Thomas
Merton (Prades, 31 de janeiro de 1915 – Bangcoc, 10 de dezembro de 1968) foi um
escritor católico do século XX. Monge trapista da Abadia de Gethsemani, Kentucky,
ele foi um poeta, ativista social e estudioso de religiões comparadas. Escreveu
mais de setenta livros, a maioria sobre espiritualidade. Dentre as principais características de Thomas Merton pode-se
citar sua defesa do pacifismo e do ecumenismo. No Brasil Thomas Merton
tinha vários amigos e publicou um grande número de livros. Muitas são as pessoas, leigas ou religiosas, que consideram
as leituras de seus livros marcos importantes das suas vidas espirituais. Foram
lançados mais de 40 livros em português, graças ao envolvimento de intelectuais
– como Alceu Amoroso Lima – e de monjas e monges beneditinos – como Dom Basílio
Penido, Dom Timóteo Amoroso Anastácio, Dom Estêvão Bettencourt, e principalmente, da irmã Maria Emmanuel de
Souza e Silva. Merton se correspondeu com outros brasileiros como Alceu Amoroso
Lima, Dom Hélder Câmara, abades beneditinos, religiosas e religiosos e simples
leitores, ao longo de sua vida. Ele também se interessava por vários autores
brasileiros - em especial pelos poetas Manuel Bandeira e Jorge de Lima. Em
junho de 1938, Merton foi convidado por seu amigo Seymour Freedgood para uma
reunião com Mahanambrata Brahmachari, um monge hindu radicado em Chicago, que
visitava Nova Iorque. Na ocasião, Merton foi
aconselhado a encontrar conexão com suas próprias raízes e tradições
espirituais, e lhe foi sugerida a leitura de "Confissões" de Santo
Agostinho e de "A Imitação de Cristo". Em agosto, Merton
decidiu assistir a uma missa, a partir desse momento começou a ler muitos
escritos católicos. Em setembro, Merton começou a ler
um livro sobre a conversão de Gerard Manley Hopkins, e decidiu se tornar padre.
Em 16 de novembro foi batizado e recebeu sua primeira comunhão. Em 1939,
fez estudos sobre Tomás de Aquino, orientado por Daniel Walsh, e foi
apresentado à Jacques Maritain em uma palestra sobre a Ação Católica. Em outubro de 1939, debateu com Daniel Walsh sobre seu
projeto de se tornar um sacerdote e sobre qual congregação religiosas seria
mais adequada para Merton. Nesse contexto foi considerada a possibilidade de
Merton ingressar na Companhia de Jesus, tornar-se franciscano ou um monge
cisterciense. Em um primeiro momento, entrou em contato com os franciscanos,
mas avaliou-se que aquela não seria a escolha mais acertada. Na Semana Santa de
abril de 1941, Merton participou de um retiro na Abadia de Nossa Senhora de
Gethsemani, perto Bardstown (Kentucky). Em 10 de dezembro de 1941 Thomas Merton
retornou à Abadia de Nossa Senhora de Gethsemani, para pedir aceitação na Ordem
de Cister, onde foi aceito como postulante pelo abade, Dom Frederic Dunne. Em
março de 1942, durante o primeiro domingo da quaresma, Merton foi aceito como
noviço no mosteiro.
THOMAS MERTON
E A CRISE DE FÉ
Depois de
ter passado sua vida espiritual em busca de uma união mística com Deus, os ensinamentos de Thomas Merton de pensamento e meditação contemplativa
permanecem relevantes mais de quarenta anos após sua morte. Entre os muitos assuntos abordados este autor prolífico durante sua
vida, Merton dedicada uma atenção especial à crise de fé que ele sentiu e que
acontecera com a geração em que ele estava vivendo.Tendo escrito abertamente sobre o período de sua vida em que ele
experimentou uma distância de Deus em sua autobiografia "The Seven Storey
Mountain," Thomas Merton acreditava que ele sabia muito bem o que causou
este tipo de crise. Foi, de fato, própria crise de
Merton de fé, que o obrigou a uma jornada fora da tradição cristã, a fim de
redescobrir a união mística com Deus a qual pensou que tinha sido perdido para
ele. Thomas Merton entendido que, a fim de tratar uma doença, é preciso
atacar a causa raiz. Em
um esforço para identificar esta causa, Merton olhou para a condição humana.
Foi aqui que ele viu a doença que foi a perda da união mística com Deus
manifestar-se em uma variedade de maneiras diferentes. Merton concluiu que era devido
aos vários obstáculos que enfrentam a pessoa moderna que o contemplativo de sua época foi, cada vez
mais, perdendo a capacidade de união com Deus.
Um dos principais culpados que desviou o crente de
Deus de acordo com Thomas Merton foi a época do materialismo!
Merton confidencia
que sentiu e resultou em uma perda de unidade com o mundo, tornando a união
mística com Deus quase impossível. Para remediar
esta situação, Merton sugeriu que não importa o que fé individual, uma pessoa
pode ter, eles fariam bem em não fechar as suas mentes para os ensinamentos dos
grandes pensadores espirituais e contemplativos, Cristãos ou não.De acordo com
Thomas Merton, resolver esta crise de fé seria mais difícil do que simplesmente
mergulhar no estudo religioso. Merton acreditava que ao não conseguir uma união
com Deus, a humanidade era o seu próprio pior inimigo. A fim de deixar de estar em desacordo consigo mesmo, Thomas Merton
acreditava que uma pessoa deve rejeitar as tentações da era tecnológica e
materialista.
Como um mestre espiritual, Merton entendeu que era sua responsabilidade
de manter a tradição contemplativa viva e orientar aqueles que tinham perdido sua
espiritualidade volta a um relacionamento com Deus!
Na
tentativa de alcançar este objetivo, Merton apontou que era as distrações da idade moderna que impediu os
fiéis de alcançar a relação mística com Deus. Quando os seres humanos poderem acalmar o mundo externo ao seu redor, eles irão adquirir a capacidade para o pensamento contemplativo
necessário, e compreender que Deus mais que um Ser, mas uma Presença
infinita e viva dentro de cada indivíduo, como já dizia Santo Agostinho em suas
Confissões, que procurava fora, o que
estava dentro e por isto tão tardiamente amou esta beleza tão nova e tão velha.
Por meio de sua eloquente experiência, Thomas Merton foi capaz de falar
com os males e problemas daqueles que estavam enfrentando crise espiritual, com uma paixão e clareza raramente visto em mestres espirituais.
Uma das maneiras em que Merton
acreditava que as pessoas perderam a capacidade de formar uma união mística com
Deus estava em ser
ou transparecer serem algo diferente do que eles realmente eram!
Era a
afirmação de Merton que dentro de cada indivíduo existiam
dois seres completamente separados, um dos quais uma pessoa queria ser, mas não
podia, porque não foi revelado plenamente por Deus. Portanto, era necessário
encontrar e destruir esse outro falso eu que estava no centro e restaurar o
relacionamento entre o crente e Deus. A fim de fazer isso, Merton salientou a
importância do pensamento contemplativo, que assumiu como missão preparar
aqueles que estavam dispostos para esta comunicação com Deus. Para redescobrir o verdadeiro eu, Thomas
Merton insistiu que o crente deve resistir à tentação de se entregar à
tentação, por mais forte que ela seja. Para Merton, a oposição que faz afastar-nos de uma união mística com
Deus só podia ser combatida com a oração contemplativa, que trabalha para
imergir o participante no amor que é um relacionamento com Deus. Desta forma, os crentes podem pôr fim aos
obstáculos que estão impedindo-os de conhecer a Deus, abraçando o silêncio e a
quietude que é propício para permitir que Deus entre em suas vidas e nos capacite a resiliência.
ORAÇÃO
DE THOMAS MERTON PARA O REEQUILÍBRIO E CONFIANÇA EM DEUS:
"Senhor, meu Deus, não
imagino sequer para onde vou, não vejo o caminho que se abre a minha frente. Não posso saber com certeza onde terminará. Tão pouco me
conheço realmente a mim mesmo, e o fato de pensar que estou a cumprir a Tua
vontade, não significa que estou a cumpri-la realmente. Creio, porém, que o
desejo de Te agradar te agrade mesmo. Espero manter este desejo em tudo o que
fizer e nunca fazer coisa alguma que se afaste deste desejo. Sei que,
assim procedendo, me conduzirás pelo caminho reto, mesmo quando acontecer que o
não saiba. Por isso confiarei sempre em Ti, mesmo que
pareça andar perdido entre sombras de morte. Nada temerei, pois comigo estarás
sempre e jamais me abandonarás diante do perigo."
Bibliografia:
-Merton
Vade Mecum: A Quick-Reference
Bibliographic Handbook, Patricia A. Burton. (Thomas Merton Foundation
Publications), 2001.
-About
Merton Secondary Sources 1945-2000: A
Bibliographic Workbook. Compilado por Patricia A. Burton, Marquita Breit e Paul
M. Pearson. (Thomas Merton Foundation Publications), 2002.
-The
Thomas Merton Encyclopedia. Editada por
William H. Shannon, Christine Bochen and Patrick O'Connell. (Orbis Books),
2002. Brochura.
-Mística
e Compaixão: A teologia do seguimento de
Jesus em Thomas Merton (Paulinas, 2008) Getulio Antonio Bertelli
-Oração
pela Vida: O compromisso contemplativo
de Thomas Merton (Agir, 1979) Henri J. M. Nouwen. tradução de Rene Bucks e
Alzira Maria Ribeiro Araujo
-Thomas
Merton – o apóstolo da compaixão
(T.A. Queiroz, 1984) J.C. Ismael
-Thomas
Merton - o homem que aprendeu a ser
feliz (Vozes, 1997) Ir.Maria Emmanuel de Souza e Silva.
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