Salmo Responsorial Isa 12: “Exultai, cantando alegres, habitantes de
Sião, porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!”
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do Evangelho: Lucas 3,10-18
— Glória a vós,
Senhor!
Exultemos, cantando alegres neste que é chamado o domingo da alegria! A alegria e
a paz tomam conta de nosso coração, pois o Senhor está próximo. Somos convidados a acolher a mensagem de esperança e
compromisso que João Batista nos traz nesta liturgia, a fim de sabermos
recusar as propostas do consumismo, da cobiça e da violência.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Naquele tempo, 10as multidões perguntavam a João: “Que devemos fazer?” 11João respondia: “Quem
tiver duas túnicas dê uma a quem não tem; e quem tiver comida faça o mesmo!” 12Foram também para o batismo cobradores de impostos e perguntaram a
João: “Mestre, que devemos fazer?” 13João respondeu: “Não cobreis mais do que
foi estabelecido”. 14Havia também soldados que perguntavam: “E nós, que devemos
fazer?” João respondia: “Não tomeis à força dinheiro de ninguém nem façais
falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!” 15O povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se
João não seria o Messias. 16Por isso, João declarou a
todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu
não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no
Espírito Santo e no fogo. 17Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e
recolher o trigo no celeiro; mas a palha, ele a queimará no fogo que não se
apaga”. 18E ainda de muitos outros
modos João anunciava ao povo a Boa-nova.
— Palavra da Salvação!
— Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO
EVANGELHO
“João declarou a todos: Eu vos
batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno
de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e
no fogo!”
Hoje, em pleno Advento, a Palavra
de Deus apresenta-nos o Santo Precursor de Jesus Cristo: S. João Baptista. Deus
Pai decidiu preparar a vinda, quer dizer, o Advento, de seu Filho na nossa
carne, nascido da Virgem Maria, «muitas vezes e de muitos modos», como diz o
início da Carta aos Hebreus (1,1). Os patriarcas, os profetas e os reis
prepararam a vinda de Jesus.Vejamos as suas duas genealogias, nos Evangelhos de
Mateus e Lucas. Ele é filho de Abraão e de David. Moisés, Isaías e Jeremias
anunciaram o seu Advento e descreveram os traços do seu mistério. Mas S. João
Baptista, como diz a liturgia (Prefácio da sua festa), pôde apontá-lo com o
dedo e coube-lhe - misteriosamente! - a honra de ministrar o Baptismo ao
Senhor. Foi a última testemunha antes da vinda. E foi-o com a sua vida, com a
sua morte e com a sua palavra. O seu nascimento também é anunciado, como o de
Jesus, e é preparado, segundo o Evangelho de Lucas (caps.1 e 2). E a sua morte
como mártir, vítima da debilidade de um rei e do ódio de uma mulher perversa,
também prepara a de Jesus. Por isso, recebeu o extraordinário louvor do
próprio Jesus que lemos nos Evangelhos de Mateus e de Lucas (cf. Mt 11,11; Lc
7,28): «entre os nascidos de mulher não veio ao mundo outro maior que João
Baptista. Mas o menor no Reino dos Céus é maior do que ele». E S. João Baptista
diante disto, que não pôde ignorar, é um modelo de humildade: «Eu não sou digno
de desatar as correias das suas sandálias» (Lc 3,16), diz-nos hoje. E, segundo
S. João (3,30): «Convém que ele cresça e eu diminua». Cristo vem
transformar o mundo numa terra de paz e de verdadeira alegria. Isaías o diz com
expressões vigorosas. Prevê os cegos recuperando a vista, os surdos recuperando
a audição, os paralíticos readquirindo os movimentos, e até os mortos
ressuscitando. E, particularmente precioso no meio de tudo isso, a Boa-nova
sendo anunciada aos pobres. Tudo isso está no Evangelho, no lugar onde Jesus
mostra aos discípulos de João Batista o que estava acontecendo ao redor dele.
Era a resposta concreta que dava a esses discípulos, que lhe vinham perguntar
se ele era o Messias ou se deviam esperar outro. Notemos
que as curas e as ressurreições anunciadas por Isaías são apenas sinais da
ampla transformação moral que a doutrina de Jesus, vivificada pela sua morte e
ressurreição, vinha realizar no mundo. A humanidade é como a terra árida do
deserto, onde brotam os espinhos do pecado e de toda a maldade. Sobre ela
cai a chuva do céu trazida por Jesus – gotejai, ó céus lá do alto, derramem as
nuvens a justiça, e o mundo se transforma. Tudo são flores de vida e de
virtude.Essa transformação não acontece de repente. Ela
pede de nós uma longa paciência. “Como a do agricultor que espera o precioso
fruto da terra, aguardando pacientemente as chuvas do outono e as da
primavera”.Há um belo provérbio europeu que diz que os
moinhos de Deus moem devagar. E é assim mesmo. Nós que
vivemos num mundo caracterizado pelo ritmo da velocidade, da eletrônica, da
informática, não sabemos mais descobrir como tudo o que se refere à vida, à
saúde, à educação, ao cultivo do espírito tem que ser feito com respeitosa
tranquilidade. Uma árvore não cresce de repente. Uma criança não se educa de repente.
Não se faz um santo de repente. E, para sermos bem práticos, não se reforça de
repente uma sociedade, sobretudo quando nela cresceram e se desenvolveram
longamente a corrupção e a irresponsabilidade. É preciso
um trabalho persistente e confiante, onde todos colaborem. Com seriedade, com
perseverança, com iluminada esperança.E temos que dizer que esse é o trabalho
que o Cristianismo se empenha em realizar ao longo dos séculos. E temos que
reconhecer, sem falso otimismo, que muita coisa melhorou no mundo. No
relacionamento das pessoas, na superação do radicalismo, no reconhecimento dos
valores de cada um, na capacidade de diálogo, inclusive diálogo entre as
nações, deixando cada vez mais para trás o recurso à guerra como único caminho
para se resolverem os conflitos, no respeito à própria natureza, crescendo
sempre mais a consciência de que é preciso defender os bens que são de todos,
como a água, o verde, e até o silêncio e a harmonia. E, se muita coisa continua
errada – como atestam os assaltos e as violências de todo tipo – é porque os
homens não estão aceitando a proclamação do Evangelho.É porque
nós, cristãos, não sabemos ser esse fermento na massa que modifica o mundo numa
santificadora levedação espiritual. Não sabemos ser essa luz que ilumina
pelo exemplo de sabedoria. Não sabemos ser o sal que tempera a sociedade com o
sabor do bem e da virtude. Temos que aprender de São João Batista a não sermos
caniços que o vento dobra, nem criaturas cheias de vaidade.Escutemos
hoje a sua palavra, que nos exorta a partilhar o que temos e a respeitar a
justiça e a dignidade de todos. Preparemo-nos assim para receber Aquele que vem
agora para nos salvar, e virá de novo para «julgar os vivos e os mortos».
“Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!”
Oração do dia
Ó Deus de bondade, que vedes o vosso povo esperando
fervoroso o natal do Senhor, daí chegarmos às alegrias da salvação e
celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene liturgia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
MOTIVAÇÕES PARA A
LITURGIA DIÁRIA E DOMINICAL:
A Liturgia Diária é
uma ótima ocasião para que se opere a conversão. A leitura da Liturgia Diária
forjou e moldou muitos Santos:
1)-Santo Agostinho
foi um deles. “Tolle et lege” (Toma e lê) foi a frase que o conduziu a ler um
trecho do Evangelho que mudou sua vida.
2)-O grande Santo
Antão, que deu origem à vida monástica, foi tocado pela graça ao ler a
parábola do moço rico no Evangelho.
3)- São Francesco
(Francisco) cujo nome é adotado depois de uma viagem à França, onde o menino teria
ficado cativado pela vida francesa, sua música, sua poesia e seu povo, seu pai
teria começado a chamá-lo de "francesco", que significa
"francês" em italiano. Também, como Santo Antão,a passagem do jovem
rico é tão significativa que inspirou também São Francisco de Assis a elaborar
sua Regra de Vida baseada no desapego aos bens e o amor aos pobres: “Se
queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro
no céu. Depois, vem e segue-me”. (Mt 19, 21).
4)-Também para Santo
Inácio de Loyola a ocasião escolhida por Deus para sua mudança de vida foi a
leitura de consagrados livros Cristãos. Gravemente ferido na batalha de
Pamplona (20 de Maio de 1521), passou meses inválido, no castelo de seu pai. Durante
o longo período de recuperação, Inácio procura ler livros para passar o tempo,
e começa a ler a "Vita Christi", de Rodolfo da Saxônia, e a Legenda
Áurea, sobre a vida dos santos, de Jacopo de Varazze, monge cisterciense que
comparava o serviço de Deus com uma ordem cavalheiresca.A partir destas
leituras, tornou-se empolgado com a ideia de uma vida dedicada a Deus, emulando
os feitos heroicos de Francisco de Assis e outros líderes religiosos. Decidiu
devotar a sua vida à conversão dos infiéis na Terra Santa.
Os Santos recomendam
com empenho a Liturgia Diária:
1)-São Bernardo: “A leitura espiritual nos prepara para a oração e a
prática das virtudes. Leitura e Oração são as armas com as quais se vence o demônio
e se conquista o céu”.
2)-São Cipriano: “Permanece na oração e na leitura: desse modo conversarás
com Deus e Deus estará contigo”.
3)-Santo Afonso de Ligório: “Quantos Santos
abandonaram o mundo e se deram a Deus por meio da leitura espiritual!”
4)-São Gregório Magno, Papa: “Eu
te rogo: empenha-te em meditar cada dia as palavras do teu Criador. Assim aprenderás a conhecer
o coração de Deus através das palavras de Deus”.
A Liturgia Diária
ajuda-nos a compreender e amar a Liturgia Católica:
O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a
liturgia é participação na oração de Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo.
Nela, toda a oração cristã encontra a sua fonte e o seu termo. Pela
liturgia, o homem interior lança raízes e alicerça-se no «grande amor com que o
Pai nos amou» (Ef 2, 4).
A Liturgia Diária
prepara nossa alma para recebermos o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus
Cristo
Na Liturgia Diária, as orações e as leituras da Palavra de Deus são
ocasião para alimentar a nossa fé. Em cada leitura Deus fala a seu povo e o
alimenta.Por esse modo a Santa Igreja prepara o coração
dos fiéis para poder receber o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, na
Sagrada Comunhão.Na Liturgia da Palavra o fiel ouve com atenção as leituras da
Bíblia que são uma carta escrita por Deus para cada um de nós.Na
Liturgia Eucarística somos preparados para receber o Pão dos Anjos, que
transformará nossa vida, e como Elias nos dar força para continuar a caminhada
alimentados por este pão (I Reis 19,4-10).
Como viver de forma
prática a Liturgia Diária?
Este é um método de leitura orante da Palavra de
Deus, da Liturgia Diária, praticado e ensinado pelos Padres da Igreja desde os
seus primeiros séculos. Foi batizada com esse nome por Orígenes no séc. III, e
generalizou-se nos séculos IV e V como maneira predominante de ler a bíblia. Esta
pode ser feita diariamente, por exemplo, meditando o Evangelho proposto pela liturgia
diária da Santa Missa.
Após suplicar a luz
do Espírito Santo, o método se desenvolve em 4 passos:
1)-Leitura: o que a Palavra diz
em si?
2)-Meditação: o que a Palavra diz
para mim; o que ela me ensina, me revela, como ela me forma, como a vejo em
minha vida;
3)-Oração: Qual minha resposta a palavra de
Deus?
4)-Contemplação: O que a palavra de
Deus fez em mim? O que devo mudar concretamente em minha vida, que postura devo
tomar; o que me proponho a viver doravante durante a minha vida?O fruto dessa nova dinâmica de vida ao ritmo da Palavra é uma
transformação real e concreta que nos elevará em fé, esperança e caridade, além
disso, nos proporcionará uma vida junto de Deus mais constante e digna de Seu
amor.Por último, convido a que nos empenhemos neste caminho. Com a Sua
graça já provaremos aqui nesta terra das riquezas do céu!
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