Lex orandi, lex credendi e lex vivendi - A frase completa: Lex orandi statuat legem credendi vivendi. Traduzindo: "A norma da oração estabeleça a norma da fé e da vivência." A Igreja crê o que ela reza e vive do que crer e reza. Por outro lado, a Igreja celebra ou reza o que ela crê e vive.
O Catecismo da Igreja define a Sagrada Liturgia como sendo a “celebração da fé cristã” ou “a celebração do Mistério Pascal”. A Liturgia é lugar privilegiado para o exercício da virtude teologal da fé. Na fé é acolhida a palavra de Deus. A fé é iluminada e expressa em cada celebração. Na fé é evocada a presença e a ação do Deus Trino e Uno na história da salvação e na vida de cada fiel. Fé em Deus, fé em Jesus Cristo, na obra da salvação, na presença de Deus na vida da Igreja. Fé nas promessas de Deus, na ressurreição da carne e na vida eterna. Pelas celebrações dos mistérios de Cristo, manifesta-se sempre de novo a verdade sobre Deus, sobre Jesus Cristo, a Igreja, o ser humano e o universo criado.
A Liturgia contém e revela a plenitude da fé cristã, tanto assim que ela é considerada a norma da fé. Na Liturgia encontramos tudo quanto se aborda e se aprofunda nos tratados de Teologia Sistemática: o tratado sobre a Santíssima Trindade, a Cristologia, a Pneumatologia, a Soteriologia, a Antropologia, a Eclesiologia, a Marialogia, a Escatologia, a Sacramentologia, a Hagiografia. Durante o Ano Litúrgico a Igreja celebra a fé acompanhando os mistérios de Cristo desde a Encarnação até a parusia. O Concílio, na Sacrosanctum Concilium, nos ensina: “A Santa Mãe Igreja julga seu dever celebrar em certos dias no decurso do ano, com piedosa recordação, a obra salvífica de seu divino Esposo. Em cada semana, no dia que ela chamou Domingo, comemora a Ressurreição do Senhor, celebrando-a uma vez também, na solenidade máxima da Páscoa, juntamente com sua sagrada Paixão. No decorrer do ano, revela todo o Mistério de Cristo, desde a Encarnação e Natividade até a Ascensão, o dia de Pentecostes e a expectação da feliz esperança e vinda do Senhor. Relembrando destarte os Mistérios da Redenção, franqueia aos fiéis as riquezas do poder santificador e dos méritos de seu Senhor, de tal sorte que, de alguma forma, os torna presentes em todo o tempo, para que os fiéis entrem em contacto com eles e sejam repletos da graça da salvação” (SC 102). Todo o Ano Litúrgico, como celebração dos mistérios, possui um caráter sacramental. As comemorações constituem sinais eficazes da graça. A outras celebrações queremos apenas aludir: Pensamos nas Celebrações da Palavra de Deus. Nas Celebrações de Bênçãos com a leitura da Palavra de Deus. Estas celebrações nos levam a ver todas as coisas e a vivê-las à luz da fé. Nas Exéquias professamos a fé na vida eterna. Na Dedicação de igreja contemplamos o mistério da Igreja. Na Profissão religiosa professamos a fé na vida consagrada, na vocação à santidade e aos esponsais divinos. Podemos dizer que a Igreja é convidada a professar e a viver a fé no ritmo do tempo da vida pelos sacramentos; no ritmo do tempo solar, vivendo os mistérios de Cristo no Ano Litúrgico. Depois, no ritmo do tempo lunar, professando a fé no Cristo ressuscitado na Páscoa semanal, o Domingo: Dia do Senhor, Dia de Cristo, Dia da Igreja, Dia do Homem, Dia dos Dias, no dizer de João Paulo II, na carta apostólica Dies Domini.
A Igreja professa e vive a fé no ritmo do tempo do dia, particularmente, pela Liturgia das Horas, e no tempo circunstancial ou ocasional, através das Celebrações de bênçãos e das Missas para diversas circunstâncias. A Eucaristia está acima do tempo e celebra sempre toda a fé e todo o tempo; por isso pode ser celebrada em todas as experiências pascais do tempo. Somente na fé é que a Igreja pode celebrar a Sagrada Liturgia. Por sua vez, ela une fé e vida. A Igreja é chamada a viver o que celebra, fazendo com que toda a vida seja vivida na fé, conforme as palavras de São Paulo: “Portanto, irmãos, eu vos exorto, pela misericórdia de Deus, a que ofereçais os vossos corpos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus. Este é o vosso culto espiritual. Não vos ajusteis aos modelos deste mundo, mas transformai-vos, renovando vossa mentalidade, para que possais conhecer qual é a vontade de Deus: o que é bom, agradável e perfeito” (Rm 12,1-2). Sendo chamados à conversão e à penitência, somos convidados a viver a nossa fé no ritmo do tempo da vida, do ano, da semana e do dia, a luz da Palavra de Deus sempre presente na celebração da fé. Modelo desta vivência da conversão permanente temos na Oração do Senhor, o Pai nosso. Esta oração leva os discípulos de Cristo a viverem sua vocação e missão de filhos em relação a Deus, de senhores em relação à natureza criada e de irmãos em relação ao próximo.
1)-Dimensão Pessoal:
João
6,55-57:
“Pois a minha carne é verdadeira comida, e meu sangue é verdadeira bebida. Aquele
que come a minha carne e bebe meu sangue permanece em mim, e Eu nele. Assim
como o Pai, que vive, me enviou e Eu vivo por causa do Pai, assim aquele que se
alimenta de mim viverá por minha causa”
1
Cor 11, 28-30:
“Examine, pois, cada um a si próprio, e dessa maneira coma do pão e beba do
cálice. Pois quem come e bebe sem ter consciência do corpo do Senhor, come e
bebe para sua própria condenação. Por essa razão, há entre vós muitos fracos e
doentes e vários que já dormem”
Lucas 24,29: “Fica conosco, Senhor!”
2)-Dimensão Eclesial da eucaristia
Atos 2,45-47: "Vendiam
suas propriedades e bens, e dividiam o produto entre todos, segundo a
necessidade de cada um. Diariamente, continuavam a reunir-se no pátio do
templo. Partiam o pão em suas casas e juntos participavam das refeições, com
alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus por tudo e sendo estimados
por todo o povo. E, assim, a cada dia o Senhor juntava à comunidade as pessoas
que iam sendo salvas".
3)-Dimensão e missão Social da Eucaristia: "ide por todo mundo"
Ao final da missa
começa a dimensão social desde aquele "Ide" de Jesus em Mc 16,15 que se prolonga
no Kairós.
APROFUNDAMENTO "TEOLÓGICO-MAGISTERIAL"
Eucaristia: Fonte e ápice da vida eclesial
CIC
§1324
A Eucaristia é "fonte e ápice de toda a vida cristã ". "Os
demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas
apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a
santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o
próprio Cristo, nossa Páscoa ."
Comunhão Eucarística
§154 Crer só é possível pela graça e
pelos auxílios interiores do Espírito Santo Mas não é menos verdade que crer é
um ato autenticamente humano. Não contraria nem a liberdade nem a inteligência
do homem confiar em Deus e aderir às verdades por Ele reveladas. Já no campo
das relações humanas, não é contrário à nossa própria dignidade crer no que
outras pessoas nos dizem sobre si mesmas e sobre suas intenções e confiar nas
promessas delas (como, por exemplo, quando um homem e uma mulher se casam),
para entrar assim em comunhão recíproca. Por isso, é ainda menos contrário à
nossa dignidade "prestar, pela fé, à revelação de Deus plena adesão do
intelecto e da vontade" e entrar, assim, em comunhão íntima com ele.
§185 Quem diz creio diz "dou minha
adesão àquilo que não cremos". A comunhão na fé precisa de uma linguagem
comum da fé, normativa para todos e que una na mesma confissão de fé.
§188 A palavra grega
"symbolon" significava a metade de um objeto quebrado (por exemplo,
um sinete) que era apresentada como sinal de reconhecimento. As partes
quebradas eram juntadas para se verificar a identidade do portador. O "símbolo da fé" é, pois, um
sinal de reconhecimento e de comunhão entre os crentes. "Symbolon"
passa em seguida a significar coletânea, coleção ou sumário. O "símbolo da
fé" é a coletânea das principais verdades da fé. Daí o fato de ele
servir como ponto de referência primeiro e fundamental da catequese.
§949 Na comunidade primitiva de
Jerusalém, os discípulos "mostravam-se assíduos ao ensinamento dos
Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações" (At 2,42).A
comunhão na fé. A fé dos fiéis é a fé da Igreja, recebida dos Apóstolos,
tesouro de Vida que se enriquece ao ser compartilhado.
§1102 "E a palavra da salvação que
alimenta a fé no coração dos cristãos: é ela que faz nascer e dá crescimento à
comunhão dos cristãos." O anúncio da Palavra de Deus não se limita a um
ensinamento: quer suscitar a resposta da fé, como consentimento e compromisso,
em vista da aliança entre Deus e seu povo. E ainda o Espírito Santo que dá a
graça da fé, que a fortifica e a faz crescer na comunidade. A assembléia
litúrgica é primeiramente comunhão na fé.
§1209 O critério que garante a unidade
na pluralidade das tradições litúrgicas é a fidelidade à Tradição apostólica,
isto é, a comunhão na fé e nos sacramentos recebidos dos apóstolos, comunhão
significada e assegurada pela sucessão apostólica.
Liturgia e comunhão
§1071 O poder transformador do Espírito
Santo na liturgia apressa a vinda do Reino e a consumação do mistério da
salvação. Na expectativa e na esperança ele nos faz realmente antecipar a
comunhão plena da Santíssima Trindade. Enviado pelo Pai que ouve a epiclese da
Igreja, o Espírito dá a vida aos que o acolhem e constitui para eles, desde já,
"o penhor" de sua herança.
§1136 A liturgia é "ação" do
"Cristo todo" ("Christus totus"). Os que desde agora a
celebram, para além dos sinais, já estão na liturgia celeste, em que a
celebração é toda festa e comunhão.
A Força da Eucaristia
nos primórdios, conforme o alimento do profeta Elias, em 1Rs 19,4-10, que
caminhou pela força daquele pão, é o tema que nos propomos despretensiosamente aqui
aprofundar, sem querer encerrar, partindo do profeta Elias em seu tempo,
percorreremos do momento em que ele se alimenta do pão oferecido pelo anjo (1Rs
19,4-10) até o tempo que se chama "Hoje". E, a partir desse alimento
verdadeiro, o vigor do profeta será renovado, sendo prenuncio da “Força da
Eucaristia”, o mesmo alimento que recebemos em cada celebração eucarística,
para dar sentido a nossa Missão. Não devemos desanimar. As pessoas, não
raro, estão desanimadas, intranqüilas, com diversos problemas e há um caminho a
seguir. Gratuitamente este dom é multiplicado a cada domingo como uma força
capaz de animar quem está desanimado, deixar em paz aquele que está
intranqüilo.Deste
modo, como animar o homem de hoje para a importância do alimento eucarístico?
Como mostrar ao homem de hoje “saber reconhecer o chamado de Deus na sua vida?”
e como ele, após esta comunhão com Deus pode realizar maravilhas?À luz da mudança
realizada por Deus, através do alimento, na vida do profeta Elias é possível
uma mudança radical em nossas vidas a partir da participação, em estado de
graça, da comunhão eucarística. Assim como em muitas etapas de nosso chamado e
caminhada com Deus, somos às vezes por diversas circunstâncias como profeta
obrigados a fugir, sentimos a dor, o medo e a incerteza, apresentando-se, desta
forma, como estava o profeta antes do alimento verdadeiro. Nestas
circunstâncias deparamo-nos com o chamado de Deus, onde o profeta, ainda sem
entender, tem, como nós, que comer para viver. Depois, a insistência do anjo de
Deus e a resposta de Elias, dando provas de que vale à pena se alimentar
daquele pão.Elias como nós após a caminhada e o encontro com Deus no Horeb,
vemos o vigor sendo renovado no profeta e o texto nos apontando o Pão da Vida
Verdadeiro, útil ao profeta e a cada um de nós.Caminhando agora apoiados e
sustentados pela “força” que promana da Eucaristia.Ou seja, o mesmo Espírito de
Deus, que se faz alimento, para dar vigor ao profeta é o mesmo Espírito que nos
impele à Missão.A visão trinitária
sobre a Eucaristia (pessoal, eclesial e social) como o sacramento de presença,
sacrifício e comunhão nos oferece, assim, uma síntese maravilhosa de suas
várias dimensões, além de ser um antídoto contra um entendimento reducionista
do Mistério Eucarístico. Como observa São João Paulo II:
“O
mistério eucarístico – sacrifício, presença, banquete – não permite reduções
nem instrumentalizações.”1 “Às vezes transparece uma
compreensão muito redutiva do mistério eucarístico. Despojado do seu valor
sacrificial, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um
encontro fraterno ao redor da mesa.”2 Por isto “é importante que vivamos e
ensinemos a viver o mistério total da Eucaristia: Sacramento do
Banquete, do Sacrifício e da Presença permanente de Jesus Cristo Salvador.”3
1-
Ecclesia de Eucharistia, 61
2-Ibid.,
10
3-Homilia
(12 de junho de 1993), 3: L´Oss. Rom., (ed. port.: 20 de junho de 1993).
Não obstante a
Eucaristia ser um único sacramento, nós o experimentamos em três modos
distintos – presença, sacrifício e comunhão: Quando adoramos Jesus presente no
Santo Sacramento, “não podemos duvidar de que Deus está conosco” 4. Pois na
Eucaristia Jesus cumpriu a promessa de estar conosco sempre até o fim dos
tempos (cf. Mt 28,20). Por outro lado, quando participamos do Sacrifício
Eucarístico, entendemos que Deus é, verdadeiramente, “por nós”: “Isto é o meu
Corpo que é dado por vós” (Luc 22, 19). Na Cruz, como diz S. Paulo, o Filho de
Deus “me amou e se entregou por mim” (Gal 2,20). De fato, a Eucaristia é o dom
que Deus faz de si por nós. No entanto, quando recebemos a Comunhão,
experimentamos o amor de “Deus em nós”. Este é de fato o ápice do amor que Deus
tem por nós. Nota São João Paulo II: “Ao pedido dos discípulos de Emaús
para que ficasse „com‟ eles, Jesus responde com um dom muito maior: por meio do
sacramento da Eucaristia encontrou um modo de permanecer „dentro‟ deles.”5 A
Comunhão Eucarística significa, de fato, uma relação de profunda e recíproca
“permanência”: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós” (cf. Jo 15, 4). Eis
que a Santa Comunhão, “Deus dentro de nós, é como uma antecipação da união que,
no céu, teremos com Deus.”6
4-Homilia
(14 de junho de 2001), 3: L´Oss. Rom., (ed. port.: 16 de junho de 2001), 24.
5-Mane
nobiscum Domine, 19.
6-
Homilia (15 de maio de 1988), 6: L´Oss. Rom., (ed. port.: 22 de maio de 1988),
21.
O Papa
Bento XVI, insiste no “compromisso social” decorrente da Eucaristia:
“O
sacramento da Eucaristia tem um caráter social. A união com Cristo é ao mesmo
tempo união com todos os outros a quem Ele se entrega. Eu não posso ter Cristo
só para mim” (Bento XVI – SCa, 89).
A dimensão pessoal da comunhão
eucarística está intimamente ligada à sua dimensão comunitária:
Diz São Paulo: “O pão
que partimos não é a comunhão no corpo de Cristo?” (I Cor 10, 16). Realmente,
quando recebemos o Corpo e Sangue de Cristo, não apenas nós é que recebemos
Cristo, mas Cristo, também, recebe cada um de nós. Ele recebe cada um de nós
para nos assimilar a si. Todos nós “nos alimentamos” da mesma pessoa, Cristo. E
assim Cristo nos atrai a Si, fazendo-nos sair de nós mesmos para nos tornarmos
uma só coisa com Ele e então, por meio desta comunhão, nos une a todos. Desta
forma, “a Eucaristia, como sacramento do Corpo e do Sangue pessoal de Cristo,
forma a Igreja que é o corpo social de Cristo, na unidade de todos os membros
da comunidade eclesial.”7
São João Paulo II explica:
Este grande sacramento, que nos
permite participar da vida de Cristo nos une também uns aos outros, a todos os
outros membros da Igreja e a todos os batizados de todos os tempos e de todas
as nações. Embora nós, que pertencemos à Igreja, nos encontremos dispersos pelo
mundo, embora falemos línguas diferentes, tenhamos um diverso patrimônio
cultural e sejamos cidadãos de diferentes nações, “uma vez que há um só pão,
embora sejamos muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo
pão” (I Cor 10, 17).8
7-Audiência
(21 de novembro de 1991), 7; ORP (24 de novembro de 1991), 12.
8-Homilia
(16 de fevereiro de 1981), 5; ORP (22 de fevereiro de 1981), 5
Em resumo, uma vez que a Eucaristia é “a presença viva e real do
amor trinitário de Deus,”9 nela nós experimentamos o Amor de Deus de três modos
diferentes, mas complementares:
a)-Como presença (“Deus conosco”): Sacramento da presença
de Deus, a Eucaristia é, acima de tudo, um reflexo do amor de Deus Pai que, em
Seu Filho, se fez próximo de nós.
b)-Como sacrifício (“Deus por nós”): renovação sacramental
do sacrifício da Cruz, a Eucaristia revela o amor do Filho de Deus que deu Sua
vida por nós e continua a oferecer-se por nós;
c)-como comunhão (“Deus em nós”): Na comunhão
Eucarística, experimentamos o amor do Espírito, por meio do qual Deus vem
habitar nossos corações e se torna um conosco: Deus em nós e nós em Deus!
Conseqüentemente, “O
mistério eucarístico – sacrifício, presença, banquete… há
de ser vivido na sua integridade, quer na celebração, quer no colóquio íntimo
com Jesus acabado de receber na comunhão, quer no período da adoração
eucarística fora da Missa. Estabeleçamos, portanto, uma íntima comunhão
com Cristo, participando “no Sacramento que O torna presente, no sacrifício que
atualiza o seu dom de amor do Gólgota, no banquete que alimenta e sustenta o
Povo de Deus peregrino.”10
9-Homilia
(20 de agosto de 2000), 6: L´Oss. Rom., (ed. port.: 26 de agosto de 2000), 35.
10-Ecclesia
de Eucharistia, 61. 22 Vita Consecrata, 95.
Hoje Cristo nos exorta como exortou a Elias enfraquecido: “Eu
vos dou minha humanidade: meus cansaços, meus sonhos, minhas andanças, dou-vos
tudo quando vivo no meio de vós, feito homem, eu, o Verbo que se fez carne!” E o sangue? Não
significa simplesmente o líquido vermelho que corre nas nossas artérias.
Sangue, na Bíblia, significa a vida. O sangue doado e derramado significa a
vida tirada, a vida violentada. Pois, vede que coisa tão linda: ao dizer “Isto
é o meu sangue”, o Senhor está dizendo: “Eu vos dou toda a minha vida que se foi
derramando por vós, desde o primeiro momento da minha existência humana. Fui me
derramando por vós em cada cansaço, em cada decepção; fui me derramando em cada
noite em oração, em cada agonia, até aquela última, da cruz e da sepultura.” Então,
meus caros, “isto é o meu corpo, isto é o meu sangue” significa “isto sou eu
todo, com o que tenho, com o que sou, com o que vivi e com o que morri, com o
que amei e com o que sonhei, que agora entrego a vós e por vós”. Que podemos
dizer? Senão simplesmente: Obrigado, Senhor, por esse amor tão grande, que te
fez a nós te entregares assim, totalmente! Dá-nos a graça de, recebendo teu
Corpo e Sangue, plenos do Espírito Santo, na força do mesmo Espírito, fazer de
nossa vida uma entrega a Ti e, por Ti, a todos os irmãos e irmãs. Ensina-nos a
ser para os outros pão repartido e dado por amor afim de que um dia possamos
chegar ao Pai do Céu, onde convosco viveremos e reinaremos em comunhão com o
Espírito Santo pelos séculos dos séculos!
*Foi na Quinta-Feira Santa que Jesus
instituiu a Eucaristia. As
circunstâncias são importantes para entender melhor o seu sentido:
-Na véspera de sua morte: Institui o Sacramento da Vida.
-Na hora da Traição, por amor, proclama o sacramento da Reconciliação.
-Na hora do abandono, da fuga e do Vazio, nos deixa o Sacramento da PRESENÇA e o Alimento por excelência do Espírito..."
(*Dom Mariano Manzana - Jornal a Luz - Solenidade de Corpus Christi 2018)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
-CONCÍLIO VATICANO II, Constituição dogmática Lumen
Gentium.
-JOÃO PAULO II. Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia - Carta
Encíclica Redemptor homminnis - Carta apostólica Mane nobiscum Domine
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