1 João 5,19: "O mundo inteiro
jaz sob o Maligno"
O mundo inteiro! Claro que não é um domínio absoluto, mas de liberdade e permissão! Temos aqui a menção do sistema mundano. A Bíblia nos
diz que o diabo é o deus deste século. “nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos…”
(2Cor 4, 4). João tem em vista aqui a
sociedade [sem Deus] dominada pelo diabo e pelo pecado. É uma constatação. Todo
o nosso mundo, quando não tem Deus como guia, está entregue nas mãos do diabo e
sob o domínio de seu mal.
-Jaz: Essa expressão significa estar sob o poder do mal, ser mantido em
submissão pelo diabo. Indica “alguém” que aceita o domínio do mal e o aprova.
-No Maligno: Aqui temos uma menção clara ao diabo e ao mal. Note que no versículo o
termo “Maligno” é grafado com a primeira letra em maiúscula, apontando para o
representante de todo mal, o diabo. Ele é mencionado como o “deus” que domina a
sociedade mundana.
Juntando toda a expressão, e considerando o contexto, podemos observar que essa expressão significa que o sistema mundano [sem Deus] jaz, ou seja, está sob o poder do diabo, está submisso a Ele e ao seu mal. Sem Deus, o mundo está aberto à ação do Maligno, principalmente, através das tentações que levam as pessoas a optarem pela via da morte. (Tg 1, 15). Somente voltando-se para Deus pode-se quebrar esse domínio do Maligno, como vemos no versículo anterior: “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca.” (1Jo 5. 18). O contrário da benção é a maldição! Uma anula a outra não por questão de poder, mas pela liberdade com a qual optamos em ficar sob seu domínio! Abençoamos os alimentos porque são frutos da providencia de Deus (I Cor 4,7) e não sabemos de sua procedência. Você prefere a benção ou a maldição? Podemos saber a procedência e a idoneidade de todos os objetos que possuímos? Todos nossos moveis e objetos quando foram confeccionados tem como saber se foram abençoados ou amaldiçoados? Foram consagrados a Deus ou a entidades? A benção quando feita com fé, corta todas as maldições possíveis lançadas sobre pessoas, famílias, casas e objetos. Porém, a benção é algo sagrado (no Antigo Testamento a benção sobre pessoas só era dada uma vez na vida: Genesis 27,1-4), portanto, não se pode impor a benção se ela não for desejada e pedida em uma casa, ou família, pois já diz o próprio Cristo em Mateus 7,6:“Não deis aos cães as coisas santas, nem deis aos porcos as vossas pérolas, para que não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem”
Bênção para objetos: por que pedi-la a um
sacerdote?
Padre
explica: "Peça que um sacerdote os abençoe! Não para ter um amuleto, mas
para ser um sinal da bênção de Deus na sua vida"- Via rede social, o pe.
Gabriel Vila Verde explicou qual é o sentido verdadeiro de se pedir a bênção de
um padre para objetos devocionais.
Das frases que mais ouço, se destaca a seguinte: “Padre, abençoe isso aqui para mim”! Quando vejo, é um
objeto de devoção na mão da pessoa. Mas por que pedir a bênção para objetos?
Para
que a graça de Deus seja manifestada através daquele sinal. Quando as pessoas
levavam objetos para o Padre Pio benzer, ele dizia: “esse aqui não precisa, já
foi abençoado”. Maria Milza, quando tocava num objeto bento sem saber, ela
dizia: “esse aqui tem muita indulgência”. A beata Ana
Catarina Emerich, quando tocava em objetos abençoados, entrava em êxtase e
tinha visões místicas.Nos exorcismos, os demônios começam a gritar quando
entram em contato com a água benta ou com os terços e medalhas abençoados. O
Padre Cícero de Juazeiro libertou uma menina possuída, abençoando uma medalha e
mandando colocá-la em seu pescoço.Portanto, se você tiver objetos de
devoção que ainda não foram bentos, peça a um sacerdote que faça isso. Não para ter um amuleto ou uma superstição, mas para ser um
sinal da bênção de Deus na sua vida. Assim como um objeto amaldiçoado pode
trazer negatividade, um objeto bento (usado com fé e piedade) concede a
proteção divina.
Padre Gabriel Vila Verde
O que dizer das imagens sacras e objetos abençoados
que muitas pessoas têm?
As
imagens de Jesus, de Maria, dos santos ou dos arcanjos e os objetos abençoados
– como por exemplo os crucifixos, os escapulários, as medalhas – são de grande
ajuda e proteção contra o Maligno. Estes, devem ser usados com fé e devoção,
associados a uma oração sincera e profunda a Deus e na confiança à Providência.
Ressalto que os objetos não devem ser levados como
talismã ou amuleto da sorte. Isso seria caracterizado como magia, que se opõe
fortemente à fé. A Medalha milagrosa retrata Maria com a escritura: “Ó Maria,
concebida sem pecado, ora por nós que recorremos a vós”. Exatamente
assim, em 1831, a Virgem aparecia para Caterina Labouré em Rue du Bac, Paris.
Do outro lado tem um grande “M”, que significa “Maria”, e os dois corações de
Jesus e Maria; que significam – como foi revelado em 1917 em Fátima – que a
vontade de Deus é que a Mãe e o Filho intercedam juntos.
Estes objetos são abençoados preventivamente?
Certamente! Mas também aqui o sentido da benção não é aquele de conferir ao objeto uma
proteção mágica, quase de “superpoderes”. Trata-se, como diz a oração de benção
pronunciada pelo sacerdote no momento da benção, de pedir a Deus a graça de
aumentar a virtude na nossa vida cotidiana e de ter a proteção e a intercessão
da pessoa representada ou invocada no objeto. Surpreendo-me sempre quando – nos
carros, nos lugares públicos ou nas casas privadas – vejo uma imagem sacra e
uma ferradura de ferro próxima. O que tem a ver um com o outro?
Lembra de um caso particular?
Sim,
me chamaram uma vez para abençoar uma casa porque as pessoas que moravam ali
viam presenças estranhas nos lugares. Entrei, porém, e
não vi imagens sacras nas paredes. Sabe o que tinha na porta de entrada? Um
grande chifre vermelho, fiquei muito bravo naquela ocasião e repreendi as
pessoas que me haviam chamado. “Mas como – disse – buscar proteção do mal se
vocês penduram na porta um amuleto? Não sabem que, como sinal de
superstição, estes são objetos maléficos?”.
Por Stefano Stimamiglio - Aleteia.org
*Objetos que Trazem Bênção e Maldição! Um Estudo
sobre o Uso de Objetos e a Fé
Um
assunto que tem provocado muita polêmica em nossos dias é o ensino a respeito da “batalha espiritual” e suas armas neste combate,
entre elas os livros e objetos que podem trazer bênçãos, ou maldições à aqueles
que os tocam ou possuem. Nesse pequeno artigo, procuro compreender esse
ensino e oferecer uma avaliação.
Objetos que Trazem Bênção!?
Nos
cerimoniais e cultos de muitas igrejas, objetos variados são ungidos com óleo consagrado, abençoados com palavras e
acompanhadas pelo sinal da cruz, ou benzidos com
água benta, com o objetivo de trazerem proteção espiritual aos seus
usuários. Os mais comuns são a água fluidificada (colocada sobre o rádio ou TV
durante a oração do "homem de Deus"), a rosa ungida, ramos de arruda,
sal grosso, óleo, água, vinho, pedrinhas trazidos da "terra santa"
(Israel), fitinhas, pulseiras, lenços, imagens, chaves de carro, casas, etc. Embora os líderes dessas igrejas insistam em esclarecer que
esses objetos abençoados funcionam apenas como apoio para a fé dos crentes, ao
fim, acabam sendo usados como talismãs, fetiches e outros objetos
"carregados" de poder espiritual.A água pode ser bebida em
casa, após a oração de consagração. O "cajado de Moisés" deve ser
usado para bater naquilo que o crente gostaria de ter (um carro novo, por
exemplo). Lenços ungidos, ou fitinhas, devem ser carregados junto ao corpo por
determinado tempo, geralmente durante o tempo de uma corrente de oração.(1)
Muitas vezes objetos são "abençoados"
nessas igrejas com o objetivo de espantarem e expelirem demônios!
A
idéia que está por detrás desse uso religioso de artigos e objetos é o de que
as entidades espirituais (anjos rebeldes e decaidos) podem
ser atingidas através dos sentidos como cheiros, cores, gosto e vozes. Nesse
ponto os cristãos do primeiro século se afastaram significativamente das
práticas exorcistas do Judaísmo da sua época, que foram desenvolvidos no
período intertestamentário. Os métodos rabínicos de tratar com demônios
incluía o uso de tochas de fogo à noite, amuletos, filactérios,(2) fórmulas
prontas, fumigações, entre outros. A idéia era que essas coisas teriam em si
algum tipo de poder contra os demônios.(3) No
cristianismo primitivo, entretanto, a idéia de que demônios pudessem ser
atingidos através de sons, cheiros ou coisas materiais e tangíveis, está
ausente na forma explícita nos evangelhos e cartas canônicas. É importante
dizer que não duvido da sinceridade e da boa-fé dos que empregam esses objetos.
Entretanto, podemos estar sinceramente enganados no que diz respeito ao culto a
Deus, como os judeus na época de Paulo (Rm 10,1-2).
Entendendo o uso de objetos na Bíblia
Salta
aos olhos de quem conhece as práticas religiosas populares que o uso de objetos ungidos pelas igrejas de libertação, é
bastante semelhante ao benzimento de objetos no baixo espiritismo, bruxarias e no
ocultismo em geral. Entretanto, essas igrejas argumentam que a prática
tem base na Bíblia. Provavelmente a passagem bíblica mais citada é Atos 19,12, onde se relata o uso dos aventais e lenços do
apóstolo Paulo para expulsar demônios em Éfeso. É preciso salientar,
entretanto, que esse acontecimento é o único do gênero que temos registrado no
Novo Testamento, ou seja, fez parte dos "milagres extraordinários"
que o Senhor realizou em Éfeso pelas mãos de Paulo (At 19,11). Devemos interpretar essa passagem da mesma forma como
interpretamos os relatos do Antigo Testamento sobre o cajado de Moisés (Ex
8,5-16) e o manto de Elias (2 Re 2,8-14). Esses objetos foram veículos
materiais do poder miraculoso desses homens. O propósito das narrativas acerca
do poder que havia neles foi mostrar o extraordinário poder de Deus nas vidas
dos seus possuidores, comprovando que a sua mensagem vinha realmente da parte
de Javé. O ponto é que esse poder era tão grande que até as coisas com
as quais Moisés e Elias tinham contato diário se tornavam canais através dos
quais algo da parte de Deus era transmitido.
Além
dessas ocorrências no Antigo Testamento mencionadas acima, outros eventos são
citados como justificativa para o uso de objetos como veículos do poder divino:
-Moisés
fez uma serpente de bronze (Nm 21.9).
-Eliseu
usou um prato novo com sal para miraculosamente sanar as águas de Jericó (2 Re
2.19-22).
-Um
pouco de farinha para purificar uma comida envenenada (2 Re 4,38-41),
-Um
pau para fazer flutuar um machado que caiu no rio (2 Re 6.1-7).
-Sob
seu comando, as águas do Jordão serviram para curar a lepra de Naamã (2 Re
5.1-14).
-Seu
bordão parece que era usado para realizar milagres (2 Re 4,29)
-E
seus ossos ressuscitaram um morto (2 Re 13.20-21).
-O
profeta Isaías usou uma pasta de figos para curar Ezequias (2 Re 20.7).
Alguns eventos narrados no Novo Testamento são
também citados como provas cabais:
-As
vestes de Jesus tinham poder curador. Não somente a mulher com um fluxo de
sangue foi curada ao tocá-las (Lc 8.43-46), mas muitas outras pessoas doentes
(Mt 14.36; Mc 6.56; cf. Lc 6.19).
-Em
pelo menos duas ocasiões, Jesus usou saliva para curar cegos (Mc 8.22-26; Jo
9.6-7),
-E
em outra, para curar um mudo (Mc 7.33).
-Aparentemente,
a sombra de Pedro, após o Pentecostes em Jerusalém, acabava por curar a quem
atingisse (At 5.15).
Devemos entender, entretanto, qual o objetivo
dessas narrativas? Em todas elas, o conceito é sempre o mesmo:
Jesus
e os apóstolos eram tão cheios do poder de Deus que as
coisas com as quais tinham contato íntimo se tornavam como que extensões deles,
para curar e abençoar as pessoas. O objetivo é idêntico: enfatizar a enormidade
do poder de Deus em suas vidas, e assim, atestar que a mensagem pregada por
eles, bem como pelos profetas do Antigo Testamento, vinha de Deus! A
prova era os poderes miraculosos tão extraordinários que até mesmo vestes,
bordões, ossos, saliva, sombra e lenços desses homens transmitiam o poder
curador de Deus que neles havia. É dessa forma que devemos entender o relato de
Atos 19 sobre o poder curador dos lenços e aventais de Paulo. Evidentemente,
essas passagens não servem como prova de que, hoje, as igrejas poçam abençoar
objetos e usá-los para expelir demônios, proteger seus possuidores contra forças
negativas e curar moléstias!
Notemos as principais diferenças entre o uso destes
objetos nos relatos bíblicos e o uso que é feito hoje pelas igrejas de
libertação:
1.
Foram usados contextualmente, como símbolos – Em vários casos, o papel de
objetos na execução dos milagres bíblicos é melhor entendido como tendo sido
simbólico. De alguma forma estavam relacionados à
natureza do milagre: uma serpente de bronze para curar mordeduras de serpentes,
um pedaço de pau para fazer um machado flutuar, sal e farinha para purificar
águas e comida (os dois elementos eram usados nos sacrifícios), ossos
para trazer vida e água do Jordão para "limpar" a lepra. Nas igrejas
de libertação, muito embora se diga que os objetos funcionam simbolicamente
como apoio para a fé, acabam sendo aceitos pelos fiéis menos avisados como possuindo em si mesmos alguma virtude ou poder, e
muitos ficam decepcionados e caem em descrédito, por nada conseguirem com estes
objetos.
2. A
natureza dos milagres em que foram empregados – Os objetos fizeram parte de
milagres que não vemos serem repetidos hoje. A melhor maneira de provar que o
uso de objetos ungidos hoje opera a mesma liberação do poder divino como nos
eventos relatados na Bíblia, seria abrir rios, ressuscitar mortos, curar
leprosos, cegos e aleijados, sanear águas amargas e limpar comidas envenenadas
usando objetos pessoais dos missionários e obreiros dessas igrejas. Entretanto, os "milagres" efetuados pelos objetos
ungidos nas igreja de libertação nem de perto se assemelham aos prodígios
extraordinários narrados nas Escrituras.
3.
Seu uso limitou-se ao momento contextual do milagre – Nenhum
dos objetos empregados na Bíblia preservaram algum "poder" em si
mesmos após o milagre ter ocorrido. A serpente de bronze, até onde
sabemos, não foi mais usada para curar mordidas de serpentes após o incidente
no deserto, muito embora os judeus supersticiosos passassem a adorá-la como a
um deus. É natural supor que Eliseu, após usar o manto
de Elias para abrir as águas, usou-o normalmente como peça do seu vestuário,
sem que o mesmo exercesse qualquer poder mágico nas coisas em que tocava. O
sal, a farinha e o pedaço de pau que ele usou para fazer milagres foram tirados
da vida normal e retornaram a ela após seu uso. Não retiveram qualquer
propriedade miraculosa em si mesmos. Semelhantemente, os lenços e aventais de
Paulo tiveram um uso especial somente em Éfeso, e provavelmente somente durante
um determinado período, ao longo dos três anos que o apóstolo passou ali. Em contraste, as igrejas da libertação ungem e abençoam
objetos e atribuem a eles efeitos que permanecem muito tempo após a cerimônia.
É algo bem diferente do uso ocasional feito pelos profetas e apóstolos.
4.
Os objetos estavam ligados à pessoa dos homens de Deus – Alguns dos objetos
usados eram coisas pessoais dos homens de Deus, como a capa de Elias, o bordão
de Eliseu, as vestes de Jesus, os lenços e aventais de Paulo e, num certo
sentido, a sombra de Pedro. Eles só foram empregados por isso. O alvo era mostrar o extraordinário poder de Deus sobre tais
homens. Quando refletimos no fato de que somente coisas pessoais dos profetas,
do Senhor Jesus e dos apóstolos foram usadas, perguntamo-nos se nossos objetos
pessoais teriam o mesmo poder. A resposta humilde deve ser "não". Os
profetas, o Senhor e os apóstolos foram pessoas especiais e pertenceram a uma
época especial e única dentro da história da revelação. A suspeita de que
nossos objetos pessoais são impotentes para realizar milagres fica ainda mais
fortalecida quando não descobrimos nas Escrituras qualquer exemplo de coisas
dos crentes comuns, posteriores a esses eventos bíblicos, sendo usadas com esse
mesmo fim, a não ser na religiosidade popular(4)
5.
Nenhum dos objetos empregados foi ungido ou abençoado – Essa é uma diferença
fundamental. Nas igrejas de libertação, os objetos são
ungidos, abençoados, fluidificados e consagrados através da oração e da
imposição de mãos dos padres, pastores e diáconos, depois do que, passam
supostamente a ter poderes especiais. No entanto, em nenhum dos casos
mencionados nas Escrituras, os objetos empregados nos milagres passaram, antes,
por uma cerimônia de consagração. A Bíblia desconhece
totalmente a "unção" de coisas com o fim de serem empregadas em atos
miraculosos, para atrair as bênção de Deus, ou ainda, para expelir demônios e
doenças. É verdade que no Antigo Testamento alguns objetos, utensílios e
mobília do tabernáculo, e depois, do templo, foram ungidos com sangue e óleo. Mas o propósito não era investir essas coisas de poderes
especiais, e sim separá-las do seu uso comum para o uso sagrado nos rituais de
sacrifício. Eliseu não ungiu nem consagrou, pela oração, o sal, a farinha e o
pedaço de árvore que usou para operar milagres. Nem Isaías ungiu a pasta de
figo para curar a úlcera de Ezequias. Nem mesmo a serpente de bronze passou por
uma consagração, antes de ser erigida diante do povo envenenado pelas
serpentes. Os lenços e aventais de Paulo não passaram pela imposição de
mãos do apóstolo antes de serem levados aos doentes e endemoninhados. O que dava "poder" àqueles objetos era o fato de
que pertenciam, ou foram manipulados, por pessoas sobre quem o poder de Deus
repousava de forma extraordinária.
A conclusão inequívoca, é que não existe qualquer fundamento bíblico para que hoje, unjamos
e abençoemos objetos com o mesmo propósito de transmitir, através deles,
uma medida do poder de Deus!
Mais
uma vez repito: creio que Deus faz e deseja ainda fazer milagres hoje! Creio que Ele poderia usar o que quisesse para fazer isso.
Entretanto, creio também que Deus nos revela em Sua Palavra os seus caminhos e
seus meios de agir, para que não sejamos iludidos pelo erro religioso. E se
vamos usar as Escrituras como regra da nossa prática, bem como critério para
discernirmos a verdade do erro, acabaremos por rejeitar a idéia de que, pela
oração e unção, determinados objetos repassam uma bênção de Deus aos seus
possuidores.
E sobre os objetos que Trazem Maldição?
Tratemos
agora de outro ensino ainda relacionado com o uso de objetos no campo
religioso. Segundo adeptos do movimento de
"batalha espiritual", objetos utilizados em qualquer forma de magia,
ocultismo ou religião idólatra ficam impregnados de emanações malignas, como se
demônios de fato residissem nos mesmos. Para
usar a linguagem de alguns do movimento, esses objetos estariam
"demonizados". Esse conceito é similar ao praticado na magia
(energizado, ou fluidificado). Objetos magicamente
"carregados" são considerados como transmissores do poder da mágica
que representam, e afetam aos que os tocam. Portanto,
caso um cristão venha a ter em sua casa, escritório ou local de trabalho,
qualquer um desses objetos, estará dando ocasião para que os demônios (as
verdadeiras entidades espirituais associadas com esses objetos) prejudiquem sua
vida material e espiritual. A idéia é que objetos como ídolos, imagens,
esculturas, quadros e fotos se tornam pontos de contato para os demônios, que
sempre estão procurando materializar-se através de alguma coisa e assim
atormentar os homens.(5) Admitir tais coisas dentro de
casa, seria convidar os demônios a entrar e nos atormentar. Nas palavra de
Jorge Linhares,Não basta que abençoemos os nossos bens, nossos pertences.
precisamos verificar se não temos permitido adentrar em nosso lar objetos que
são por natureza amaldiçoados – objetos que temos de lançar fora e de
preferência, queimar ou destruir.(6)
Uma outra coisa que segundo o pensamento da
"batalha espiritual" permite a entrada de
demônios na vida da pessoa é o ingerir comidas "trabalhadas"
em centros de umbanda!
Num
capítulo entitulado "Como os demônios se apoderam das pessoas", do
livro Orixás, Caboclos & Guias, Edir Macedo inclui comidas sacrificadas a
ídolos como um desses meios. Ele conta o caso de um homem que ingeriu uma
comida "trabalhada" e foi atacado por um espírito maligno que o fazia
sofrer do estômago. Ele conclui dizendo, "Todas as
pessoas que se alimentam dos pratos vendidos pelas famosas ‘baianas’ estão
sujeitas, mais cedo ou mais tarde a sofrer do estômago."(7). Mark
Bubeck, que ficou conhecido no Brasil por seu livro O Adversário, escreveu
recentemente um outro livro sobre como podemos criar nossos filhos em meio aos
constantes ataques que os demônios fazem ao nosso lar. Ao
fim do livro, Bubeck adicionou um apêndice, contendo questionários cujas
perguntas procuram levar os leitores a descobrir as portas pelas quais têm
permitido aos demônios entrarem no lar e atacar os filhos. Uma das portas é a
presença em casa de objetos amaldiçoados, como amuletos, fetiches e talismãs,
livros sobre ocultismo, bruxaria, astrologia, mágica, adivinhação, e utensílios
ou objetos usados em templos pagãos, rituais de feitiçaria, ou ainda na prática
da adivinhação, mágica ou espiritismo. A sugestão de Bubeck é que a
presença dessas coisas no lar permite aos demônios que penetrem na casa e
atormentem os filhos.(8)
Uso de objetos no paganismo
A
lista de Bubeck é bem modesta. Os objetos considerados "amaldiçoados"
por muitos cristãos são via de regra aqueles usados nas religiões
afro-brasileiras, nas práticas ocultas e no catolicismo popular. Nas religiões populares que empregam artes mágicas e práticas
ocultas, objetos religiosos desempenham importante papel no culto e na fé dos
participantes. São usados, por exemplo, em despachos e trabalhos feitos
pelos pais-de-santos da umbanda. Objetos como o sal grosso, a rosa ungida, a
água fluidificada, fitas e pulseiras especiais (como a do chamado
"Senhor" do Bonfim) e ramos de arruda são bastante populares. Ainda
podemos incluir talismãs e amuletos do tipo "pé-de-coelho". Para não mencionar ainda os fetiches usados na magia e no
candomblé, as relíquias e imagens do catolicismo popular. Na feitiçaria, velas
coloridas são usadas para evocar vibrações energéticas das cores e promover
transformações pessoais. Amuletos são empregados na proteção contra maus
espíritos. Ainda são usados óleos especiais, incensos, cremes, pó, cristais,
pirâmides, pêndulos, pulseiras, brincos e pendentes, colares contendo saquinhos
com fórmulas mágicas e encantamentos, e muito mais. As gárgulas (imagens de
animais grotescos) são freqüentemente associadas com demônios.(11) Esses
objetos são ungidos, benzidos, abençoados, purificados, fluidificados com o
objetivo de passar ao seu possuidor alguma espécie de poder ou proteção. Ou
ainda, são usados em rituais de magia associados com encantamentos, feitiços,
despachos e trabalhos espirituais em geral. Em alguns
casos, esses objetos são associados com os nomes das entidades espirituais aos
quais são dedicados.(12)
Maldições trazidas por objetos consagrados a
demônios
Como
dissemos acima, para os aderentes do movimento de batalha espiritual a
ingestão, a posse e mesmo o contato com coisas que foram oferecidas e
consagradas aos demônios trazem maldição aos crentes. Um
caso sempre mencionado é o do missionário que, ao regressar ao seu país de
origem, trouxe da tribo africana onde trabalhava um pequeno fetiche (objeto
usado nos rituais religiosos) como recordação. O missionário, evidentemente,
não tinha qualquer atitude religiosa para com o objeto, como os africanos; trouxe-o
apenas como lembrança, um souvenir. O fetiche foi colocado na estante da sala,
em sua casa. Não muito tempo depois, sua filha ficou doente. Sua situação
financeira foi de mal a pior. Havia uma "opressão espiritual" no ar,
dentro da casa. Nada mais dava certo. Vozes e ruídos eram por vezes ouvidos à
noite. Um dia, uma profetiza de uma igreja carismática veio visitar a
família. Dirigiu-se imediatamente à estante onde estava o fetiche. Sem hesitar,
declarou que a casa estava amaldiçoada por causa do objeto. Era preciso quebrar a maldição. Os passos necessários seriam:
confissão do pecado de trazer para casa um objeto amaldiçoado, a quebra do
mesmo e a total renúncia dos laços com os espíritos malignos. Esses laços
haviam sido estabelecidos, mesmo inconscientemente, no momento que o
missionário trouxe o objeto para dentro de casa. Os demônios adquiriram a
autoridade de invadir a casa e oprimir seus moradores. Timothy Warner
conta a história de uma estudante crente, por natureza uma pessoa bem ativa e
enérgica, que começou a ficar mais e mais deprimida, tendo dificuldade em
dormir e estudar, durante seus estudos de francês, em preparação para o
trabalho missionário na África. Um missionário
descobriu, após examinar o dormitório onde ela morava, que o ocupante anterior
havia escondido no mesmo diversos objetos ocultistas. Warner então explica:
"alguns dos demônios associados com os objetos haviam se apegado ao quarto
e à mobília". O missionário orou determinando aos demônios que fossem
embora, e a moça pode voltar a dormir normalmente.(13)O pressuposto por
detrás desse tipo de relato é que esses objetos abrem a porta para os demônios,
visto que foram consagrados a eles nos rituais de magia e ocultismo, e mesmo no
catolicismo. O fato de que uma pessoa é crente não evitará que seja oprimida
pelos espíritos associados a objetos deste tipo.
Existem algumas dificuldades com esse conceito! No
que se segue, vamos explicar algumas delas:
1) O
conceito da habitação de demônios em objetos físicos. Warner conta a história
de uma família de missionários nas Filipinas cujo filho era assediado por um
demônio que morava numa árvore do jardim da casa onde moravam.(14) O conceito de entidades espirituais morando em árvores
remonta à mitologia grega e ao paganismo em geral. As Escrituras desconhecem
esse conceito e falam dos demônios como atuando especificamente em seres vivos,
humanos ou animais. Entretanto, é comum lermos na literatura do
movimento de "batalha espiritual" que espíritos malignos podem
habitar em coisas como árvores, imagens, objetos, casas, etc.Às vezes Apocalipse 18,2 é citado como prova de que demônios
podem morar em lugares amaldiçoados:“Então, exclamou com potente voz, dizendo:
Caiu! Caiu a grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda
espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e
detestável.” Aqui temos o anúncio da queda de Babilônia feito por um
anjo de Deus. Notemos, porém, o seguinte, antes de concluirmos que o texto
prova que demônios moram em ruínas! Primeiro: a passagem é evidentemente
alegórica. Nos dias de João, Babilônia já não mais existia. Segundo: João está citando Jeremias 50,39 e Isaías 13,21.
Esses dois profetas referem-se à queda e destruição da cidade de Babilônia que
existiu em seus dias. A desolação que lhe haveria de sobrevir, como
resultado do castigo divino, ia ser tão grande, que a grande cidade, outrora
populosa e opulenta, iria se tornar em um grande montão de ruínas. Com o
propósito de enfatizar a desolação, os profetas descrevem as ruínas como sendo
habitadas por feras e animais do deserto: chacais, avestruzes, corujas e
hienas. A Septuaginta, ao traduzir o texto hebraico de Isaías 13, 21 traduziu
"bodes" por "demônios".(15) O apóstolo João, ao citar essas
passagens e aplicá-las figuradamente à Babilônia espiritual, o reino das trevas
que será destruído por Cristo, acrescenta, além dos animais mencionados pelos
profetas, os demônios e espíritos imundos, seguindo a tradução da Septuaginta
(Ap 18,2). Terceiro:evidentemente, a passagem não está dizendo que essas
entidades habitam em ruínas de cidades. Seu sentido óbvio é que Deus entrega a
humanidade ímpia e endurecida que o rejeita à desolação espiritual e aos demônios. Quarto: lembremos ainda que o Senhor Jesus ensinou que os
espíritos imundos não encontram repouso em lugares áridos (Mat 12,43-45). A
conclusão é que não existe argumentos bíblicos suficientes para provar que
espíritos imundos moram e habitam em coisas como objetos, casas, árvores, etc.
2) O
estabelecimento de um pacto com esses demônios pela posse de objetos a eles
consagrados. Nenhum adepto do movimento de
"batalha espiritual" estaria disposto a admitir que um incrédulo
entra em algum tipo de pacto ou concerto com Deus simplesmente por ter uma
Bíblia em casa, ou mesmo por ter participado inadvertidamente da Ceia do Senhor.
Entretanto, está pronto a afirmar que cristãos verdadeiros podem ser atacados,
amaldiçoados e demonizados se tiverem em casa livros sobre ocultismo ou objetos
ocultistas, para com os quais não tenha nenhuma atitude religiosa. É óbvio que
a simples posse desses objetos não nos expõe a ataques satânicos da mesma forma
que a posse de uma Bíblia não expõe um incrédulo às investidas do Espírito
Santo, a não ser que abra suas páginas e comece a ler, com seu coração
aberto e desejoso de aprender as coisas de Deus.
3)
Uma outra dificuldade é o conceito de que crentes, que
nem estão conscientes de que esses objetos foram usados em rituais ocultistas,
possam ser oprimidos pelos demônios associados com esses objetos. Não é
suficiente escutarmos os relatos e as experiências, como a do missionário
acima. Como já insistimos em quase cada capítulo desse livro, por mais sérias e
válidas que sejam, experiências não podem servir como autoridade final nessa
questões. É preciso examinar as Escrituras, seguindo as regras de
interpretação e contextualização, que procuram deixar o texto sagrado falar por
si só. E o que encontramos nelas pode ser resumido nas
palavras de Balaão, falando pelo Espírito de Deus: "Pois contra
Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel" (Nm 23,23).
Coisas amaldiçoadas na Bíblia
É
preciso reconhecer que, para alguns defensores da "batalha
espiritual", existe suficiente apoio na Bíblia para defender o conceito de
maldição através de objetos. Examinemos os dois
principais argumentos:
1) Passagens
que condenam o uso de amuletos. É defendido que os pendentes de ouro que as
mulheres israelitas traziam nas orelhas, ao sair do Egito, e com os quais se
fez o bezerro de ouro, eram amuletos (Ex 32,2-4), bem como as arrecadas
(brincos) que Jacó arrancou das orelhas da sua família, junto com os ídolos (Gn
35,1-4).(16) O uso de cordões ou cadeias com pendentes é chamado pelo profeta
Oséias de "adultério entre os peitos" (Os 2,2). A atitude das
Escrituras em relação a esses objetos é de condenação e rejeição.O profeta Isaías, ao condenar a vaidade do vestuário das
mulheres israelitas, faz referência às luetas que elas traziam em seu pescoço
(Is 3,18). Eram cordões ou cadeias de ouro com o símbolo da lua crescente,
usados para proteger contra maus espíritos. Esse era um costume pagão. Eles
usavam amuletos assim até mesmo no pescoço de camelos (Jz 8,21,26).É
preciso notar, entretanto, que condena-se não tanto o uso em si desses objetos,
mas a atitude religiosa que os israelitas tinham para com eles. Eles o usavam
conscientemente como amuletos protetores, como fetiches mágicos, como se fossem
encantamentos contra maus espíritos. Foi contra essa
prática de magia e ocultismo que os profetas falaram. Evidentemente, ter
objetos desse tipo em casa pode não ser conveniente ao cristãos por vários
motivos (veja a conclusão desse capítulo). Entretanto, se eles não têm qualquer
sentido, significado ou relação religiosos, o cristão não se enquadra na
condenação emitida pelos profetas.
2)
Passagens que condenam imagens. Existem inúmeras passagens nas Escrituras que
condenam a idolatria, isso é, o ato de prestar culto à imagens de falsos
deuses, bem como às realidades espirituais malignas que elas representam. Um
fator que contribui significativamente para essa condenação é a relação entre a
idolatria e os demônios. Nos tempos antigos, mágica, adivinhação, feitiçaria,
bruxaria e necromancia (invocação de mortos) estavam tão intimamente ligados à
idolatria, que era quase impossível separar uma coisa da outra. Moisés identifica
os deuses pagãos com demônios (Dt 32,17; cf. Sl 106,36-37). O mesmo faz Paulo
(1 Co 10,19-20) e o apóstolo João (Apoc 9,20). Pode-se
afirmar que por detrás da moderna idolatria estão os antigos demônios. Entretanto,
mais uma vez é preciso observar que as Escrituras condenam propriamente o
confeccionar e possuir imagens de entidades pagãs com propósito religioso:”Não
terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem
semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas
águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o
SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até
à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil
gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos” (Ex 20,3-6).Cristãos após a reforma de Lutero, entenderam esse mandamento
como determinando que nos livrássemos, se possível, de todos os monumentos à
idolatria, e proibindo o culto a imagens representativas de Deus ou de falsos
deuses e o possuir supersticiosamente artigos ou objetos.(17) A preocupação
sempre é contra a idolatria em si, e não com relação às imagens de um modo
geral. O mandamento contra a idolatria não dever ser entendido como proibindo
esculturas, representações, quadros e outros objetos artísticos em geral. O
fato de que o culto a Deus deve ser em Espírito (Jo 4,24) não quer dizer, nem
mesmo, que Deus proíba a confecção de objetos representativos de realidades
espirituais. Seria contraditório, pois Ele próprio
determinou que os israelitas fizessem imagens de ouro de querubins, que
deveriam ser colocadas sobre a tampa da arca, o propiciatório (Ex 25.18-20).
Noutra ocasião, mandou que Moisés fizesse uma serpente de bronze (Nm 21,8-9).
Ela foi mais tarde destruída somente por que os israelitas passaram a adorá-la,
provavelmente como uma relíquia provinda dos tempos de Moisés (2 Re 18,4). O
motivo pelo qual o Senhor determinou que os israelitas destruíssem totalmente
as imagens dos deuses cananitas, ao se apossarem da terra, foram para evitar
que os israelitas fossem atraídos à idolatria (Dt 7,1-5) e evitar a cobiça para
com o ouro e a prata que revestiam essas imagens. Por esses motivos, não
deveriam meter esses ídolos dentro de suas casas, pois eram abomináveis por
Deus e representariam uma tentação para praticarem a idolatria (Dt 7,25-26). Mais uma vez percebemos que é o perigo da idolatria que o
Senhor queria prevenir. As imagens em si mesmo nada eram, não tinham e não tem
poder por si mesmas. Preciso reiterar minha convicção de que os cristãos deveriam evitar possuir qualquer objeto
relacionado com a idolatria e práticas ocultas. Entretanto, acredito que
isso deve ser feito pelas razões corretas e não por mera superstição.
Atos 19 e a quebra de maldições de objetos:
Talvez
a passagem mais citada para justificar a quebra de maldições desses objetos
seja Atos 19,18-19: “Muitos dos que creram vieram
confessando e denunciando publicamente as suas próprias obras. Também muitos
dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram
diante de todos. Calculados os seus preços, achou-se que montavam a cinqüenta
mil denários”.As "artes mágicas" no mundo antigo incluíam a
adivinhação, o exorcismo, o uso de fórmulas secretas, a conjuração e a
invocação dos mortos, pactos com entidades espirituais, encantamentos e rituais
com o objetivo de ganhar o favor dos espíritos. Essas coisas eram usadas tanto
para atingir e ferir inimigos quanto para curar doentes. Elas são bastante
populares ainda hoje.Havia muitos magos e bruxos no mundo do século I, na época
de Jesus e dos apóstolos. Um exemplo é Simão Mago, que iludia o povo de Samaria
com artes mágicas (At 9,9). A cidade de Éfeso, por sua
vez, era um conhecido centro dessas artes. Ali, no início do reinado de Nero,
um homem chamado Apolônio Tianeo abriu uma escola e ensinava artes mágicas e
coisas do gênero. Taciano, em sua obra Contra Graecos, menciona que a deusa
Diana dos efésios era considerada como sendo praticante de magia.Lemos
em Atos 19 que os ex-adeptos da magia em Éfeso que haviam se convertido ao
cristianismo pela pregação de Paulo, queimaram seus livros publicamente. Esses "livros" eram obras onde se ensinava a
prática dessas artes. Continham encantamentos, símbolos secretos e mágicos,
passos para a invocação de mortos e métodos para esconjurar demônios.
Provavelmente continham tabelas e fórmulas essenciais para a prática da
astrologia. Os "Papiros Mágicos", encontrados no Egito na década de
50 desse século, continham pedaços de pergaminhos com símbolos e fórmulas
mágicas chamados "cartas de Éfeso", que eram usados como amuletos ou
talismãs.(18)É alegado por alguns da "batalha espiritual" que a
queima dos livros de magia em Éfeso foi necessária pois a posse de tais livros
continuaria a dar validade aos pactos feitos pelos efésios com entidades
malignas e a dar autoridade a essas entidades sobre suas vidas, mesmo que eles
agora se tornaram cristãos. Queimar os livros fazia parte da quebra das
maldições que pesavam sobre eles por terem praticado artes mágicas antes da sua
conversão. Na cerimônia da queima dos livros, eles renunciaram publicamente a
todos esses compromissos e pactos que fizeram com os espíritos malignos. Evidentemente, a queima dos livros de magia representou o
rompimento oficial e público dos efésios crentes com seu passado de ocultismo.
Entretanto, nada há no texto que apoie a idéia de que o evento foi uma espécie
de cerimônia de quebra de maldições. A queima dos livros foi o resultado da
consciência que os efésios agora tinham de que tais artes mágicas era
iniquidade diante de Deus, e que os livros que ensinavam essa coisas eram
perniciosos à humanidade e que, por mais caros que fossem (cerca de cinqüenta
mil moedas de prata), deveriam ser destruídos para não causar mais danos a
outros. O verso 19 que narra a queima dos livros deve ser entendido à
luz do verso 18, onde se diz que os efésios vieram
confessar seus pecados e revelar as suas obras más. A queima dos livros
foi uma amostra de seu genuíno arrependimento.
Comentando nessa passagem, John Gill, um estudioso
Cristão, diz o seguinte:
“Eles
queimaram seus antigos livros de mágica para mostrar o quanto agora os
detestavam. Também, para mostrar a genuinidade de seu
arrependimento pelos pecados cometidos nessa área, para evitar que esses livros
não se tornassem uma armadilha para eles no futuro e para que não fossem usados
por outros.”(19)Os livros, portanto, não foram queimados porque possuíam
qualquer poder maléfico intrínseco em si mesmos. Os
motivos mencionados por John Gill para a queima estão em harmonia com o ensino
das Escrituras em geral, com o bom senso e com o que tem sido a prática normal
da Igreja na história (salvo exceções), além de ser a interpretação mais
natural e óbvia da passagem.(20)Existe ainda um outro motivo para a queima
dos livros. Uma parte essencial da prática de artes mágicas daquela época era o
exorcismo, a expulsão de espíritos malignos. Acreditava-se
(como também se acredita hoje em alguns círculos cristãos) que todas as doenças
– particularmente as mentais – eram causadas por espíritos maus que entravam
nos homens. Grande parte do trabalho dos exorcistas era tentar curar
essas doenças pela expulsão dos espíritos maus que as infligiam. Nos seus
livros mágicos haviam fórmulas especiais para esconjurar esses espíritos.
Quando Paulo chegou em Éfeso, duas coisas
aconteceram que vieram contribuir para a queima dos livros:
1)- Ele curou as enfermidades e expulsou demônios usando apenas o
nome de Jesus (At 19,11-12), em contraste
com os rituais elaborados e complicados dos exorcistas posteriores.
2)-
Quando alguns exorcistas tentaram usar o nome de Jesus e de Paulo para expelir
um demônio de um homem, fracassaram redondamente. O próprio demônio atestou a
autoridade que havia no nome de Jesus (At 19,13-16).(21) É possível que alguns
dos efésios que haviam se convertido ainda mantinham algum tipo de contato com
artes mágicas. O episódio dos exorcistas acabou por convencê-los. Ficou
evidente a todos, que a mágica ensinada nos livros não passava de fórmulas
vazias e inúteis. Como escreve Marshall:“A demonstração
da futilidade das tentativas pagãs de dominarem os espíritos maus levou muitos
dos convertidos efésios de Paulo a reconhecerem que a magia pagã, com a qual
ainda tinham contatos, era tão inútil quanto pecaminosa. Como conseqüência,
trouxeram os vários manuais de magia e as compilações de invocações e fórmulas
que ainda tinham, e fizeram com eles um rompimento final.”(22)O
verdadeiro poder contra Satanás estava apenas no nome de Jesus. A queima dos
livros, portanto, foi um testemunho do poder inigualável de Jesus Cristo sobre
as obras das trevas. Somente Ele era o Senhor dos senhores. Quanto a isso, os
efésios cristãos não tinham mais qualquer dúvida.
O ensino de Paulo sobre coisas sacrificadas a
demônios
Examinemos,
agora, 1 Coríntios 8-10, a passagem da Bíblia que aborda de forma mais direta e
clara a questão que estamos discutindo: Nesses
capítulos, o apóstolo Paulo trata da atitude dos cristãos para com a carne de
animais sacrificados como oferendas aos deuses pagãos. A questão que Paulo
tratou nessa passagem era bem complexa. Os cristãos em Corinto (bem como nas
demais cidades do mundo greco-romano) sempre corriam o risco de comer esse tipo
de carne. O sacrifício de animais e o consumo da sua carne fazia parte do
ritual religioso nos templos pagãos da época. Corinto não era exceção. Modernamente,
podemos nos referir ao caso das comidas "trabalhadas" nos terreiros
de umbanda. De acordo com as crenças do candomblé, umbanda e quimbanda, os
orixás exigem comidas variadas, que devem ser preparadas de acordo com rituais
apropriados. Por exemplo, Exú gosta de cebola e mel entregues no mato com velas
acesas e aguardente. Ogum gosta de feijoada, xinxim, acarajé e milho branco.
Oxóssi, de peixe de escamas, arroz, feijão e dendê.(23) Essas comidas são feitas de acordo com as indicações dos demônios e a eles
oferecidas. Para muitos cristãos, é uma questão aguda se algum mal vai lhes
ocorrer se acabarem por ingerir uma comida que foi "trabalhada". Os
coríntios estavam perturbados por um problema similar. Eles escreveram
uma carta a Paulo com várias perguntas, entre elas, se era lícito comer carne
de animais que haviam sido consagrados aos deuses pagãos.(24)
Os coríntios tinham em mente três situações:
1. Era lícito participar de um festival religioso num templo pagão e
comer a carne dos animais sacrificados aos deuses? Na antigüidade, o sacrifício de animais aos deuses
fazia parte da vida pessoal, familiar e social. O sacrifício ocorria nos
templos e a carne do animal sacrificado era dividida em três partes. Uma parte,
geralmente simbólica (podendo ser até uma mecha dos pelos!), era queimada no
altar em homenagem aos deuses. A segunda parte, incluindo costelas e músculos,
ia para o sacerdote. A terceira parte ficava com o ofertante, e com ela,
oferecia um banquete, geralmente em casamentos. Muitas vezes, essas festas
ocorriam no templo, no qual o sacrifício fora feito.(25) Os crentes de Corinto certamente mantinham relacionamentos
com amigos não-crentes, e sempre havia a possibilidade de serem convidados a
participar de uma destas festas no templo, onde havia muita carne e bebida. Alguns
daqueles cristãos não tinham quaisquer escrúpulos de consciência em participar
e comer carne dos ídolos no templo dos ídolos, uma atitude que estava
provocando os de consciência mais fraca.
2. Era lícito comer carne comprada no mercado público? A carne ali
comprada poderia ser de animais sacrificados aos deuses, cujo excedente dos
altares havia sido repassado pelos sacerdotes aos açougueiros da cidade. Devido à enorme quantidade de animais
sacrificados, uma parte deles acabava no mercado público, onde eram vendidos
como carne boa e barata.
3. Era lícito comer carne na casa de um amigo idólatra? Como na
situação anterior, um crente poderia ser convidado por um amigo pagão para
comer um churrasco em sua casa. A
carne provavelmente seria de um animal que o amigo havia primeiro consagrado ao
seu deus, lá no templo. Um papiro grego muito antigo contém um convite para uma
dessas festas, nos seguintes termos: "Antônio, filho de Ptolomeu,
convida-o para cear com ele à mesa de nosso senhor Serápis."(26) Quem quer que tenha sido o convidado, ele sabia que ao
sentar-se à mesa de Antônio, estaria comendo carne de um animal que havia sido
sacrificado ao deus Serápis.
A questão aguda era se um Cristão poderia comer
carne em Corinto, correndo assim o risco de contaminar-se?
William
Barclay, um autor bastante conhecido e citado, sugere
que o problema era a crença, muito difundida na antigüidade, de que os demônios
estavam sempre procurando uma brecha para entrar nos homens, para destruir seus
corpos e mentes. Uma das maneiras pela qual faziam isso era através da
comida. Tais espíritos se alojavam na comida e quando a pessoa a engolia, os
demônios entravam nela. Por esse motivo, diz Barclay,
as pessoas consagravam os alimentos – especialmente a carne – a algum deus bom.
Acreditava-se que a presença de um deus bom na carne formava uma barreira
contra os maus espíritos.(27).O assunto dos sacrifícios de animais aos deuses é
bem complexo, e não poucos estudiosos discordariam de Barclay. Essa não parece
ser a razão primordial pela qual os pagãos consagravam comida aos seus deuses.
Sacrifícios eram praticados nas religiões de quase todas culturas antigas, e no
geral, visavam honrar uma divindade, apaziguá-la ou santificar a oferta.
Em algumas destas culturas, os sacrifícios estavam relacionados com o culto aos
ancestrais, alimentar os deuses e mesmo "comer os deuses".(28) Paulo, ao discutir o assunto, em momento algum sugere que
haveria o risco de demônios penetrarem mesmo naqueles que comessem a carne
consagrada aos demônios nos próprios templos dos deuses pagãos. A questão que
incomodava os coríntios não era se estariam comendo demônios, mas se não
estariam participando direta ou indiretamente do culto ao ídolo. Note
ainda que quem introduz o conceito de que os demônios estão por detrás da
idolatria é Paulo. Provavelmente os coríntios nem estavam pensando nesses
termos. A explicação de Barclay, portanto, é menos do que convincente.(29)
Os Cristãos de Corinto estavam divididos quanto ao
assunto.
Um
grupo deles estava passando por grande aflição. Eram ex-freqüentadores dos
templos, recém convertidos ao Evangelho. Por vezes,
acabavam caindo no velho costume de comer carne, encorajados pelo exemplo dos
que achavam que não havia nada de errado com isso. Como resultado, suas
consciências os acusavam: eles haviam acabado de consumir carne espiritualmente
contaminada, consagrada aos demônios em um templo pagão. Paulo, no
tratamento que faz do assunto, considera-os como "fracos", pois suas
consciências eram "fracas" (1 Co 8.7,9-12). O
grupo contrário, a quem Paulo chama de "dotados de saber" (1 Co 8,10),
tinha já plena consciência de que os ídolos dos templos pagãos nada eram nesse
mundo, e que os animais a eles ofertados, na verdade, continuavam a ser de
Deus, o criador e Senhor de todas as coisas. Assim, sentiam-se livres para
comer carne, até mesmo nos festivais pagãos nos templos. Os
"fracos", estimulados por esse exemplo, tentavam usar da mesma
liberdade, mas com resultados desastrosos – suas consciências não eram fortes o
suficiente para permitir que comessem carne livremente.
O problema parece que girava em torno de duas
questões:
-Primeira,
a relação entre os animais e os deuses, diante de cujas imagens os animais eram
consagrados, oferecidos e sacrificados. A carne desses
animais continuava a "pertencer" aos deuses após o ritual no templo,
quando estava pendurada no açougue público para ser vendida? Quem
comesse dessa carne estaria, mesmo de forma inconsciente, fazendo um pacto com
os deuses?
-Segunda,
comer essa carne não implicaria numa espécie de
participação à distância dos crentes na adoração pagã e no culto aos deuses?
Não deveríamos evitar a todo custo aquilo que tem relação com os cultos
idólatras?
As respostas de Paulo a essas questões são
surpreendentes:
O
apóstolo Paulo concorda com os "fortes"
quanto ao conhecimento de que Deus é o Senhor de tudo e que não há outros
deuses ou senhores (1 Cor 8,4-6). Mas condena a falta de amor dos
"fortes" para com os "fracos" (1 Cor 8,9-13). Deveriam limitar sua liberdade pela consideração à
consciência dos outros. Após dar o exemplo de como abriu mão dos seus
direitos como apóstolo de receber sustento por amor do Evangelho (1 Coríntios
9), e após alertar os "fortes" contra a
arrogância, usando o exemplo de Israel no deserto (1 Co 10,1-15), Paulo
responde às três principais indagações dos Coríntios já mencionadas acima.
O fato de que Paulo não invocar, ou respeitar aqui
a decisão do concílio de Jerusalém (Atos 15) para resolver o assunto de vez,
tem intrigado os estudiosos!
Conforme
lemos no livro de Atos, o concílio de Jerusalém havia
se reunido para tratar das condições sob as quais os não-judeus poderiam ser
salvos e recebidos na Igreja. A polêmica havia sido causada por alguns
judeus cristãos da Judéia que foram até as igrejas gentílicas forçar os gentios
a se circuncidarem, e a guardar as leis de Moisés (naquela época, as mais
importantes eram as leis dietárias e o calendário religioso). Paulo e Barnabé
resistiram e houve uma grande discussão. O assunto foi levado aos apóstolos e
presbíteros em Jerusalém. Alguns fariseus que haviam crido em Cristo insistiam
na circuncisão e nas leis de Moisés para os gentios, mas Paulo, Pedro e Tiago,
através de seus testemunhos e do apelo às Escrituras, convenceram
o concílio de que os gentios eram salvos pela fé sem as obras da lei (como
também os judeus o eram), e que não precisavam se tornar judeus para poder
pertencer à Igreja de Cristo. O concílio, entretanto, em sua decisão, resolveu
incluir algumas condições éticas, entre elas, a de os gentios se
absterem das coisas sacrificadas aos ídolos (At 15,29).
O concílio de Jerusalém havia acontecido um pouco
antes de Paulo escrever 1 Coríntios!
O apóstolo
estava perfeitamente consciente do conteúdo da sua decisão. A pergunta é, por que não invocou aquela decisão para acabar
de vez com o problema em Corinto? Algumas respostas tem sido dadas. Peter
Wagner, por exemplo, sugere que Paulo não havia ficado satisfeito com essa
decisão, considerando-a inadequada e superficial. Para Wagner, a decisão
do concílio havia sido equivocada por tratar o comer carne sacrificada aos
ídolos como algo superior ou em pé de igualdade aos favores e poder de Deus, quando
na verdade era algo neutro.(30) A melhor solução tem
sido observar que as condições éticas requeridas pelo concílio de Jerusalém, eram
para ser observadas num ambiente onde houvesse judeus e gentios. Eram
regras a ser seguidas pelos gentios cristãos numa igreja onde houvesse judeus
cristãos. Elas não eram uma lei moral geral e válida em todas as
circunstâncias, mas uma orientação para quando a abstinência se fizesse
necessária para preservar a unidade. A situação de Corinto era diferente. O problema lá não era o mesmo tratado no concílio de
Jerusalém. O problema não era os escrúpulos de judeus cristãos ofendidos pela
atitude liberal de crentes gentios quanto à comida oferecida aos ídolos.
Portanto, a solução de Jerusalém não servia para Corinto. É provavelmente
por esse motivo que o apóstolo não invoca o decreto de Jerusalém.(31) Antes,
procura responder às questões que preocupavam os coríntios de acordo com o
princípio fundamental de que só há um Deus vivo e verdadeiro, o qual fez todas
as coisas; que o ídolo nada é nesse mundo; e que fora
do ambiente do culto pagão, somos livres para comer até mesmo coisas que ali
foram sacrificadas.
1. A
primeira pergunta dos coríntios havia sido: era lícito
participar de um festival religioso num templo pagão e ali comer a carne dos
animais sacrificados aos deuses? Não, responde Paulo. Isso significaria
participar diretamente no culto aos demônios onde o animal foi sacrificado (1
Co 10,16-24). Paulo havia dito que os deuses dos pagãos eram imaginários (1 Cor
10,19). Por outro lado, ele afirma que aquilo que é
sacrificado nos altares pagãos é oferecido, na verdade, aos demônios e não a
Deus (10,20). Paulo não está dizendo que os gentios conscientemente ofereciam
seus sacrifícios aos demônios. Obviamente, eles pensavam que estavam servindo
aos deuses, e nunca a espíritos malignos e impuros. Entretanto, ao fim
das contas, seu culto era culto aos demônios. (32) Paulo está aqui refletindo o
ensino bíblico do Antigo Testamento quanto ao culto dos gentios: “Sacrifícios
ofereceram aos demônios, não a Deus”(Dt 32,17). “...pois imolaram seus filhos e
suas filhas aos demônios” (Sl 106,37).O princípio fundamental é que o homem não
regenerado, ao quebrar as leis de Deus, mesmo não tendo a intenção de servir a
Satanás, acaba obedecendo ao adversário de Deus e
fazendo sua vontade. Satanás é o príncipe desse mundo. Portanto, cada
pecado é um tributo em sua honra. Ao recusar-se a adorar ao único Deus
verdadeiro (cf. Rm 1,18-25), o homem acaba por curvar-se diante de Satanás e de
seus anjos.(33) Para Paulo, participar nos festivais
pagãos acabava por ser um culto aos demônios. Por esse motivo, responde que um
cristão não deveria comer carne no templo do ídolo. Isso eqüivaleria a
participar da mesa dos demônios, o que provocaria abominação da parte de Deus que
não compactua com isso(1 Cor 10,21-22). Paulo deseja deixar claro para
os coríntios "fortes", que não tinham qualquer intenção de manter
comunhão com os demônios, que era a atitude deles em participar nos festivais
do templo que contava ao final. Era a força do ato em si que acabaria por
estabelecer comunhão com os demônios.(34)
2. Era lícito comer carne comprada no mercado público? Sim, responde
Paulo. Compre e coma,
sem nada perguntar (1 Co 10.25). A carne já não está no
ambiente de culto pagão. Não mantém nenhuma relação especial com os demônios,
depois que saiu de lá. Está "limpa" e pode ser consumida.
3. Era lícito comer carne na casa de um amigo idólatra? Sim e não,
responde Paulo. E Sim, caso não haja, entre os convidados, algum crente
"fraco" que alerte
sobre a procedência da carne (1 Cor 10,27). Portanto Não, quando isso ocorrer
(1 Cor 10,28-30).
O ponto que desejo destacar é que para o apóstolo
Paulo a carne que havia sido sacrificada aos demônios no templo pagão perdia a "contaminação espiritual" depois
que saia do ambiente de culto.
Era
carne, como qualquer outra. É verdade que ele condenou
a atitude dos "fortes" que estavam comendo, no próprio templo, a carne
sacrificada aos demônios. Mas, isso foi porque comer a carne ali era
parte do culto prestado aos demônios. E o que é verdade acerca da carne, é
também verdade acerca de fetiches, roupas, amuletos, estátuas e objetos
consagrados aos deuses pagãos. Portanto, se alguma
dúvida pode surgir se as criaturas de Deus se tornam impuras ao serem usadas
pelos incrédulos em sacrifícios. Paulo nega tal conceito, porque o senhorio e
possessão de toda terra permanecem nas mãos de Deus. Pelo seu soberano
poder, o Senhor Deus sustenta as coisas que tem em suas mãos, e, por causa disto,
Ele as santifica. Por isso, tudo que os filhos de Deus usam é limpo, visto que
o tomam das mãos de Deus, e de nenhuma outra fonte.(35)
CONCLUSÃO:
Ao
fim desse capítulo, espero ter dado evidências claras de que “não há como provar biblicamente que objetos usados e
consagrados aos demônios nos cultos idólatras e ocultistas têm algum poder especial
de amaldiçoar ou trazer malefícios os cristãos verdadeiros que os tocam,
ingerem, usam ou acabam por possui-los fora do contexto de adoração e devoção a
essas entidades”. Devemos sempre nos lembrar da diferença
fundamental entre o conceito pagão e o conceito cristão quanto ao emprego de
"coisas" com sentido religioso. As religiões empregam pactos, objetos
e utensílios em seus cultos ou práticas como símbolos de realidades espirituais
ou portadores de poderes mágicos. O culto cristão
emprega sim também, alguns símbolos materiais, como a água do batismo, os elementos
da Ceia (pão e vinho) e as alianças dos noivos. A atitude do paganismo
para com esses objetos é de certo modo diferente da atitude dos cristãos para com
seus símbolos (Ex. Batismo, Matrimônio, ordenação presbiteral, e Santa Ceia, ou
Eucaristia). Os verdadeiros Cristãos que conhecem e
estudam as sagradas escrituras, não são supersticiosos quanto a objetos
oriundos de outras culturas e religiões. Entretanto, devemos sim ter
bastante cautela quanto a posse de objetos pagãos, em virtude dos fracos e
iniciantes na fé.
Estamos seguros e protegidos no poder do nosso
Salvador Jesus Cristo (I João 5,18-19). Porém, pelas razões abaixo, ofereço uma
orientação geral quanto ao uso desses objetos:
1)
Devemos evitar ter e exibir esses objetos quando os mesmos forem uma tentação
real para a idolatria ou ocultismo própria e dos fracos na fé. Novos convertidos egressos da idolatria e cultos
afro-brasileiros poderão ser tentados a retornar às práticas antigas,
estimulados pelos símbolos do seu passado religioso. Devemos evitar toda
e qualquer possibilidade de sermos tentados nessa área, bem, como evitar sermos
causa de tropeço para outros. Foi isso que o apóstolo Paulo recomendou aos
"fortes" de Corinto (1 Cor 10,31-33).
2)
Devemos evitar esses objetos se os mesmos evocam lembranças do nosso passado.
Muitos de nós gostariam de esquecer períodos e eventos acontecidos nos tempos
de ignorância. Deus nos deu a bênção do esquecimento. Livremo-nos, pois, de
tudo que mantém vivas lembranças assim.
3)
Devemos evitar esses objetos se os mesmos servirem de estímulo a outros a que
façam o mesmo, sem que estejam firmes em suas consciências de que tais objetos,
em si, nenhum mal trazem.
*Adaptado de: Augustus Nicodemus Lopes
O Magistério Católico sobre o uso dos sacramentais
na luta contra o Mal
O
Catecismo da Igreja diz que “Chamamos de sacramentais
os sinais sagrados instituídos pela Igreja, cujo objetivo é preparar os homens
para receber o fruto dos sacramentos e santificar as diferentes circunstâncias
da vida” (§1677). Entre os sacramentais, figuram em primeiro lugar as
bênçãos (de pessoas, da mesa, de objetos e lugares).
Toda bênção é louvor a Deus e pedido para obter seus dons (n.1672).
Os sacramentos produzem seu
efeito “ex opere operato”, quer dizer, “pela obra realizada”, é ação
direta de Deus;
Sua
validade e eficácia não dependem da santidade do ministro ou do fiel; já a eficácia dos sacramentais (“ex opere operantes”), “pela
ação daquele que opera”, depende da disposição dos que os recebem. Assim, para
que haja frutos das graças dos sacramentais, é necessário boa disposição ao
recebê-los. É necessário estar na graça de Deus para receber as graças
atuais dos sacramentais com maior eficácia.
Entre os sacramentais, estão as bênçãos de modo
geral!
Vale
destacar as bênçãos que dão o Papa, os Bispos e os sacerdotes; os exorcismos; a
bênção de reis, abades ou virgens e, em geral, todas as bênçãos sobre coisas
santas. Além das bênçãos temos algumas orações, como as
Ladainhas de modo geral (Nossa Senhora, Sangue de Cristo, Espírito Santo, São
José, São Miguel, etc.). A água benta; usada em certas unções que se usam em
alguns sacramentos. O pão bento ou outros alimentos santificados pela
bênção de um sacerdote ou diácono. As imagens e
medalhas sagradas abençoadas, etc.
Os efeitos que produzem os sacramentais recebidos
com as disposições necessárias são muitos!
Obtêm
graças atuais, pela intervenção da Igreja. Perdoam os pecados veniais. Dependendo
das condições de quem recebe,podem perdoar toda pena temporal, devida, pelas
indulgências ligadas ao uso dos sacramentais. Obtêm-nos graças para a nossa
vida terrena, como a saúde corporal, defesa contra as tempestades, uma viagem
bem-sucedida, etc. Além disso nos livram das tentações
do demônio, ou nos dão forças para vencê-las!
O Concílio Vaticano II disse que “não há uso honesto das coisas materiais que não possa ser
dirigido à santificação dos homens e o louvor a Deus” (Const.
Sacrosanctum Concilium, 61).
Tendo
em vista os seus efeitos, os sacramentais nos protegem
contra a ação do demônio. Especialmente o crucifixo, a água benta, as medalhas,
imagens e quadros de Nossa Senhora, dos Anjos e dos Santos, o escapulário de
Nossa Senhora do Carmo, o Agnus Dei, etc., nos protegem contra a ação do Mal
quando os usamos e veneramos com fé e devoção. É claro que não podemos
fazer um uso supersticioso desses objetos; “como se
agissem por si mesmos” sem a nossa disposição de fé.
De modo especial, a Igreja
emprega o uso do Rito do exorcismo para expulsar o demônio de alguém que
tenha sido possuído por ele.
“Quando
a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome
de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto seja protegido contra a influência do
maligno e subtraído a seu domínio, fala-se de exorcismo” (Cat. n. 1674).
No Batismo é realizado o exorcismo na forma
simples!
“O
exorcismo solene, chamado “grande exorcismo”, só pode ser praticado por um
sacerdote, com a permissão do bispo. Nele é necessário proceder com prudência,
observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja. O exorcismo visa
expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca, e isto pela autoridade
espiritual que Jesus confiou à sua Igreja” (n. 1674).
Por: professor Felipe Aquino
- Cleofas
Peça, ou faça uma bênção cristã:
Uma
bênção cristã para uma casa é uma tradição antiga
encontrada tanto nas Igrejas Protestantes, Ortodoxas e Católicas Romanas, entre
outras. A bênção pode ser realizada por um padre, um pastor ou pelo
próprio dono da casa também!
-Prefere
que um padre abençoe sua casa? Converse com o padre de sua igreja local e ele
provavelmente ficará feliz em ajudar.
-Normalmente,
o padre irá em cada cômodo da casa, borrifando água
benta em cada um. Ao passar pelos cômodos, ele pode recitar uma ou mais
passagens da bíblia, ou orações tradicionais de bênçãos Cristãs!
-Se
você mesmo (a) preferir abençoar a sua casa e objetos, use a água benta,
benzida por um sacerdote, borrifando-a sobre os compartimentos de sua casa, e
ou objetos, pronunciando as palavras de Josué 24,15: “Eu e minha casa
serviremos ao Sr”, ou então as do Próprio Jesus ao dizer a Zaqueu em Lucas
19,9-10: “Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão.
Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. – Ao final faça uma oração simples pedindo para Deus para
abençoar o lugar, ou objetos, assim por exemplo, ou com suas próprias palavras,
desde que faça com fé: "Sr
nosso Deus e nosso pai, em nome de Jesus Cristo, eu peço que a Tua verdadeira paz
e verdadeira alegria habitem nesse lugar, e que o teu Santo Espírito seja doravante,
nosso conselheiro, consolador e guardião de nosso corpo e de nossas almas até a
eternidade, e que todos os nossos bens sejam para a honra de vossa glória e a
nossa santificação e salvação, Amém1”
Faça uma bênção judaica:
Há muitas tradições judias
associadas a mudanças para uma nova casa ou para abençoar uma casa antiga. Ao se
mudar para uma nova casa, famílias judias
precisam afixar um "mezuzah" (um pergaminho com frases hebraicas do
Torá) em cada entrada da casa. Quando o "mezuzah" é
instalado, recita-se a seguinte oração:
"Bendito
seja, Senhor nosso Deus, Rei do universo, que nos santificou com Seus
mandamentos e ordenou a afixação do mezuzah".
Acredita
também o Judeus que logo após a mudança deve haver uma "Chanukat
Habayit" ou uma festa de inauguração, onde amigos e família se reúnem e
algumas palavras do Torá são recitadas.Durante a festa de inauguração, é
tradicional comer a primeira fruta da nova temporada enquanto se recita a
bênção do "shehecheyanu":
"Bendito
seja, Senhor nosso Deus, Rei do Universo, que nos deu vida, nos sustenta e nos
ajudou a chegar aqui."
Benção Cristã da casa durante a Epifania do
Senhor
Breve relato histórico:
É um costume antigo que
as casas sejam abençoadas por ocasião da Solenidade da Epifania. Esta tradição é baseada nos tempos da Igreja primitiva, onde
os primeiros cristãos desejavam proteger e abençoar seus lares, identificando-se
como Povo de Deus, em analogia ao que fizeram os hebreus no cativeiro do Egito
quando marcaram as portas de suas casas com o sangue do Cordeiro Pascal (Ex. XII,
12–13) e como as assinalaram também depois na terra prometida (Dt. 6, 9).
Essa tradição de benção na Epifania, desenvolveu-se especialmente nos países de
língua alemã, como forma própria: todos os lugares da casa são abençoados com
água benta e incenso; e, com um giz bento, se escreve por cima da porta de
casa, do lado exterior os seguintes dizeres:
20* C+M+B+22
-O 20 e o 22 representam
o ano 2022 o ano que começamos.
-O * significa a estrela
de Belém que guiou os Reis magos até Belém.
-C M B representam:
Christus Mansionem Benedicat – (Cristo Abençoe esta Casa!)
-Cada letra é
intercalada com uma cruz, que significa as três pessoas da santíssima trindade.
Essas inscrições podem
ser mantidas até a Festa de Pentecostes ou durante todo ano, até a próxima
Solenidade da Epifania. A bênção das casas na Epifania é para trazer a certeza
de que a Encarnação de Jesus, pela qual ele veio morar entre nós (Jo 1, 14),
atua em nosso íntimo na vida de cada dia.Portanto,
marcar a porta assim seria o mesmo que pedir que ali habitasse o Menino Jesus
e, por isso, a própria Santíssima Trindade!Com
essa inscrição, invocamos a bênção para os nossos lares e reivindicamos a
soberania de Cristo para os espaços onde vivemos e trabalhamos.Costumes piedosos como estes são importantes e ajudam a
piedade popular, a piedade particular, sem falar que mostram que não é
necessário buscar novidades supersticiosas e estranhas ao espírito da Liturgia
católica. Pastoralmente falando, o sacerdote pode abençoar este Giz na
igreja para todos os fiéis e, onde ele mesmo não
puder ir, o próprio pai de família ou o que faz suas vezes faça a inscrição descrita acima sobre a porta de sua casa.
RITUAL DE BÊNÇÃO DA CASA
Todos se reúnem na porta de casa, pelo lado de dentro. Cantam
um hino, como o sugerido abaixo:
Cristãos, vinde todos,
com alegres cantos!
Oh! Vinde, oh! Vinde até
Belém.
Vede nascido, vosso rei
eterno.
Oh! Vinde adoremos, Oh!
Vinde adoremos,
Oh! Vinde adoremos o
salvador!
Humildes pastores deixam
seu rebanho
e alegres acorrem ao Rei
do Céu.
Nós, igualmente, cheios
de alegria.
O Deus invisível de
eterna grandeza,
sob véus de humildade,
podemos ver.
Deus pequenino, Deus
envolto em faixas!
Nasceu em pobreza,
repousando em palhas.
O nosso afeto lhe vamos
dar. Tanto amou-nos!
Quem não há de amá-lo?
Recitam, então, o Salmo Responsorial da Missa
do dia (Salmo 71), com o pai ou a mãe lendo os
versículos e todos respondendo o responsório:
R/. As nações
de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
- Dai ao Rei vossos
poderes, Senhor Deus,/ vossa justiça ao descendente da realeza!/ Com justiça
ele governe o vosso povo,/ com equidade ele julgue os vossos pobres.
R/. As nações
de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
- Nos seus dias a
justiça florirá/ e grande paz, até que a lua perca o brilho!/ De mar a mar
estenderá o seu domínio,/ e desde o rio até os confins de toda a terra!
R/. As nações
de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
- Os reis de Társis e
das ilhas hão de vir/ e oferecer-lhe seus presentes e seus dons;/e também os
reis de Seba e de Sabá/ hão de trazer-lhe oferendas e tributos./ Os reis de
toda a terra hão de adorá-lo,/ e todas as nações hão de servi-lo.
R/. As nações
de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
- Libertará o indigente
que suplica,/ e o pobre ao qual ninguém quer ajudar./ Terá pena do indigente e
do infeliz,/ e a vida dos humildes salvará.
R/. As nações
de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
Após, todos acendem as velas que carregam nas mãos, e
recitam juntos:
R/. Uma
criança é nascida em Belém, aleluia! Com plena alegria canta Jerusalém,
aleluia, aleluia. Do Oriente viram a estrela, aleluia, e os santos reis vêm de
longe, aleluia, aleluia.
Em seguida, o pai lê a perícope da Missa da Epifania: Mt
2,1-12:
V/. O Senhor esteja
convosco!
R/. Ele está
no meio de nós!
V/. PROCLAMAÇÃO do
Evangelho de Jesus Cristo + segundo São Mateus!
R/. Glória a
vós, Senhor!
Tendo nascido Jesus na
cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do
Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: “Onde está o rei dos judeus,que
acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.Ao saber
disso, o rei Herodes ficou perturbado assim como toda a cidade de Jerusalém.Reunindo
todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria
nascer. Eles responderam:“Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo
profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as
principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de
Israel, o meu povo”.Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber
deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. Depois os enviou a
Belém, dizendo:“Ide e procurai obter informações exatas
sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá
adorá-lo”.Depois que ouviram o rei, eles partiram.E a estrela, que
tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino.Ao verem de novo a estrela, os magos
sentiram uma alegria muito grande. Quando entraram na
casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o
adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro,
incenso e mirra.Avisados em sonho para não
voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindooutro caminho.
V/. Palavra da Salvação!
R/. Glória a
vós, Senhor!
Recitam todos a antífona:
R/. Do Oriente vieram os
Magos a Belém para adorar o Senhor, e abrindo os seus tesouros ofereceram
presentes caros: ouro para o Grande Rei, incenso para o único e verdadeiro
Deus, e mirra em símbolo de seu enterro, aleluia!
O pai, então, asperge todos os cômodos da casa, enquanto
todos cantam ou recitam o Magnificat:
A minha alma engrandece
ao Senhor * e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador, pois ele viu a
pequenez de sua serva, * desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita.O
Poderoso fez por mim maravilhas *e Santo é o seu nome! Seu amor, de geração em
geração, *chega a todos que o respeitam. Demonstrou o poder de seu braço, *dispersou
os orgulhosos. Derrubou os poderosos de seus tronos * e os humildes exaltou. De
bens saciou os famintos, *e despediu, sem nada, os ricos.Acolheu Israel, seu
servidor, *fiel ao seu amor,como havia prometido aos nossos pais, * em favor de
Abraão e de seus filhos, para sempre.
Glória ao Pai e ao Filho
e ao Espírito Santo! *
Como era no princípio,
agora e sempre. Amém!
R/. Do Oriente
vieram os Magos a Belém para adorar o Senhor, e abrindo os seus tesouros
ofereceram presentes caros: ouro para o Grande Rei, incenso para o verdadeiro
Deus, e mirra em símbolo de seu enterro, aleluia! O pai, então, voltando para a
porta da casa recita a bênção sobre o giz:
V/ A nossa proteção está
no nome do Senhor!
R/ Que fez o
céu e a terra!
V/ O Senhor esteja
convosco!
R/ Ele está no
meio de nós!
Abençoai + Senhor Deus,
este giz, criatura vossa, a fim de que tenha um efeito salutar para o gênero
humano, e concedei, pela invocação do Vosso Santíssimo Nome, que todos aqueles
que o usarem ou com ele escreverem sobre a porta de suas casas os nomes dos vossos
santos Gaspar, Melchior e Baltasar, pela sua intercessão e seus méritos,
recebam a saúde do corpo e a proteção para a alma. Por Cristo, nosso Senhor.
R/ Amém!
Asperge-se água benta na
casa.
Por cima da porta de casa, do lado exterior, o pai escreve
com giz o seguinte:
20* C+M+B+22
Enfim, o pai recita a seguinte oração e depois asperge a
porta:
Oremos. Senhor Deus do
Céu e da Terra, que revelastes o vosso Filho Unigênito a todas as nações com o
sinal de uma estrela: Abençoai esta casa e todos os que nela habitam. Enchei-os
com a luz de Cristo, e que o nosso amor pelos outros reflita o vosso amor. Pelo
mesmo Cristo nosso Senhor.
R/. Amém!
Abençoada a porta principal de entrada, o pai recita a
oração:
V/ A nossa proteção está
no nome do Senhor!
R/ Que fez o
céu e a terra!
V/ O Senhor esteja
convosco!
R/ Ele está no
meio de nós.
Oremos. Ó Deus, que hoje
revelastes o vosso Filho às nações, guiando-as pela estrela,concedei aos vossos
servos, que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no
céu...Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
R/. Amém!
Cantam um hino, como o sugerido abaixo:
Vinde Cristãos, vinde à
porfia
Hinos cantemos de louvor
Hinos de Paz e de alegria,
Hinos de anjos do
Senhor.
Glória a Deus
nas alturas
Glória a Deus
nas alturas
Vinde juntar-vos aos
pastores
Vinde com eles a Belém
Vinde correndo
pressurosos,
o Salvador que enfim nos
vem.
Glória a Deus
nas alturas
Glória a Deus
nas alturas
Foi nesta noite
Venturosa
do nascimento do Senhor
Que anjos de voz
harmoniosa
deram a Deus o seu
louvor.
Glória a Deus nas
alturas
Glória a Deus nas
alturas
Notas de Referências:
1 Para um estudo mais detalhado das práticas das igrejas de libertação, veja a análise feita por Leonildo Silveira Campos, ‘Teatro’, ‘Templo’ e ‘Mercado’: Uma análise da organização, rituais, marketing e eficácia comunicativa de um empreendimento neopentecostal - Igreja Universal do Reino de Deus, tese publicada pelo Instituto Metodista de Ensino Superior, 1996. Veja também o relatório da Comissão de Doutrina da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre a Igreja Universal do Reino de Deus (Igreja Universal do Reino de Deus [São Paulo: CEP, 1998] 58-61).
2 Filácterio era uma pequena caixa de couro, quadrangular, contendo cédulas de pergaminho com passagens da Escritura, que os judeus traziam atadas uma na cabeça e uma no braço esquerdo durante a oração da manhã.
3 Cf. Merril Unger, Biblical Demonology (Wheaton, IL: Scripture Press, 1952; 7a. edição, 1967) 33.
4 Os milagres operados pelo Senhor Jesus eram sinais que apontavam para Sua pessoa e obra (Jo 20,30-21). A promessa de que seus seguidores fariam obras similares e até maiores, parece que não incluía curas através de saliva e vestes por parte de todos os crentes. Somente os apóstolos – e mesmo assim, somente Pedro e Paulo – realizaram sinais similares, que por sua vez, eram sinais dos apóstolos, visavam autenticar seu apostolado e estabelecer a mensagem (2 Co 12.12). A passagem de Marcos 16,17-18 (sem considerarmos os problemas textuais) não se refere ao uso de objetos.
5 Essa idéia estranha é defendida por Robson Rodovalho, Por Trás das Bênçãos e Maldições (Brasília: Koinonia, 1995) 32. Ele conta uma história na qual atribui a objetos amaldiçoados o poder de rachar uma ponte do Plano-Piloto em Brasília, mesmo após a quebra de maldições (Ibid., 33).
6 Linhares, Bênção e Maldição, 41.
7 Cf. Edir Macedo, Orixás, Caboclos & Guias: Deuses ou Demônios? (Rio de Janeiro: Universal, 1996; 13a. edição) 48.
8 Mark I. Bubeck, Raising Lambs Among Wolves: How to Protect Your Children from Evil (Chicago: Moody Press, 1997) 237-39.
11 Existem lojas virtuais pela Internet onde toda a parafernálias usada nos rituais mágicos e de bruxaria estão acessíveis e podem ser facilmente adquiridos.
12 O conceito pagão por detrás dessas práticas é o de transferência de poderes espirituais para objetos. James Fraser argumenta que essa idéia está presente nas religiões mais antigas e primitivas e consiste basicamente em transferir para objetos ou animais toda dor, culpa e sofrimento, bem como os maus espíritos que os produzem. Fraser dá vários exemplos interessantes, como por exemplo, a prática de povos indianos de curar epilepsia aplicando folhas de determinadas plantas ao paciente e depois lançando-as fora. Acredita-se que a doença passa para as folhas e depois vai embora com elas (James G. Fraser, The Golden Bough: A Study in Magic and Religion [Nova York: Mcmillan, 1925] 538-40)
13 Warner, Spiritual Warfare, 94.
14 Ibid., 94-95.
15 A palavra hebraica para "bodes", ocorre mais de 40 vezes no Antigo Testamento. Em 4 dessas ocorrências, foi traduzida pela versão Almeida Atualizada (bem como outras versões importantes) como "demônios" ou "sátiros":Nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos demônios, com os quais eles se prostituem; isso lhes será por estatuto perpétuo nas suas gerações (Lv 17.7)Jeroboão constituiu os seus próprios sacerdotes, para os altos, para os sátiros e para os bezerros que fizera (2 Cr 11:15)Porém, nela, as feras do deserto repousarão, e as suas casas se encherão de corujas; ali habitarão os avestruzes, e os sátiros pularão ali (Is 13.21)As feras do deserto se encontrarão com as hienas, e os sátiros clamarão uns para os outros; fantasmas ali pousarão e acharão para si lugar de repouso (Is 34.14).O sátiro era um figura da mitologia grega, uma fera do deserto, metade homem e metade bode. Na antigüidade, era associada ao deus Dionísio. É provável que no período do Antigo Testamento existisse um culto aos sátiros, tendo origem no Egito, e com o qual os israelitas tivessem alguma familiaridade quando ali estiveram como escravos (cf. Js 24.14). Segundo Harrison nos informa, essa seita egípcia floresceu na região oriental do Delta e seu ritual incluía bodes copulando com mulheres adeptas (cf. R. K. Harrison, Levítico: Introdução e Comentário, em Série Cultura Bíblica [São Paulo: Mundo Cristão e Vida Nova, 1980] 165-166). Assim sendo, a tradução de Levítico 17.7 poderia ser simplesmente "Nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos sátiros (ou, deus-bode)". A tradução "demônios" é interpretativa, e pode dar a sugestão de que realmente existiam demônios em forma de bode que assombravam os desertos. O texto hebraico não se refere a demônios, mas ao culto aos sátiros praticado naquela época por alguns israelitas.
16 Warner, Spiritual Warfare, 113.
17 Ver Catecismo Maior, pergunta 109.
18 Cf. G. Adolf Deissmann, Bible Studies (Edimburgo: T. & T. Clark, 1901), 323.
19 John Gill’s Expositor, in loco.
20 Por outro lado, não quero com isso apoiar irrestritamente os movimentos entre os jovens para queimar discos e fitas de rock gospel, considerados espiritualmente perniciosos por alguns líderes evangélicos (cf. Rick Lawrence, "Gothard slams Christian rock", em Group, Set. 1990, 41-42). Sou contra a iconoclastria (destruição de ídolos) por cristãos, como por exemplo, a ocorrida na Escócia, sob os auspícios de John Knox, quando o povo entrou nas igrejas católicas e quebrou todas as imagens, utensílios tidos pelos fanáticos iconoclastas, como ligados ao culto idólatra, quando na verdade eram apenas imagens representativas de Santos Cristãos. Se tivermos, porém, de queimar alguma coisa, a queima de horóscopos poderia fazer algum bem – numa pesquisa de 1992, 11% dos Cristãos americanos disseram consultar horóscopos e acreditar em astrologia ("Most Americans believe in moral absolutes...", em National & International Religion Report, 13 de Julho de 1992, p. 8).
21 Segundo Barclay nos informa, um dos métodos usados pelos exorcistas era conhecer o nome de um espírito mais poderoso do que aquele que estava no doente, e invocá-lo contra esse espírito de doença. Cf. William Barclay, "Hechos de los Apostoles", em El Nuevo Testamento Comentado por William Barclay, vol. 7 (Argentina: La Aurora, 1974) 154-55.
22 I. Howard Marshall, Atos: Introdução e Comentário, em Série Cultura Bíblica (São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1982) 294.
23 Ver a descrição detalhada (inclusive com fotos) em Macedo, Orixás, Caboclos & Guias, 106-8.
24 Aparentemente, a comunidade havia preparado algumas perguntas para Paulo sobre questões práticas Esta carta havia sido possivelmente trazida por uma delegação (1 Co 16.17). Em 1 Coríntios Paulo responde algumas dessas perguntas. Podemos detectá-las nas partes da carta que Paulo começa com a expressão "com relação à....", ver 7:1, 25, 8:1, 12:1, 16:1, 16:12.
25 Barclay, I & II Corintios, 83-84.
26 Ibid., 84. Serápis era uma divindade do Egito, importada da Grécia. Era o deus dos mortos e da cura. Um dos seus adoradores mais famosos foi o rei Ptolomeu I, considerado também o iniciador do culto a esse deus.
27 Ibid.
28 Cf. Fraser, The Golden Bough, onde ele discute esse assunto em relação ao culto de Diana.
29 Os que estão familiarizados com os comentários de Barclay percebem como freqüentemente ele apela para a antiga crença pagã em um mundo povoado de demônios para explicar passagens bíblicas onde demônios são mencionados, sugerindo que os cristãos primitivos, bem como os autores bíblicos, partilhavam das superstições pagãs quanto aos demônios, as quais seriam, diz Barclay, incompatíveis com os conceitos modernos de psicologia e da ciência. Infelizmente, ao fim de sua carreira, Barclay abandonou as principais doutrinas do cristianismo histórico, revelando que esse tipo de tendência tinha raiz mais profunda. No seu livro, A Spiritual Autobiography (Grand Rapids: Eerdmans, 1975) onde ele narra sua vida e ministério, alguns Cristãos ficarão desapontados ao ver o quanto ele se distancia do Cristianismo ortodoxo. Ele se declara universalista (p. 58); declara que o Novo Testamento nunca identifica Jesus como Deus (p. 50); nega a ressurreição literal e física de Jesus (p. 108); identifica o Espírito Santo com o Cristo ressurreto (p. 109); e declara que "os milagres geralmente não foram histórias do que Jesus fez, mas símbolos do que ele ainda pode fazer" (p. 45). Porém, evidentemente fazendo o devido filtro, podemos aprender muitas coisas de suas obras, sempre com cautela e discernimento.
30 C. Peter Wagner, Se Não Tiver Amor (Curitiba: Luz e Vida, 1982) 67-68.
31 Note que Paulo não teve qualquer problema em anunciar o decreto em Antioquia, o que produziu muito conforto entre os irmãos (At 15.30-31).
32 Não somente Paulo, mas os cristãos em geral tinham esse conceito. João escreveu: "Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar" (Ap 9,20).
33 Cf. Charles Hodge, A Commentary on 1 & 2 Corinthians (Carlisle, PA: Banner of Truth, 1857; reimpressão 1978) 193.
34 Hodge (1 & 2 Corinthians, 194) chama a nossa atenção para o fato de que o mesmo princípio se aplica hoje aos missionários que, por força da "contextualização", acabam por participar nos festivais pagãos dos povos.
35 João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, em Comentário à Sagrada Escritura, trad. Valter G. Martins (São Paulo: Paracletos, 1996) 320.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E RECOMENDADA:
-https://pt.aleteia.org/2020/11/04/bencao-para-objetos-por-que-pedi-la-a-um-sacerdote/#
-https://catequisar.com.br/texto/materia/fe2/0762.htm
-https://thirdmill.org/portuguese/57075~9_19_01_10-09-46_AM~Objetos_que_Trazem_B%C3%AAn%C3%A7%C3%A3o_e_Maldi%C3%A7%C3%A3o.html
-https://cleofas.com.br/o-uso-dos-sacramentais-na-luta-contra-o-mal-2/
-http://santaritalondrina.com.br/2021/01/04/saiba-como-fazer-a-bencao-da-sua-casa-na-festa
-da-epifania/
-https://templariodemaria.com/bencao-do-giz-para-abencoar-a-casa-por-ocasiao-da-epifaniado-senhor/
-https://www.padrealexandrefernandes.com.br/epifania-bencao-das-casas/
------------------------------------------------------
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