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São Francisco de Assis: "que a nossa irmã morte seja bem acolhida!"

Written By Beraká - o blog da família on domingo, 16 de fevereiro de 2020 | 21:46










Em  um trecho  da  letra  de um cântico  sobre São Francisco  de Assis sobre a sua morte, há uma mensagem  muito interessante a qual deve ser refletida, que diz assim: "Que a nossa irmã morte seja bem acolhida, como a gente acolhe o sono depois de um dia bem conturbado...” No Cântico das Criaturas existe o famoso verso do próprio Francisco de Assis:







“Louvado sejas, meu Senhor, 
pela Irmã nossa, 
a morte corporal, 
da qual nenhum homem vivente 
pode escapar...”






Nos relata Tomás de Celano seu biógrafo:





“Convidava também todas as criaturas ao louvor de Deus e, por meio das palavras que outrora compusera, ele próprio exortava ao amor de Deus. Exortava ao louvor até a própria morte, terrível e odiosa para todos, indo alegre ao encontro dela, convidava-a a sua hospitalidade; disse, “Bem-vinda, minha irmã morte!” (2Cel 217,7).













Francisco preparou ritualmente sua morte, fez da sua morte uma celebração, um rito de passagem!






Por estar plenamente na vida e na totalidade da existência integrou a morte não como aquele grande absurdo que é para alguns filósofos, mas como parte natural do ciclo da vida.Francisco de Assis é uma afirmação da vida por isso pode encarar a morte como um processo da curva biológica que traça a linha do nascer, crescer, envelhecer, morrer no momento oportuno ou prematuramente. Francisco preocupou-se com a vida e não com a doença e morte. Morre cantando a vida e sua essência! Ao celebrar a morte, ele a encarou de frente como aquela que lhe estendia a mão para concretizar o grande sonho humano: a imortalidade! Ele sabe que não está perdendo nada da vida porque encontrou e ganhou a vida plena que estava dentro de si mesmo.Fez do Amor seu projeto de vida, amar a Deus, amar a humanidade, a fraternidade, amar todos os seres. 












Esta confraternização universal do Amor não conhece a morte e o morrer. Tudo fez parte de sua vida, inclusive a finitude. Ele pode dizer como Santa Terezinha, “Eu não morro, entro na vida!”. Ele pode dizer como Gabriel Marcel:“Amar é dizer: Tu não morrerás jamais!” Francisco de Assis sente e pensa, sente e age com a certeza de que a morte não é um fim, mas a grande oferenda, a entrega, a restituição de si mesmo para Deus! Conquistou a esperança dos justos, que é imortalizar-se e andar para sempre no florido e fecundo caminho do Paraíso. A força vital que emana de Francisco de Assis o fez dar boas-vindas à Irmã Morte.





Francisco faz da morte uma celebração, uma liturgia. Por ser ela um fato humano, uma realidade “da qual homem algum pode escapar”, ele a convoca para unir-se aos demais elementos vitais do homem: o sol, a lua, a terra com suas flores e frutas, as estrelas e o vento, a água cristalina e cantante. Não é ela a mensageira de uma fatalidade, embora, homem vivente algum dela possa esquivar-se, não é destruidora da tessitura da vida e separadora de corações e dos elementos naturais. 




A morte não é uma criatura deformada, repelente, intrusa ou alheia à criação de Deus!






Ela é também uma criatura nascida, como todas, da bondade de Deus.Se para Francisco todas as criaturas são irmãos e irmãs, também a morte é a irmã, aquela que nos toma pela mão e nos conduz por este trecho do caminho, misterioso e sombrio. Misterioso porque não temos dele nenhuma experiência. Tudo o que da morte sabemos é algo exterior a nós, algo que nos chega de fora.Por isso, não a conscientizamos. E, conseqüentemente, não a incorporamos à nossa história, procurando afastá-la. E como não o podemos fazer biologicamente, fazemo-lo mentalmente: recusamo-nos a pensar nela e dela falar. Rejeitamo-la. Sombrio, porque as civilizações e as culturas encheram este caminho de negrume e sombras assustadoras.




Para Francisco de Assis, esta saudação não é mera exuberância poética, numa hora de bem-estar espiritual, quando nosso ser suporta até os pensamentos aparentemente mais assustadores e desconfortantes. É uma saudação arrancada, no momento de plena consciência da proximidade de sua dissolução, quando o fenômeno morte lhe está próximo, palpável, no tempo e no espaço. Nem tampouco é um grito nascido de um “cansado da vida”, porque sua cosmovisão fazia-o degustar a vida, e amá-la, em suas múltiplas alegrias. É a conformidade profunda, nascida da fé que acredita numa realidade meta-histórica, atingível apenas através da morte.





Se a morte é irmã, isto significa que entre ela e o homem existe um parentesco, portanto não se trata de algo estranho, algo punitivo, algo fatal, algo inimigo. Também aqui aparece uma dimensão diferente: o desapego foi libertando o homem, até desejar apenas a realização no plano eterno de Deus. 



Portanto, não fala, aqui, a emoção estética, ainda que o belo exercesse tão profundo fascínio em Francisco, mas é uma expressão teológica de aceitação alegre. Tudo é bem. Tudo é dádiva. Tudo é gratuidade! Por isso ele usa a expressão: bem-vinda! A terra é “irmã” e sobre ela quer seu corpo estendido para nela passar à realidade eterna, pelas mãos de outra “irmã”, a Morte. Sempre de novo, na visão de Francisco, aparece a fraternização, que vem marcada pela entrega total. Francisco foi o homem “à disposição” de tudo e de todos, como ensina em suas exortações: o frade está submisso à toda criatura. Mormente à disposição de Deus. Daí a entrega final, generosa e alegre, fraterna e pacificada.





Francisco tinha bem claro que o homem não é um ser-para-a-morte, mas um ser-para-a-vida! Por isso, olha com o mesmo olhar límpido e destemido o sol, a lua, as flores, as águas e a morte, porque em todos eles se manifesta o mesmo mistério do ser e palpita a mesma centelha da vida. Sem dúvida, é resultado de uma longa caminhada. Sobretudo, resultado de um relacionamento equilibrado e iluminado com todos os seres, relacionamento feito de ternura e de amor. 



O que se ama não se teme, pois os dois termos são excludentes. Esta estrofe não foi um aditamento de última hora, mas um complemento necessário, sem o qual o Cântico das Criaturas ficaria mutilado e incompleto.





O Cântico começa com o SOL e termina com a MORTE sem estabelecer um paradoxo, ou antagonismos, mas é uma continuidade natural, uma decorrência lógica. É o encontro da luz solar com a luz da eternidade. É a explosão da luz. Francisco aproximou o Sol e a Morte, a Vida e a Morte, a Beleza e a Morte, a Alegria e a Morte, dentro de sua simplicidade característica, sem fazer violências a si ou aos outros, mas na aceitação plena de quem sabe que somente quando as folhas da flor caem é que a semente tem possibilidade de tornar-se geradora de uma nova primavera! “Na verdade, na verdade vos digo que se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só, mas se morrer, dá muito fruto...” (Jo 12,24). 





Ou somente no “apodrecer no seio da terra”, irrompe a vida do grão. Na tradição franciscana, desde Frei Pacífico, o jogral da corte, dos dias de Francisco até um Alceu Amoroso Lima, vamos encontrar esta fraterna convivência do homem com a morte, depois de ter exorcizado todos os fantasmas e medos e de ter aceito o parentesco com a Irma Morte que deve ser bem acolhida não importando se cedo, ou tardiamente.






Adaptação do livro: “São Francisco, vida e ideal”, de Frei Hugo Baggio, Vozes.







ORAÇÃO DA BOA MORTE !












Meu Senhor Jesus Cristo, Deus de bondade e Pai de misericórdia, eu me apresento a vós com o coração contrito e humilhado, para recomendar-vos o meu último suspiro e o que depois dele me espera de vosso reto e justo juizo. Quando a imobilidade de meus pés me advertirem que a minha carreira neste mundo está prestes a terminar:



– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim!



Quando as minhas mãos trêmulas e entorpecidas já não puderem sustentar o crucifixo e, a meu pesar, o deixarem cair sobre o meu leito de dor:



– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.



Quando os meus olhos, ofuscados pelo horror da morte iminente, fixarem em Vós as vistas lânguidas e desfalecidas:



– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.




Quando os meus lábios, frios e trêmulos, pronunciarem pela última vez o vosso nome adorável:



– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.



Quando a minha face, pálida e lívida, inspirar aos circunstantes compaixão e terror, e os meus cabelos, banhados de suor da morte, anunciarem o meu fim próximo:



– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.



Quando os meus ouvidos, prestes a cerrarem-se para sempre aos discursos dos homens, se abrirem para escutar a vossa voz, que pronunciará a irrevogável e decisiva sentença de minha sorte para toda a eternidade! (Vinde  mim, ou afasta-te!)



– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.



Quando a minha imaginação e o meu espírito perturbados pelo aspecto das minhas iniquidades e pelo temor da vossa justiça, lutarem contra o anjo das trevas, que procurará afastar-me da vista consoladora das vossas misericórdias e precipitar-me no abismo da desesperação:



– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.



Quando o meu débil coração, oprimido pelas dores da enfermidade e tomado dos horrores da morte, se achar extenuado pelos esforços que tiver feito contra os inimigos de minha salvação:



– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.



Quando correrem dos meus olhos as últimas gotas de lágrimas, sintomas da minha destruição; recebei-as, ó meu Jesus, em sacrifício expiatório, para que eu expire como vítima de penitência, e nesse terrível momento:




– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.



Quando meus parentes e amigos, ao redor do meu leito, se enternecerem à vista do meu doloroso estado e vos invocarem por mim:



– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.




Quando eu tiver perdido o uso de todos os meus sentidos, e o mundo inteiro tiver desaparecido diante de mim, deixando-me só, inteiramente só, a gemer nas angústias da extrema agonia e nas aflições da morte:




– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.




Quando as ânsias extremas do coração forçarem a minha alma a desprender-se do corpo, arrancando os últimos suspiros, aceitai-os como sinal de uma santa impaciência de unir-se a vós:




– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.




Quando a minha alma sair para sempre deste mundo e deixar meu corpo pálido, frio, inanimado e cadáver, aceitai essa destruição do meu ser em sacrifício de homenagem por mim prestada à vossa divina majestade, e então:



– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.





Finalmente, quando minha alma comparecer na vossa presença, e ver pela primeira vez o esplendor de vossa infinita majestade, não a expulseis da vossa vista, antes recebei-a no amoroso seio da vossa misericórdia, para que cante eternamente os vossos louvores:



– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.














PETIÇÃO





Meu Deus que, condenando-nos à morte, nos ocultastes a hora dela, fazei que, vivendo em justiça e santidade todos os dias da nossa vida, mereçamos sair deste mundo em vosso santo amor, pelos merecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, que convosco vive e reina, na unidade com o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos.




Amém!






*Extraída do livro: "O Pequeno Missionário - Manual de Instruções, Orações e Cânticos" - Pe. Guilherme Vaessen, 6a. Edição, Editora Vozes, 1953







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Anônimo
28 de setembro de 2022 às 10:48

São José patrono da boa morte, rogai por nós e por todos os moribundos que neste momento fazem esta passagem!

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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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