“As promessas definitivas, são a
nossa união definitiva à nossa vocação e à nossa verdade. Rompe-se um caminho
doloroso de pensar encontrar a verdade, no prestígio, no poder, nos
prazeres, na carreira, nas posses das coisas e nas vozes que nos prometiam
felicidade imediata. Isso na verdade, são as coisas que nos roubam de Deus e de
nós mesmos. As promessas e opções definitivas, são uma união à verdade de Deus
sobre nós mesmos. A visão do caminho apenas doloroso se rompeu, e se abriu agora
um entendimento e um caminho novo que é de e para a felicidade, de cruz e
ressurreição. Se ofertando única e inteiramente à Deus e a serviço da
humanidade. Firmando os nossos pés e edificando nossas vidas doravante na rocha
de Cristo...” (Moyses Azevedo)
Em uma sociedade do
supérfluo e descartável, onde descartamos de tudo, desde as relações e laços
afetivos, os idosos à solidão e ou, em asilos , bem como até a própria vida
através do aborto, falar de opções definitivas soa quase como um absurdo
inaceitável em nossos dias. Não é à toa que o Papa Francisco vendo esta
realidade, declarou que mais de 90% das promessas matrimoniais feitas no altar
são nulas, ou seja, não foram feitas com o devido entendimento, convicção e
profundidade que esta promessa requer dos nubentes. Isto vale também, para
outras realidades.
PAPA FRANCISCO MOTIVA O SIM PARA SEMPRE ENTRE OS CASAIS:
Dez mil casais de
namorados e noivos vindos dos cinco continentes na festividade de São Valentim,
tiveram um encontro na Praça de São Pedro para falar sobre a vocação ao
matrimônio sob o lema “A alegria do sim para sempre” e
encontrar-se com o Papa Francisco. Em seu discurso aos casais o Papa
insistiu que hoje é possível viver o amor para sempre no contexto do
matrimônio.
Segundo reportou o
Vatican Information Service, o encontro, organizado pelo Pontifício
Conselho para a Família, teve como ponto de partida a perspectiva de que as
pessoas não se casam quando os problemas já foram resolvidos, e sim para
resolvê-los juntos e apostam pelo “para todos os dias da vida”, um ponto de
vista que infunde esperança no futuro e no amor duradouro e fecundo.O Santo
Padre entrou no Lugar para saudar os noivos e responder a três perguntas
expostas por outras tantos casais: O medo ao “para sempre”; Viver
juntos, o estilo da vida matrimonial; e o tipo de celebração do matrimônio.
“É importante nos perguntar se é possível amar-se "para
sempre"? perguntou o Papa.Hoje em dia muitas pessoas têm medo de
tomar decisões definitivas , para toda a vida, porque parece impossível... e
esta mentalidade leva a muitos que se preparam para o matrimônio a dizer:
"Estamos juntos até que nos dure o amor...Mas, o que entendemos por
"amor"? questionou o Santo Padre.Só um sentimento, uma condição
psicofísica? Certamente, se for assim, não se pode construir nada sólido em
cima. Mas se o amor é uma relação, então é uma realidade que cresce e também
podemos dizer, a modo de exemplo, que se constrói como uma casa. E a casa se edifica em companhia, não
sozinhos! Não queremos construi-la sobre a areia dos sentimentos que vão e vêm,
mas sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus”.
“A família nasce deste projeto de amor que quer crescer como se constrói
uma casa: que seja lugar de afeto, de ajuda, de esperança... Assim como o amor
de Deus é estável e para sempre, queremos que o amor sobre o qual se assenta a
família também o seja. Não devemos
deixar-nos vencer pela "cultura do provisório". Assim que o medo do
“para sempre” se cura dia após dia, confiando no Senhor Jesus em uma vida que
se converte em uma jornada espiritual diária, feito de passos, de crescimento
comum...Porque o “para sempre” não é apenas questão de duração. Um matrimônio
não se realiza apenas na duração, é importante sua qualidade. Estar juntos e
saber amar-se para sempre é o desafio dos esposos cristãos. No Pai-Nosso
dizemos " Dai-nos o pão de cada dia”. Os esposos podem rezar assim´: “Senhor, dai-nos hoje o amor de todos os
dias.... ensinai-nos a amar-nos”.
Respondendo à segunda
pergunta, Francisco sublinhou que “a convivência é uma arte, um caminho
paciente, formoso e fascinante... que tem umas regras que se podem resumir em
três palavras: “Posso?, “Obrigado” e “Perdão”.
“Posso?”, explicou, é o pedido amável de
entrar na vida de algum outro com respeito e atenção... O verdadeiro amor
não se impõe com dureza e agressividade. ... São Francisco dizia:... “A
cortesia é a irmã da caridade, que apaga o ódio e mantém o amor"... e
hoje, em nossas famílias, em nosso mundo, frequentemente violento e arrogante,
a cortesia é muito necessária”.
"Obrigado." A gratidão é um
sentimento importante... Sabemos dizer obrigado?: Em vosso
relacionamento neste instante e em vossa futura vida matrimonial , é importante
manter viva a consciência de que a outra pessoa é um dom de Deus... e pelos
dons de Deus se diz “obrigado”, declarou o Papa.
“Perdão” ... Na vida cometemos muitos erros,
equivocamo-nos tantas vezes. Todos nós. Daí a necessidade de utilizar esta
palavra tão singela "perdão”. Em geral, cada um de nós está disposto a
acusar o outro para justificar-se. É um instinto que está na origem de tantos
desastres. Aprendamos a reconhe cer nossos erros e a pedir desculpas... É
também assim que cresce uma família cristã. Todos sabemos que não existe a
família perfeita, nem o marido ou a esposa perfeitos. ...Existimos nós, os
pecadores. Jesus, que nos conhece bem nos ensina um segredo: que nenhum dia
jamais termine sem pedir perdão...sem que a paz volte para casa. Se aprendermos
a pedir perdão e perdoar os outros, o matrimônio durará, seguirá adiante”.
Por último, o Santo
Padre recordou que a celebração do matrimônio deve ser “uma festa, mas uma
festa cristã e não mundana” e pondo como exemplo o primeiro milagre de Jesus nas bodas de Caná,
quando transformou a água em vinho porque havia acabado disse: “O que aconteceu
em Caná dois mil anos atrás, acontece em realidade em cada festa nupcial. O que
fará pleno e profundamente verdadeiro seu matrimônio será a presença do Senhor
que se revela e nos outorga sua graça”.
“Ao mesmo tempo, é bom que seu matrimônio seja sóbrio e destaque o que é
realmente importante. Alguns estão muito preocupados com os sinais externos: o banquete... os trajes, etc. Estas coisas
são importantes em uma festa, mas apenas se indicarem o verdadeiro motivo de
sua alegria: a bênção de Deus sobre seu amor. Façam que como o vinho de
Caná , os sinais externos de sua cerimônia revelem a presença do Senhor e
recordem a vós e a todos os presentes a origem e a razão de sua alegria”,
concluiu.
UM APROFUNDAMENTO TEOLÓGICO SOBRE AS REALIDADES
DEFINITIVAS EM NOSSAS VIDAS E NA VIDA DO CRISTÃO:
Realidades
definitivas, os
novíssimos, as realidades escatológicas que falam do destino
definitivo de cada homem e de cada mulher que a cada dia, escolhem, fazem
opções, dando uma direção à própria vida. E todos colherão aquilo que
plantaram. Ora, pensar no céu é pensar em verdades que não conhecemos
plenamente, mas que sabemos que existem e esperamos atingir tão feliz meta. No
entanto, quanto maior é a amizade com Deus, tanto mais caem os véus e esta
verdade passa a ser misteriosamente familiar para algumas pessoas. No
entanto, apostolo Paulo, que fez experiências místicas profundas, afirma
categoricamente: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, e o coração
do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (1Cor 2, 9),
o que não quer dizer que seja uma realidade inacessível aqui e agora. É preciso
ter saudade do céu, aspirá-lo ardentemente, querer ir para lá. Isso mesmo:
precisamos pensar mais, aspirar mais, levá-lo mais em consideração, ter como
meta esta bem-aventurança eterna. É lá a nossa verdadeira pátria, nosso lar
onde com a Família Trinitária seremos um, fazendo comum unidade com os santos e
anjos. Deus será a felicidade eterna de seus amados que corresponderam ao
seu amor, às suas graças e que por isso contemplam a beleza, a verdade e a
bondade divinas. Nunca se saciarão, pois quanto mais O contemplam, mas anseiam
por fazê-lo num ciclo virtuoso extremamente feliz. Eles não poderiam explicar.
Qualquer tentativa de explicação desta experiência eterna é inútil. O tempo e o
espaço se extinguem para dar lugar à Felicidade que é para sempre.
Meu Deus! Pense bem: LONGE DO PECADO, DA CORRUPÇÃO, E DA MORTE. NO CÉU
VOCÊ SERÁ FELIZ INFINITAMENTE E DEFINITIVAMENTE, REALIZADO, PLENIFICADO, TUDO O
QUE SONHOU SE REALIZARÁ, SEM DORES, SEM DÚVIDAS, SEM MEDO, LONGE DOS PERIGOS,
SEM A POSSIBILIDADE DE PERDER DEUS, EIS A FELICIDADE SEM FIM, PARA
SEMPRE, PELOS SÉCULOS, DOS SÉCULOS !
Por isso, dizia São Francisco de Sales:
“É tão grande o bem que espero, que a dor com prazer tolero”
Os santos pensavam
mais nesta feliz bem-aventurança e por isso se animavam nesta esperança que
nunca decepcionará (Cf. Rm 5,5) pois quem promete é o próprio Senhor que é
fiel.Os mártires não
hesitaram de sofrer as mais penosas torturas e a morte, os confessores se
submeteram às renúncias e aos sacrifícios que sua vocação exigia porque sabiam
muito bem que tudo aquilo não seria em vão. Estes homens e mulheres, “alegres
na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração” (Cf. Rm 12,12)
se deixaram conquistar por Deus, conquistaram-se a si mesmos e conquistaram as
outras pessoas para o Reino, animados por esta certeza de verdades invisíveis e
definitivas, tornadas visíveis pela confiança na revelação de Deus que é
verdadeiro e fiel. Não era à toa que São Felipe Neri gritava nas ruas de Roma
jogando o chapéu para cima: “paraíso, paraíso, eu prefiro o paraíso !!!”
Este tipo de gente aguardava a morte como passagem para este encontro
definitivo e feliz com quem eles amavam, serviam e sadiamente temiam. Eram
felizes nesta vida (apesar das não poucas tribulações e provações, tentações e
lutas) e muito mais felizes passaram a ser depois que entraram na verdadeira
vida.
Santa Teresa no
momento de sua morte disse ao Senhor:
“Enfim meu amado, chegou a hora de nos vermos”
São João Maria Vianney dizia que:
“Se o paraíso não existisse, ele já se sentia feliz por ter amado e
servido em vida ao bom Deus, e por ele ao próximo, e só por isto já valeu a
pena ter vivido...”
E a vida de São João Maria Vianney foi cheia de
enormes sacrifícios com jornadas longuíssimas de confissões, de tantos jejuns e
vigílias, de pobreza e de privações. E já achava que sua vida já tinha sido um
paraíso porque tinha sido amigo de Deus. Eram felizes porque amavam a Deus na
gratuidade! E nós? Que loucura, que insanidade, seria pensar que esta
felicidade é só pra eles! É pra todos nós! Você, eu, nós e não apenas vós ou
eles e elas. Hoje, o sonho lindo e profundo do paraíso, precisa ser “sonhado”,
é preciso querer ir para Deus a cada dia, “pedra por pedra, com esperança de
ver Jesus”. E mais do que nunca é preciso estar alertas, pois as forças
tenebrosas do mal tentam de todo jeito criar distrações para os cristãos.
A vida terrena nunca esteve tão atraente: remédios potentes alongam a
vida, a qualidade da alimentação, as facilidades que os meios de transporte e
comunicação transformaram o mundo numa aldeia global. As facilidades compradas pelo
dinheiro, o endeusamento da beleza, a idolatria do prazer, os passa-tempo, as
tantas possibilidades oferecidas pela tecnologia, as mentalidades marcadamente
imbuídas de relativismo e subjetivismo, o permissivismo e a ausência de limites
deixaram espaço para uma construção da vida de cada um seguindo caprichos
egoístas ou critérios de conduta desprovidos de valores. E isso, faz com que as
pessoas acreditem ser a vida um bem para ser gozado ao máximo aqui e agora como
se isso fosse um bem supremo. A morte passa a ser adiada ao máximo, pois ela é
sempre considerada como um espectro, o fim de tudo. E ninguém se iluda, pois
esta mentalidade constitui um pernicioso dióxido de carbono a poluir o ar da fé
que os cristãos respiram. Podem também aliciar os que crêem, a viver como se
aqui fosse a pátria definitiva, afinal, são prazerosas e gratificantes as
coisas desta vida.
Certamente, promover
a vida plenamente passa também pela promoção da saúde, da educação, da moradia,
da distribuição de renda com equidade, do aumento do poder aquisitivo da
população, a possibilidade de trabalho e de salários dignos, de segurança, de
leis justas, a cidadania operacionalizada na participação consciente e
democrática de todos, etc. É lícito que tudo isso seja compreendido
como qualidade de vida. Mas, seria muito redutivo que tal compreensão ficasse
estacionada aqui. De que adianta ter tudo isso, sem a amizade de Deus? Sem o
sentido da eternidade? De que adianta tudo isso se for perdida a felicidade
definitiva do Céu? Certamente é preciso manter os pés bem fincados no
chão da história, da realidade pessoal, social, econômica, política, urge haver
por parte de cada homem e mulher de Igreja uma consciência crítica, atenta do
que acontece. É preciso participar o mais ativamente quanto possível do
processo de construção da sociedade, na nação.
Ser sal da terra e luz do mundo é isso (cf. Mt 5, 13-16) , mas sem
prejuízo da consciência iluminada e transfigurada da certeza que tudo passa e
só Deus permanece. Além disso, o projeto de felicidade dos eleitos é o
cumprimento pleno desta felicidade que todos ansiamos de viver. Sem ser um
bando de “Alice no país das maravilhas”, os cristãos também não serão uns
“maravilhados por um país maravilhoso que não lhes pertence” como realidade
definitiva. Corações ao alto e os pés no chão.
A evangelização não
pode se omitir em acordar o desejo do céu, em manter fixo o olhar nos bens
definitivos, antes que o consumismo e o hedonismo façam seus estragos, gerando
mentalidades arredias e indiferentes a uma felicidade que é para sempre. Importa
que o desejo do céu seja acordado, para que não se contentem com míseras
migalhas de um alimento de baixo poder nutritivo, quem foi chamado a fartar-se
de ricas iguarias na casa do Pai.
Louvado seja Nosso
Senhor Jesus Cristo !!!
Por Apostolado Berakash
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