Salmo Responsorial – 33 (34): “O pobre clama a Deus e ele escuta! o Senhor liberta a vida
dos seus servos.”
Com alegria nos reunimos para bendizer o Deus da vida, que está sempre
junto a nós, renovando nossas forças. Ele nos acolhe em
nossas aflições e ouve a oração de quem reza com o coração sincero e humilde. Neste
Dia Mundial das Missões, que traz o lema “Sereis minhas testemunhas”, celebremos
em comunhão com a proposta de uma Igreja sinodal.
Anúncio do
Evangelho: Lucas
18, 9-14
— Glória a vós, Senhor!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Naquele tempo, 9Jesus contou
esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os
outros: 10“Dois homens subiram ao templo para rezar: um era fariseu, o outro
cobrador de impostos. 11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus,
eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos,
adúlteros, nem como este cobrador de impostos. 12Eu jejuo duas vezes por semana
e dou o dízimo de toda a minha renda’. 13O cobrador de impostos, porém, ficou a
distância e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito,
dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!’ 13Eu vos digo, este último
voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado e
quem se humilha será elevado”.
— Palavra da Salvação!
— Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
O evangelho deste Domingo nos traz uma parábola dirigida aos nossos
corações. Palavras de vida para desvendar nossa autenticidade humana e cristã,
que se fundamenta na humildade de nos reconhecermos sempre pecadores, nunca os mais santos e mais justos que os outros: “Meu Deus, tem compaixão de mim que sou pecador” (Lc
18,13) – “Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”
(Lc 18,14).A autenticidade, é uma virtude necessária hoje
mais que nunca nestes tempos de fake News e assassinatos de reputações. Uma
necessidade para descobrirmos a nós mesmos e ressaltar a realidade libertadora
de Deus em nossas vidas e em nossa sociedade. É a atitude adequada para que a
Verdade de nossa fé chegue, com toda a sua força, ao homem e à mulher de hoje. Três eixos integram esta autenticidade evangélica: a firmeza,
o amor e a sensatez (cf. 2Tim 1,7). A firmeza para conhecer a Palavra de
Deus e mantê-la em nossas vidas, apesar das dificuldades. Especialmente em
nossos dias, temos que pôr atenção neste ponto, porque há muito auto-engano no
ambiente que nos rodeia. O amor, para olhar com olhos de ternura – quer dizer,
com o olhar de Deus- à pessoa ou ao acontecimento que temos diante. São João
Paulo II nos anima a «promover uma espiritualidade da comunhão», que — entre
outras coisas — significa “um olhar de coração
sobretudo para o mistério da Trindade que habita em nós, e cuja luz tem que ser
reconhecida também no rosto dos irmãos que estão a nosso lado, o qual queremos
para ele a justiça implacável e para nós apenas a misericórdia”. E,
finalmente, sensatez, para transmitir esta Verdade integral e não apenas
parcial, ou tendenciosamente escolhida. Já dizia Santo Agostinho: “Não tenhamos
de modo algum a presunção de que vivemos em retidão e sem pecado. O que
testemunha a favor da nossa vida é o reconhecimento das nossas faltas”.
Exercitemos a virtude da humildade, que não é dom, e por isso precisa antes
ser, compreendida, acolhida e exercitada cotidianamente. Oremos a Ladainha da
Humildade, a qual é atribuída ao Cardeal Merry del Val,
secretário do Estado do Vaticano, em 1903, na ocasião do pontificado de São Pio
X. O Cardeal era amigo íntimo de
São Pio X e costumava a sempre rezá-la ao final da Santa Missa:
“Jesus, manso
e humilde de coração, ouvi-me!
Do desejo de
ser estimado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de
ser amado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de
ser conhecido, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de
ser honrado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de
ser louvado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de
ser preferido, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de
ser consultado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de
ser aprovado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de
ser humilhado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de
ser desprezado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de
sofrer repulsas, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de
ser caluniado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de
ser esquecido, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de
ser ridicularizado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de
ser infamado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de
ser objeto de suspeita, livrai-me, ó Jesus.
Que os
outros sejam amados mais do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os
outros sejam estimados mais do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os
outros possam elevar-se na opinião do mundo, e que eu possa ser diminuido,
Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os
outros possam ser escolhidos e eu posto de lado, Jesus, dai-me a graça de
desejá-lo.
Que os
outros possam ser louvados e eu desprezado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os
outros possam ser preferidos a mim em todas as coisas, Jesus, dai-me a graça de
desejá-lo.
Que os
outros possam ser mais santos do que eu, embora me torne o mais santo quanto me
for possível, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
“Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!”
MOTIVAÇÕES PARA A LITURGIA
DIÁRIA E DOMINICAL:
A Liturgia Diária é uma ótima ocasião para que se opere a “conversão diária!” -
A leitura da Liturgia Diária forjou e moldou muitos Santos:
1)-Santo Agostinho foi
um deles. “Tolle et lege” (Toma e lê) foi a frase que o conduziu a ler um trecho
do Evangelho que mudou sua vida.
2)-O grande Santo Antão, que deu origem à vida
monástica, foi tocado pela graça ao ler a parábola do moço rico no Evangelho.
3)- São Francesco
(Francisco) cujo nome é adotado depois de uma viagem à França, onde o menino teria ficado
cativado pela vida francesa, sua música, sua poesia e seu povo, seu pai teria
começado a chamá-lo de "francesco", que significa "francês"
em italiano. Também, como Santo Antão,a passagem do
jovem rico é tão significativa que inspirou também São Francisco de Assis a
elaborar sua Regra de Vida baseada no desapego aos bens e o amor aos pobres:
“Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um
tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. (Mt 19, 21).
4)-Também para Santo
Inácio de Loyola a ocasião escolhida por Deus para sua mudança de vida foi a leitura de
consagrados livros Cristãos. Gravemente ferido na batalha de
Pamplona (20 de Maio de 1521), passou meses inválido, no castelo de seu pai. Durante o longo período de recuperação, Inácio procura ler
livros para passar o tempo, e começa a ler a "Vita Christi", de
Rodolfo da Saxônia, e a Legenda Áurea, sobre a vida dos santos, de Jacopo de
Varazze, monge cisterciense que comparava o serviço de Deus com uma ordem
cavalheiresca.A partir destas leituras, tornou-se empolgado com a ideia de uma
vida dedicada a Deus, emulando os feitos heroicos de Francisco de Assis e
outros líderes religiosos. Decidiu devotar a sua vida à conversão dos
infiéis na Terra Santa.
Os Santos recomendam com
empenho a Liturgia Diária:
1)-São Bernardo: “A leitura espiritual nos
prepara para a oração e a prática das virtudes. Leitura
e Oração são as armas com as quais se vence o demônio e se conquista o
céu”.
2)-São Cipriano (bispo
de Cartago -África): “Permanece na oração e na leitura: desse modo conversarás com Deus e
Deus estará contigo”.
3)-Santo Afonso de
Ligório: “Quantos Santos abandonaram o mundo e se deram a Deus por meio da
leitura espiritual!”
4)-São Gregório Magno,
Papa: “Eu te rogo:
empenha-te em meditar cada dia as palavras do teu Criador. Assim aprenderás a conhecer o coração de Deus através
das palavras de Deus”.
A Liturgia Diária
ajuda-nos a compreender e amar a Liturgia Católica:
O Catecismo da Igreja Católica
ensina que “a liturgia é participação na oração de
Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo. Nela, toda a oração cristã
encontra a sua fonte e o seu termo. Pela liturgia, o homem interior lança
raízes e alicerça-se no «grande amor com que o Pai nos amou» (Ef 2, 4).
A Liturgia Diária prepara
nossa alma para recebermos o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo!
Na Liturgia Diária, as orações e
as leituras da Palavra de Deus são ocasião para alimentar a nossa fé. Em cada
leitura Deus fala a seu povo e o alimenta.Por esse modo
a Santa Igreja prepara o coração dos fiéis para poder receber o Corpo e Sangue
de Nosso Senhor Jesus Cristo, na Sagrada Comunhão.Na Liturgia da Palavra o fiel
ouve com atenção as leituras da Bíblia que são uma carta escrita por Deus para
cada um de nós.Na Liturgia Eucarística somos preparados para receber o
Pão dos Anjos, que transformará nossa vida, e como Elias nos dar força para
continuar a caminhada alimentados por este pão (I Reis 19,4-10).
Como viver de forma
prática a Liturgia Diária?
Este é um método de “leitura orante da Palavra de Deus”, da Liturgia Diária,
praticado e ensinado pelos Padres da Igreja desde os seus primeiros séculos.
Foi batizada com esse nome por Orígenes no Séc. III, e generalizou-se nos
séculos IV e V como maneira predominante de ler a bíblia. Esta pode ser
feita diariamente, por exemplo, meditando o Evangelho proposto pela liturgia
diária da Santa Missa.
Após suplicar a luz do
Espírito Santo, o método se desenvolve em 4 passos:
1)-Leitura: o que a Palavra diz em si?
2)-Meditação: o que a Palavra diz para mim; o
que ela me ensina, me revela, como ela me forma, como a vejo em minha vida?
3)-Oração: Qual minha resposta a palavra de
Deus?
4)-Contemplação: O que a
palavra de Deus fez em mim? O que devo mudar concretamente em minha vida? Que
postura devo tomar? O que me proponho a viver doravante durante a minha vida?
- O fruto dessa nova dinâmica de vida ao
ritmo da Palavra é uma transformação real e concreta que nos elevará em fé,
esperança e caridade, além disso, nos proporcionará uma vida junto de Deus mais
constante e digna de Seu amor! Por
último, que possamos perseverar neste caminho. Auxiliados pela graça de Deus já
provaremos aqui nesta terra das riquezas do céu, e possamos cantar esperançosos
com São Tomás de Aquino:
“...Ó Jesus, que nesta vida pela
fé eu vejo
Realiza, eu te suplico, este meu
desejo:
Ver-te, enfim, face a
face, meu divino amigo!
Lá no céu, eternamente, ser feliz
contigo!”
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