Salmo Responsorial 17(18): “Eu vos amo, ó Senhor, porque sois minha
força!”
Anúncio
do Evangelho: Marcos 12,28-34
— Glória a vós,
Senhor!
Somos
convidados a expressar nosso amor incondicional a Deus, de quem nos aproximamos
por meio de seu Filho. O Pai nos ama e quer que o amemos, amando nossos irmãos
e irmãs. Neste dia da juventude, rezemos pelos jovens,
chamados a ser testemunhas da esperança em meio a tanta dor e sofrimento,
causados pelas consequências da pandemia.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Naquele
tempo, 28um mestre da Lei aproximou-se de Jesus e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” 29Jesus
respondeu: “O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único
Senhor. 30Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma,
de todo o teu entendimento e com toda a tua força! 31O segundo mandamento é:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que
estes”. 32O mestre da Lei disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Na verdade,
é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. 33Amá-lo de
todo o coração, de toda a mente e com toda a força, e
amar o próximo como a si mesmo, é melhor do que todos os holocaustos e
sacrifícios”. 34Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência e
disse: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E
ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.
— Palavra da Salvação!
— Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO
EVANGELHO
«Qual é o primeiro de todos os mandamentos?»
Hoje, está
na moda falar do amor aos irmãos, de justiça social, inclusão, etc. Mas quase não se fala do amor a Deus. Por isso devemos
lembrar-nos da resposta que Jesus dá ao escriba, que sinceramente lhe pergunta:
«Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» (Mc 12,29), o que não era
de estranhar, pois entre tantas leis e normas, os judeus, procuravam estabelecer
um princípio que unificara todas as formulações da vontade de Deus em mais de 300 preceitos. Jesus
responde com uma simples oração que ainda hoje, os judeus repetem várias vezes
ao dia (o Shemá, que é o Credo Judaico)o qual, levam escrito em filactérios amarrados em suas testas e braços: «Escuta, Israel: «O primeiro é este: ‘Ouve,
Israel! O Senhor nosso Deus é um só. Amarás o Senhor,
teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu
entendimento e com toda a tua força!’» (Mc 12,29-30).Jesus,
lembra-nos que em primeiro lugar, devemos proclamar a primazia do amor a Deus
como tarefa fundamental do homem e, isso é lógico e justo, porque Deus nos amou
em primeiro lugar. Porém, não fica contente apenas em nos lembrar desse
mandamento primordial e básico, nos acrescenta que também, devemos amar a
nosso próximo como a nós mesmos. E é que, como diz o
Papa Bento XVI, «Amar a Deus e amar o próximo são inseparáveis, são um único
mandamento. Mas ambos vivem do amor que vem de Deus, que nos amou primeiro».Um
aspecto que não se fala, é que Jesus nos manda que amemos o próximo como a nós
mesmos, nem mais nem menos; do que deduzimos que manda que nos amemos a nós
mesmos também, pois somos obra das mãos de Deus e criaturas suas, amadas por
Ele.Se tivermos, como regra de vida o duplo mandamento
do amor a Deus e aos irmãos, Jesus nos dirá: «Tu não estás longe do Reino de
Deus»» (Mc 12,34). E, se vivemos esse ideal, faremos da terra um ensaio
geral do céu. A fé pregada por Jesus apóia-se nestes dois pilares: o amor a Deus
e o amor ao próximo. Isto é o essencial. Tudo o mais é complemento! Quem ama a Deus, recusa toda forma de idolatria, não aceitando
ser subjugado por nenhum outro fora dele. Quem
ama o próximo, põe freios ao seu egoísmo, de modo a jamais desejar-lhe o mal,
ou a fazer algo que possa prejudicá-lo, principalmente nestes tempos de tantas
polarizações que vão nos desumanizando em nossas relações com o próximo, ou
seja, só considero próximo aquele que pensa e age igual a mim? Ante a
sábia resposta do Verdadeiro Mestre, assim como o mestre da Lei, no diálogo com
Jesus, que também, enxergou e afirmou que o amor a Deus e ao próximo
supera todos os holocaustos e sacrifícios, que também eu possa ver e
reconhecer nEle o caminho, a verdade e a vida, que me aproximam cada vez mais
do Reino e da Casa do nosso Pai que está no Céu, sabendo que não sou filho único,
mas irmãos de muitos!
“Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!”
Oração do dia
Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a
vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por
nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho, na unidade do Espirito Santo, amém!
MOTIVAÇÕES PARA A
LITURGIA DIÁRIA E DOMINICAL:
A Liturgia Diária é uma ótima ocasião para que se opere a
conversão. A leitura da Liturgia Diária forjou e moldou muitos Santos:
1)-Santo Agostinho
foi um deles. “Tolle et lege” (Toma e lê) foi a frase que o conduziu a ler um
trecho do Evangelho que mudou sua vida.
2)-O grande Santo
Antão, que deu origem à vida monástica, foi tocado pela graça ao ler a
parábola do moço rico no Evangelho.
3)- São Francesco
(Francisco) cujo nome é adotado depois de uma viagem à França, onde o menino teria
ficado cativado pela vida francesa, sua música, sua poesia e seu povo, seu pai
teria começado a chamá-lo de "francesco", que significa
"francês" em italiano. Também, como Santo Antão,a passagem do jovem
rico é tão significativa que inspirou também São Francisco de Assis a elaborar sua
Regra de Vida baseada no desapego aos bens e o amor aos pobres: “Se
queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro
no céu. Depois, vem e segue-me”. (Mt 19, 21).
4)-Também para Santo
Inácio de Loyola a ocasião escolhida por Deus para sua mudança de vida foi a
leitura de consagrados livros Cristãos. Gravemente ferido na batalha de
Pamplona (20 de Maio de 1521), passou meses inválido, no castelo de seu pai. Durante
o longo período de recuperação, Inácio procura ler livros para passar o tempo,
e começa a ler a "Vita Christi", de Rodolfo da Saxônia, e a Legenda
Áurea, sobre a vida dos santos, de Jacopo de Varazze, monge cisterciense que
comparava o serviço de Deus com uma ordem cavalheiresca.A partir destas
leituras, tornou-se empolgado com a ideia de uma vida dedicada a Deus, emulando
os feitos heroicos de Francisco de Assis e outros líderes religiosos. Decidiu
devotar a sua vida à conversão dos infiéis na Terra Santa.
Os Santos recomendam
com empenho a Liturgia Diária:
1)-São Bernardo: “A leitura espiritual nos prepara para a oração e a
prática das virtudes. Leitura e Oração são as armas com as quais se vence o demônio
e se conquista o céu”.
2)-São Cipriano: “Permanece na oração e na leitura: desse modo conversarás
com Deus e Deus estará contigo”.
3)-Santo Afonso de Ligório: “Quantos Santos
abandonaram o mundo e se deram a Deus por meio da leitura espiritual!”
4)-São Gregório Magno, Papa: “Eu
te rogo: empenha-te em meditar cada dia as palavras do teu Criador. Assim aprenderás a
conhecer o coração de Deus através das palavras de Deus”.
A Liturgia Diária
ajuda-nos a compreender e amar a Liturgia Católica:
O Catecismo da Igreja
Católica ensina que “a liturgia é
participação na oração de Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo. Nela, toda a oração cristã encontra a sua fonte e o
seu termo. Pela liturgia, o homem interior lança raízes e alicerça-se no
«grande amor com que o Pai nos amou» (Ef 2, 4).
A Liturgia Diária
prepara nossa alma para recebermos o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus
Cristo
Na Liturgia Diária,
as orações e as leituras da Palavra de Deus são ocasião para alimentar a nossa
fé. Em cada leitura Deus fala a seu povo e o alimenta.Por esse modo a Santa
Igreja prepara o coração dos fiéis para poder receber o Corpo e Sangue de Nosso
Senhor Jesus Cristo, na Sagrada Comunhão.Na Liturgia da Palavra o fiel ouve com
atenção as leituras da Bíblia que são uma carta escrita por Deus para cada um
de nós.Na Liturgia Eucarística somos preparados para receber o Pão dos Anjos,
que transformará nossa vida, e como Elias nos dar força para continuar a
caminhada alimentados por este pão (I Reis 19,4-10).
Como viver de forma
prática a Liturgia Diária?
Este é um método de
leitura orante da Palavra de Deus, da Liturgia Diária, praticado e ensinado
pelos Padres da Igreja desde os seus primeiros séculos. Foi batizada com esse
nome por Orígenes no séc. III, e generalizou-se nos séculos IV e V como maneira
predominante de ler a bíblia. Esta pode ser feita diariamente, por exemplo,
meditando o Evangelho proposto pela liturgia diária da Santa Missa.Após suplicar a luz do Espírito Santo, o
método se desenvolve em 4 passos:
1)-Leitura: o que a Palavra diz em si?
2)-Meditação: o que a Palavra diz para mim; o que ela me
ensina, me revela, como ela me forma, como a vejo em minha vida;
3)-Oração: Qual minha resposta a palavra de Deus?
4)-Contemplação: O que a palavra de Deus fez em mim? O que
devo mudar concretamente em minha vida, que postura devo tomar; o que me
proponho a viver doravante durante a minha vida?O fruto dessa nova dinâmica de
vida ao ritmo da Palavra é uma transformação real e concreta que nos elevará em
fé, esperança e caridade, além disso, nos proporcionará uma vida junto de Deus
mais constante e digna de Seu amor.Por último, convido a que nos empenhemos
neste caminho. Com a Sua graça já provaremos aqui nesta terra das riquezas do
céu!
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