Confesso que desconheço o livro, e não sei se o mesmo tem “imprimatur” (termo latino que se refere à permissão ou autorização concedida por autoridades eclesiásticas para que determinado texto seja impresso. Essa autorização deve figurar no verso da página de rosto ou do anterrosto dos livros Católicos).
Mas, independentemente de qualquer coisa, carece aqui alguns esclarecimentos necessários:
Todo batizado já é um consagrado! E ser consagrado é ser ‘separado’ para Deus; é ser "santo" (no sentido etimológico e literal dessa palava). Somos consagrados a Deus pelo batismo! A consagração batismal é a consagração definitiva, irrevogável, e insubstituível a Deus! É como consagrado a Deus que todo batizado vai pautar a sua única existência de “ser criatura” sobe o “Senhorio absoluto de Deus Uno e Trino, Criador, Salvador e Santificador. O Batismo é a primeira e grande iniciação cristã - sacramento instituído por Jesus Cristo, para cunhar na alma cristã o selo indelével, indestrutível pelo qual Ele mesmo nos tornou propriedade da santíssima Trindade, filhos adotivos do mesmo Pai e herdeiro de suas graças e promessas!
O Batismo é o sacramento da fé! Mas, a fé tem necessidade de crescimento e da comunidade eclesial dos discípulos cristãos!
Cada um dos fiéis só pode crer dentro da fé da comunidade eclesial!
A fé fundamentada no encontro com Jesus Cristo ressuscitado pode ser redescoberta e apreendida na sua integridade e em todo o seu esplendor.
“Também para nós, em nos nossos dias, a fé é um dom que se deve redescobrir, cultivar e testemunhar”, para que o Senhor nos conceda como “cêntuplo” a graça, a beleza, e a alegria de vivermos como discípulos verdadeiramente Cristãos! A fé que se requer para o Batismo não é uma fé perfeita e madura, mas um começo – uma iniciação - que deve posteriorment, crescer e se desenvolver, do contrário, o neófito terá uma fé imatura, sujeita a mudanças (confr.Efésios 4,14-15).
Ao catecúmeno ou a seu padrinho é feita a pergunta: "Que pedis à Igreja de Deus?" E ele responde: A fé!
Em todos os batizados, crianças ou adultos, a fé deve crescer após o Batismo, é nesta perspectiva que as consagrações paralelas, os carismas particulares e vocacionais, entram e tem seu papel, ou seja, ajudar a viver e desenvolver nossas promessas batismais!
É por isso que a comunidade Igreja celebra cada ano, na noite pascal, a renovação das promessas batismais. A preparação para o Batismo leva apenas ao limiar da vida nova: vida em eclesialidade, porque cada batizado é agora Igreja de Cristo.
O Batismo é a fonte da vida nova em Cristo, fonte esta da qual brota toda a vida cristã! Para que a graça possa desenvolver-se, é importante a ajuda dos pais, familiares e da comunidade Cristã. Este também, é o papel do padrinho ou da madrinha, que devem ser cristãos firmes, capazes e prontos a ajudar o novo batizado, criança ou adulto, em sua caminhada na vida cristã. A tarefa deles é uma verdadeira função eclesial – uma missão! A comunidade eclesial inteira tem uma parcela de responsabilidade no desenvolvimento e na conservação da graça recebida no Batismo.
A fé é dom inseparável do Batismo! O Batismo é de maneira especial “o sacramento da fé”, uma vez que é a entrada sacramental na vida de fé!
É a primeira iniciação cristã que não se encerra no batismo, mas na Crisma! Para que o ato de fé seja humano, o “ser criatura” deve responder a Deus, crendo por livre vontade. Pois o ato de fé é por natureza voluntário. Assim sendo, o ser humano é obrigado em consciência, mas não forçado, pois Deus chama os seres humanos para servi-lo em espírito e verdade.A fé que recebemos do “Corpo místico de Cristo” que é a comunidade eclesial (a paróquia), nós a guardamos com cuidado, sem cessar, sob a ação do Espirito de Deus, à semelhança de um bem - “herança” - de grande preço – a fé - encerrado em um vaso precioso – o ser humano - ela rejuvenesce e faz rejuvenescer o próprio vaso que a contém.
Resumindo:
Toda consagração genuinamente Cristã, é por excelência, uma consagração a Deus que se dar primordialmente, e por excelência, através do batismo sacramental!
Qualquer outra consagração paralela é sempre secundária! Ou seja, para
uma melhor vivência de nossa consagração primeira que se deu pelo batismo
Cristão, em nome da Santíssima Trindade.
Sobre o reverendo
pe. Donald Calloway autor do livro: “Consagração a São José – As glórias de
nosso pai espiritual”
Nascido em 29 de junho de 1972 em Dearborn, Michigan, é um padre católico romano que mora nos Estados Unidos. Ele passou seus primeiros anos em West Virginia e cresceu no sul da Califórnia, em Los Angeles e San Diego. Ele descreve seu passado como irado e viciado em drogas na sua adolescência, e relata o 'abandono do ensino médio'. Ele disse que estava usando drogas já aos 11 anos e que era muito promíscuo. Enquanto vivia no Japão, Calloway se envolveu com a Yakuza, a máfia japonesa, e serviu como "traficante de drogas", distribuindo drogas e dinheiro para cassinos em Honshu. Quando ele tinha 15 anos, Calloway foi removido à força do Japão por sua atividade criminosa e envolvimento com a máfia. Após sua extradição para os Estados Unidos, Calloway foi internado em dois centros de reabilitação de drogas e álcool na Pensilvânia: New Beginnings at Cove Forge e Charter Fairmont Institute. Depois de suas reabilitações fracassadas, ele foi preso na Louisiana aos dezoito anos.Uma noite, após recusar-se a sair com amigos, Calloway começou a ler o livro The Queen of Peace Visits Medjugorje. Ele credita este livro por ter mudado sua vida, depois de ler o qual ele se converteu ao catolicismo romano. Calloway foi ordenado sacerdote em 31 de maio de 2003 no Santuário Nacional da Divina Misericórdia em Stockbridge, Massachusetts. Ele tem um BA (Universidade Franciscana de Steubenville), M.Div. (Dominican House of Studies, Washington, DC ), STB (Dominican House of Studies, Washington, DC) e um STL (International Marian Research Institute, Dayton). Trabalha com a Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria. Calloway conduz peregrinações ao redor do mundo aos santuários marianos. Ele liderou tours pela Terra Santa com o ator Jim Caviezel.
Sobre sua iniciativa pioneira de Consagração a São
José
Acreditando que "o mundo precisa de São José agora mais do que nunca", Calloway criou uma Consagração de São José e publicou um livro com o mesmo título em 2020. A consagração de Calloway a São José é modelada após a “Consagração a Jesus, a sabedoria encarnada, pelas mãos Maria”, de São Luís de Montfort . Calloway afirmou que "a primeira pessoa a se entregar aos cuidados de José e Maria foi na verdade Jesus". Em seu livro, Calloway escreve que a consagração a São José significa “que você reconhece que ele é seu pai espiritual e deseja ser como ele. Para o demonstrar, você se entrega inteiramente aos seus cuidados paternos, para que ele o ajude com amor a adquirir as suas virtudes e a tornar-se santo. São José, por sua vez, dará aos que lhe são consagrados sua amorosa atenção, proteção e orientação ”. O livro Consagração a São José de Calloway: As Maravilhas de Nosso Pai Espiritual vendeu mais de um milhão de cópias em todo o mundo e está disponível em mais de quinze idiomas. Um site é mantido para o livro em: www.consecrationtostjoseph.org .
Prof. Felipe Aquino
fala de forma muito prudente sobre a devoção a São José:
O ano de 2021 tem uma recordação especial, tendo em vista o Ano de São José, instituído pelo Papa Francisco por ocasião dos 150 anos da declaração do santo como padroeiro da Igreja Universal. O anúncio deste evento foi feito pelo Santo Padre por meio da carta apostólica “Patris corde”. Até 8 de dezembro deste ano (2021), o pai adotivo de Jesus Cristo será celebrado por toda a Igreja. “Nestes tempos difíceis de pandemia e de grande apostasia, São José nos socorre com suas preces diante de Seu amado Filho. Na Terra, é nosso protetor; no Céu, é nosso intercessor. Os fiéis devem consagrar-se diariamente a São José com as orações aprovadas pela Igreja. Podem, inclusive, ganhar indulgências plenárias, cumprindo as demais condições exigidas pela Igreja.” A explicação é do professor Felipe Aquino, autor de vários livros de formação católica. Mesmo com as restrições na pandemia, a devoção a São José pode ser feita com uma dedicação especial dos fiéis. “É bom que os fiéis possam ler algum bom livro sobre a vida do santo e rezar em algum devocionário sobre ele. Há muitas orações belas dedicadas a ele: Novena, o Terço de São José, Coroa das suas sete dores etc.”
A importância da
figura de São José na tradição cristã
A tradição cristã sempre teve uma especial atenção à importância do “sim” de Maria. Esposo humilde e justo, São José também é uma figura importante na história da salvação, embora apareça de forma mais oculta.
“A São José, Deus confiou seus dois maiores tesouros! (Jesus e Maria)”, detalha o professor. “O seu silêncio, fidelidade e amor brilham de maneira oculta nas páginas do Evangelho. Ele dedicou sua vida toda a Deus, sem qualquer exigência. Defendeu o Filho de Deus do sanguinário Herodes e cuidou da família de Nazaré”, acrescenta.
O desafio dado a José de aceitar o anúncio de que sua futura esposa seria mãe do Filho de Deus pode não ter sido fácil. Algo que só revela mais de sua fé e integridade. “No seu silêncio e angústia, entregou-se nas mãos de Deus e foi socorrido. Isso nos ensina a não duvidar da ação amorosa de Deus em todos os acontecimentos de nossa vida, especialmente nos momentos de tribulação e aflição”, pondera o professor.
A história de São
José e a semelhança com o drama dos migrantes!
A história de vida de São José é muito parecida com o drama hoje vivido pelos migrantes, que fogem em busca de um local onde possam ter uma vida digna. Pode-se dizer que, infelizmente, as dificuldades vividas por José ainda fazem parte do mundo contemporâneo.“É grande o drama dos migrantes em todos os tempos, e mais ainda hoje em nosso mundo incoerente, que tem o suficiente para o sustento de todos, mas não tem amor ao ser humano; prefere mais os animais do que os homens. Assim como José e Maria tiveram que fugir para o Egito para que Herodes não matasse Jesus, hoje também muitos são perseguidos em sua pátria devido à perseguição às etnias, às guerras e às perseguições religiosas”, analisa Aquino.A Igreja pede, porém, que essas pessoas sejam acolhidas e que seus costumes sejam respeitados. “O Papa é um incansável defensor deles, e até colocou na ladainha Lauretana de Nossa Senhora a invocação: ‘Socorro dos migrantes, rogai por nós!'”, finaliza.
ATENÇÃO! Todo
sacramento produz dois efeitos: o caráter e a graça santificante!
-O caráter é uma marca, um selo espiritual que é impresso na alma do cristão pelos três Sacramentos que não podem ser repetidos: Batismo, Crisma e Ordem. Os demais sacramentos imprimem um “quase-caráter”; por exemplo, o vínculo conjugal para os validamente casados. Esta marca significa uma pertença a Cristo, e não depende das disposições morais da pessoa que recebe o sacramento! Santo Agostinho comparava esta marca com aquela que era impressa nas ovelhas, no gado, e até nos escravos pelos seus donos. Mesmo desertado o escravo, continuava com a marca para sempre!
-A graça
santificante comunicada pelo Sacramento é a “participação na vida divina” de
que falou S. Pedro (1Pe 1, 4), que a pessoa pode não receber se põe obstáculo a
ela. Por exemplo, se
alguém comunga em pecado grave, ou se não crê na Eucaristia, mesmo assim recebe
o verdadeiro Corpo de Cristo, mas não recebe a graça! Os frutos dos
Sacramentos, indulgências e Consagrações dependem do esforço de conversão da
pessoa, ou seja, das suas disposições interiores.
Filipenses
2,12-13: “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha
presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, TRABALHAI pela vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o
querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”.
CONCLUSÃO:
Sem as devidas disposições interiores, esperar os efeitos dos Sacramentos, indulgências e consagrações, são vãos! Isso não acontece de forma mágica e automática, seria cair no pecado da “SUPERSTIÇÃO”, ou seja, esperar os frutos e efeitos apenas pelo rito ou materialidade sacramental, sem estar em estado de graça, e sem o desejo sincero e efetivo (não apenas afetivo), de conversão (mudança de vida e mentalidade no seguimento a Jesus). Portanto, não adianta consagrar-se a Jesus pelas mãos de Maria, a São José, São Miguel, etc. bem como, fazer todas as exigências "exteriores" para adquirir as indulgências, estando em pecado grave e sem desejo de mudança, ou conversão!
Muitos farão a consagração e verão frutos concretos, porque contemplam as disposições interiores, outros(as) farão a mesma consagração, e não vai acontecer nada de concreto, porque a pessoa não está com as disposições interiores necessárias para produzir seus frutos e eficácia!
Veja o que diz a Igreja sobre esta temática:
§2111
A SUPERSTIÇÃO: é
o desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Pode afetar
também o culto que prestamos ao verdadeiro Deus, por exemplo, quando atribuímos uma importância de alguma maneira mágica
a certas práticas, em si mesmas legítimas ou necessárias. Atribuir eficácia
exclusivamente à materialidade das orações ou dos sinais sacramentais, sem
levar em conta as disposições interiores que elas exigem, é cair na superstição.
§2138
A superstição é
um desvio do culto que
rendemos ao verdadeiro Deus...”
Portanto, não adianta sair por ai “OSTENTANDO que é um consagrado(a) a Jesus pelas mãos de Maria”, a São Miguel, ou a São José, sem viver concretamente sua consagração, pois ela será estéril e infrutífera.
De que adianta você fazer qualquer uma dessas consagrações, carregando correntes e símbolos desta consagração, mas não reza sequer uma Ave Maria? Se dizer consagrado a São Miguel e não fazer o mínimo esforço para lutar contra os pecados?(conf. Hebreus 12,4). Ostentar que é um consagrado a São José e não procurar seguir seus exemplos, querendo apenas tão somente sua proteção?
Soa como se sua consagração batismal não servisse, então você se consagra a Maria, mas esta também, não está lhe servindo, então se consagra a São Miguel e diz: "agora vai!" Com tempo, suas expectativas também são frustradas, e agora vai se consagrar São José para "ver o que no que dar..."acaba caindo em modismos momentâneos, deixa de viver o essencial da sua fé, e pior de tudo, não consegue enxergar, ou entender, que o problema não está na consagração, mas em você. Enfim, são aqueles Católicos que como abelhas, ficam a experimentar o néctar de todas as flores, sem querer compromisso com nenhuma delas.
BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA E RECOMENDADA:
-https://padrepauloricardo.org/blog/e-hora-da-consagracao-a-sao-jose
-https://www.acidigital.com/noticias/por-que-a-nova-consagracao-a-sao-jose-e-tao-popular-hoje-sacerdote-explica-23140
-https://noticias.cancaonova.com/igreja/no-mes-de-sao-jose-professor-felipe-aquino-destaca-virtudes-do-santo/
-https://en.wikipedia.org/wiki/Donald_Calloway
-“É preciso um pai”: Novo livro destaca a consagração a São José. Registro Católico Nacional
-Farrow, Mary. “Por que uma nova consagração a São José se espalha como um incêndio” . Agência Católica de Notícias .
-Kosloski, Philip. “Como a Consagração a São José pode mudar a sua vida” .
-“Stephen Buhagiar: Homens, é hora! Vamos até Joseph” . The Catholic Weekly
-MIC, Donald H. Calloway; Calloway, Donald H. (fevereiro de 2018). Joias de São José: Sabedoria Diária sobre Nosso Pai Espiritual . Marian Press.
-"Consagração a São José" . www.goodreads.com .
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Realmente...não adianta sair por ai “OSTENTANDO que é um consagrado(a) a Jesus pelas mãos de Maria”, a São Miguel, ou a São José, sem viver concretamente sua consagração, pois ela será estéril e infrutífera.
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