Dâmocles
é o protagonista de uma anedota moral que figurou originalmente na história
perdida da Sicília por Timeu de Tauromênio (c. 356 - 260 a.C.). Cícero pode
tê-la lido em Diodoro Sículo. Ele fez uso dela em suas Tusculan Disputationes
V.61 - 62. Dâmocles era um cortesão bastante bajulador na corte do tirano Dionísio,
de Siracusa, do qual se tornou amigo.Ele dizia que, como um grande homem de
poder e autoridade, Dionísio era verdadeiramente um homem afortunado. Dionísio
ofereceu-se para trocar de lugar com ele por um dia, para que ele também
pudesse sentir o gosto de toda esta suposta sorte, sendo servido em ouro e
prata, atendido por mulheres de extraordinária beleza, e servido com as melhores
comidas. No meio de todo o luxo, Dionísio ordenou que uma espada fosse pendurada
sobre o pescoço de Dâmocles, presa apenas por um fio de rabo de cavalo.
Ao ver a espada afiada suspensa diretamente sobre sua cabeça, Dâmocles perdeu o
interesse pela excelente comida e pelas belas mulheres, e abdicou de seu posto,
dizendo que não queria mais ser tão afortunado. A espada de Dâmocles é uma
alusão frequentemente usada, representando a insegurança daqueles que são
chamados a exercerem o poder e a autoridade sobre os demais (devido
à possibilidade das responsabilidades deste poder lhes ser precipitado de forma
iminente). Entalhes em madeira da espada de Dâmocles aparecem como
símbolo em manuais europeus dos séculos XVI e XVII.
Havia
um rei chamado Dionysius que governava Siracusa, a cidade mais rica da Sicília.
Vivia em um belo palácio onde havia muitas coisas belas e caras, e um numeroso
grupo de empregados que estavam sempre prontos para lhe servir. Naturalmente,
por causa da riqueza e do poder de Dionysius, muitos em Siracusa invejavam sua posição
e fortuna. Damocles era um destes, e como era um dos melhores amigos do rei
Dionysius, estava sempre a lhe dizer:
-Como eis afortunado Dionysius! Você tem tudo que
qualquer um poderia desejar. Você deve ser o homem o mais feliz do mundo!
Um
dia o rei Dionysius amanheceu cansado de sempre ouvir tal conversa de Damocles, e disse-lhe:
- Venha aqui. Você realmente acredita que eu sou o homem mais feliz de todos?
Respondeu
Damocles:
- Mas é claro que você é! Veja a posição que ocupa e os tesouros que você
possui, além do poder que você detém. Você não tem uma única preocupação. Como
a sua vida poderia ainda melhorar?
Disse
o rei Dionysius:
- Imagino que você ficaria satisfeito ao trocar de lugar comigo?
Responde
imediatamente Damocles:
- Oh, isso seria um sonho! Se eu pudesse ter suas riquezas, poder e
prazeres por somente um dia, seria a maior felicidade de minha vida!
Disse-lhe o rei Dionysius:
- Muito bem. Troquemos os lugares por apenas um dia.
E
assim, no dia seguinte, Damocles foi conduzido ao palácio, e todos os
empregados foram instruídos para tratá-lo doravante como seu rei. Vestiram-no
com vestes reais, e colocaram-lhe uma coroa do ouro. Sentou-se à mesa no salão
de banquetes, e fartos alimentos foram-lhe ofertados. Havia vinhos caros,
flores bonitas, perfumes raros, e uma música deliciosa. Descansou-se entre
macias almofadas, e sentindo-se o homem mais feliz em todo o mundo, disse ao
antigo rei Dionysius, que estava sentado no extremo oposto da grande mesa:
- Ah! isso sim é que é vida! Eu nunca me imaginei mais feliz assim!
E
quando Damocles levou um copo aos lábios, levantou seus olhos para o teto, e imediatamente
Damocles endureceu-se. O sorriso desvaneceu-se de seus lábios, sua face
empalideceu, suas mãos tremeram. Não quis mais comida, nem vinho e nem música.
Queria somente sair do palácio, pois viu que diretamente acima de sua cabeça
havia uma espada pendurada, presa ao teto somente por um único fio de cabelo.
Sua lâmina afiada resplandecia apontada para entre seus olhos. Congelou-se petrificado
sobre a cadeira ocupada pelo rei. Perguntou-lhe então, o rei Dionysius:
-Qual o problema, meu amigo? Você parece ter perdido o apetite?...
Damocles
sussurrou:
- Essa espada! Essa espada!...Você
não a vê?
Respondeu Dionysius:
-Naturalmente eu a vejo! Eu a vejo todos os dias, sempre pendurada
sobre minha cabeça, e há sempre a possibilidade de alguém ou algum tremor cortar
a fina linha. Talvez um de meus próprios conselheiros passe a ter inveja de meu
poder e tentará matar-me. Ou alguém pode espalhar mentiras sobre mim, para
virar todo o povo contra mim. Pode ser que um reino vizinho envie um exército
para conquistar este trono. Ou eu posso tomar uma decisão estúpida que
trouxesse a minha queda. Se você quiser ser um líder, você deve estar disposto
a aceitar estes riscos. Vêm naturalmente com o poder. Você entende?...
Respondeu
Dámocles, já não mais tão entusiasmado:
- Sim, eu entendo meu rei Dionysius...Eu vejo agora que eu estava
errado, e que você tem muito a pensar além de sua riqueza e fama! Tome de volta
o seu lugar e deixe-me ir de volta para a minha própria casa, não nasci para
isto!
E
por todo tempo, enquanto viveu, Damocles nunca quis outra vez mudar de lugar
com o rei, ou com qualquer um de seus conterrâneos que exercia liderança,
passando a ser feliz com sua função, e dando agora o melhor de si.
“Não existe bônus, sem um ônus que pese sobre ele”
Devemos estar cônscios que para se chegar ao topo temos que entender que
pesa sob todos nós ameaças, disputas, responsabilidades e as inseparáveis
consequências de nossos atos. A espada de
Dâmocles é uma comparação frequentemente lembrada, representando a insegurança
daqueles que estão no domínio. É o risco constante ao qual está exposto todos os detentores de bens e
poderes, e o tributo pago pela conquista e manutenção destas conquistas. São
Francisco orientava na regra inicial da fundação Franciscana, a não querer bens e não
perder tempo em administra-los, e por isto fez a opção pela Senhora Pobreza,
porque esta lhes era menos pesarosa os deixava mais livres para se ocuparem com
as coisas de Deus. A posse dos bens segundo São Francisco, geram disputas,
ganâncias e toda uma estrutura para proteger-se de usurpadores, o pobre nada
tem a perder. Atualizando para estes tempos a MORAL DO MITO,
no Brasil, muitos chegam à política não com o desejo sincero de servir o país,
da entrega vocacional para o bem comum, mas com a esperança de poder desfrutar
da orgia de privilégios e enriquecimento como os imperadores e os maus aristocratas
da antiguidade. Apesar de todas suas fragilidades e limitações, a Lava Jato acabou descobrindo que tudo era permitido, o fim justificava os meios. O poder e a
riqueza tornaram-se os melhores afrodisíacos para muitos antes desta operação, que
colocou, sem distinção, sobre a cabeça de todos, a mítica Espada de Dâmocles. Essa
espada pende, causando pânico, sobre a grande maioria de políticos, empresários
e pessoas desonestas.
A pergunta que se
faz é: até quando a classe política brasileira vai se permitir continuar sob o
trágico temor da espada de Dâmocles?
Há quem
deseje acabar ou limitar ao máximo o campo de ação da Lava Jato para afastar
das cabeças destas pessoas desonestas a afiada espada de Dâmocles. A população
acordou e a luta contra a corrupção foi adotada pela sociedade civil. Fora do
Brasil esta operação é vista como uma das esperanças de renovação da classe
política brasileira.O Supremo Tribunal Federal tem uma árdua e honrada missão
de julgar, condenar ou absolver os inocentes sem perda de tempo, os políticos
atualmente sob suspeitas ou já objeto de acusações. Não são desculpáveis
parcimônias nestas horas decisivas para o país. O Brasil tem pressa e precisa
ser passado a limpo doa a quem doer.A sociedade precisa saber quais políticos
estão manchados pela corrupção, para eliminá-los da vida pública, e em que pode
continuar confiando, se é que ainda existe um punhado de justos como no texto
bíblico de Sodoma e Gomorra.Nada pior, neste momento de reconstrução do país em
crise, que a incerteza sobre a ética daqueles que devem nos governar.Essa
moderna espada de Dâmocles não pode continuar indefinidamente sobre a cabeça
dos políticos, transformando todos em suspeitos.A justiça precisa,
urgentemente, separar o joio do trigo se queremos realmente um Brasil novo e
diferente.
Um outro modo de ver a MORAL DESTE MITO é que muitos
olham pessoas bem sucedidas e pensam que estas trabalham pouco e ganham muito,
que estão em uma vida de luxo e prazeres e que tudo somente dá certo para estas
pessoas, e que não lhes pesa nada de desafiante como ao resto dos mortais. Esquecem
estes da espada, pois quem quer chegar alto na vida terá que estudar e trabalhar
muito, muito mais que as 8 ou 10 horas que a maioria trabalha ou estuda, terá
que sacrificar finais de semana, enquanto a maioria se diverte ou descansa. Falar
do sucesso sem ter trabalhado por ele é irreal. Quem apenas inveja o sucesso
alheio desconhece as mazelas de qualquer um dos lados. Estar por baixo ou por
cima tem seu lado bom e ruim, então, cada um tem a sua espada.Se
chegamos a algum lugar e nos consideramos afortunados por isto, temos que
observar também a espada que está sobre nossa cabeça, afinal, sucesso, fama,
dinheiro, tudo isto pode perecer de uma hora para outra. Somente a
nossa essência e valores são permanentes, pois o que se leva desta vida é a
vida que a gente leva, bens ficarão para trás. Devemos levar a vida na ilusão
de que esta espada não pesa sobre nós? Definitivamente não! A Espada de
Dâmocles é apenas uma feliz, ou infeliz lembrança dependendo de como se vive e o
que fez para chegar onde estar, pois não existe bônus sem ônus, é a lei da
vida.
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Perfeito!!!!
Esclarecedor.
Grandes poderes; vêm com grades resonsabilidades.
Excelente! Deus no comando
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