROUTTE ,po. cit., p. 379.) -Que
possa ter havido excessos e erros judiciários, não há dúvida. Mas estamos muito
longe do quadro arbitrário pintado pelos historiadores românticos e
anticlericais do século passado, de um fanatismo cego, fruto de uma ignorância estúpida. É preciso lembrar
que os magistrados dos séculos XVI e XVII eram conhecidos pelo seu espírito de
erudição verdadeira universal, abarcando quase todos os campos do saber, e sua
independência de julgamento.As
campanhas desencadeadas contra a bruxaria no começo dos tempos modernos, em uma
época de grande tensão religiosa, que culminou com a explosão protestante, não
foram privilégio das regiões católicas, mas, se deram — e até com mais
intensidade - nos países que passaram
para a heresia.Porém, mais do que o problema histórico, sempre difícil de
precisar, o que importa aqui é a questão de doutrina: a possibilidade, segundo
a teologia católica, da existência de feiticeiras e bruxos.
Consenso dos teólogos
e moralistas católicos:
A
referida bula de Inocêncio VIII deu ocasião a que dois teólogos, nomeados
inquisidores pelo Papa — os já citados Padres Henrique Kramer e Jacó Sprenger —
escrevessem um livro para analisar, do ponto de vista teológico, a prática da
feitiçaria: Malleus Malleficarum — O Martelo das Feiticeiras, continuamente
traduzido e publicado nas várias línguas do Ocidente. (Heinrich KRAMER e James
SPRENGER, O Martelo das Feiticeiras Malleus Maleficarum, tradução de Paulo
Fróes, Editora Rosa dos Tempos, Rio de Janeiro, 2° edição,1991. Cf. J. Paquier, Inocent VIII, DTC, VII, 2ême partie, cols. 2002-2005.)Numa argumentação escolástica, eles recorrem aos grandes Doutores da
Igreja — em especial a Santo Agostinho e São Tomás de Aquino — para mostrar
como Deus pode permitir ao demônio que atenda às solicitações de homens e
mulheres pérfidos que recorram à sua ajuda; que os fatos extraordinários,
atribuídos em geral aos bruxos e feiticeiras, não estão acima da capacidade
angélica do demônio sobre a matéria.A
existência de bruxos e feiticeiras tem sido aceita pacificamente por todos
moralistas católicos. Ademais de todas as provas que se podem tirar das
Sagradas Escrituras e do Magistério da Igreja, a prática da bruxaria é
confirmada “pela opinião de todos os teólogos, cuja unanimidade traz uma certeza
absoluta em matéria de doutrina. Ora, não existe um manual de teologia moral
que não fale da magia e da feitiçaria como tendo sempre existido e existindo
ainda”. ("L´Ami du clergé”, Le demonisme, n°44 (1902) p. 978.)
Magia -
Espiritismo - Baixo espiritismo nas religiões afro:
"Não se ache entre vós, quem seja encantador, nem quem consulte os pitões ou advinhos,ou indague
dos mortos a verdade. Porque o Senhor
abomina todas estas coisas, e, por tais
maldades exterminará estes povos".
(Deut 9,10-12)
Magia
A
Magia geralmente é definida como a arte de operar prodígios por meios ocultos.
Aqui não nos referimos às artes dos prestigiadores, impropriamente chamada de
magia, nem a outros tipos de magia natural, que não são outra coisa que a arte
de operar prodígios e coisas insólitas por meios naturais; ocupamo-nos só da
magia propriamente dita, magia supersticiosa, ou simplesmente feitiçaria que se
define como a arte de operar prodígios por obra do demônio. Desde que se trate
de magia propriamente dita, isto é, de prodígios alcançados com o auxílio do
demônio, não vem muito ao caso que se trate da chamada magia branca (que
obteria vantagens, sem prejudicar terceiros), ou a chamada magia negra, que
operaria o mal contra terceiros. Pois, todo o recurso ao Maligno é condenável
em si mesmo, não importando os efeitos que se quer alcançar.Como nas outras
formas de superstição, também a magia pode dar-se por invocação explícita ou
implícita do demônio.A
magia à qual se recorre para prejudicar outros chama-se malefício (encantamento,
feitiço), que podemos definir como a arte de prejudicar outros por obra do
demônio. Os Autores costumam distinguir dois tipos de malefícios: amatório
(filtros de amor) - se a ação do demônio excita em alguém veementíssimo
sentimento de amor ou de ódio em relação
a determinada pessoa; e venéfico (envenamento) — se provocar dano em pessoas ou
em seus bens.Não
se pode negar que o demônio, seja por si mesmo, seja por meio dos homens maus —
desde que Deus assim o permita — pode prejudicar, por vários modos, o corpo ou
os bens de certas pessoas visadas. Deus, em seus insondáveis desígnios, é certo
que assim algumas vezes o permite, como testemunha o exemplo de Jó (cf. Jó 1,
12, Ex 22, 18). Embora não se deva crer facilmente na existência de maleficio,
seria entretanto imprudente negá-lo sempre. Convém ressaltar entretanto que o
malefício amatório não elimina a
liberdade, e a ação demoníaca pode ser resistida com a ajuda da graça divina;
mas quando se cede a ele, o pecado cometido será mais grave ou menos em razão
da deliberação e do grau de liberdade. O malefício contém dupla malícia, uma
contra a religião, outra contra a caridade e a justiça, uma vez que prejudica o
próximo.Constitui
um pecado gravíssimo, contra a virtude da religião, que nos prescreve prestar
culto somente a Deus, e só a Ele recorrer e nunca ao poder das trevas —
‘Adorarás ao Senhor teu Deus, e só a êle servirás‘ (Lc 4, 8).O malefício
(também conhecido em nosso país por despacho, trabalho, feitiço, etc.) é uma
das causas muito comuns da ação extraordinária do demônio sobre pessoas
(infestação e possessão).
Espiritismo - Superstição herética, contrária à fé!
Uma
das formas de superstição mais difundida em nossos dias, e que coloca as
pessoas em risco de se pôr em contato com o demônio são as práticas espíritas. Trata-se
de superstição, porque as almas dos que morreram estão sob a especial tutela de
Deus, não podendo entrar em comunicação com os vivos a não ser por uma
permissão especial concedida por Ele.*Os
teólogos discutem se Deus permite que a alma de um defunto entre em contato
direto com um vivo, ou se, nos casos de aparições, se trata de um anjo (ou,
conforme o caso, um demônio) que representa aquela alma. Ora,
os espíritas querem utilizar meios puramente naturais - como a ação de outros
homens, os médiuns - para obter que essas almas apareçam ou se manifestem. Há
então aqui uma desproporção entre os meios empregados, meios naturais, e uma
ação sobrenatural, como é a aparição ou manifestação das almas dos defuntos (esse
efeito é sobrenatural porque está acima da natureza humana fazer com que as
almas dos defuntos se manifestem ou não aos vivos, o que depende exclusivamente
de Deus.)Ensinam
os moralistas que a única relação que deve haver entre as almas dos defuntos e
nós é uma relação espiritual, baseada na recordação e na oração.(Cf. Mons.
Antonio LANZA - Mons. Pietro PALAZZINI, Princípios de Teologia Moral, p.
129.) - Deus não pode consentir em nossos
caprichos, curiosidades mórbidas e fantasias; não pode, portanto, permitir que
as almas, que só a Ele estão submetidas, se manifestarem quando evocadas para
satisfazer a nossos desejos de temerária presunção de penetrar nos mistérios do
Além. Por isso, dizem os mesmos moralistas, se é verdade que às vezes essas evocações
às almas do outro mundo recebe resposta, tais respostas não podem senão do
Maligno. (O Cardeal Lepicier explica como o demônio pode formar um boneco, com
elementos da natureza ou mesmo de outros homens, e fazê-los aparecer sob a
figura da pessoa falecida, cujo espírito é evocado para que se manifeste na
sessão espírita.“Assim escreve ele , considerando que um anjo tem inteiro conhecimento
das feições e de outras qualidades de cada individuo, vivo ou morto, facilmente
se pode conceber que ele seja capaz, pelo seu próprio poder, de reproduzir a
forma, feições, altura,cor e vestuário de certo individuo que nós possamos
conhecer, a ponto de que aqueles que mais intimo trato tiveram com esse
indivíduo sejam iludidos, julgando tratar-se da própria pessoa” (Cardeal A.
LEPICIER, O Mundo Invisível, pp. 76-77).) - A
Igreja repetiu com insistência ser pecado de heresia o querer aplicar meios
puramente naturais com o fim de obter efeitos não-naturais, preternaturais.
Portanto, o Espiritismo, em sua pretensão de querer chamar ou evocar espíritos
do Além, é herético além de impossível. Essa superstição é condenada não apenas
como ilícita ou contrária à moral cristã, mas também como herética e contrária
à fé.
Atuação do demônio no
Espiritismo
"Os vivos, do lado de cá”, comenta Dom Boaventura Klopenburg
"não dispõem de meios eficientes que possam causar a manifestações de
espíritos do lado de lá, isto é, do mundo para além da natureza humana ou para
além da morte. Do lado de lá,
porém, existem espíritos malignos que
teriam muito interesse em perturbar , transtornar e perverter os do lado de cá.
Não o podem fazer à vontade, porque sua liberdade é limitada pela permissão
divina, e Deus não o permite facilmente”. Espiritismo faculta ao demônio o
ambiente mais propício para que o espírito satânico possa se manifestar: “Todas
as disposições objetivas e subjetivas aí estão. Nada, absolutamente nada falta
para que o demônio se sinta á vontade e em casa própria. Dir-se-ia que o centro
espírita e principalmente o terreiro de Umbanda é o domicílio de Satanás, como
o templo cristão é a casa do Senhor”, conclui o mesmo prelado. (Frei Boaventura KLOPPENBUJRG O.F.M.,
Atuação do Demônio no Espiritismo, pp. 113-122.) - Não
há, pois, dúvida de que as práticas supersticiosas espíritas o homem sob a
influência de Satanás e podem conduzir até possessão. “O demônio — observa o
Cardeal Alexis Lepiquando um homem colabora com ele em práticas
supersticioimente exerce sobre esse indivíduo a mais ornei e implacável E chama
a atenção pan as práticas espíritas: “Não pode balda de que atuar como médium é
o mesmo que expor-se aos da obsessão diabólica ... Recorrer a um médium é,
pois, equia cooperar na obsessão de uma pessoa” (Cardeal A. LEPICIER, O Mundo
invisível, pp. 287, 222-223.) - Por
isso o próprio Deus, no Antigo Testamento, condenou a indos mortos: “Não se
ache entre vós ... quem consulte pitonisas adivinhos, ou indague dos mortos a
verdade. Porque o Senhor abomina todas estas coisas e por tais maldades
exterminará estes povos à tua entrada” (Deut 18 , 10-12).Tudo isto mostra o
perigo extremo em que se colocam aqueles que recorrem a práticas espíritas.
O baixo espiritismo nas religiões afro: Macumba, Candomblé,
Umbanda, Quimbanda...
Juntamente
com o espiritismo, a macumba, o candomblé, a umbanda, estão amplamente
difundidas no Brasil; nelas é freqüente o recurso ao demônio, sob nomes
africanos de supostas entidades espirituais.A macumba, o candomblé e a umbanda
são diferentes formas de sincretismo de ritos e crenças pagãs africanas com
elementos externos do Cristianismo (imagens, invocações), do espiritismo
reencarnacionista e de cultos indígenas brasileiros. Essas formas superticiosas
de religião baseiam-se em princípios dualistas: elas admitem a existência de
entidades boas e entidades más igualmente poderosas; acreditam que estas
últimas, embora inimigas do homem, devem entretanto ser cultuadas, para evitar
que se vinguem, fazendo o mal. Daí deriva o mais completo amoralismo, pela
negação da distinção entre o bem e o mal, fundamento de toda a moralidade.*A antropólogo Vagner Gonçalves da Silva, que apresentou uma tese na
Universidade de São Paulo sobre o Candomblé discorrendo sobre as religiões
afro-brasileiras, afirma: “Nessas religiões não existe o conceito de bem e de
mal e por isso são mal-compreendidas” (“Folha de S. Paulo”, 29-7-92). Infelizmente,
o número de pessoas — mesmo católicas — que recorrem a trabalhos, despachos (ou
seja sacrifícios oferecidos ao demônio sob a invocação de divindades pagãs)
para solucionar seus problemas, satisfazer suas paixões ou ambições, e mesmo
prejudicar outros, é cada vez maior. E isso em todas as classes sociais; por
exemplo, nos últimos anos, por ocasião das eleições para preenchimento de
cargos políticos em todos os níveis, grande número de candidatos recorreu
publicamente a pais-de-santo, médiuns videntes, etc., conforme noticiou a
imprensa.Exú,
entidade à qual se oferecem os sacrifícios nesses cultos, não é outro senão o
próprio demônio conforme demonstra Dom Boaventura Kloppenburg, citando livros
umbandistas: “Toda e qualquer reunião de Umbanda inicia com um presente
oferecido ao Exu ‘agente mágico universal, por cujo intermédio o mundo dos
vivos se comunica com o mundo espiritual, em seus diversos planos’ (Doutrina e
Ritual de Umbanda, Rio, 1951, p. 117).... E não se diga que o culto de Exu é
exclusivo da Quimbanda, da Macumba, do Candomblé ou do Batuque.” E faz
descrição do livro O Espiritismo e a Lei de Umbanda, de A. Fontenelle,
sacerdote de umbanda, o qual afirma: “Na Umbanda os Exus são constantemente
invocados e trabalho algum é começado sem que sejam salvadas (isto é
reverencidas) essa entidades” (p. 12).Prossegue o bispo de Nova Hamburgo: “O Sr. Aluísio Fontenelle ... e
outros doutrinadores de Umbanda, identifica sem mais os exus com o que nós
católicos denominamos demônios (p. 93, 103-116) onde descreve a história da
revolta dos anjos, chefiadas por Lúcifer: estes anjos revoltados são os
exus”).**Frei Boaventura KLOPPENBURG, A Demonolatria nos Terreiros de Umbanda,
pp. 139-I40.Até
mesmo um dicionário corrente da língua portuguesa, o chamado Dicionário
Aurélio, assim define: “Exú (Do ioruba) S.m. 1. Bras. Orixá que representa as
potências contrárias ao homem, e assimilado pelos afro-baianos ao Demônio dos
católicos, porém cultuados por eles, porque o temem; 2. Bras. NE. v. Diabo.”As
pessoas que se envolvem com as práticas de macumba, candomblé e umbanda podem
estar certas de que é ao próprio demônio a quem estão recorrendo, sob nomes
exóticos. E não poderia ser de outro modo, visto que os únicos seres
inteligentes que existem no Universo são — além do próprio Deus, obviamente —
os anjos, os demônios (que são anjos decaídos) e o homem. Se o homem recorre a
outros seres inteligentes superiores a ele e que não são nem Deus nem os anjos,
só pode estar recorrendo aos demônios.
Outras práticas
supersticiosas
Outras
práticas supersticiosas também muito correntes em nossa pátria são: a
adivinhação, a astrologia, a quiromancia, o uso de amuletos e as simpatias.
Adivinhação,
Astrologia, Quiromancia
Pela
adivinhação procuram-se conhecer as coisas ocultas, que por meios naturais não
se poderiam saber, tanto atuais quanto passadas ou futuras. O característico da
adivinhação é o querer chegar ao conhecimento de algo, não por um esforço
racional, mas pelo emprego de um artifício, de um meio extraordinário não bem
explicado. Em última análise, pela ajuda de forças extrínsecas e superiores ao
homem. Essas forças, como é lógico, só poderiam provir de Deus e dos anjos; ou,
por permissão divina, dos demônios. Como
isto equivale a querer obrigar a Deus a satisfazer a curiosidade ou o capricho
do homem, é certo que Ele não atende a tais pedidos, nem diretamente, nem por
meio dos anjos. Logo, essas forças sobre-humanas só podem provir do demônio.:
“A essência da adivinhação consiste no comércio com os demônios” — ensinam os
teólogos jesuítas Noldin e Schmitt. (H. NOLDIN S.J. - A. SCHMITT S.J. - G.
HEINZEL S.J., Summa Theologiae Moralis, II, pp. 138-155 (Quest. terceira:
Pecados contra a religião ). Neste capitulo seguimos de perto estes respeitados
teólogos-moralistas cuja obra goza de merecido prestigio entre os
especialistas.)A
adivinhação pode ser realizada com a invocação expressa dos demônios (pacto
explícito) ou pela invocação implícita ou tática (pacto implícito).A expressa
invocação ocorre quando se invoca diretamente o demônio ou se faz com ele um
pacto formal mediante o qual, postos certos sinais, se produzirão certos
efeitos; para que se estabeleça este pacto divinatório, não é necessário que o
demônio de fato responda, mas basta que seus efeitos se sigam. Ou seja, que se
chegue ao conhecimento daquilo que se pretende adivinhar.Entende-se
que ocorreu invocação implícita ao demônio quando alguém, para conhecer algo,
usa de meios ineptos para essa finalidade, os quais — como ficou acima
explicado — nem pela natureza, nem por instituição divina ou eclesiástica têm a
força d produzir os efeitos desejados.( ‘As Gnoses modernas que seguem teósofos
e antropósofos e as técnicas de meditação e concentração induístas (Ioga, budismo)
que buscam conhecer coisas superiores à natureza humana não estão isentas de
influxo demoníaco, especialmente quando diretamente buscadas" (
NOLDIN-SCHMITT-HEINZEL, loc,. cit).)Bem
entendido, os demônios não têm poder de conhecer o futuro propriamente dito — o
chamado futuro contingente ou futuro livre, isto é, os fatos cuja ocorrência
depende da vontade de Deus e do livre arbítrio dos homens. Estes, nem os anjos
do céu o conhecem (cf. Mc 13, 32). Mas, sendo seres superiormente inteligentes podem deduzir qual será o
desfecho de acontecimentos causas, uma vez postas, chegarão a seu termo de
determinado modo: é o chamado futuro necessário. Ele prevê este futuro do modo
que um cientista que conhece as leis da sua ciência - as quais são como que
mistérios para o comum dos homens, e mesmo para homens instruídos, porém não
especialistas naquelas matérias — e sabe o que ocorrerá de acordo com essas
leis. Assim, lançada urna semente à terra, ela cumprirá seu ciclo germinativo
em determinadas condições e, se não houver fatores adversos, produzirá
necessariamente a planta correspondente, no tempo certo; o mesmo quanto ao
desenvolvimento de certas doenças, etc.Sempre,
naturalmente, Deus pode intervir para frustrar os cálculos do demônio, mas
normalmente Ele permite que as causas naturais produzam seus resultados. Daí o
acerto das previsões do demônio.Sem falar que o Pai da mentira pode anunciar um
fato extraordinário que ele mesmo vai produzir e que por isso prevê com tanta
segurança...Porém, aquilo que depende da vontade de Deus ou da liberdade dos
homens escapa inteiramente de suas capacidades de previsão.Toda forma de adivinhação constitui uma superstição e uma invocação ao
menos implícita ao demônio; por isso sua utilização é mesma ilícita; em outro termos,
constitui — segundo a Moral católica — um pecado, de si grave.”**"Aqueles
que consultam adivinhos ou ciganos, pecam gravemente se o fazem com firme fè ou
com escândalo de outros, venialmente se apenas por curiosidade.”
(NOLDIN-SCHMITTl-HEINZEL, loc. cit.).A
astrologia, através do horóscopo, pretende deduzir da conjunção dos astros, no
momento do nascimento de determinada pessoa, seu destino e seu comportamento.
Não há proporção entre as causas invocadas (a conjunção dos astros), e os
efeitos que se quer obter, ou seja a predição de fatos relativos a uma pessoa
que dependem da vontade livre e da providência divina.O mesmo deve-se pensar da
quiromancia — adivinhação pelo exame das linhas da palma das mãos — como de
qualquer outro tipo de práticas divinatórias: cartomancia, tarô, búzios, etc.
Amuletos, mascotes,
simpatias
Amuletos
são pequenos objetos que alguém traz consigo ou guarda, por acreditar em seu
poder mágico de dar sorte ou proteger contra perigos: figas, trevos, pés de
coelho, ferraduras, etc.; mascotes são animais aos quais se atribui o mesmo
poder: cachorrinhos, gatinhos, etc.; simpatias são certas práticas
supersticiosas,* ou objetos usados supersticiosamente, para proteger o homem de
doenças ou para curá-las.*São
Francisco de Sales, bispo de Genebra, diz em suas Constituições e Instruções
sinodais, que “há superstição todas as vezes que se põe toda a eficácia nas
palavras, por santas que sejam, ou em qualquer circunstância vã e inútil, como
crer que, para curar um doente, seja preciso dizer três Padre Nossos antes de o
sol se levantar (cf. L. ROU RE, Superstition, cols. 1563-1569).Como
nos casos anteriores, não se pode esperar séria e racionalmente que esses
objetos, esses animais ou essas práticas possam impedir males, curar doenças ou
dar sorte na vida. Se se der um crédito real a essa pretensa ação protetora dos
amuletos e mascotes e à eficácia das simpatias (não por mera brincadeira, por
sinal perigosa, pois o demônio pode infiltrar-se nela) teremos mais um caso de
invocação implícita ao demônio.
“Corpo fechado” ?
Outra
prática supersticiosa consiste no recurso a feiticeiros (ou pais-de-santo) para
obter aquilo que se chama corpo fechado, isto é, a invulnerabilidade a
agressões com armas brancas ou armas de fogo. Essas pessoas, mesmo que não
tenham inteira consciência disso, estão recorrendo ao demônio, de forma pelo
menos implícita, conforme já ficou explicado. E o demônio pode atendê-las (se
Deus o permitir para castigo dessas mesmas pessoas), desviando os golpes e
tiros ou impedindo seu efeito.À maneira de ilustração, transcrevemos a consulta
feita por um missionário francês no Oriente, no começo deste século, a
"L´- Ami du Clergé” — conceituada revista eclesiástica — e a respectiva:
"O que os Srs. pensam do seguinte fato, do qual fui testemunhar
ocular?"
"Um pagão desferia golpes de sabre sobre um de seus
correligionários. O sangue deveria brotar em abundância; ora, o pagão assim
golpeado tinha apenas algumas manchas negras sobre o corpo, a lâmina do sabre
não conseguia penetrar na carne."
"Os pagãos presentes atribuíram isto aos numerosos amuletos levados
por aquele que recebeu os golpes."
"O demônio teria, em certos casos, recebido permissão de proteger
seus adeptos neste mundo, com a condição de torturá-los no outro?"
A revista, depois de dizer que é difícil se pronunciar sobre o caso
concreto, assim à distância, dá entretanto a solução em doutrina: "O fato em questão, por mais extraordinário que seja, não nos
espanta, e nós seríamos levados a crer que ele vem do demônio, porque não
ultrapassa de modo algum seu poder. A História nos mostra que o demônio
conservou, sem dúvida com a permissão de Deus, nas nações ainda pagãs, o poder
que ele tinha outrora no mundo idólatra; em conseqüência, ele teria, em certos
casos, poder e permissão de proteger seus adeptos, que lhes são fiéis, e também
de punir aqueles que se deram a ele, quando eles desobedecem a seu senhor. Como
o homem é composto de um corpo e de uma alma, Deus se serve de Sacramentos e de
sinais exteriores para lhe dar sua graça e o proteger: do mesmo modo o demônio,
que por orgulho e por ódio e vingança quer imitar ou ao menos macaquear os
sinais exteriores, usa de amuletos, etc. para chegar aos seus fins” . ( “L’Ami
du Clergê”,n° 35 (1902), p. 763.)
O uso de cruzes e
medalhas Cristãs!
Caso
muito diferente é o uso de cruzes, medalhas, escapulários e outros objetos
bentos, assim como a prática de exercícios piedosos, como novenas, etc.Aqui não
se está atribuindo a esses objetos e práticas uma eficácia que eles de si não
têm, nem se pretende atrair o divino por meio de procedimento meramente
natural. Trata-se de confiança nas orações da Igreja, que benzeu esses objetos
e aprovou essas práticas, como também na proteção de Nossa Senhora ou do Santo
cuja medalha se usa e cuja novena se faz, em sinal de devoção. Não se atribui
ao uso desses objetos nem a essas práticas um valor infalível e imediato, mas
apenas se deposita neles uma confiança razoável, que a fé em Deus e na Igreja
permite, relacionando tudo com a salvação eterna, que é o que mais importa.
“Será que o malefício
pega?”
Os
meios preventivos contra o malefício são os mesmos antes indicados em relação à
tentação, à infestação e à possessão: vida sacramental, vida de piedade, uso de
objetos bentos, etc.Uma vez produzidos os efeitos do malefício, é preciso
aumentar as orações, sacrifícios e pode ser que seja necessário, em certos
casos, recorrer aos exorcismos.Frei Severino Gisder
O.F.M. indica o estado de espírito que devemos ter diante das maldições e dos
malefícios:“Não se tenha medo da maldição injustificada ou gratuita. Ela não atinge sua meta! Pelo contrário, não
raras vezes tal maldição recai sobre quem a proferiu. Leia o Salmo 9, 16: “Pereceram no fosso que eles mesmos abriram, e na
armadilha que armaram prenderam os próprios pés. “ Ou veja o Salmo 7, 15-17:
“Eis que o (ímpio) concebeu iniqüidade e está cheio de malícia e dá a luz à
fraude. Abriu e cavou urna cova, e caiu na própria cova que fez. Sobre sua
própria cabeça recairá a sua maldade, e sobre a sua fronte voltará a sua
violência...” Os assim chamados despachos da macumba incluem, via de regra,
uma maldição em termos de querer fazer mal a alguém. Tais despachos ou feitiços
de bruxaria, será que podem fazer mal ou prejudicar? Deles vale o que dissemos
da maldição gratuita: Procura viver na
graça santificante, isto é, na intimidade de Deus e nada sofrerás. Quem não
deve, não teme”. (Fr. S.GISDER O.F.M., Bênção e Maldição, pp. 10-11.) - Se
a regra geral é esta apontada pelo piedoso franciscano — que a maldição ou o
malefício não atingem a pessoa em estado de graça — no entanto, muitas vezes
Deus permite que a pessoa virtuosa seja atingida por tais práticas maléficas
para sua provação. Aí é o caso de recorrermos às bênçãos e aos exorcismos: “A maldição
pode ser neutralizada ou desfeita pela bênção!” — explica Frei Severino.
Os Sabás e as Missas negras
“Que o seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos".(Mt 27,25)
Sabás: descrições
Pelo
nome de sabás se designavam as reuniões de magos, bruxos, feiticeiras — bem
como daqueles que queriam consagrar-se ao demônio — sob a presidência do
próprio príncipe dos infernos.(Seguimos aqui de perto o capitulo VII (Le
demonisme dans les sabbats) da série de artigos sobre demonismo, publicada pela
conceituada revista eclesiástica france,"L´Ami du Clergé" (nº 45
[1902] pp. 993-997).Não
existe acordo quanto à origem do nome sabá: uns dizem que foi tomado do
hebráico shabbath, que designava o dia repouso dos judeus, porque o demônio
gosta de macaquear as obras de Deus; outros procuram a etimologia no grego
sabadzios, que em latim deu Bacchus - Baco, o deus do vinho e das orgias. Os
sabás seriam então a continuação dos abomináveis e vergonhosos mistérios do
paganismo.Muitos são os pontos obscuros e misteriosos em torno dos sabás, que
os seus participantes (e o próprio demônio) tinham interesse em que não fossem
conhecidos.Essas
reuniões se realizavam no meio das florestas, no alto dos montes, numa planície
ou praia deserta e outros lugares ermos inóspitos, na noite de quarta para
quinta-feira, ou de quinta para sexta-feira ou, enfim, mais freqüentemente, da
sexta-feira para o sábado. Vigias eram colocados para evitar que algum profano
se aproximasse, mas aconteceu algumas vezes de serem interrompidos por pessoas
vindas de fora, que faziam o sinal da cruz e jogavam água-benta, produzindo-se
então uma algazarra indescritível e em poucos instantes os participantes
desapareciam do mesmo modo como tinham vindo: voando pelos ares montados em um
cabo de vassoura, ou a cavalo sobre um bode ou algum outro animal imundos;
outro a pé, mas numa velocidade vertiginosa que ninguém podia acompanhar.As
descrições variam um pouco quanto ao cenário onde se realizavam essas reuniões
e quanto ao cerimonial observado, mas são concordes nas linhas gerais: no
centro do local armava-se um altar sobre o qual colocavam um ídolo (em geral um
demônio com forma humana e cabeças e pés de bode, ou de um sapo imenso). Todos
vinham prestar-lhe homenagem, adorá-lo, beijar-lhe os pés, as mãos, e outras
partes do corpo menos honrosas; outras vezes não era um ídolo, e sim o próprio
Satanás — sob forma visível — que se sentava em um trono sobre o altar. Todos
tinham que trazer-lhe uma oferenda. Esses atos de culto e vassalagem eram
prestados no terror e no tremor e aqueles que assim se entregavam ao diabo
sabiam que se quisessem se subtrair à sua tirania, seriam cruelmente castigados
por ele.Havia nos sabás prazeres destinados a satisfazer os mais baixos
instintos — especialmente a gula e a sensualidade — por meio de banquetes,
orgias, danças e luxúria.No banquete eram servidos pratos repugnantes: carne de cavalo, de cachorro, de
gato e, às vezes, até carne humana, sobretudo de crianças ainda não batizadas,
cujos sangue era chupado ou bebido.As danças começavam ao som de músicas
dissonantes, barulhentas, agitadas, arrancadas de instrumentos bizarros (um
pedaço de pau qualquer, uma queixada de cavalo, ossos humanos ou de animal,
etc), que imitavam flautas agudas, tambores ensurdecedores, guitarras
estridentes, aos quais se juntavam as vozes roucas ou penetrantes dos demônios
e dos bruxos e bruxas, tudo num ritmo frenético, alucinante. Quanto mais a
música era discordante, mais as danças se tomavam voluptuosas, fazendo girar os
dançarmos num turbilhão incontrolável, como nas danças giratórias sagradas dos
dervixes turcos. Muitos estavam completamente nus e outros sumariamente
vestidos. Em suma, tudo se assemelhava a um moderno show de Rock’ n ‘Roll, em
especial de Hard Rock.Seguiam-se as mais asquerosas práticas de depravação
sexual, de bruxos e bruxas entre si, em ligações hetero ou homossexuais, e
também com animais e com os próprios demônios, que para tal assumiam formas
humanas.Essa
explosão da luxúria era acompanhada de uma explosão inaudita de impiedade, com
a paródia mais sacrílega das práticas e devoções cristãs. Em lugar da
água-benta, aspergia-se os assistentes com urina;* crianças não recebiam o
batizadas satânico, sendo-lhes imposto, sendo-lhes imposto um nome luciferino e
dados padrinhos que garantissem sua educação no mal e sua fidelidade ao
demônio; se já eram batizadas, o demônio procurava raspar com suas garras o
caráter do Batismo e as rebatizava. Faziam-nas jurar fidelidade ao demônio, e
renunciar a Deus, a Jesus Cristo, à Virgem Santíssima, aos anjos e santos;
prometiam jamais se confessarem, a não ser que fosse para o fazerem
sacrilegramente, nem comungar, senão para profanar a hóstia consagrada ou
levá-la escondida consigo para rituais satânicos; mais tarde, o iniciado era
confirmado, recebendo novos padrinhos e prometendo trazer novos adeptos ao
culto de Satanás.*O
demônio, em seu desespero de anjo réprobo, é um ser apalhaçado, debochado, que
não recua nem diante dos maiores prosaismos ou obscenidades, para aviltar o homem,
a quem despreza, e ofender a Deus, a quem odeia.Os
Mandamentos eram assim recitados: “Adorarás Lúcifer como verdadeiro deus e não
amarás a ninguém senão a ele. Blasfemarás assiduamente o nome de Jesus.
Cometerás sem dificuldade a fornicação e o adultério. Cobiçarás a mulher do
próximo e também as coisas alheias”, etc. A Saudação angélica (Ave-Maria) era
dirigida ã futura mãe do Anticristo.Nos sabás, o demônio ensinava aos magos,
bruxos e feiticeiras os segredos da fabricação de beberagens para os mais
diversos efeitos mágicos: provocar a morte ou a loucura nas pessoas, nos
antimais; filtros de amor e outros malefícios.Freqüentemente o sabá se
encerrava com uma Missa negra, da qual os ocuparemos adiante.
Exame doutrinário - Há
discussão entre os Autores sobre vários desses pontos:
1º Se
as bruxas se transportavam pelos ares e participavam fisicamente desses sabás.No
que diz respeito a se de fato as bruxas se transportavam realmente pelos ares
para essas assembléias, depois de aplicarem ao corpo um ungüento mágico,
argumentam alguns que esse ungüento era composto de ervas alucinógenas, que
produziam nelas a sensação de estarem voando e de praticarem o que acima ficou
descrito; tudo não passaria, nesse caso, de uma alucinação provocada por essas
substâncias.Tanto mais, dizem eles, que muitas bruxas confessaram ficar em
dúvida sobre se de fato tinham tido uma participação física no sabá, ou apenas
em imaginação. Muitas bruxas, também, foram encontradas em suas camas, no
momento em que deviam estar nos sabás. Em sentido contrário, foi verificado que
outras realmente tinham desaparecido após untarem seus corpos com o ungüento, e
mesmo, um inquisitor, prometendo a uma feiticeira o perdão, obteve que ela
voasse, em sua presença e na de diversas testemunhas, por uma janela afora,
após induzir-se com o ungüento e invocar o demônio. Ela foi encontrada caída em
um campo léguas adiante.Egon
vou Petersdorf (que foi ocultista, antes de sua conversão ao Catolicismo),
falando sobre os sabás, explica em seu livro Demonologia que a finalidade para
a qual as bruxas utilizavam os unguentos e poções alucinógenas era justamente
essa de facilitar, por meio do transe alucinatório, um contacto mais rápido com
o demônio.* Com efeito, o alucinógeno perturba o funcionamento da inteligência
e da vontade, potências que garantem a liberdade interior do homem e assim
oferecem uma barreira a ação do Maligno. Por isso, o uso de alucinógenos é
muito comum em meios ocultistas, para facilitar o contacto com o demônio. E
aqui fica uma pista muito curiosa sobre um aspecto pouco divulgado do consumo e
tráfico de drogas, mas que revela a que profundidades conduzem, ou seja, sua
ligação com o satanismo. (No próximo capítulo veremos uma noticia ligando
diretamente o tráfico de drogas ao satanismo a propósito de crimes rituais na
cidade de Matamoros, no México.*Cf. E. von PETERSDORF, Demonologia, p. 143.)Do
ponto de vista teológico, nada impede que o demônio transporte bruxos e
feiticeiras pelos ares até o local da infame reunião. Pois, como anjo (decaído, é verdade, mas que
não perdeu os poderes próprios à sua natureza), o demônio tem capacidade para
isso. E a prova está na própria
Escritura, onde se narra como o profeta Habacuc foi levado pelos ares por um
anjo, desde a Judéia até a Babilônia, para alimentar o profeta Daniel, que
tinha sido lançado em uma cova de leões (Dan 14, 32-35); e como o próprio
Salvador deixou-se transportar pelo demônio, do deserto onde jejuava, até
Jerusalém e ser depositado sobre o pináculo do Templo, para ser tentado (Mt 4,
1-5).Ademais,
a opinião de que as feiticeiras voavam corporalmente por obra do demônio foi
tida como certa durante séculos por homens sérios e cultos para que se possa
pôr em dúvida. Santo Afonso de Ligório (1696-1787), em sua Teologia Moral,
escreve o seguinte: “Advirta-se que é opinião comum de que há feiticeiras que
com a ajuda do demônio são transportadas corporalmente de um lugar para outro:
a opinião contrária, que defenderam Lutero, Melanchton e alguns católicos, é
muito perniciosa para a Igreja". (Santo AFONSO, Teologia Moral, in D.
NEYRAGUET, Compendio Moral de S. Alfonso Maria de Ligorio, p. 130.)As duas
opiniões, entretanto, podem conciliar-se.Os frades dominicanos H. Kramer e J.
Sprenger julgam, com base em sua experiência de inquisidores, que umas vezes os
bruxos e feiticeiras são fisicamente transportados pelos ares para os sabás, e
outras vezes participam deles apenas em espírito, por meio de alucinações que o
demônio provoca em sua imaginação e ação sobre seus sentidos.(Cf. H. KRAMER -
J. SPRENGER, O Martelo das Feiticeiras, pp. 223-231. )
2º
Comércio carnal com os demônios. Segundo
a conceituada revista eclesiástica francesa “L’Ami du Clergé" não se pode
negar a possibilidade do comércio carnal entre homens e demônios: “Digamos
mesmo que é impossível negar esse gênero de fatos, após o testemunho tão
numeroso, claro e convincente dos Santos Padres. Baste-nos citar as palavras de
Santo Agostinho: ‘Os fatos de demônios íncubos ou súcubos são tão múltiplos que
não se poderia negá-los sem imprudência: a autoridade de tantos personagens
graves, as narrações de fatos indiscutíveis tanto entre os povos civilizados
quanto entre os bárbaros, as confissões, enfim, de vários milhares de pessoas
devem ser tomadas em consideração’ (De Civit. Dei, XV)”. ("L ´ Ami du
Clergé”, Le Demonisme, 1902, p. 1065.) Ainda no século XVIII — o chamado Século
das Luzes... — tal prática é confirmada por autores sérios e doutos como Fr.
Charles-René Billuart, O.P. (1685-1757), célebre teólogo francês, e Santo
Afonso Maria de Ligório (1696-1787),Doutor da Igreja. (Cf. F. C.-R. BILLUART,
Soturno Sancti Tornae, V, p. 264; Santo AFONSO, Teologia Moral, in D.
NEYRAGUET, op. cit., p. 248.)Quanto
ao modo como se pode dar esse comércio carnal com o demônio, é certo que este,
sendo puro espírito, não pode cometer atos de luxúria. Entretanto, nada impede
que ele faça bonecos aos quais dê aparência de vida, apresentando-os ora sob de
aspecto de homem (o chamado demônio íncubo), ora de mulher(súbubo). para que
sirvam de objeto de satisfação da luxúria dos que ele se entregam.*
Um grande conhecedor dessas matérias, o sábio Cardeal Alexis Lepicier, explica
o modo como um anjo (ou um demônio, que é anjo decaído) procede para fabricar
tais bonecos de aparência viva: ‘Há, na natureza uma tão abundante variedade de
elementos um anjo pode, por uma hábil combinação e condensação desses
elementos, dar-lhes a forma e até a cor dum corpo humano. De mais a mais, não
está fora do seu poder ir buscar nos animais, e até mesmo em certos casos em
pessoas vivas, esses elementos, ainda que eles estejam distantes do lugar onde
tais fenômenos se produzem” (Cardeal A. LEPICIER, O Mundo Invisível, pp.
76-77).Era com um boneco assim fabricado pelo demônio que as feiticeiras e os bruxos
praticavam o ato carnal. E uma das razões para isso é que o demônio despreza a
natureza humana e procura aviltá-la de todos os modos.*Segundo os moralistas, o pecado daí resultante, sendo cometido com um ser que
não é da mesma espécie que o homem (pois se trata de um mero boneco animado
artificialmente pelo demônio), é o pecado de bestialidade, análogo ao que é
cometido com animais (cf. Santo AFONSO, Teologia Moral in NEYRAGUET, op. cit.,
p. 248; BILLUART, Summa Sancti Tomae, t. V, p. 264).São
Tomás de Aquino indaga se pode nascer prole da união uma de mulher com um
demônio.(Cf. De Potentia, q. 6, art 8; Suma Teológico, 1, q. 51, a, 3, apud
“L’Ami du Clerge", nº 48 (1902),p. 1065, n. 1.) E responde que este, não
tendo potência divina, não pode criar, e, sendo um espírito, não pode criar, e,
sendo um espírito, não pode engendrar. Mas, conclui que parece que ele pode
gerar, não com sêmem seu, é evidente, mas indo buscá-lo em algum homem e
infudindo-o na mulher. Dessa forma, diz o Doutor Angélico, a criança assim
concebida não é gerada pelo demônio, mas sim por um homem, indiretamente e de
modo artificial.(As modernas experiências de fecundação artificial (obviamente
desconhecidas do Santo Doutor medieval) mostram que sua hipótese está
perfeitamente conforme com a ciência.)
Missas negras
Durante
os sabás, freqüentemente havia uma paródia da Santa Missa, oficiada por um
demônio ou por de seus sacerdotes ou sacerdotisas; ou então uma Missa
sacrílega, celebrada por um infeliz padre pervertido às práticas satânicas, chamada
correntemente Missa negra.Todas as orações e ritos eram invertidos ou
deturpados blasfemamente. No Credo, por exemplo, dizia-se: “Creio em Lúcifer e
em seu filho Belzebú, concebido por Leviatã, o Espírito Santo”. Na elevação da hóstia,
quando um padre havia realmente consagrado,* fazia-se uma algazarra terrível, e
se aspergia os assistentes com o sangue de Cristo, e todos gritavam como os
judeus na Paixão: “Que o seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos” (Mt
27, 25). Às vezes um punhal era enfiado dentro do cálice e saía gotejando
sangue; ou então cravava-se uma hóstia na cruz, e todos os participantes vinham
transpassá-la, e acontecia às vezes de jorrar sangue dela.*
Quanto à validade da consagração das espécies eucarísticas no contexto de uma
Missa negra, os teólogos discutem; alguns afirmam, outros negam que se opere
realmente a transubstanciação.Em
certas ocasiões, na Semana Santa, crucificavam-se meninos que eram
seqüestrados, ou levados pelas próprias mães, elas mesmas feiticeiras,
cravando-lhes cravos nos pés e nas mãos, coroando-os de espinhos e
transpassando-lhes o lado. Arrancavam-lhes o coração e outras vísceras, e com
freqüência também os membros genital, que eram utilizados para malefícios.*Um dos casos históricos mais famosos, dos tempos modernos, envolvendo bruxaria
e Missa negra, foi o chamado Caso Voisin, no qual esteve envolvida nada menos
do que a amante do rei Luis XIV, Madame de Montespan. Essa favorita entrou em
contato com a feiticeira Voisin e participou de uma Missa negra, oficiada por
um padre desviado, o Pe. Guibourg, com a finalidade de assegurar a paixão
adúltera do Rei. Em depoimento ao
magistrado e chefe de polícia La Reynie, a filha da feiticeira declarou o
seguinte: “O Pe. Guibourg apresentou na missa de Madame de Montespan, por ordem
de minha mãe, um menino parecendo ter nascido antes do termo. Ele o pós numa
bacia, o degolou, derramou o sangue no cálice, consagrou-o juntamente com a
hóstia, acabou a missa e depois tomou as entranhas do menino; no dia seguinte,
minha mãe levou tudo à Dumesnit [outra bruxa], para ele destilar o sangue e,
juntamente com a hóstia, preparar um filtro que Madame de Montespan levou
consigo”. Esse fato terrível foi muito
bem documentado, tendo em vista a importância das pessoas envolvidas e, a
partir de 1679, durante dezesseis meses, foi analisado pelos magistrados
franceses, redundando na condenação à morte de várias pessoas e no afastamento
de Madame de Montespan da Corte. (Bernardette de CASTELBAJAC, Les Messes Noires
au Grand Siècle, in “Historia” Hors Série n°35, 1974, p. 105). O sacrifício de crianças em cerimônias
demoníacas é uma das constantes das práticas de bruxaria; hoje, continuam a
ocorrer, realizadas, em geral, no contexto da macumba, umbanda, etc., conforme
veremos mais adiante, ao narrar os fatos passados em Guaratuba (Paraná), em
1992.Até
aqui, referindo-nos aos sabás, utilizamos sempre o verbo no passado. Uma
pergunta, porém, se põe inevitavelmente: uma vez que continuam a existir bruxos
e feiticeiras (embora quase não em esses nomes), não continuarão a existir hoje
também os sabás?Há notícias de que sim: em vários lugares da Europa e dos
Estados Unidos têm ocorrido reuniões de feiticeiros, que se apresentam como
tais, e chamadas por eles mesmos com o nome de sabás. Se tudo quanto ficou
acima descrito se passa nessas reuniões, não há dados para responder.
Entretanto, muitas dessas práticas inegável que se dão em contextos de
bruxaria, macumba e outros ritos satânicos. E mesmo fora desses contextos
passam-se coisas semelhantes, conforme se verá adiante.Sendo assim, parece que
se pode responder sem hesitar pela afirmativa: continuam a ocorrer sabás, com
todo, ou quase todo o seu horror.
Destruição de
colheitas, impedimento da geração, doenças
Entre
os poderes atribuídos às feiticeiras está o de causarem danos materiais e
físicos aos homens e animais, ou desencadearem os elementos da natureza por
meio de artes mágicas e demoníacas.Ao tratarmos da magia e do malefício, já
dissemos que se Deus o permitir (o que Ele faz com parcimônia) nada impede que
demônio, atuando sobre os elementos físicos e atmosféricos ou fisiológicos e
psicológicos do homem, provoque efeitos como a destruição de colheitas,
impedimento da geração, doenças desconhecidas, e outros. Isso ele opera para
provocar impaciência no homem e fazê-lo revoltar-se contra a Providência
divina. O caso de Jó é muito ilustrativo a este respeito. Outras vezes, porém,
de provoca esses fenômenos extraordinários para atender à solicitação que
recebe de feiticeiros, através dos malefícios (também chamados despachos, trabalhos,
arranjos, feitiços).Os historiadores registram em diversas épocas casos pessoas
de todas as condições — Reis e nobres, simples burgueses ou camponeses - que se
viram impossibilitados de manter relações conjugais, por efeito de malefícios.
Em muitos desses casos, pode-se supor tratar-se de fenômenos puramente naturais
(doenças desconhecidas, estados psicológicos anômalos, etc.); em certo número
de vezes poderá ter havido ação demoníaca.
Lobisomem e outros
seres fantásticos!
Tema
correlato com o que acabamos de expor é o relacionado com a realidade ou
fantasia a respeito do alegado poder das bruxas de transformarem pessoas em
animais. Desde a Antigüidade fala-se da possibilidade de homens serem
transformados em bichos por artes mágicas. Assim, na Odisséia. Homero (séc. IX
a.C.) conta que os companheiros de Ulisses foram transformados em porcos pela
feiticeira Circe. Já em tempos cristãos mencionam-se casos de homens que, em
consequência de pacto com o demônio ou por efeito de algum feitiço,
transformam-se ou são transformados em animais. Em relatos de missionários
europeus na África, no século passado e ainda neste século, e também na selva
amazônica, aparecem menções a feiticeiros pagãos que se transformavam em
animais para aterrorizar os padres e os neo-conversos.Essa questão é estudada por São Tomás e outros Doutores, os quais negam
a possibilidade de o homem ser transformado em animal. E isto por uma razão
fundamental, de natureza filosófica: a alma humana não pode unir-se a um corpo
como o de um bicho, que não é adeqüado a ela.Os testemunhos entretanto são
numerosos e dignos de crédito para que se possa duvidar da realidade dos fatos.Como
explicá-los, então, à luz da filosofia e da teologia católica? O mesmo
São Tomás assevera que o demônio pode deformar ao máximo os traços e os membros
de um homem, dando-lhe uma aparência fantástica. Não mais do que isso.
Contudo, ele pode agir também sobre a fantasia e os sentidos, quer da própria
pessoa, quer daqueles que a vêem, de modo a que, por ilusão, tanto ela se sente
transformada em bicho, como os demais têm a impressão de estar vendo um animal,
ou um ser fantástico, meio homem meio animal: um lobisomem, por exemplo. (Cf.
Suma Teológica, I,q.91; 105,a. ad 1; 114,a.4 ad 2.)Os inquisidores Henrique
Kramer e Jacó Sprenger analisam a questão e contam o caso de um homem que
julgava transformar-se em lobo: de fato ele caía em sono profundo, e por ação
do demônio sobre sua fantasia e sua sensibilidade, julgava que corria com os
lobos, atacava e devorava crianças, satisfazia seus instintos com as lobas,
etc. Na realidade, o demônio entrava em um lobo que fazia todos esses estragos,
de maneira a deixar vestígios daquela alucinações.Relatam ainda outro caso, de
uma jovem que, tendo sido enfeitiçada por uma bruxa, era vista por todos como
uma potranca, e ela própria se via assim. Levada à presença de São Macário,
este sofria a ilusão dos demais e a via como ela era: uma bela moça. Rezando
sobre ela, o Santo fez com que cessasse o encantamento e a jovem voltasse a se
sentir e a ser vista normalmente. (H. KRAMER - J. SPRENGER, O Maneio das
Feiticeiras, pp. 153-154.) Às
vezes o demônio pode possuir um animal (um lobo por exemplo), e fazê-lo
realizar coisas fantásticas. Ele pode, ainda, para obter seus desígnios
perversos, formar um boneco de animal ou ser fantástico, do mesmo modo que,
como vimos, pode fazer o boneco de um homem. ( Esta poderia ser uma explicação
para certos seres fantásticos como dragões, mulas- sem-cabeça, sacis-pererês,
caiporas e outros tantos, assim corno fantasmas e assom brações que, mesmo
deixando de lado os exageros e fantasias da imaginação popular exaltada, não há
dúvida de que de vez em quando se manifestam realmente.)Há
inúmeros casos históricos de animais misteriosos, que assolam certas regiões
dizimando o rebanho e aterrorizando as
populações, sem que jamais se conseguisse capturá-los por meio de
armadilhas, nem matá-los com armas de corte ou de fogo: as lâminas não
penetravam em seus corpos e as balas de grosso calibre não lhes causavam o
menor dano.Um dos casos mais famosos foi o da besta feroz de Gévaudan (região
da França) no reinado de Luiz XV (séc. XVIII), que até hoje intriga os
historiadores; supõem alguns que se tratasse de um lobo possesso pelo demônio.
O Satanismo moderno
“Tremei, tremei, as bruxas estão de volta".(Palavra de ordem de um
desfile feminista)
"Dez milhões de americanos praticam magia negra”.(B. Wenisch,
Satanismo)
Vazio e frustração existencial levam ao satanismo!
Parece
inacreditável que o homem moderno seja capaz de fazer pactos com o demônio.
Dir-se-ia que ele considera tudo isso como histórias de épocas de trevas, nas
quais a ignorância e o atraso teriam levado alguns à ilusão de terem
estabelecido um comércio com seres supostamente superiores aos homens e a
procurar deles aquilo que a ciência do tempo não lhes permitia alcançar por
outros meios. Do mesmo modo, aliás, como outros se voltavam para Deus, para a
Virgem, os anjos e os santos do céu. Uns e outros se auto-sugestionariam e
acreditariam ter obtido o que almejavam, por concessão de seres ou forças
sobrenaturais.Mas o homem atual, homem quase já do terceiro milênio, não teria
necessidade nem de uma coisa nem de outra: bastar-lhe-iam a ciência e a
técnica, as quais, somadas ao seu trabalho, garantir-lhe-iam os elementos para
a completa felicidade nesta terra: máquinas e aparelhos para lhe reduzirem os
esforços; remédios e tratamentos para conservarem a saúde para o trabalho, e a
disposição, para o prazer.Essa
concepção materialista (e ingenuamente otimista) contrasta com os fatos que se
passam diariamente sob os olhos até do observador menos atento: ai estão nas
páginas dos jornais e nos noticiários da televisão, as notícias de crimes
hediondos, praticados fim de conseguir de forças extra-naturais uma vantagem
para si próprio, ou para terceiros, ou um mal para algum inimigo.Na realidade,
ao mesmo tempo em que a ciência e a técnica vão desvendando os segredos da natureza
e despertando forças que o homem já quase não consegue controlar (basta
mencionar aqui a engenharia genética, com a planejada produção em laboratório
de seres humanos que se pretende perfeitos e se receia sejam monstruosos). Ao
mesmo tempo em que isso se passa, uma imensa sensação de vazio espiritual deixa
sem sentido todo esse processo, e faz o homem voltar-se de novo para algo que
seja mais do que a prosaica realidade concreta. Na mesma época em que a ciência
e a técnica parecem não ter limites para progredir, as manifestações de recurso
a forças extra-naturais parecem maiores do que em qualquer outra época
precedente.
O neo-satanismo - Satanismo
literário
Já
no século passado e começos deste o movimento literário teve um filão satanista
ou ao menos demonófilo, no qual se
destacaram os poetas franceses Victor Hugo (1802-1885), Paul Valéry (1871-1945)
e Charles Baudelaire (1821-1867), o último dos quais chegou a escrever
ladainhas satânicas.* Na Itália, o
literato Giosué Carducci (1835-1907), compôs uma Ode a Satã que se tornou muito
conhecida. O escritor Joris Karl
Huysmans (1848-1907), em seu livro Là-bas descreve um ambiente
ocultista-satanista que havia nos círculos literários e artísticos de Paris,
inclusive com celebração de Missas negras.*“O
romantismo ama a infelicidade, celebra as ilustres vítimas da fatalidade ...
quer se persuadir de que o mal e a infelicidade vão ser vencidos. Satanás, nessa literatura falaciosa e
angustiada, torna-se uma figura simbólica, figura na qual se reflete o
esplendor do Mal, mas figura que um dia deve ser reintegrada numa luz negra.
Vigny alimentou longamente o projeto de um Satã perdoado, que será escrito
muito mais tarde por Victor Hugo no poema O Fim de Satã” (Albert BEGLIN, Balzac
et la fin de Satan, p. 540).Em nossos dias, mais do que a literatura (que
perdeu muito de sua força de atração), o satanismo é difundido pela música,
pelo cinema e pela televisão.
Bruxas na televisão
Bernhard
Wenisch, demonólogo alemão, traz dados interessantes a propósito do papel da
televisão na difusão do satanismo, em especial, mas não exclusivamente, sobre a
juventude:"Para
a propagação do satanismo que, de modo algum, só atinge a juventude e nem mesmo
preponderantemente, colaboraram, nos últimos tempos, os meios
eletrônicos."..."Assim, por exemplo, apareceu na TV alemã, em 1984, e
na TV austríaca, em 1985, a satanista Ulla von Bernus que declarou poder matar
pessoas através de rituais mágicos. O ritual que mostrou consistia na queima de
um boneco com a aparência da vítima, invocando Satanás e pronunciando repetidas
vezes o esconjuro: 'Você precisa queimar! Você precisa morrer lentamente’! Na
discussão da TV austríaca, a mulher se mostrou comprometida também com a
prática da Missa negra. Algum tempo depois, a TV austríaca apresentou Ela Hard,
que se declarou bruxa e afirmou que também dominava a capacidade de matar por
mágica. Em seus livros descrevia minuciosamente sua iniciação na magia negra
por um aborígene australiano e seus rituais coroados com êxito. Ela Hard morreu
em inícios de 1988”.Continua o mesmo autor:"É possível observar a onda
satanista em toda parte do mundo ocidental. Em muitas cidades alemãs são
celebradas Missas negras. A TV alemã mostrou em 1984 o modo pela qual uma jovem
mulher era consagrada a Satanás como bruxa — inclusive era submetida, nua, a
uma flagelação ritual. Já aconteceu que nessas cerimônias pessoas fossem
sacrificadas ao diabo. Em 1986, um desses rituais de assassinato, planejado
contra duas jovens de Dortmund, pôde ser impedido pela polícia. Há satanistas que se sentem inspirados pelo
demônio para simplesmente eliminar pessoas que julgam perigosas”.Passa em
seguida a tratar do fenômeno em outros países do Ocidente:"Também em
outros países o satanismo vem ganhando terreno. Em 1985, a TV francesa não só
informou sobre a crença nas bruxas, que continua persistindo entre o povo, mas
também apresentou um bruxo que, com a ajuda de forças demoníacas, produziu
feitiços. Uma especialista norueguesa em ciências da religião, que participou
como observadora de várias Missas negras na cidade de Bergen, informou que,
nessas missas, trata-se principalmente de sexo e homicídio. E que os próprios
satanistas estão convencidos de que em suas reuniões estão presentes forças
sobrenaturais, das quais têm medo. Não assumiam qualquer responsabilidade por
seus atos porque já não possuíam controle sobre si mesmos. As Missas negras
terminavam com sexo grupal ritual. Da Suécia há informes sobre roubo de
cadáveres e violação de túmulos em conexão com o satanismo. O Satã floresce também na Inglaterra”.
(Bernhard WENISCH, Satanismo, pp. 29-30.)
Igrejas satanistas
nos Estados Unidos
Segundo
Wenisch, onde o satanismo se tem espalhado mais são os Estados Unidos, onde
existem várias Igrejas Satânicas conhecidas. Ele afirma: “Milhares de crianças
são vítimas anualmente do culto a satanás; dez milhões de americanos praticam
magia negra; aproximadamente cem milhões sucumbiram a práticas ocultismo -
esses números chocantes foram publicados há pouco nos EUA”. (B. WENISCH,
Satanismo, p. 31.)Uma
das mais ativas dessas Igrejas Satânicas é a que tem por Sumo Sacerdote Anton
Szandor LaVey, com mais de 8.000 membros.LaVey foi o consultor técnico do
produtor cinematográfico Roman Polansky, para a produção do seu filme satanista
O bebê de Rosemary (história de uma criança que seria filha do Diabo). Em
agosto de 1969, alguns meses depois de lançado esse filme, a mulher de
Polansky, a atriz Sharon Tate (dada ela mesma a práticas de feitiçaria), foi
horrivelmente assassinada, junto com mais três amigos, num crime que teve todas
as características de ritual satânico.
Os assassinos eram adeptos de uma seita satanista chefiada por Charles
Manson, um admirador de LaVey, cujo livro de cabeceira era a Bíblia satânica de
autoria deste último. (Cf. Jean-Claude FRÉRE, Crime rituel à Cielo Drive, pp.
130-135.)Em
1986, o Secretário do Tesouro dos EE.UU, James Baker, informou o senador Jesse
Helms sobre a existência de várias organizações satanistas e para a prática da
bruxaria, que são reconhecidas oficialmente como religião pelo governo
americano, gozando de isenção de impostos. Houve uma polêmica a respeito e
vários dirigentes dessas organizações satanistas enviaram cartas ao Congresso
americano. De uma delas, assinada por um Reverendo Doutor Sidney Gavin Frost,
de 11 outubro de 1985 tiramos alguns significativos:"Somos bruxos, e praticamos uma religião minoritária, mas bem
atestada e documentada. ... Estamos reconhecidos como religião pelo governo
federal no seu Manual de Capelães; em dita publicação, os capelães recebem
instruções a respeito dos serviços a serem dados aos bruxos nas Forças Armadas
e no campo de batalha. ... Somos uma
Igreja oficialmente reconhecida nos Estados Unidos desde l968”. (M. A. COSTA,
Quando Jesus Crista é expulso... p. 15.)Na
cidade de Matamoros, no México a polícia, que estava à procura de um jovem
universitário desaparecido, encontrou em uma propriedade rural 14 cadáveres de
homens. Estes apresentavam sinais de terem sido vítimas de um ritual satânico,
(o órgão genital de todos havia sido amputado, o que é uma característica de
certo tipo de ritual). A polícia conseguiu identificar os criminosos:
tratava-se de um grupo de contrabandistas de maconha, que confessaram crime e
se disseram adeptos do vodu (um tipo de macumba haitiana, muito semelhante ao
candomblé). A razão do crime ritual foi o desejo de obter proteção para seu
comércio criminoso. (Péricles CAPANEMA, Satanismo, drogas e moda, in
"Catolicismo”, nº 471, março 19 90 p. 22.)
O falso feminismo e ecologismo satânico!
“Magia
e ocultismo se alastram cada vez mais nos movimentos feministas" - comenta
B. Wenish.Os feministas” — comenta B. Wenisch. (B. WENISCH, Satanismo, p. 38.)
Foi
na Itália, em 1977, que a palavra bruxa foi empregada pela primeira vez no
movimento feminista. Uma jovem havia morrido em conseqüência de estrupo
violento. Os jovens culpados foram condenados a penas relativamente leves. Isto ocasionou uma colossal demonstração feminista
de protesto. Aproximadamente 100 mil mulheres se reuniram à noite nas ruas de
uma importante cidade italiana fazendo grande alarido e gritando em coro:
“Tremei, tremei, as bruxas estão de volta!”. (Ibidem, p. 35.) Certas militantes
do movimento feminista consideram as bruxas como símbolo adequado de seu
anseios. Para elas as bruxas teriam sido perseguidas porque eram entendidas em
medicamentos, parteiras que conheciam métodos abortivos e de prevenção da
gravidez; mulheres que tentavam libertar-se do domínio masculino rompendo com a
ordem religiosa e social dominante. Segundo ainda as feministas, é a memória
dessas mulheres (as bruxas) que serve de inspiração para sua própria luta
contra as estruturas patriarcais da sociedade atual. Além disso algumas
feministas se dedicam a práticas magico-ocultistas, como meio de obter a sua
suposta emancipação.
O movimento Wicca
É
o caso do poderoso movimento feminista — na realidade uma verdadeira seita
satanista — que se apresenta a si mesmo como uma forma de continuação das
bruxas e feiticeiras medievais. Trata-se do movimento Wicca palavra inglesa
arcáica da qual deriva o moderno vocábulo witch, bruxa. A seita Wicca se define
decididamente como pagã e se coloca conscientemente contra o Cristianismo. Venera a Grande Deusa donde provém toda a
vida e para onde tudo retorna. Ao lado, ou antes, abaixo dessa Grande Deusa
está o poderoso deus cornudo, derivado do princípio feminino, o qual dizem
elas, na época de perseguição às bruxas, era identificado com demônio bíblico.
Trata-se de um panteísmo de cunho feminino, e não é de admirar que a seita
procure vinculações com o movimento feminista e se considere parte integrante e
militante dele, por razões religioso-filosóficas.As
adeptas dessa nova bruxaria se reúnem em grupos de, no máximo, 13 pessoas para
praticar a magia. Insistem em que não há magia negra e, portanto, feitiçaria
prejudicial, mas que a força mágica só é usada para fins positivos. Seja como
for, quem criou rituais para grupos Wicca foi nada menos que o notório
satanista inglês Aleister Crowley. Outro ocultista britânico, Alex Sanders,
dirigente de um ramo dessa seita, declarava-se, no melhor estilo de Crowley,
The Devil Incarnate (o Demônio Encarnado); ele descreve um ritual para a
conjuração de um demônio, que consistia na prática de um ato mágico-sexual de
incesto com a própria irmã.(Cf. B. WENISCH, Satanismo).Em uma publicação
francesa encontramos outros dados sobre as feitiçeiras do movimento Wicca:"Conhecem-se atualmente os ritos do movimento Wicca, celebrados na
ilha de Man (Inglaterra), ou na floresta de Fontainebleau (França). A grande
sacerdotisa Monique Maria Mauricette Wilson, que se faz chamar Lady Olwen, oficia nua, como nos antigos
sabás..."Sobre o altar são colocados recipientes para sal e água, hervas,
um incensador, velas, um cálice e outros objetos. A feiticeira-chefe, enquanto
todos se ajoelham em círculo em torno dela, ajoelha-se por sua vez, benze o sal
e a água e os mistura com um punhal de punho negro, símbolo do poder luciferino,
que toda feiticeira possui..."A Missa negra, que é difícil de se
distinguir do sabá, comporta um ritual litúrgico análogo ao das missas comuns
(católicas) com exceção de certas orações, recitadas ao contrário por espírito
de profanação. A elevação é o momento esperado para a profanação suprema. A
hóstia é ora uma fatia de pão negro, ora uma rodela de rábano.* O oficiante a
eleva em geral sobre o corpo de uma jovem nua sobre um altar, proferindo
injúrias; ele atira depois a hóstia para as feiticeiras e bruxos, os quais se
precipitam para calcá-la aos pés. A missa termina com uma frase ritual: Ide ao
diabo" (Claude PETIT-CASTELLI, Les
Sectes enfer ou paradis, p. 154.) *Aqui
se faz uma paródia sacrílega da Santa Missa.
Entretanto, sempre que conseguem, os satanistas preferem que um
sacerdote católico, que esteja num grau de apostasia suficiente para se prestar
a tal abominação, celebre uma Missa durante uma cerimônia dessas, na qual
ocorra verdadeira consagração; ou, senão, procuram obter hóstias verdadeiramente
consagradas em Missas válidas, para serem profanadas nesses rituais satânicos.
Quanto à validade da consagração das espécies eucarísticas no contexto de uma
Missa negra, os teólogos discutem; alguns afirmam, outros negam tal validade.
Ecologismo e
ocultismo
B.
Wenisch continua na sua análise do movimento feminista-ocultista: “A onda
esotérica aparece também nos grupos alternativo-ecológicos.” E se refere a uma
autora feminista-ecologista que “pratica rituais mágicos, sente-se em contacto
com seres espirituais, e baseada em supostas experiências de vida terrena
pregressa, acredita na reencarnação. Considera-se a reencarnação de uma bruxa
executada nos inícios da Idade moderna”. (B . WENISCH, Satanismo).
“Ofensiva da bruxaria
— Alerta aos brasileiros"
No
Brasil, devido à espantosa decadência religiosa que presenciamos e à
descatolicização que se opera em todas as classes sociais, o caminho está
aberto para todas as formas de satanismo desde as aberrações sonoras e
blasfemas do Rock Heavy Metal, ao ocultismo difundido por autores como Paulo
Coelho, discípulo do satanista inglês Aleister Crowley. (Cf. “Folha de S.
Paulo”, 2-8-92, caderno Maiss, p. 6, Glossário).De
modo especial, cresce o recurso ao demônio por meio da macumba, a qual passou a
ser aceita com normalidade; mais do que isso, a receber o apoio das
autoridades. Por exemplo, na cidade de São Paulo, durante a gestão da Prefeita
Luiza Erundina (PT), foram criados “macumbódromos” — espaços para a prática de
rituais de macumba — em vários cemitérios paulistanos. (Sob o titulo Erundina
cria 4 ‘macumbôdromos “, o jornal “Folha de S. Paulo,” de 19 de ju lho de 1992,
informa que se trata de “espaços sem teto, com muros altos e trancados. Dentro, haverá um cruzeiro, uma cruz
simulando encruzilhada e estátuas dos orixás e Iansã".) Com
chamada de capa que serve de título a este tópico, o mensário
"Catolicismo” trouxe reportagem sobre o avassalador progresso de
feitiçaria no Brasil, da qual ressaltamos — a título de amostra — algumas citações
tiradas da imprensa diária: (Gregório LOPE5, Bruxaria: os antros se abrem, in
“Catolicismo”, nº 491, novembro 1991. pp. 6-9.)
— "Nada de vassoura, chapéu, nariz ou verruga .... Os bruxos
modernos estão chegando às pencas. ... vestem-se com roupas absolutamente
comuns” (“Jornal da Tarde”, São Paulo, 22-5-91).
— “O bruxo Erik assegura que ‘brotará uma nova consciência', e que
passaremos então para uma nova era” (“Jornal da Tarde", 22-5-91).
— Foi realizado em Florianópolis, um Festival da Magia, com velas,
defumadores, estandartes de orixás e pessoas vestidas de demônio. O festival
foi aberto com discurso do Prefeito da cidade, na presença de “místicos,
médiuns, dráculas, ufólogos e cartomantes” (“Tribuna da Bahia”, 21-7-91;
“Estado”, de Florianópolis, 13-8-91).
— Em São Paulo a 4ª ª Conferência Internacional de Metafísica, ocorre
nos salões do Anhembi onde “bruxos de todo o mundo se reúnem” (“ Jornal da
Tarde”, 22-5-91).
— Na mesma cidade foi fundada uma Escola de Iniciação à Alta Magia, para
“magia branca” e “magia negra”. Segundo um vespertino, “as escolas de bruxaria
no passado deixaram de existir por perseguição do Cristianismo” (“Jornal da
Tarde", 8-7-91).
— No Rio de Janeiro foi anunciado para o Planetário da Gávea o 1º
Encontro de Magos, com 11 dias de duração e a presença de bruxos, espíritas e
cavaleiros de Lúcifer (“Jornal Janeiro", 18 e 21-9-90; “Jornal da Tarde”,
27-9-90).
Com
tudo isso vemos a que ponto a descristianização está levando nosso Brasil,
jogando-o nos braços de Satanás; longe de serem fenômenos do passado, o
satanismo e a feitiçaria ressurgem em nosso país descristianizado, sob a forma
de ocultismo, esoterismo, de certo ecologismo, cultos de origem africana
(macumba, vodu, etc.) e outros.
O Rock Satânico (Rock pesado)
“Canto para inca doce satã. Quero ir para o inferno". (Canção do
conjunto Led Zeppelin)
"Prazer em conhecê-la.Chame-me apenas Lúcifer”.(Da canção Rock
Simpatia pelo demônio)
O
Rock’ n’ Roll não é somente um tipo de música popular; mais do que isso, é uma
cultura, com um modo próprio de vestir-se, de falar, de comportar-se; trata-se
de uma atitude diante da vida, empanada de anarquismo, de uma postura religiosa
que se caracteriza pela revolta contra Deus e a religião. Em última análise,
constitui uma espécie de contra-religião, uma religião satanista.
Rock, um dos meios
mais poderosos para a difusão do satanismo!
Muitos
especialistas têm visto nas canções e letras do Rock um dos meios mais
poderosos para a difusão do satanismo. (Cf. Bernhard WENISCH, Satanismo, p. 29;
W. S. DIAS, Por detrás do Rock in Rio: presença do satanismo? pp. 4-6.; C. A.
MEDEIROS, Rock and Roll e satanismo, pp. 1-7.)
Influência do satanista Crowley, "o personagem mais imundo e
perverso da Grã-Bretanha”
Para
melhor compreendermos essa afirmação, devemos recordar, ainda que rapidamente,
um dos inspiradores confessos desse movimento Rock, sobretudo do Rock pesado
(Hard Rock), onde as características satanistas são mais marcantes. Trata-se do
satanista inglês Sir Aleister Crowley (1875-1947) considerado pela justiça
inglesa como “o personagem mais imundo e perverso da Grã-Bretanha”, que morreu
amaldiçoando seu médico por ter-lhe negado mais uma dose de morfina. Sobre sua
tumba, após o enterro, foram realizadas cerimônias satanistas, com o cântico da
Ode a Satã, de Carducci, o que provocou o protesto da Câmara dos Vereadores de
Brighton.Ele foi fundador ou participante de várias ordens ocultistas
inicíaticas, entre as quais a Astrum Argentium (AA) que, em 1920, se transferiu
para Cefalú, na Sicília. Em conseqüência de uma morte suspeita na comunidade
(falou-se de morte ritual), a policia interveio e a AA foi expulsa do país.“Em
definitivo, comenta um autor a respeito de Crowley, o mago suscitou muitas
devoções, mas — corolário ou contrapartida — numerosos discípulos, sobretudo
mulheres, se suicidaram tornaram-se dementes ou ficaram reduzidos a meras
ruinas” (Serge HUTIN, On l’appelait ‘la Grande Bête’, p. 121, nota 1.)A
doutrina de Crowley, de maneira mais insinuada do que explicita, foi
popularizada pelos Beatles e difundida por meio dos movimentos hippie e Rock a
partir dos anos 1960. Tal doutrina se resumia na seguinte frase: “Faça o que
quiser, esta é toda a lei” (Cf. B. Wenisch, op. cit., p. 27..O próprio Crowley
considerava esse programa anárquico como algo satânico. Numa referência ao
Capítulo 13 do Apocalipse, ele se autodenominava “a grande besta — 666”. (Este
número do Apocalipse provavelmente contém uma alusão a Nero como instrumento do
demônio e costuma ser utilizado para designar o anti-Cristo.). Crowley se considerava uma encarnação de
Satanás, e sua religião poderia ser qualificada como um panteísmo satânico.O
culto proposto por Crowley é todo permeado de orgia sexual, que para ele é a
“meta final, divina e absoluta, forma mais elevada da vida satânico-divina”.
(B. WENI5CH, Satanismo, p. 27.)
Rolling Stones:
“Simpatia pelo demônio”
Bernhard
Wenisch escreve em seu livro Satanismo: “Uma fonte que esclarece em parte a
difusão das idéias satanistas entre a juventude é o Rock pesado (Hard-Rock). A
onda já começou no final dos anos 60, quando foi lançada, por exemplo, a música
dos Rolling Stones — Simpatia pelo demônio (Sympathy for the Devil). Desde
1970, o conjunto musical Black Sabbath — Sabá Negro apresentou continuamente
temas satânicos. Em 1980 foi sucesso mundial a música Sinos do inferno (Hell’s
Bells) de AC/DC. Outro sucesso, em 1982 foi O número da besta (The Number of
the Beast), do Iron Maiden. Atualmente quase todos os grupos de Hard-Rock/Heavy
Metal-Band apresentam o tema satânico. Que o pensamento de Crowley esteja
apadrinhando essas canções não é apenas demonstrável históricamente, mas é
possível percebê-lo claramente no conteúdo das letras”.(B.WENI5CH, Satanismo).Essa
ligação é atestada, por exemplo, por um ex-roqueiro americano, Charles Gugel,
que, tendo abandonado o movimento Rock, declarou o seguinte: “Jimmy Page, autor
das músicas e líder do grupo Led Zeppelin, admitiu abertamente, por diversas
vezes, sua fascinação por magia negra e feitiçaria. Ele possui uma livraria
ocultista em Londres, chamada The Equinox e vive num castelo infestado pelo
demônio, que pertenceu a Aleister Crowley”. (W.S. DIAS, Por detrás do Rock in
Rio: presença do satanismo?, p. 5.)
Canções satânicas
Quanto
à influência satanista nas letras das canções Rock, basta tomar algumas delas
para fazer a constatação: as mais explícitas, como as que citaremos a seguir,
chegam a evocar diretamente o demônio e a execrar Nosso Senhor Jesus Cristo e
sua Igreja, como o fariam canções compostas pelo próprio demônio. Outra
característica que chama a atenção, e que está bem de acordo com a psicologia
de Satanás, é o desespero que domina essas canções, a nota de uma condenação
irremissível ao inferno.
Sinos do inferno
Vejamos,
em primeiro lugar a canção Hell’s Bells - Sinos do Inferno, do conjunto
australiano o AC/DC - “Você é ainda muito moço. mas vai morrer. Eu te levarei ao inferno.
Satanás vai te pegar! Sinos do inferno,sinos do inferno...”
Auto-estrada do inferno
Outra
canção desse conjunto apresenta a mesma nota de desespero satânico. Ela se
intitula significativamente Auto-estrada do inferno:
Eu estou indo para baixo.
É hora de festa.
Meus amigos estarão lá também.
Estou na auto-estrada para o inferno
Não há sinais de ‘pare’, nem velocidade limitada.
Ninguém vai me frear...
Ei Satanás, estou pagando minha dívida
tocando num conjunto Rock.....
Estou no meu caminho para a terra prometida.
Estou na auto-estrada para o inferno.
Canto para meu doce satã:Quero ir para o interno.
A nota de desespero
blasfemo e luciferismo é ainda mais acentuada na letra abaixo do conjunto Led
Zeppelin:
Deus me abandonou,
Não há escapatória.
Canto para meu doce satã.
Todo poder é de meu satã,
que nos dará o 666 [o Anti-Cristo].
Quero ir para o inferno.
Meu nome é Lúcifer
Agora você está comigo em meus pensamentos.
Nosso amor a cada momento se torna mais forte.
Olhe dentro de meus olhos.
Você verá quem eu sou.
Meu nome é Lúcifer.
Simpatia pelo demônio - Os
Rolling Stones, um dos mais famosos conjuntos Rock, não hesitam em cantar a
música com o título inteiramente explícito de Simpatia pelo demônio, na qual
também é o próprio Satanás quem fala, numa soberba demencial:
Peço licença para me apresentar......
Eu estava por perto quando Jesus Cristo
teve seu momento de dúvida e de dor.
Assegurei-me amaldiçoadamente de que
Pilatos lavaria as mãos e decidiria seu destino.
Prazer em conhecê-lo.
Espero que advinhe meu nome...Chame-me apenas Lúcifer.
(C. A. MEDEIROS, Rock and Roll e
satanismo, p. 6.)
O Deus do Trovão
Talvez
a canção mais explicitamente satanista seja God of Thunder — Deus do Trovão, do
conjunto Kiss, que a apresentou a uma platéia de milhares de jovens no Estádio
do Morumbi, eu São Paulo, em junho de 1983. Segundo algumas interpretações, o
nome do conjunto, Kiss (palavra que significa beijo, em inglês), seria de fato
uma sigla formada pelas iniciais de Knights In Satan Service — Cavaleiros a
serviço de Satanás. Eis a sua tradução:
Eu fui criado por demônios.
E cheguei a reinar como o Senhor porque eu sou
o Deus do Trovão e do Rock´n ‘Roll...
Eu fui criado por um demônio.io.
Fui treinado para reinar como um deles.
Eu sou o Senhor da terra desolada.
Eu não gosto de Cristo... Eu não gosto da Igreja
Já o conjunto brasileiro Titãs faz uma profissão de fé anarquista-religiosa,
explode numa revolta satânica contra Deus:us:
Eu não gosto de padre.
Eu não gosto de madre.
Eu não gosto de frei.
Eu não gosto de bispo,
Eu não gosto de Cri sto...
Eu não gosto do terço,
Eu não gosto do berço
de Jesus de Belém.
Eu não gosto do Papa,
eu não creio na graça
do milagre de Deus.
Eu não gosto da Igreja,
Eu não entro na Igreja.
Não tenho religião.
Nós destruiremos o
altar-mor
Outro
conjunto brasileiro, Sepultura, na música intitulada Crucifixão, faz também
profissão anarquista-religiosa e nega diretamente a divindade de Nosso Senhor:
Nós negamos os deuses e suas leis.
Desafiamos seu supremo poder,
crucificado pelo poder das trevas...
Ele deixou as igrejas para nos atormentar.
Nós destruiremos o altar-mor...
Mostraremos ao mundo nosso ódio.
Os padres terão seu tormento final.
Romperemos as igrejas, nós temos um ideal...
O gênero humano ruma para o suicídio
Eles têm fé no falso Deus se chama Cristo.
Que prega o bem e a beleza. (Ibidem,p.7.)
Diante
desse satanismo explícito do movimento Rock’ n’ Roll, que reúne dezenas e às
vezes centenas de milhares de jovens em shows-monstro — autênticas orgias
anti-cristãs — que proporções tomam os sabás de séculos passados, contra os
quais lutou tanto a Igreja? Por que o silêncio em relação a esses sabás
modernos?
VI -
CASOS DE INFESTAÇÃO E POSSESSÃO — CENAS DE EXORCISMO — CULTO IDOLÁTRICO AO
DEMÔNIO
APRESENTAMOS
alguns casos de infestação ou possessão e algumas cenas de exorcismo, que
ilustram quanto foi dito sobre a ação extraordinária do demônio.O
primeiro caso, de uma jovem do Interior de São Paulo, sujeita a uma infestação
pessoal em conseqüência de um malefício, revela como não devemos temer o
demônio, mas antes enfrentá-lo com coragem e, sobretudo, com muita fé.Outro
caso relatado, ocorrido na Itália, de possessão de um menino de onze anos, é
muito ilustrativo quanto ao valor da oração fervorosa e de outros meios
ordinários para a libertação de um possesso, mesmo sem o recurso aos meios
extraordinários, como os exorcismos solenes.
A história de
Madalena não é muito diferente da de inúmeras pessoas em nossa triste época:
Bem
casada e com filhos já criados, sem preocupações financeiras, parecia uma
pessoa feliz. Na realidade ela se sentia frustrada por uma vida vazia e
aparentemente sem sentido. Essa frustração levou-a a procurar algo diferente,
que preenchesse o vazio de sua vida. Assim, deixou-se envolver por um ambiente
ocultista, onde a droga e as iniciações a conduziram ao pacto com o demônio, e
a urna frustração e desespero maiores ainda. Movida pela graça, submeteu-se a
uma séria terapia religiosa, constante de exorcismos, orações e catequese,
conseguindo sair de sua triste situação.A
comovente história de Anneliese Michel constitui impressionante exemplo de
possessão penitencial ou oblativa. Por desígnios insondáveis de Deus a jovem
vítima sofreu essa dura provação como vítima expiatória de pecados alheios e
para obter graças espirituais de santificação e de reavivamento da fé, para si
e para outras pessoas. Esse caso é muito revelador quanto à incapacidade do
demônio de penetrar no fundo da alma. Pois mesmo tendo obtido de Deus permissão
para possuir o corpo da jovem alemã, e para atuar em suas faculdades
inferiores, o demônio jamais conseguiu fazê-la pecar, nem impedi-la de
continuar unida a Deus, de progredir na virtude e se santificar.Não
menos impressionante é a história da jovem noviça vietnamita Maria Catarina
Dien, perseguida pelo demônio para que desistisse da vida religiosa, a pedido
de um pagão que queria casar com ela. Apesar de todos os tormentos físicos e
morais a que foi submetida pelo demônio, a jovem não só perseverou na sua
vocação, mas ainda se serviu desse sofrimento para santificar-se.Todos esses casos nos levam a recordar o que dizem os santos: “deve-se
temer antes o pecado do que o demônio”.Terminamos
esta secção com o relato de casos impressionantes de sacrifícios humanos em
honra do demônio, ocorridos recentemente no Brasil, os quais mostram o grau de
apostasia e entrega ao Maligno a que se chegou em nossa pátria. Eles nos levam
à pergunta sobre se esta não é a causa mais profunda da grave crise que a
sacode em todos os planos.
A moça infestada e o
menino possesso
“Desgraçado!
Maria Santíssima já te esmagou a cabeça!” (Irmã Maria Teresa dirigindo-se ao
demônio - Glória: infestação diabólica por malefício - A vigilância e a ação
decidida de uma freira, livrou uma moça dos efeitos de um malefício).
Sintomas estranhos
Os
fatos se passaram anos atrás em Marília, simpática e pujante cidade do Interior
de São Paulo. (Reletado pelo Pe. Gabriele AMORTH, Nuovi racconti, pp. 105-108.
Os nomes dos protagonistas são fictícios, mas o caso é real).Glória
era aluna interna da Escola Normal dirigida por freiras. Oriunda da zona rural,
ela era órfã de pai; o avô materno custeava seus estudos para que ela, uma vez
formada professora primária, ajudasse na educação de seus irmãos menores.De
volta de casa ao fim das férias, a moça começou a manifestar sintomas
estranhos. Até então a jovem tinha sido a melhor aluna de sua classe, sempre
fôra respeitosa, obediente, e de conduta exemplar. Irmã Maria Teresa, de
nacionalidade italiana, notou que a moça estava mudada; outras professoras se
queixaram dela, sobretudo quanto à falta de atenção às aulas.
O lencinho misterioso
A
zelosa Irmã chamou-a para conversar, alegando um pretexto qualquer. Durante o
colóquio, Glória abriu maquinalmente um de seus livros de aula e, para espanto
da freira, um lencinho de cores muito vivas esvoaçou de dentro dele e embora
ambas tentassem agarrá-lo, desapareceu completamente. Aterrada, a moça exclamou:
“Pobre de mim! Não posso perdê-lo”. Como tocasse o sinal das aulas, a Irmã
Maria Teresa mandou depressa a aluna para a classe, desconfiada já do que se
tratava. Em seguida, dirigiu-se ao
dormitório das educandas e começou a examinar os livros e cadernos de Glória.
Depois de muita busca, encontrou o lencinho dentro de um caderno!
Como teria ido parar
lá?
Cheia
de fé, a Irmã dirigiu-se ao lencinho como se fosse o próprio demônio,
exclamando: “Desgraçado! Maria Santíssima já te esmagou a cabeça!". E
agarrando-o com força, correu à cozinha e o lançou ao fogo. A reação do Maligno
não se fez esperar: Glória começou a se sentir mal e a não conseguir reter
nenhum alimento. Estava claro que se tratava de um caso de malefício.
Feitiço de uma
vizinha
A
Irmã Maria Teresa chamou a moça para nova conversa e conseguiu que ela contasse
tudo o que se tinha passado com ela quando estivera em casa nas últimas férias.
Glória contou que uma vizinha a havia procurado num dia em que ela estava só na
casa e lhe havia dito: “Logo que tirar o diploma, você vai se casar meu
filho!”. Deu-lhe então o lencinho colorido, acrescentando: “Você deve guardar
este lencinho e não pode perdê-lo em hipótese alguma; do contrário você não
poderá mais estudar e morrerá!A pobre moça havia ficado tão aterrorizada com as
ameaças da vizinha (ao que tudo indica, uma feiticeira) que, em vez de pedir
conselho às Religiosas, procurou obedecer-lhe, com medo de não poder terminar o
curso e com isso prejudicar seus irmãos mais novos, que dependiam dela para
poderem também estudar.Irmã Teresa, Religiosa experiente e que tinha muita fé,
disse à moça: “Tenha confiança em Nossa Senhora que tudo se resolverá". Como
primeira medida, levou Glória para fazer uma boa Confissão - remédio ideal nos
casos de perseguição diabólica, pois a alma em estado de graça tem muito mais
possibilidade de resistir às vexações do demônio. Em seguida, foi com a moça examinar seu dormitório;
tomou o travesseiro e pediu-lhe que o abrisse para ver se havia algo anormal
dentro dele. Glória tremia de medo ao descosturar o travesseiro e jogar as
penas na cama; apareceu então um objeto estranho, uma bolota envolta em pano;
ao abrir o embrulho a moça exclamou aterrada: “Meus cabelos!”De fato, a
vizinha, ao mesmo tempo que dirigia ameaças á jovem cortara-lhe um chumaço de
cabelos, levando-os consigo. Este é dos feitiços ou malefícios mais correntes:
oferecer ao demônio cabelos ou unhas da própria pessoa a ser prejudicada; ou,
então, uma fotografia dela, pedaços de sua roupa, etc.
Como esse objeto
teria ido parar naquele lugar?
O
demônio — sempre que Deus o permita — pode mover os objetos de um lugar para
outro como, neste caso, primeiro o lencinho, que foi parar no meio de um
caderno; depois a bolota de cabelos, encontrada dentro do travesseiro.
Malefício desfeito
Continuando
nas buscas, descobriram outro lencinho igual ao primeiro. A Irmã pegou os
objetos com precaução — sem tocá-los diretamente com as mãos, o que é perigoso
—, jogou gasolina sobre eles e ateou fogo; apesar da intensidade das chamas, o
pequeno lenço não se queimava. A freira
começou então a rezar fervorosamente e a bradar: "Os pés de Maria
Santíssima continuam a te esmagar a cabeça, espírito maldito!", até que finalmente os bruxedos se consumiram
pelas chamas. Depois que os bruxedos foram queimados, Glória voltou a levar
vida normal e aplicar-se nos estudos.Tais casos, quando bem aproveitados,
servem para afervorar religiosamente as pessoas, e esta é uma das razões pelas
quais Deus permite que eles sucedam.
Na Itália: valor da
oração e dos sacramentais
O Pe.
Gabriel Amorth, exorcista da diocese de Roma, relata o seguinte caso, ocorrido
na Itália:Em
1987 um casal procurou seu pároco pedindo-lhe que desse uma bênção a seu filho,
o qual apresentava um comportamento estranho.
Tratava-se de um menino de onze anos, de aparência calma e amável. O
pároco pediu a um confrade que o ajudasse; apenas os sacerdotes começaram a
rezar, o menino passou a espumar, a blasfemar, e proferir ameaças. Os padres
(talvez por não terem licença do seu bispo ou por não estarem seguros de que se
tratava de caso de possessão diabólica) não procederam aos exorcismos solenes
que se fazem sobre possessos, mas mantiveram-se em oração, dando repetidas
bênçãos ao menino, ao mesmo tempo que recorriam ao uso de sacramentais, como velas,
água-benta, incenso, etc. Por quinze dias seguidos o menino foi trazido à
presença dos padres, que prosseguiram nas mesmas orações, bênçãos e uso dos
sacramentais. No décimo-quinto dia, precisamente, o demônio começou a dar
sinais de raiva impotente e de exaustão até que — ao ser pedido o auxílio da Mãe de Deus e ser
invocado o Espírito Santo — pôs-se a gritar pela boca da pequena vítima: “Nossa
Senhora não!” — “A pomba branca não!” Após este último grito, o menino caiu por
terra e um silêncio completo se fez na igreja. Tudo indicava que o demônio
havia sido expulso. Com efeito, nos dias seguintes o menino não apresentou mais
os sintomas de possessão. Entretanto, começou a manifestar sinais de infestação
pessoal, tendo visões aterradoras.(O Pe. Amorth, com sua experiência de
exorcista, afirma que isto acontece com fre qüência após as possessões, o que é
muito perigoso, sendo necessária a assistência do exorcista ainda por algum
tempo depois da expulsão do demônio.) Pela atuação prudente e zelosa dos dois
sacerdotes, esse estado de infestação também foi vencido, e o menino passou a
gozar de excelente saúde e a ter boa vida de piedade. (Cf. J. AMORTH, Nuovi
racconti, pp. 108-109.).
Madalena: da
frustração ao pacto com o demônio
“Recusar obediência a Deus é dizer sim a Satanás, a Lúcifer, a
Belzebú".(Do pacto com o Demônio) - O
CASO QUE SE SEGUE passou-se França, na década passada, e é relatado pela Dra.
Marie-Dominique Fouqueray, psiquiatra que participa da equipe que auxilia o
exorcista diocesano. (Relatório transcrito pelo Pe. Gabriele AMORTH, Nuovi
raconti di un esorcista, pp. 151-155.)
Organista na paróquia
e sacerdotisa do Diabo!
"Um
dos primeiros casos que tivemos que enfrentar foi o de uma senhora de seus
quarenta anos, casada e mãe de quatro filhos, que trabalhava como educadora
especializada. A causa dos seus males devera-se ao fato de que, por mais de dez
anos, freqüentara uma seita satânica. Quando se dirigiu a nós, era a terceira
vez que tentava sair daquela seita.Contrariamente a tudo o que se podia supor,
esta senhora era muito próxima a sacerdotes; e foi um deles que a conduziu a
nós. De fato, ela levava uma vida dupla: conhecia muitos sacerdotes e todos os
domingos tocava o órgão na Missa, embora jamais se aproximasse dos sacramentos;
mas, ao mesmo tempo, era grande-sacerdotisa de uma seita chamada Wicca,
(Trata-se de uma seita satanista de caráter feminista, da qual já nos ocupamos
pouco acima (cf. Parte V, Cap. 5).), cujo chefe é o próprio Lúcifer. Ela tinha sido iniciada progressivamente, e
quem ingressava na seita só poderia deixá-la por efeito de uma morte violenta,
á qual ela era destinada: o suicídio. Ela sentia muito medo e queria sair, mas
conhecia os riscos que isto comportava.Quando a encontramos pela primeira vez,
apresentava sinais de uma pessoa deprimida, atormentada, emagrecida; dormia
mal, mas não tinha antecedentes psiquiátricos. O exorcista, depois de ter
examinado bem o caso, decidiu proceder aos exorcismos: primeiro de quinze em
quinze dias, depois toda semana”.A
seguir a Dra. Fouqueray, narra como Madalena (nome fictício que ela usa para
designar a infeliz mulher) se aproximou da seita e nela ingressou.
Pacto com o demônio e
“batismo” satânico!
Nada
levaria a supor que Madalena chegasse um dia a fazer um um pacto com o demônio
e a se tomar sacerdotisa de uma seita satanista. Educada em colégio de freiras,
casada e mãe de família, sem preocupações financeiras, parecia uma pessoa
feliz. No entanto, seu catolicismo era superficial e ela foi-se deixando levar
por certo desencanto, aborrecimento com a vida de família e um vazio que não
conseguia preencher.“Num jornal secular ela leu um convite para uma jornada de lazer." - “Freqüentou
esse ambiente, embora percebesse que se tratava de um ambiente muito
particular, aumentando cada vez mais o consumo de bebidas alcóolicas e drogas,
e os convites para a iniciação numa seita. Mas, ao mesmo tempo, encontrou gente
prestimosa, cujas atenções compensavam as carências que sentia em casa. E
passou a ser cada vez mais envolvida:
renegou o batismo e aceitou um novo 'batismo’ da seita, no qual lhe foi imposto
um novo nome. Recebei uma marca secreta na coxa e assinou com seu sangue um
pacto com Satanás, depois de ter queimado a sua certidão de batismo cristão”.
Missas negras e
escárnio da Paixão
“Foi
iniciada nas as Missas negras e em celebrações de triunfo satânico pela morte
de Cristo, todas as sextas-feiras às três horas da tarde. Viu claramente que os
nossos ritos e as nossas orações eram transformados, diabolizados. A Missa
negra era uma paródia da Eucaristia e, no momento da comunhão, se transformava
em orgia. É importante conhecer os
diversos pontos do pacto satânico porque, durante os exorcismos, é preciso
convidar a própria pessoa a renegá-lo com plena renúncia a Satanás: Renego-te,
demômio X não quero mais saber de ti e renuncio ás práticas que tu me
inspirastes".
Os doze pontos do
pacto maldito:
1.
Abjurar o batismo.
2.
Abjurar a fé na Eucaristia.
3.
Recusar obediência a Deus e dizer sim a Satanás, a Lúcifer, a Belzebú.
4.
Repudiar Nossa Senhora.
5.
Renegar os sacramentos.
6.
Pisotear a cruz.
7.
Pisotear imagens de Nossa Senhora e dos Santos.
8.
Jurar fidelidade eterna ao príncipe das trevas; fazer juramento sobre as
escrituras diabólicas.
9.
Fazer-se batizar em nome do diabo, escolhendo novo nome apropriado para si.
10.
Receber na coxa a marca do diabo, como sinal de filiação à seita.
11.
Escolher um padrinho e uma madrinha na seita.
12.
Profanar hóstias (não violando o Tabernáculo, mas indo comungar e conservando a
partícula sagrada para depois profaná-la na Missa negra)".
Olhar de fera e
repulsa do crucifixo
"Descobri
esses pontos pouco a pouco, no decurso dos exorcismos. A possessa, durante os
exorcismos, tinha o olhar de uma fera e rejeitava com força o crucifixo que
mantínhamos diante dela; no final vomitava (às vezes somente água) e a sua
temperatura chegava até 41º e baixava somente com o uso da água de São
Sigismundo (conhecida em nossa região por curar febres inexplicáveis). “Madalena demos-lhe este nome — tinha participa de um grande número de
Missas negras...”
Madalena não era
crismada
“Permito-me
sublinhar um fato. Em um caso como este, não basta únicamente a ação do
exorcista: já por duas vezes dois exorcistas tinham falhado, por não terem
levado em conta o que dizia a própria infeliz, e por terem minimizado as
pressões e ameaças dos membros da seita. Na terceira vez Madalena foi libertada
graças ao auxílio que a equipe deu ao exorcista. Por exemplo, era necessária
uma reeducação na fé cristã e manter uma assistência contínua quando a possessa
era assaltada por impulsos de suicídio e febres inexplicáveis. Nós não a
deixamos nunca sozinha, e nos mantivemos sempre perto dela.Tudo isto durou três
anos... Os exorcismos foram suspensos
quando Madalena pôde conduzir por si mesma a luta espiritual, rezar,
confessar-se, comungar; ou seja, quando pôde utilizar os meios ordinários de
luta. Acrescento um dado importante: Madalena nunca tinha sido crismada; depois
de adeqüada preparação, ela mesma pediu esse sacramento, que lhe foi ministrado
pelo Vigário Geral, na presença do marido, dos filhos e dos membros da equipe que
auxiliam o exorcista”.
Anneliese: possessão
penitencial
"O demônio abominaina água-benta e objetos consagrados. Ele tem medo
do nome de Jesus e da oração".(Do Exorcismo de Anneliese Michel) - O
CASO RELATADO a seguir constitui impressionante exemplo de possessão
penitencial ou oblativa, na qual a vítima sofre essa dura provação para,
segundo os desígnios insondáveis de Deus, expiar pecados alheios e obter para
si própria (alma vítima), ou para outras pessoas, graças espirituais de santificação e de
reavivamento da fé.
Um caso muito bem
documentado
A
razão da escolha deste caso deve-se a que os fatos se passaram praticamente em
nossos dias (de 1974 a 1976), e alcançaram grande repercussão na imprensa,
estando muito bem documentados, uma vez que os exorcismos foram gravados em
fitas magnéticas e o caso foi parar nos tribunais alemães. Seguimos aqui o livro
da Dra. Felicitas D. Goodman, antropóloga americana não-católica, que estudou o
caso por interesse acadêmico, aplicando ao exame do mesmo o rigor científico. Ela
reuniu toda a documentação a respeito, inclusive as fitas magnéticas com a
gravação dos exorcismos. (Felicitas D.
GOODMAN, The Exorcism of Anneliese Michel, Doubleday, New York, 1981,
255pp. A Dra, Goodman utilizou 42 fitas
cassete com a gravação dos exorcismos, fornecidas pel o Pe. Ernst Alt, um dos
exorcistas, e um dossier de mais de 800 páginas de documentos, proporcionados
pela advogada da família Michel, Dra. Marianne Thora (depoimentos, cartas,
laudos periciais, etc).
Menina inteligente,
alegre e piedosa
Anneliese
Michel nasceu em 21 de setembro de 1952 em Leiblfing, na Baviera, sendo a mais
velha das quatro filhas do casal Josef e Ana Michel, católicos praticantes.
Ainda na infância, a família mudou-se para a pequena cidade vizinha de Klingenberg. Anneliese
era inteligente e piedosa, embora sua infância tenha sido marcada por contínuas
doenças, o que preocupava muito sua mãe, que já havia perdido uma filha em
baixa idade. Ela fez Primeira Comunhão com todo o fervor. Terminado o curso
primário em sua cidadezinha, passou a viajar de trem com outras meninas, para
cursar o ginasial numa cidade vizinha.Era uma menina
alegre, tocava acordeon e aprendia piano.Quando
completou dezesseis anos, entretanto, começaram a manifestar-se os sintomas de
uma doença de caráter neuro-psiquiátrico, que os médicos diagnosticaram como
epilepsia, prescrevendo o tratamento correspondente.
Incontrolável repulsa
pelas coisas sagradas
Ao
mesmo tempo, surgiram outros sinais mais inquietadores: uma estranha e incontrolável
repulsa pelas coisas sagradas, dificilmente de entrar em igrejas. A jovem fazia
esforços para vencer essa estranha repugnância, esses impulsos veementes, porém
nem sempre obtinha êxito. Certa vez, ao
tentar entrar em uma capela dedicada a Nossa Senhora, na Itália, onde tinha ido
em peregrinação, não conseguia avançar um passo, pois o chão lhe queimava os
pés, como se estivesse em brasas. Em diversas ocasiões, quando pretendia
levantar-se do lugar para ir comungar, seus membros pareciam pesados como
chumbo e ela não conseguia mover-se. Um dia sua mãe a surpreendeu fazendo
caretas de ódio e arreganhando os dentes para um crucifixo. Apesar dessas
manifestações anormais, que iam se tornando cada vez mais intensas, a moça
foi-se tomando mais religiosa e ligada a outras moças igualmente piedosas; ao
mesmo tempo mantinha um namoro casto e bem intencionado com um colega de
classe.
Exame cuidadoso
revela possessão
A
partir de 1974, Anneliese, por causa das perturbações acima referidas,
principiou a procurar o Pe. Emst Alt, seu pároco, o qual lhe dava uma simples
bênção, com o que ela se sentia aliviada.A falta de melhora com o tratamento
médico, ao contrário do alívio que experimentava com as bênçãos, e a presença
de sinais estranhos que aumentavam dia a dia, levaram Anneliese, seus parentes,
amigos e igualmente o sacerdote que a assistia, Pe. Alt, à convicção de que se
tratava de alguma influência diabólica. Vários sacerdotes doutos examinaram a
moça, entre eles o Pe. Adolph Rodewyk S.J., conhecido especialista em
demonologia e possessão, com importantes obras publicadas sobre a matéria.O
pároco fez então vários pedidos ao bispo de Würzburg, Dom Joseph Stangl, no
sentido de obter a devida licença para a realização dos exorcismos solenes.
Depois de muito hesitar, o bispo, por fim, em setembro de 1975, deu autorização
para que se procedesse a eles, nomeando exorcistas para aquele caso o Pe.
Arnold Renz, salvatoriano, antigo missionário na China e Superior Religioso, e
o própio pároco da moça, Pe. Ernst Alt.
Vítima expiatória (alma vítima)
De
fins de 1975 a junho de 1976 foram realizados inúmeras sessões de exorcismos,
durante as quais ficou claro que os demônios não tinham licença para abandonar
sua vítima, pois se tratava de uma possessão oblativa, em que a moça sofria
como vítima expiatóriaria. Simultaneamente, o tratamento médico prosseguia,
porém se mostrava ineficaz, pois os médicos se apegaram ao diagnóstico de
epilepsia, sem que os exames de eletroencefalografia fossem concludentes.Por
fim, os demônios foram expulsos, porém, quando os presentes entoavam cânticos
de ação de graças, eles se manifestaram de novo, dizendo que tinham recebido
licença para voltar. Os exorcismos
recomeçaram, mas os demônios diziam que não tinham licença de Deus para sair, e
essa situação ainda iria durar algum tempo.Finalmente, em meio ao exorcismo do
dia 30 de junho, repentinamente, Anneliese, com sua voz normal, gritou: “Por
favor, absolvição”. O sacerdote imediatamente atendeu o apelo e encerrou os
exorcismos.Na manhã seguinte a moça foi encontrada morta em sua cama.
Vingança do demônio
Apesar
de todos os esforços da família e dela própria, a moça passara longos períodos
sem conseguir alimentar-se, caindo em um estado de desnutrição e fraqueza
generalizada. Em vista disso, o médico negou-se a dar o atestado de óbito e foi
aberto um processo judicial contra os pais e os exorcistas, por omissão de
socorro médico. Em 21 de abril de 1978 eles foram condenados a seis meses de
prisão, notícia essa que foi amplamente divulgada pela imprensa em todo o mundo.Toda aquela dolorosa e
humilhante provação foi muito útil para o aperfeiçoamento espiritual de
Anneliese e de sua família, bem como dos próprios sacerdotes exorcistas.Após a
morte da moça, seu túmulo no cemitério de Klingenberg passou a ser local de
peregrinação, para o qual afluem pessoas não só da Alemanha, mas do Exterior,
para rezar e pedir graças.
Gritos roucos,
guinchos e grunhidos furiosos: a voz do Inferno
As
transcrições de trechos das gravações dos exorcismos que a Dra. Goodman faz em
seu livro permitem-nos formar uma pálida idéia da luta dos exorcistas com o
poder das trevas.Não cabe transcrevê-los todos aqui, de maneira que damos
alguns excertos como amostra, terrível amostra da voz do próprio demônio. Eis o
que diz a Dra. Goodman:“Na fita original nós sentimos, como os que cercavam Anneliese, algo
dessa presença autônoma e alienígena que, no sentido do dogma católico,
estabeleceu sua residência no corpo da moça, que usa para os seus propósitos
demoníacos.Há os gritos ondulados e roucos e os guinchos e grunhidos furiosos
que caracterizam o demônio - conforme os ensinamentos da Igreja - alienígena
das profundidades, emissário das trevas, de tudo aquilo que é amedrontador e
poluído. Os sons infernais fervem e chocam-se formando de vez em quando algumas
palavras ou frases. E quando isso acontece, quando o demônio fala, a força do
mal transforma-se numa pessoa. Não porém uma pessoa qualquer, porque fala no
dialeto da Floresta Bávara, no linguajar de mercado, ele o demônio medieval nas
obscenidades de seus assaltos verbais contra o padre”.
Malefício feito por
inveja
"Ele
toma as palavras latinas do sacerdote, e responde a elas com revolta:
Immaculata (Imaculada) ... ‘Você com suas porcas palavras...nem você acredita
nisso’. Saecula saeculorum (Pelos séculos dos séculos)...’Não é verdade, nem se
devia falar isso aqui.’ Educto
(Retira-te)... ‘Pode falar o dia todo, eu não vou sair’. Ut discedas ab hac
famula dei Anneliese (Para que abandones esta serva de Deus Anneliese) ...
‘Não, não, ela pertence a mim, dê o fora daqui velha carcaça”."É
a aldeia que vive e respira na resposta da questão de porque Anneliese estava
possessa: ‘Ela não havia nascido ainda quando foi amaldiçoada’ — revela um dos
demônios. Uma mulher fez o malefício por inveja. Quem era ela? ‘Uma vizinha de sua
mãe em Leiblfing´— responde o demônio.”A
moça está possuída por vários demônios. Em determinado momento um deles deixa
escapar seu lamento infernal, no qual não entra nenhum arrependimento, apesar
da intensidade do sofrimento:"Danados
por toda a eternidade, o-oooh!”.Demônios abominam água-benta, têm medo do
nome de Jesus, e de que lhes lembrem o fim que lhes aguarda.
De uma outra sessão
de exorcismo:
"O padre pode também obrigar o demônio a dizer o que é nocivo para
ele e encurralá-lo como o faria um senhor contra seus súditos rebeldes....Os
assistentes do exorcismo descobrem que o demônio abomina água-benta e objetos
consagrados. Eles têm medo do nome de Jesus, da imitação por alguém da vida de
Jesus, da oração. 'Reze, diz um dos
demônios, e nada pode realmente acontecer de mau com você, seu porco imundo!
... Mas felizmente não muitos acreditam mais nisso’. Eles não toleram as
súplicas a São Miguel. cuja missão é a de expulsar para o inferno os espíritos
vagando pelo e tentando as almas...Eles temem o o Anjo da Guarda e gritam de
horror quando a Ladainha das Cinco Chagas de Jesus é entoada: ‘Eu saúdo a adoro
a chaga sagrada de vossa mão direita, oh Jesus’. Deixam-se levar por um
verdadeiro furor quando chega a invocação da Quinta Chaga: ‘Eu saúdo e adoro a
chaga do vosso Sagrado Coração, e nessa chaga eu escondo a minha alma’. Então
essas orações são repetidas continuamente, como uma potente ameaça...“Estou condenado porque não quis servir a Deus!”...A
arma mais efetiva que os padres têm contra o demônio é o interrogatório,
submetê-lo a questões. Aqui os demônios estão em desvantagem, pois eles não
podem fazer o mesmo e interrogar o padre. O padre faz um uso agressivo do
interrogatório durante todo o exorcismo. Suas questões martelam o demônio
incessantemente, voltando sempre ao mesmo ponto: Porque eles estão naquele
corpo? Quantos e quais são os demônios presentes? Quando eles sairão? Que
mensagens da parte da Mãe de Deus eles têm? Porque eles caíram no Inferno?”
Em um dos exorcismos,
obrigado pelo sacerdote, um dos demônios explica a causa de sua danação:
“Eu estou danado porque eu não quis... eu não quis servir.., a Deus!. Eu
queria ser a regra para mim mesmo, embora eu fosse uma mera criatura”.
De outro exorcismo:
“Eu... vou dizer algo”, diz um demônio. Segue-se uma série de gritos e
blasfêmias, e ele prossegue: "Ela
(Nossa Senhora) está feliz com vocês todos” e seguem-se mais gritos. “Porque
vocês continuam a rezar. Vocês devem continuar o quanto vocês puderem” —
novos gritos e blasfêmias."Fui para o inferno porque me desesperei” - O
padre impôs como sinal de que os demônios sairiam que eles, ao sair dissessem:
Ave Maria! Cheia de graça. Eles relutaram de todo modo mas, pela força do poder
exorcístico, foram obrigados a aceitar. Quando chegou a vez de sair o demônio
que se chamava a si mesmo de Judas, deu-se o seguinte diálogo:"Judas Iscariote, você está aí?...” Gritos. O Pe. Renz repete a
fórmula exorcística de autoridade, ouvem-se gritos do demônio. E depois a
confissão: "Eu fui para o inferno porque eu me desesperei”. (O demônio
fala como se fosse o próprio Apóstolo traidor.)
-
“Desespero porque você traiu o Salvador?
"Sim ... mas eu não vou sair?". Ele continua resistindo até
que o Pe. Henz repete três vezes mais a fórmula exorcística e lembra ao demônio
a ordem dada por Nossa Senhora para que ele saísse.: ‘Em nome do Pai e do Filho
e do Espírito Santo, em nome da Santa Mãe de Deus...”. Judas continua desafiador:
“Não... não... não... não..."Em nome de...”
Judas tenta negociar:
‘Para onde eu devo ir?’
"Para o Inferno."
"Não”
"É lá que é o seu lugar!"
"Não!"
"Você deve ficar lá! Você não quis servir ao Senhor!"
Judas não pode mais resistir. Seus gemidos e gritos são mais
assustadores do que antes. Uma vez mais o Pe. Renz repete a ordem, e então diz
enfadado: ‘Vamos, sáia’. Judas saúda a Virgem e sai. Renz se distende um pouco”.
"Muitas almas
estão sendo salvas por este sofrimento”
O
caráter penitencial dessa possessão se depreende de todo o conjunto da história
e da atitude da moça, e foi posto em relevo por um dos exorcistas, o pároco Pe.
Alt, em uma carta de 24 de junho de 1976 ao bispo de Würzburg:“Nós não estamos conseguindo
forçar o demônio a falar novamente. Isto, me parece, se deve ao fato de que nós
estamos lidando com um caso típico de possessão penitente. Em várias conversas
que eu tive com a moça recentemente, ela me deixou entender que as coisas ainda
ficarão piores para si. Estava muito amedrontada triste com isso. Mas disse que
deve passar por isso também. No caso de
uma possessão penitente, as coisas ficam muito difíceis para o exorcista,
porque é muito difícil entender o significado da penitência. Isso foi o que o
Pe. Rodewyk S.J. de Frankfurt, me disse. A única consolação que temos é que
muitas almas estão sendo salvas por este sofrimento”.Este
caso ilustra bem como o exorcismo, apesar de seu poder sobre os espíritos
infernais, está condicionado à vontade de Deus, que muitas vezes pode retardar
a saída do demônio segundo algum desígnio seu, como o da provação e
santificação da pessoa. É igualmente muito revelador quanto ao que foi dito
anteriormente, sobre à incapacidade do demônio de penetrar no fundo da alma.
Pois mesmo quando tem permissão de Deus para possuir o corpo de uma pessoa, e
de atuar em suas faculdades inferiores, o demônio jamais tem o poder de fazê-la
pecar, de impedi-la de continuar unida a Deus, de progredir na virtude e se
santificar, como foi o caso de Anneliese Michel. Por isso cabe bem lembrar aqui
o que dizem os santos: deve-se temer mais ao pecado do que o demônio.
O Diabo no Convento
“Eu não a deixarei em paz enquanto você não sair do convento”.(Ameaça do
Diabo a Maria Dien) - O
DIABO NO CONVENTO: não se trata de título de alguma novela. É o relato real de um impressionante caso de
infestação e possessão coletivas, narrado pelo próprio exorcista que fez os
exorcismos e expulsou os demônios: Dom Louis de Cooman M.E.P., antigo bispo no
Vietnã. Ele publicou mu livro com esse título, no qual relata de modo objetivo
a ação extraordinária do demônio em um convento desse país, onde foi
missionário por muitos anos.’ (Mgr Louis de COOMAN,
Le Diable au Couvent et Mère Marie-Catherine Dien, Nouvelles Éditions Latines,
Paris, 1962.)
Pagão invoca os
demônios para tirar moça do convento!
Os
fatos se passaram de 1924 a 1926 em Phat-Diêm, no então protetorado francês do
Tonkin (hoje Vietnã), no convento e noviciado das Irmãs Amantes da Cruz.Por
permissão de Deus, o demônio começou a agir nesse convento, pela seguinte
causa:Minh,
era um moço pagão, havia-se apaixonado por uma jovem católica, Maria Dien; a
jovem, entretanto, queria ser freira e ingressou na Congregação das Irmãs
Amantes da Cruz. Inconformado, Minh dirigiu-se ao célebre pagode budista de Den
Song e ali conjurou os gênios (na verdade demônios) a que fizessem a moça
abandonar sua vocação religiosa e casar-se com ele. O demônio, para atendê-lo, passou a infestar
o convento, procurando tornar a vida nele impossível, de maneira a obrigar
Maria Dien a abandoná-lo ou então ser expulsa por suas companheiras, que
percebiam que a jovem estava no centro dessa ação diabólica.
Surrada pelo demônio
Apesar
de todos os tormentos físicos e morais a que foi submetida pelo demônio, a
jovem noviça não só perseverou na sua vocação, mas ainda se serviu desse
sofrimento para santificar-se.As primeiras manifestações extraordinárias do
demônio foram de infestação local e pessoal; vozes noturnas e pedradas que
impediam as noviças de dormir. Maria Dien, às vezes, era surrada por mão
invisível durante toda a noite. Isto se deu em meados de setembro de 1924.O
então Pe. Louis de Cooman, jovem missionário a quem estava subordinado o
convento, foi chamado pelas freiras que o informaram do que estava ocorrendo.
De início, o padre não deu muito crédito àquelas histórias. Tomou, entretanto,
algumas medidas de prudência: proibiu as freiras de conversar com as vozes
misteriosas e de falar entre si sobre esses fatos extraordinários. Ele esperava
que em pouco tempo os fenômenos cessassem, caso fossem de origem meramente
natural, por sugestão coletiva ou algum distúrbio nervoso das noviças.Pelo
contrário, as coisas não fizeram senão se agravar. Na noite de 21 para 22 de
setembro, enquanto o demônio atormentava Maria Dien - o que todas as noviças
testemunhavam — uma delas levou um crucifixo e o apresentou à jovem freira para
oscular, surpreendentemente, a imagem de Cristo desapareceu e só encontrada no
dia seguinte.
Pedradas no telhado,
ruídos espantosos e fantasmas
Quase
todas as noites continuava a cair sobre o convento misteriosa e aterrorizadora
chuva de projéteis — pedras, tijolos, paus, batatas, garrafas vazias, etc.tc.Mais
impressionantes eram os ruídos, que duraram dois anos: piados de pássaros, relinchos de cavalos,
buzinas de carro, sirenes de barco, choros dilacerantes, risos sardônicos,
ranger batidas, batidas de porta, toque de tambores, etc. Isso tornava as
noites terríveis e submetia os nervos das freiras a uma prova tremenda. Sem o auxílio da graça divina, elas não
teriam resistido: ou teriam abandonado convento, ou ficado loucas.O demônio
havia dito à Irmã Maria Dien:“Já vieram quatro vezes ao meu pagode (de Den Song) pedir-me que eu a
faça voltar ao mundo; eu não a deixarei em paz enquanto você não sair do
convento".Começaram
então as aparições de fantasmas: seres fantásticos, de tamanho extraordinário e
aspecto amedrontador. Outras vezes, o demônio tomava a aparência do confessor e
dava conselhos que confundiam as jovens noviças. A única coisa que as salvava era
cumprirem fielmente com a obediência de tudo relatar às superioras, que
desfaziam as tramas do demônio.
Possessão contagia
outras freiras
Uma
noite Maria Dien foi levantada nos ares pelo demônio, o qual lhe disse que ia
levá-la para a casa do seu apaixonado. Após ser carregada por cerca de 17
metros, até o extremo do dormitório das noviças, a freira conseguiu oscular uma
relíquia de Santa Terezinha do Menino Jesus, que trazia consigo, e o Maligno a
soltou. Ela caiu de uma altura de três metros sem se machucar.Aos
poucos, várias das noviças foram manifestando sinais estranhos de forte
infestação demoníaca e mesmo de possessão.
Demonstrando agilidade fora do comum para moças sem nenhum treinamento
físico, saltavam sobre os galhos das árvores e subiam aos cimos mais
inacessíveis. Ou, então, deitavam-se sobre galhos muito finos que deveriam
vergar e quebrar-se com seu peso e nada acontecia. Para fazê-las descer era
preciso rezar muito, jogar-lhes àgua-benta.Certa
vez, uma das noviças, na presença do então Pe. Louis de Cooman, deu um pulo
para o alto, sem tomar impulso, conseguindo agarrar-se à trave do teto na
altura de quase três metros do chão. Depois, erguendo-se nos braços alçou o
corpo para cima e deitou-se sobre a trave, onde permaneceu por longo tempo,
jogando-se depois ao solo. O ruído da queda foi forte, mas a noviça levantou-se
rindo e sem ter sofrido nada.
Demônio semeia
discórdia na comunidade
Uma
outra provação — talvez mais terrível do que todas - foi a discórdia que o
demônio conseguiu introduzir na comunidade: todas as freiras ficaram com uma
profunda antipatia em relação a Maria Dien, a qual só não foi expulsa do
convento graças à prudência dos superiores, que perceberam tratar-se de infestação
diabólica. Com efeito, depois de algum tempo essa antipatia cessou por completo
e as freiras reconheceram que haviam sido injustas com ela.Após um período de
estudo da situação, os superiores
encarregaram o próprio Pe. Louis de Cooman de proceder aos exorcismos sobre as
irmãs atingidas pela infestação ou possessão diabólica.
Exorcismos, novenas e
penitências
Ao
todo foram nove noviças que passaram por inúmeras sessões de exorcismos. Elas
tinham que ser arrastadas à força. até o local dos exorcismos, sendo
necessárias várias freiras para levar cada uma delas.Pouco a pouco, graças aos
exorcismos, às novenas, penitências, etc., as possessões foram cessando, e em
1926 terminaram completo. As infestações locais e pessoais ainda duraram por
alguns anos, até cessarem inteiramente.
Piedosa vida e santa
morte de Maria Catarina Dien
Apesar
de todo o esforço demoníaco, nenhuma postulante ou noviça deixou o convento;
mais tarde, três delas abandonaram a vida religiosa, mas por outras razões.Quanto
à Irmã Maria Catarina Dien, ela não somente perseverou na vida religiosa, mas
foi ainda agraciada por Deus com graças místicas: colóquios com o Divino
Salvador e assistência especial e visível de sua padroeira, Santa Catarina de
Siena. Nos últimos anos de sua vida ela foi Mestra de Noviças e guiou os passos
de inúmeras freiras na vida religiosa. Faleceu santamente no dia 16 de agosto
de 1944.
Sacrifícios humanos
em honra do demônio
"Este menino foi vítima de um crime satânico". (Revista
"Manchete") - ALGUMAS
NOTÍCIAS, publicadas na grande imprensa nacional nos anos de 1992-1993*
demonstram a que ponto o satanismo homicida, vai se expandindo no Brasil, sem
que nos demos conta. E o satanismo homicida é apenas o aspecto mais brutal de
um culto ao demônio que se difunde como uma mancha de azeite em nossa pobre
pátria.*Não
foi feita uma pesquisa exaustiva, nem aproveitado todo o material recolhido,
pois isso tornaria este capítulo por demais extenso.
Menino oferecido em
sacrifício a Exu em 3 de abril 1992: estranho ritual à beira-mar
Na
noite de 3 de abril de 1992, por volta das 23:45 horas, o Sr. AB estava
passeando na praia em Guaratuba, cidade balneária do Paraná, quando um carro
Escort com as lanternas acesas chamou-lhe a atenção. Perto dali, bem próximo ao
mar, quatro pessoas faziam um despacho de macumba. O Sr. AB parou e ficou a
espreitá-los a pequena distância. Eram duas mulheres e dois homens. Uma
aparentava cinquenta anos, e a outra mais ou menos trinta. Um dos homens era
barbudo, alto, moreno, magro; o outro usava cavanhaque, estatura média e era
mais claro.Havia velas acesas, e aquelas pessoas dançavam de uma forma bem
estranha: os quatro seguravam-se nos braços uns dos outros, e davam juntos os
sete passos para traz, sete para a frente, sete para o lado esquerdo e sete
para o lado direito. Repetiram a sequência de passos sete vezes.Diziam muitas
coisas estranhas e sem nexo; às vezes não se entendia uma única palavra do que
diziam; outras vezes falavam claramente. O Sr. AB, de onde estava, ouvia o que
eles diziam:"A sua encomenda está sendo providenciada. Logo seu presente vai
chegar. Tenha confiança, não vamos falhar! Você tem que nos ajudar a
encontrá-lo! Será um presente muito lindo! Pode acreditar! Também temos pressa!
É questão de dias. Tenha paciência!"A
mulher mais velha balançava fortemente a cabeça, girava-a com força, dava
corcovas como um cavalo bravo, jogava-se no chão, parecia que estava possessa.
Ajoelhava-se e erguia os braços para o alto e gritava:“Meu querido, já vou te dar o que você quer. Tenha paciência! Te amo, te
amo muito! Você vai ficar surpreso com o meu presente, meu querido, vida da
minha vida, meu eterno amor! Já estamos providenciando. É questão de dias.
Tenho e certeza, você vai gostar, meu adorado!”Dizia
muitas outras coisas que o Sr. AB não entendia.Os quatro às vezes se abraçavam
e ficavam girando em círculos, caindo depois de joelhos. Era assustador o que
eles faziam.Depois de uns vinte minutos, foram embora, saindo naquele carro
Escort que estava com as lanternas acesas.O Sr. AB aproximou-se daquele local e
ficou muito assustado com o que viu:Havia sete velas vermelhas e sete pretas; um desenho feito na areia
representava uma casinha e no seu interior havia duas mãos pequenas, talvez de
cera ou de plástico; havia também sete bonecos vermelhos e pretos, com chifres,
talvez representando Satanás. Um pouco mais abaixo estava o desenho de um
coração tendo um punhal feito de madeira, nas cores vermelha, preta e amarela,
cravado em seu meio. Mais abaixo estava escrito na areia: “É o nosso juramento.
Será dia 6”.Inexplicavelmente, uma enorme onda veio, quase derrubando o Sr. AB,
e levou tudo para dentro do mar. O que mais o assustou é que o mar estava
calmo, não havendo explicação de como surgiu aquela enorme onda, assim tão de
repente. (Depoimento de Testemunha no inquérito policial, in G. PONTÓGLIO,
Ritual satânico. O sacrifício de Evandro, pp. 69-71. (O depoente é chamado “Sr.
AB” no livro do Delegado Pontóglio porque não autorizou divulgar seu nome).
7 de abril 1992:
Sacrifício de criança em honra ao demônio
Na
noite de 7 de abril de 1992, na cidade balneária de Guaratuba - Paraná, o
menino Evandro Ramos Caetano, de seis para
sete anos de idade, foi sacrificado ritualmente a Exu. Participaram do
ritual satânico sete* pessoas: dois pais-de-santo — Vicente de Paula Ferreira e
Osvaldo Marceneiro; três outros homens, também ligados a práticas de macumba —
Davi dos Santos Soares, Francisco Sérgio Cristofolini e Airton Bardelli dos
Santos; mais a mulher e a filha do prefeito da cidade — Celina Cordeiro Abage e
Beatriz Cordeiro Abage.*Segundo
uma das testemunhas, foram sete os participantes do ritual macabro, por ser
este o número do Exú, de acordo com as crenças cabalísticas da macumba. Por
isso, o número 7 aparece repetido muitas vezes nesta história.O
menino fora sequestrado na véspera por Celina e sua filha Beatriz, no carro
Escort desta última, e levado para um galpão da serraria de propriedade do
prefeito Aldo Abage, onde se realizaria o macabro ritual.Depois de estrangular
a criança, fizeram-lhe um talho no pescoço para que o sangue escorresse em uma
vasilha; o peito foi aberto e o coração retirado; abriram também o ventre e
extraíram as vísceras; depois, deceparam o órgão genital do menino; em seguida,
retiram o couro cabeludo com uma navalha e cortaram as orelhas; por fim,
amputaram-lhe as mãozinhas e os dedinhos do pé. Tudo foi recolhido em
alguidares (tigelas de barro)."O sacrifício da criança seria oferecido a
‘Exu’ que é um espírito que tanto faz o bem como o mal” — declarou
posteriormente um dos macumbeiros-assassinos.
Osvaldo Marceneiro. (G. PONTÓGLIO, op. cit., p. 90.)...“O local onde o
ato foi realizado era escuro, iluminado somente por sete velas brancas, sete
velas pretas e sete velas vermelhas.
Durante o ritual, Osvaldo cantava hinos de umbanda em louvor a ‘Exú”.
(Depoimento do pai-de-santo Vicente de Paula Ferreira, in G. PONTÓGLIO. op.
cit., p. 81.)...“A medida que iam sendo retirados os órgãos da criança, Celina
ia fazendo pedidos de proteção e vitória, ou seja, proteção no comércio e
‘abrir’ o lado financeiro e ‘força’ na política. Celina agia normalmente, não
tendo sentido nenhum tipo de repulsa durante todo o ritual”. (Depoirneoto do
pai-de-santo Osvaldo Marceneiro, in G. PONTÓGLIO. op. cit., p. 91.)Ao
final deste, as tigelas de barro ou alguidares contém os órgãos e o sangue do
menino sacrificado foram colocados numa casinhanha, do tamanho de uma casa de
cachorro, construída no quintal para essa finalidade (trata-se de uma espécie
de pequeno templo dedicado a Exu, existente em todos os terreiros de umbanda).No
interrogatório policial, às perguntas — “Por que foi feito isso? Por que foi
sacrificada a criança?” — a filha do prefeito respondeu:“E prá vir mais fortuna, justiça... pra minha família”. (“O Estado de S.
Paulo”, 10-7-92; G. PONTÓGLIO, op. cit., p. 135.). Vicente de Paula disse que o
trabalho foi realizado com o objetivo de salvar da falência a serraria
pertencente à família de Celina. (G. PONTÓGLIO, op. cit., pp. 80-82.)A
revista “Manchete” (Edição de 18-7-92.) publicou ampla reportagem sobre esse crime
satânico.Ali aparece um comentário sobre uma das autoras do crime - a mulher do
prefeito — muito ilustrativo da situação de apostasia que vai se generalizando
cada vez mais em relação à Igreja Católica:“Celina
era católica, mas a sua fé em Cristo, ao que parece, desde que o marido se
tornou prefeito, começou a falhar. Afastou-se aos poucos da Igreja, em
compensação, podia ser vista com freqüência em terreiros de macumba. Obcecada
por saídas mágicas, Celina decidiu levar para Guaratuba o o pai-de-santo
Osvaldo Marceneiro, também conhecido por Bruxo.Quando sentiu que a situação
financeira e política da família ameaçava degringolar. Ela já o conhecia de
Curitiba, pois havia recorrido aos seus trabalhos quando o marido estava em
campanha (eleitoral) em 1988”.Toda a família do prefeito, aliás, participava
com freqüência de rituais de macumba. Um dos feiticeiros, Osvaldo, declarou
“que Beatriz (a filha do prefeito) lhe contou que esteve juntamente com o seu
pai em um terreiro de candomblé ... onde tomou alguma coisa parecida com
sangue, durante um ‘trabalho’ que ali se realizava". (G.PONTÓGLIO. op.
cit., p. 93. )
Outros casos: "Jovem
mata menino em Magé, atendendo a ordens de Exú”
"Em
cumprimento a ordens que disse ter recebido do Exu Tranca-Rua — uma entidade de
umbanda que teria incorporado antes de cometer o crime — Roberto Silva
Teixeira, de 18 anos, matou Carlos Eduardo dos Santos, de 2, atirando-o, assim
como sua irmã, Vanessa dos Santos, de 4, num poço”. ("O Globo”. 31-12-92.)
Menino é morto em
magia negra!
"Um
garoto negro não identificado, com aproximadamente 13 anos, foi encontrado
morto ontem, entre recipientes de barro e de ágata com oferendas para orixás,
num terreno baldio na Zona Oeste ( do Rio de Janeiro).Pelo menos 21 crianças e
adolescentes morreram e outras foram gravemente feridas nos últimos 14 anos em
casos de grande repercussão, por praticantes de magia negra ou por pessoas que
diziam ter recebido mensagem do além”.("O Globo”. 8-2-93.) - “Balneário
de Camboriú. — A polícia ainda não havia conseguido prender o principal
suspeito do assassinato do pescador Romy Smillaanitch, de 60 anos .... O
principal suspeito é um pai-de-santo que morava em um barraco próximo do
pescador. ... O suspeito trabalhava com sacrifício de animais, fazia macumba,
usava muita cachaça, vela, cigarro e muitas vezes [os vizinhos] viram cachorros
sangrando e galinhas com facas atravessadas no corpo. Disseram também que havia
um grande movimento de carros, à noite, em direção do barraco do pai-de-santo.
Segundo eles, eram canos novos, de ‘figurões’ ". ("Jornal de Santa Catarina”, 27-3-93.)
Num ritual de magia
negra, rapaz seqüestra, estupra, queima e mata garotinha
“O
operário desempregado Jorge Paulo da Silva Teixeira, de 22 anos, seqüestrou,
estuprou e matou, num ritual de magia negra, Luana da Conceição da Silva, de 6
anos. O crime ocorreu em Campos, no Estado do Rio.Na casa de Teixeira, os
policiais apreenderam um livro sobre ocultismo, roupas sujas de sangue e
cartuchos da pólvora utilizada para queimar a menina”. (“O Estado de S. Paulo”,
2-4-93.)
Mãe e filha mortas em
ritual a Exú
“Salete
Fátima de Azevedo, de 32 anos, e sua filha, Daniela Batista de Azevedo, de 3 anos,
foram mortas num ritual de magia negra, realizado na tarde da última
terça-feira, em Criúva, distrito de Caxias do Sul. Os responsáveis pelo
assassinato, um menor, de 17 anos e sua esposa, de 15 anos,declararam que a
sessão de magia negra foi realizada por intermédio do pai-de-santo João Claudionir
Anastacio, de 19 anos. Segundo a menor, ela está grávida de três meses, e o
pai-de-santo havia afirmado que o feto só sobreviveria caso ela matasse uma
criança e um adulto...O pai-de-santo nega ser o mentor do
assassinato: ‘Não tenho culpa, foi a entidade Exu que mandou matar a mulher e a
criança. Isto não é comum, mas eventualmente a entidade determina este tipo de
ritual’ afirmou Anastácio”. ("Correio do Povo”, Porto Alegre,
17-6-93. )
PF investiga rede nacional
de magia negra!
Em
Altamira, Pará, três pessoas - 2 médicos e um fazendeiro - são acusados de
matar cinco meninos e cortar seu órgão genital.
Segundo o Superintendente da Polícia Federal “existe a suspeita de que
os acusados façam parte de uma rede nacional de magia negra que promoveria o
sacrifício de crianças”. ("Folha de S. Paulo”, 16-7-93.)
O demônio está solto
no Rio de Janeiro a cidade maravilhosa do pecado!
A
jornalista Ellenice Bottari, em “O Globo”, do Rio de Janeiro, escreve sobre a
disseminação do satanismo na ex-Capital Federal e Baixada Fluminense: “Rituais
satânicos e cerimônias de magia negra crescem e assustam o carioca ... O juiz
Antonio Meirelles, da 3ª Vara Criminal de Duque de Caxias, na Baixada
Fluminense, decretou a prisão preventiva do pai-de-santo: Carlos Alberto
Justino Pessoa, que há um mês estuprou uma menina de 11 anos num ritual de
magia negra. Também em Caxias, Lucy Magalhães da Conceição, condenada a 25 anos
de prisão por ter matado a filha de 6 anos durante um ritual desses, será
levada a novo julgamento..."O pai-de-santo Marcos Fabian Vieira não tem
medo do capeta. Diz que é em noite de
lua cheia que invade os cemitérios para roubar crânios para seus rituais de
magia negra, para o bem ou para o mal, depende só do gosto do freguês. Se
apresenta como Marcos Diabo e incorpora o Exú Tiriri — para os leigos, o
próprio diabo em pessoa” ("O Globo”, 23-8-92.)
"Caseiro tenta
estrangular a filha para um ritual satânico”
"O
caseiro Marconi Fraga Magalhães, de 29 anos, foi preso ... depois de tentar
estrangular sua filha de um ano e sete meses.
Segundo a polícia, Marconi queria oferecer o sangue da criança ao
demônio”. (“O Globo”, 11-9-92.).
“Marconi Fraga Magalhães contou ontem que há um ano teria feito um pacto
com o demônio e desde então não consegue viver em paz ... A partir dai resolveu
abrir seu próprio templo e fazer rituais de magia negra, duas vezes por semana.
A cada 15 dias, sempre às sextas-feiras, os rituais atraíam dezenas de pessoas,
muitas personalidades importantes.Durante os rituais,costumava sacrificar
bodes, gatos, galos pretos, por exigência das entidades”. (“O Globo”, 12-9-92.)
A RAINHA DOS ANJOS E TERROR DOS DEMÔNIOS!
ENCERRAMOS
AQUI o estudo que nos conduziu da maravilhosa realidade dos anjos de luz, à
tenebrosa dos anjos decaídos; da fidelidade e amor enlevado a Deus dos
primeiros, à revolta desesperada dos segundos; da solicitude dos anjos por nós
homens, ao ódio implacável que nos têm os demônios.Vimos os cuidados que
devemos ter em relação a toda forma de supertição, que é uma porta de acesso do
Maligno, e a que grau de sujeição ao anjo do mal pode chegar o homem, passando
de um pacto implícito, da mera superstição, ao pacto explícito, a um verdadeiro
contrato com o demônio. E aí se abre o abismo terrível da possessão voluntária,
da feitiçaria, do malefício, das Missas negras, dos ritos sacrílegos, os
sacrifícios humanos.Vimos também o renascer do satanismo, conseqüência do
tremendo processo de descristianização e de decadência moral pelo qual passa a
Humanidade.
Não devemos esquecer
que: Deve-se temer mais o pecado do que o demônio!
Não
devemos, entretanto, ter um medo cheio de pânico do demônio. nem exagerar
supersticiosamente seus poderes (os quais, de lhe valem se Deus não consentir
que os utilize); mas guardar dele toda a distância, evitando qualquer forma de
superstição; evitando sobretudo o pecado: é o pecado que nos torna vulneráveis
à ação do Maligno.Como dizem os santos, mais do que o demônio e suas artes,
devemos temer o pecado.A grande Santa Teresa de Jesus relembra esta verdade com
tal fogo e tal lógica, que convém transcrever suas próprias palavras:"Se este Senhor (Jesus Cristo) é tão poderoso, como sei e vejo; se
os demônios não são senão seus escravos, como
a fé não permite duvidar, que mal me podem fazer eles, se eu sou a serva deste
Rei e Senhor? Antes, por que não me sentir tão forte que seja capaz de
enfrentar o inferno inteiro?...Tomando a cruz às mãos me parecia que Deus me
dava coragem. Em breve espaço de tempo me vi tão transformada, que não teria
temido sair em luta com todos os demônios, que me parecia que com aquela cruz
facilmente venceria a todos; e lhes gritava...E me pareceu que eles me temiam,
pois fiquei tranqüila e sem temor de todos eles e se me esvaíram todos os medos
que tinha até agora; verdadeiramente, pois, me deixaram tranqüila. Porque,
embora algumas vezes os visse ainda, não lhes tive mais quase medo, pelo
contrário, parecia que eles é que tinham
medo de mim. Ficou-me um tal senhorio contra eles, a mim conferido pelo
Senhor de todos, que não tenho mais medo deles do que de uma mosca. Parecem-me tão covardes que, vendo que eu
os desprezo, perdem a força...Estes inimigos não sabem atacar senão aqueles que
lhes entregam suas próprias armas, ou quando o permite Deus para maior bem
de seus servos, que os atormentem. Aprouvesse a Sua Majestade que nós
temêssemos a quem devemos temer e compreendêssemos que nos pode vir maior dano
de um pecado venial que de todo o inferno junto; os demônios só nos perturbam
porque nós nos perturbamos com aquilo que deveria nos aborrecer, como questões
de honra, de negócios e deleites. Porque assim eles nos combatem com as nossas
próprias armas que nós pomos em suas mãos, em vez de usá-las para nos
defender...Não entendo estes medos: as
pessoas gritam 'demônio! demônio!', enquanto poderiam gritar: ‘Deus! Deus!’ e
fazê-lo tremer. Sim, pois sabemos que eles não podem se mover se o Senhor
não o permite”. (Santa TERESA, Livro de
la Vida, Cap. 25, na. 20-22 in Obras Completas, pp 115-116.)
As armas da batalha espiritual?
Temos
ao nosso alcance os meios de nos defender, quer da ação ordinária quer da
extraordinária do demônio: a oração, a Confissão e os demais Sacramentos, os
sacramentais, as medalhas bentas, água-benta; mas sobretudo uma vida de piedade
autêntica e de fé sincera.Quando Deus permite uma ação mais intensa do
Tentador, uma infestação, ou mesmo, em casos extremos, a possessão, temos nos
exorcismos, realizados com fé e devoção por quem de direito, uma forma segura
de libertação.Devemos recorrer especialmente ao nosso Anjo da Guarda, aos três
gloriosos Arcanjos, São Miguel, São Gabriel e São Rafael.A São José, Patriarca
da Sagrada Família, ao qual Deus nada recusa.Devemos sobretudo ter uma devoção
sincera e enlevada para a Rainha dos Anjos, Terror dos demônios.Uma luta
efetiva contra a ação demoníaca não pode ser realizada sem a especial ajuda e
patrocínio da Santíssima Virgem. Por sua dignidade de Mãe do Redentor, seu grau
de união com Deus, sua participação ativa na Paixão do Salvador, como
verdadeira Co-Redentora e Medianeira de todas as graças, Ela é nosso apoio
decisivo contra os anjos malditos que se revoltaram contra seu Criador.
Maria, a mais
terrível inimiga que Deus preparou contra o demônio!
O
grande apóstolo da devoção marial, São Luís Grignion de Montfort, no seu
célebre Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssíma Virgem, sintetiza de modo
admirável o papel único de Maria na luta contra Satanás:"Maria
deve ser terrível para o demônio e seus sequazes, como um exército em linha de
batalha, principalmente nesses últimos tempos, pois o demônio, sabendo bem que
lhe resta pouco tempo para perder as almas, redobra cada dia seus esforços e
ataques. Suscitará, em breve, perseguições cruéis e terríveis emboscadas aos
servidores fiéis e aos verdadeiros filhos de Maria, que mais trabalho lhe darão
para vencer.“É
principalmente a estas últimas e cruéis perseguições do demônio, que se
multiplicarão todos os dias até o reino do Anticristo, que se refere aquela
primeira e célebre predição e maldição que Deus lançou contra a serpente no
paraíso terrestre. Vem a propósito explicá-la aqui, para glória da Santíssima
Virgem, salvação de seus filhos e confusão do demônio...Porei inimizades entre
ti e a mulher, e entre a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a
cabeça, e tu armarás traições ao seu calcanhar...Uma única inimizade Deus
promoveu e estabeleceu, inimizade irreconciliável, que não só há de durar, mas
aumentar até ao fim: a inimizade entre Maria, sua digna Mãe, e o demônio; entre
o filhos e servos da Santíssima Virgem e os filhos e sequazes de Lúcifer; de
modo que Maria é a mais terrível inimiga que Deus armou contra o demônio.”
Aquela que
esmaga a cabeça da serpente!
“Ele lhe deu até, desde o paraíso, tanto ódio a esse amaldiçoado inimigo
de Deus, tanta clarividência para descobrir a malícia dessa velha serpente,
tanta força para vencer, esmagar e aniquilar esse ímpio orgulhoso, que o temor
que Maria inspira ao demônio maior que o que lhe inspiram todos os anjos e
homens e, em certo sentido, o próprio Deus, pois este não trata diretamente com o demônio, que para humilha-lo ainda mais é vencido pela mulher - Não que a ira, o ódio, o poder de
Deus não sejam infinitamente maiores que os da Santíssima Virgem, pois as
perfeições de Maria são limitadas, mas, em primeiro lugar, Satanás, porque é orgulhoso, sofre incomparavelmente mais, por ser vencido
e punido pela pequena e humilde escrava de Deus, cuja humildade o humilha
mais que o poder divino; segundo, porque Deus
concedeu a Maria tão grande poder sobre os demônios, que, como muitas vezes se
viram obrigados a confessar, pela boca dos possessos, infunde-lhes mais temor
um só de seus suspiros por uma alma, que as orações de todos os santos; e uma
só de suas ameaças que todo outros tormentos."Invoquemos
Maria Santíssima, a Rainha dos Anjos e Terror dos demônios. Que Ela nos assista
de um modo especial para que, revestidos da armadura de Deus, possamos resistir
às ciladas do demônio (Ef6, 11-17).“E mandará os seus anjos com trombetas e com grande voz, e juntarão os
seus escolhidos dos quatro ventos, duma extremidade dos céus, até à outra...” (Mt
24, 31)
Fonte:http://www.arcanjomiguel.net/livro_anjos_demonios.html#ixzz50fbhvFJQ
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PRIMEIRA PARTE:
http://berakash.blogspot.com/2018/05/anjos-e-demonios-luta-contra-o-poder.html
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