Atenção, povo
católico! Se na sua paróquia lhe entregarem um formulário para que você
preencha, dando apoio à reforma política do sistema eleitoral brasileiro, NÃO
ASSINE! É uma armadilha golpista! Se você assinar, estará cegamente ajudando a
abrir caminho para uma ditadura obtida por meio eleitoral, como seu deu na
Alemanha de Hitler e na Venezuela de Chávez.
A ala esquerda e
progressista da CNBB está colhendo assinaturas em favor deste projeto em todas
as paróquias do Brasil e muitos bons bispos e sacerdotes estão embarcando
ingenuamente nessa canoa furada. O projeto tem um profundo viés
antidemocrático. Nós, de O Catequista, respeitamos a CNBB e a reconhecemos como uma
entidade séria e necessária à nossa Igreja. Mas seus colaboradores que não
gozam da infalibilidade, podem errar como todos nós! Assim, publicamos agora um
alerta para que todos entendam o que há por trás dessa proposta de reforma
política: O projeto em questão
prevê o financiamento das campanhas com o dinheiro do povo; sim, esse mesmo
dinheiro público que mal dá para nos garantir saúde, educação e segurança, além
de entrar no mérito das discussões de “gênero” e do pernicioso voto em “lista
fechada”. Tudo de acordo com a vontade
do partido atualmente no poder.
Pode sair algo de bom para o “povo cristão” da parte
desse partido?
E mais: a rede de
apoio ao projeto de lei inclui entidades como o MST, a Via Campesina, a UNE, o
Grupo Gay da Bahia (GGB), a Associação Brasileira de Lésbicas e a Associação de
Transgêneros (ABGLT). Desde quando os interesses dos cristãos se
harmonizam com os desses grupos? Diga-me com quem andas, e te direi quem és! Recentemente, nos
Estados Unidos, os bispos católicos se deixaram hipnotizar pelo canto da sereia
do presidente Obama, e agora estão arrependidos, chorando as pitangas sobre o
Obama Care. No Brasil, estamos indo pelo mesmo caminho. Amigos(as), fica a dica: se te derem esse formulário,
dê um matrix no seu quadrado e caia fora!
A seguir, leiam e ajudem a divulgar o texto do
Dr. Paulo Vasconcelos Jacobina, que explica muito bem o problema!
Por *Paulo
Vasconcelos Jacobina
Em um artigo
recentemente publicado, e disponível na internet, um procurador regional
eleitoral trata do “abuso do poder religioso”, e propõe a necessidade de
“desincompatibilização” de ministros religiosos que venham a candidatar-se a
cargos públicos.O procurador faz uma
analogia entre, por um lado, a necessidade de reprimir o abuso do poder
político, econômico e mesmo sindical para a lisura das eleições, a fim de
evitar constrangimentos intoleráveis à liberdade dos eleitores, e, por outro,
determinados abusos que são cometidos por líderes religiosos e seitas, que se
valem do carisma pessoal e do apelo ao sobrenatural para promover seus
candidatos junto a fiéis não somente pouco esclarecidos como espiritualmente
desarmados em razão da ascendência natural que líderes religiosos têm sobre
seus seguidores. De fato, há notícias, nos corredores do Ministério Público Eleitoral, de
candidatos que se apresentam em templos religiosos com desrespeito a limitações
de prazo e lugar para campanhas eleitorais, em meio a névoas artificiais e
luzes feéricas, e são apresentados aos fiéis como verdadeiros “enviados de
Deus” em quem todos devem votar, supostamente por ordem dos céus. Como católico, não
pude deixar de alegrar-me por acreditar que a Igreja Católica não age assim.
Como membro do Ministério Público, tenho um impedimento constitucional para a
vida partidária, e sei que há um impedimento um tanto similar para os
sacerdotes católicos no Código Canônico. Documentos
magisteriais como a Constituição Pastoral “Gaudium et Spes” consagram a
distinção entre as realidades temporais, cuja ordenação cabe legitimamente aos
leigos, mormente naquilo que está no âmbito do opinável, e as questões de fé e
de moral, as quais todo leigo deve submeter ao juízo da Igreja. Não se pode deixar
de louvar a sabedoria do Magistério católico – que promove a distinção das
esferas sem separá-las – ao reconhecer que a vida temporal tem uma legítima
autonomia que impede que o sacerdócio católico se transforme numa casta
teocrática através do mundo.
A Igreja deve ser a
casa de todos os católicos que abraçam alguma dentre as diversas opções
ideológicas possíveis, daquelas que legitimamente se apresentam nas diversas
sociedades e culturas.É o que ensina a Nota
Doutrinal sobre Algumas Questões Relativas à Participação e Comportamento dos
Católicos na Vida Política, publicada pela Congregação para a Doutrina da Fé do
Vaticano:“Não cabe à Igreja formular soluções concretas – e muito menos soluções
únicas – para questões temporais, que Deus deixou ao juízo livre e responsável
de cada um, embora seja seu direito e dever pronunciar juízos morais sobre
realidades temporais, quando a fé ou a lei moral o exijam.” Foi quando uma pessoa
me alertou que as coisas, na prática, poderiam não ser bem assim. Ele me
mostrou, na internet, uma proposta de reforma política que está sendo não
somente subscrita e divulgada pela CNBB, como promovida positivamente e
propagandeada nos corredores eclesiais brasileiros. Procedi às pesquisas e
deparei-me com todo o material.
Trata-se de um projeto de lei movido por um pretexto "aparentemente" bom!
O propósito seria a necessidade de
reformar o sistema eleitoral brasileiro. Mas é realmente quase impossível discernir
por qual motivo as regras procedimentais eleitorais poderiam representar
matéria de fé e moral nos termos definidos pela doutrina católica, ou, mesmo
necessitando de reforma, continuam como questões estritamente políticas,
opináveis, inseridas no âmbito da legítima autonomia das coisas temporais. É interessante notar que outras cinquenta e oito entidades assinam o
projeto de lei junto com a CNBB. Dentre elas, diversas organizações sindicais –
a maioria absoluta composta de sindicatos e organizações de servidores públicos
federais, outras ainda na qualidade de centrais sindicais ou “movimentos de
reivindicação social” notoriamente ligadas a partidos de esquerda, algumas
autarquias federais que são entidades de classe e, como outro grupo muito representativo,
associações de gays, lésbicas e transgêneros das quais pude distinguir a GGB –
Grupo Gay da Bahia, a ABGLT, a Associação Brasileira de Lésbicas e a Associação
de Transgêneros.
Algumas entidades identificam-se como evangélicas e outras como associações
católicas de laicato e de pastorais sociais.
Três tópicos me chamaram a atenção, e são destacados
inclusive por chamadas capitulares no sítio eletrônico:
1)- a defesa da
“paridade de gênero” na lista eleitoral, com um artigo no próprio projeto que
dirige “recursos financeiros extraordinários” para “segmentos sociais
sub-representados” (art. 18, § 2º da proposta).
2)- a proibição da
participação das empresas privadas (pessoas jurídicas) no financiamento de
campanhas.
3)- e o
estabelecimento de “listas fechadas” para as eleições proporcionais do
legislativo.
São três propostas que, coincidentemente ou não, refletem
diretrizes partidárias do partido político que está no governo federal,
atualmente. Têm consequências
graves no processo eleitoral – não necessariamente no seu aperfeiçoamento – e
representam, na questão do gênero, uma frontal desatenção ao Magistério moral
da Igreja em matéria de vida familiar e sexual. Além, é claro, de embutirem um
profundo viés antidemocrático, ao menos na visão de alguns juristas sérios – e
circunstancialmente católicos, embora não filiados às ONGs e militantes
multicores que circundam o logo da CNBB no referido sítio. Há outras propostas
de reforma política, e não há justificativa junto à fé católica para que
justamente esta receba o beneplácito da CNBB.
Tome-se a questão da lista fechada
Há uma outra proposta
de reforma, abraçada por outros partidos de viés menos esquerdista mas
igualmente lícitos aos católicos, que defendem o voto distrital ou distrital
misto. Pessoalmente, não consigo entender qual a razão de crer, como propõe
este projeto, que a manutenção do quociente partidário combinado com uma lista
de candidatos imposta pelo partido possa ser um progresso político. Lutamos outrora pelas
“diretas já”, e agora somos levados a acreditar que precisamos de mais eleições
indiretas. Sabe-se lá por que a CNBB resolveu chancelar uma dentre as diversas
opções eleitorais lícitas aos leigos.
Quanto à promoção da “paridade de gêneros” e do incentivo
financeiro extra para “segmentos sociais sub-representados”
Esconde-se aqui outra
armadilha antidemocrática: trata-se de comparar o resultado das eleições com os
dados estatísticos do IBGE sobre a população, para dar mais dinheiro aos
candidatos que representem facções sociais cuja representação no legislativo
seja menor que sua população censitária. Isto embute a ideia de que quando um
eleitor está votando em alguém que não pertence ao seu próprio “grupo
populacional” e ideológico, ele está votando mal, e ferindo a democracia.Se, digamos, alguém
se identifica como homossexual perante o IBGE, o projeto de lei presume que ele
deve votar em homossexuais, para que seu “número populacional” se reflita no
número de políticos eleitos. Se não o faz, o estado deve liberar mais dinheiro
para os candidatos gays na eleição seguinte, para restabelecer a
“representatividade”. Ora, se é assim, então a representatividade não decorreria mais dos
votos, mas do censo. A eleição deveria apenas chancelar o censo populacional,
creem os autores deste projeto. Esta noção parece muito com propostas fascistas
e corporativas da primeira metade do século XX. Nega que, por exemplo, os fiéis
católicos eventualmente identificados como homossexuais possam livremente ter
escolhido um candidato que defende a família tradicional, e não um ativista
GLS. O financiamento de
campanhas por pessoas jurídicas foi banido, o que corresponde a um consenso que
está sendo violentamente imposto pelos acadêmicos de esquerda, pelo partido
atualmente no poder e pela imprensa com ele comprometida, que transforma os
empresários, que são responsáveis pelo recolhimento da maior parte dos impostos
que serão retirados da saúde e educação para financiar políticos e suas
campanhas, em párias eleitorais.
Estabeleceu-se contra o setor privado a presunção absoluta
de que somente colocam recursos privados em campanhas para locupletar-se
ilicitamente
Ora, ao retirar sua
legitimidade para influir nas eleições em busca de seus eventuais legítimos
interesses políticos, o projeto colabora para que o setor privado
não possa contribuir para a retirada do poder de algum grupo que ali se abolete
através de demagogia e oprima o setor privado com medidas ditatoriais e se
retroalimente dos próprios recursos públicos e dos “movimentos sociais”
(corporativos e sexuais) para se perpetuar ali sem que o setor produtivo possa
legitimamente organizar-se no sentido da alternância democrática de poder.O caminho para uma
ditadura obtida por meio eleitoral, como a que ocorreu na Alemanha de Hitler –
que chegou ao poder pelo voto popular – ou na Venezuela de Hugo Chávez, onde a
Igreja séria sofre sob a opressão estatal após o setor privado ter sido
exaurido pelo poder do partido hegemônico. Quem financiará eventuais adversários aos majoritários ocupantes do
Estado em dado momento? Pelo projeto, ninguém o poderá. Há conversas de que a
CNBB colherá assinaturas em favor deste projeto em todas as paróquias do
Brasil. Muitos fiéis confiantes no presumível bom senso de um órgão como a CNBB
assinarão, e certamente não o fariam se conhecessem as companhias e o teor. Talvez, de um modo
não tão distante daquelas seitas que usam gelo seco e luzes feéricas para
manipular sentimentos religiosos em favor de ambições políticas bem pouco
cristãs.
*Paulo Vasconcelos
Jacobina, Procurador Regional da República, Mestre em Direito Econômico
FONTE: O Catequista
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