(Celina Borges)
Foi Deus quem colocou no coração
do homem
o desejo da verdade;
De conhecer a Ele.
Ó fé não tenhas medo da razão!
Razão, quem te criou foi Deus!
Duas asas que nos elevam para o
céu.
Duas asas que nos elevam em
contemplação.
Deus sempre abençoa o esforço da
busca.
Crer, nada mais é pensar
querendo;
Pensar crendo e pensando crer.
O Eterno entra no tempo.
O Tudo esconde-se no fragmento!
Falar de fé não é fácil!
Nem todo o que acredita crê
A fé e a razão, a fé e a razão,
razão e a fé.
A fé e a razão, a fé e a razão,
razão e a fé.
Deus sempre abençoa o esforço da
busca.
Crer, nada mais é pensar
querendo;
Pensar crendo e pensando crer
O Eterno entra no tempo,
O Tudo esconde-se no fragmento
Deus assume um rosto humano e
todos têm acesso ao Pai
A fé e a razão, a fé e a razão,
razão e a fé;
Duas asas que nos elevam para o
céu...
VEJA A MÚSICA ACIMA NA LINDA VOZ DE CELINA BORGES:
O que é a
Virtude Cardeal da Prudência?
I Tessal
5, 21: “Examinai todas as evidências, e retende apenas o que é bom. Afastai-vos de toda a
forma de mal...”
“A prudência é a virtude que
dispõe o espírito para discernir, em qualquer circunstância, qual é o nosso
verdadeiro bem e escolher os meios para atingi-lo” (Cfr.
Catecismo da Igreja Católica, n. 1806).
A prudência baseia-se
na memória do passado, no conhecimento do presente e, até onde é possível ao
homem, na previsão das consequências da decisão. Indica a medida justa das outras virtudes, entre o excesso
e a falta, entre o exagero e a carência ou mediocridade. A prudência relaciona-se com a
inteligência; mais ainda, radica, segundo a tradição filosófica, na
razão prática, quer dizer, na razão na medida em que se orienta e se verte na
práxis, na ação. Pressupõe, porém, o desejo e o amor do bem. É
isto o que distingue a prudência da astúcia, e também da prudência da
carne de que fala São Paulo (cfr. Rm 8, 6).
“Daqueles que têm inteligência, mas procuram não a utilizar para
descobrir e amar o Senhor. Verdadeira
prudência é a que permanece atenta às insinuações de Deus e, nessa
vigilante escuta, recebe na alma promessas e realidades de salvação” (conf. Amigos de Deus. 87)
A virtude
da Prudência na Sagrada Escritura:
“O sábio de coração será chamado
prudente” (Pr 16, 21)
Na Sagrada Escritura, a prudência aparece, em
primeiro lugar, como uma propriedade de Deus:
“Eu, a Sabedoria, moro com a
prudência, e descobri a arte da reflexão. O temor do Senhor odeia o mal.
Detesto o orgulho e a soberba, a má conduta e a boca falsa. É meu o conselho e a prudência, são minhas
a inteligência e a fortaleza” (Pr 8, 12-14).
Jó exclama:
“É em Deus que está a sabedoria e
a fortaleza: Ele tem o conselho e a inteligência” (Jó 12, 13).
Em consequência é Deus que concede a
prudência ao homem. Esta é, antes de tudo, um dom de Deus, uma graça:
“É o Senhor quem dá a Sabedoria,
e de sua boca procedem conhecimento e prudência” (Pr 2, 6)
Para alcançar a sabedoria são
necessárias, em primeiro lugar, a oração e a meditação da Palavra de Deus:
“Assim implorei
e a inteligência me foi dada, supliquei, e o espírito da sabedoria veio a mim”
(Sab 7, 7).
“Mas consciente de não poder possuir a sabedoria,
a não ser por dom de Deus, (e já era inteligência o saber de onde vem o
dom), eu me voltei para o Senhor, e invoquei-o” (Sab 8, 21)
Em
Cristo, a Sabedoria de Deus encarnada, encontramos a prudência perfeita e a
perfeita liberdade. Com as suas obras ensina-nos que a prudência ordena que convertamos a
vida em um serviço aos outros, amigos e inimigos, por amor ao Pai; com
a sua morte na cruz mostra que a verdadeira prudência leva inclusive a entregar
a própria vida, em obediência ao Pai, pela salvação dos homens.
Esta prudência de Cristo parece exagero
e imprudência aos olhos humanos:
Quando
mostra a seus discípulos que deve ir a Jerusalém, padecer e morrer, Pedro achou
isto “imprudente”, começou a interpelá-lo e protestar nestes termos:
“Que Deus não permita isto, Senhor! Isto não te
acontecerá! Mas Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: Afasta-te, Satanás! Tu
és para mim um escândalo, teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens” (Mt
16, 22-23)
O próprio Jesus
dá conselhos práticos para o nosso dia a dia no sábio uso da prudência:
Mateus 10,16: “Eu vos
envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois,
prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas”.
Mateus 14,25-35 - O custo de ser discípulo de Cristo: “Milhares de pessoas acompanhavam Jesus; então, dirigindo-se à
multidão lhes declarou: Se alguém deseja seguir-me e ama a seu pai, sua
mãe, sua esposa, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até mesmo a sua própria
vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. Da mesma forma, todo
aquele que não carrega a sua própria cruz e segue após mim não pode ser meu
discípulo. Porquanto,
qual de vós, desejando construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o
custo do empreendimento, e avalia se tem os recursos necessários para
edificá-la? Para não acontecer
que, havendo providenciado os alicerces, mas não podendo concluir a obra, todas
as pessoas que a contemplarem inacabada zombem dele, proclamando: Este
homem começou grande construção, mas não foi capaz de terminá-la! Ou ainda, qual é o rei que, pretendendo
partir para guerrear contra outro rei, não se assenta primeiro para analisar se
com dez mil soldados poderá vencer aquele que vem enfrentá-lo com vinte
mil? Se chegar à conclusão de que não poderá vencer, enviará uma
delegação, estando o inimigo ainda longe, e solicitará suas condições de
paz. Assim, portanto, todo aquele dentre vós que não renunciar a tudo
quanto de mais estimado possui não pode ser meu discípulo. Portanto, bom é o
sal, mas ainda ele, se perder o sabor, como restaurá-lo? Não serve nem
para o solo nem mesmo para adubo; será apenas lançado fora. Aquele que tem
ouvidos para ouvir, ouça!”
Mateus 7,12-29: “Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que
eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas. Entrem pela porta estreita,
pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que
entram por ela. Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida!
São poucos os que a encontram. Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês
vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os
reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos
de ervas daninhas?Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons,
mas a árvore ruim dá frutos ruins. A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem
a árvore ruim pode dar frutos bons. Toda árvore que não produz bons frutos é
cortada e lançada ao fogo. Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão. Nem
todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas
aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.Muitos me dirão naquele
dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não
expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres? ’Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os
conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal.’ Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem
prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os
rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque
tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica
é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela
caiu. E foi grande a sua queda. Quando Jesus acabou de dizer essas coisas, as
multidões estavam maravilhadas com o seu ensino, porque ele as ensinava como
quem tem autoridade, e não como os mestres da lei.”
Em
consequência, muitas atitudes que parecem prudentes aos olhos humanos, são na
verdade tolas e imprudentes, tais como: a do homem que acumula riquezas mas
esquece a sua alma (cfr. Lc 12, 16-20), a do jovem que não quer seguir Cristo
porque tem muitos bens (cfr. Lc 18, 18-23), ou a do servo que guarda seu
talento em vez de fazê-lo frutificar para o seu Senhor (cfr. Mt 25, 24-28). São
condutas imprudentes que têm a própria raiz na falta de liberdade, na
escravidão voluntária com relação aos bens temporais ou à própria
comodidade (Cfr. T. TRIGO, Scripta
Theologica 34 (2002/1) pp.273-307).
Os três atos próprios
da prudência:
1)- O conselho (consilium).
2)- O juízo prático (iudicium
practicum).
3)- E preceito (praeceptum),
império (imperium) ou mandato.
Os dois primeiros são
cognoscitivos e o terceiro é imperativo.O primeiro passo da prudência é o
reconhecimento das nossas limitações: a virtude da humildade. É admitir, em
determinadas questões, que não apreendemos tudo, que em muitos casos não
podemos abarcar todas as circunstâncias que não devemos perder de vista
à hora de julgar. Por isso buscamos a ajuda de um conselheiro. Não de qualquer um,
mas de quem for idôneo.Depois, é necessário
julgar, porque a prudência exige habitualmente uma determinação pronta e
oportuna. Se algumas vezes é prudente adiar a decisão até se completarem todos os
elementos de juízo, outras seria uma grande imprudência não começar a pôr em
prática, quanto antes, aquilo que vimos ser necessário fazer,
especialmente quando está em jogo o bem dos outros” (Amigos de Deus, n. 86). Para ser prudentes não basta deliberar, aconselhar-se bem e julgar retamente o
que se deve fazer. É preciso pôr em prática o que se julgou conveniente. Não o
fazer, omiti-lo, seria imprudente. Este
ato, que consiste em pôr em prática o que se deve fazer, é o ato próprio da
virtude da prudência (Cfr. S. Th. II-II, q. 47, a. 8), por isso pode-se definir
a prudência como “a virtude da função imperativa da razão prática que decide
diretamente a ação”(M. RHONHEIMER, La perspectiva de
la moral. Fundamentos
de la ética filosófica, Rialp, Madri 2000, 241. Cfr. A. RODRÍGUEZ LUÑO, La scelta ética. Il raporto fra libertà &
virtù, Milão 1988, 83ss).É
precisamente nisso que se pode melhor perceber a relação íntima entre a
prudência e a liberdade. Para pôr em prática o que se viu que convém
fazer, é necessário não se deixar prender pelo medo, pela preguiça, por nenhuma
armadilha montada pelo egoísmo ou pela soberba. Se bem que pode ser
conveniente saber esperar para aconselhar-se e deliberar, uma vez que se tomou uma determinação,
deve-se pô-la em prática com rapidez e diligência. Aqui a palavra
diligência (de diligo, amar) diz mais do que se entende na
linguagem comum. Trata-se de atuar depressa levados pelo amor ao bem.
Conheça
as virtudes que estão dentro de você e transforme-as em hábitos
Santo Tomás de Aquino, citando Aristóteles, diz:
“A pedra nunca se
acostuma a ser dirigida para cima (in II Ethic.lect. I).
Com isso, o Doutor Angélico quer evidenciar que a
nossa natureza necessita por excelência participar da natureza divina, porque
Deus cria o homem para participar de Sua Vida, e, para tanto, não pode fazer o
caminho inverso ou diferente daquele que é definido por Deus para que possa
fazer da vida humana uma vida que participa da divindade. A natureza
humana possui forças habituais, enraizadas pelo ato da criação ou adquiridas
pela repetição constante e regular de atos bons ou maus. Uma pessoa que pratica
o bem fará de suas ações uma correspondência do bem; de outra monta, uma pessoa
que pratica o mal irá fazer de suas ações a correspondência ao mal que ela
deseja praticar.As forças que habitam a
natureza humana criada são chamadas de habitus, e tais podem ser boas ou más,
podem nos levar para Deus ou nos afastar d’Ele na medida em que praticamos o
mal ou o bem com nosso esforço próprio e com o auxílio divino. Todo bom hábito
é chamado de virtude e todo mau hábito é conhecido por vício.Para melhor definir, a virtude é, segundo Santo
Agostinho, a disposição para o amor, compreendida como a essência e finalidade
suprema do espírito humano, ou, ainda, segundo o já citado Aristóteles, é uma
característica própria e definidora do ser humano, cuja realização consuma a
excelência ou perfeição deste ser.Esses bons hábitos (ou virtudes) são
inerentes à natureza humana, e são comuns a todos os homens indistintamente,
pois são naturais assim como o homem é natural, porém sem esquecer que é o
Próprio Deus que mantém e sustenta a ordem natural que Ele criou.As virtudes, então, por
serem próprias da humanidade, quando praticadas irão nos levar a viver
retamente e evitaremos todo o mal, mas quando não são praticadas ou são
esquecidas, iremos fazer de nossas ações um grupo imenso de vícios, ou seja, de
maus hábitos que nos levam ao pecado. Estas virtudes boas, bons hábitos, essas forças de
nossa natureza que estão presentes na alma, são chamadas de virtudes cardeais,
quais sejam a: Prudência, Justiça, Temperança e Força. A prudência nos leva a escolher
entre o bem e o mal. É dela que Nosso Senhor Jesus Cristo ensina ao dizer: “Eis
que vos mando como ovelhas no meio de lobos. Sêde, pois, prudentes como a
serpente e simples como as pombas” (Mt 10, 16). Cristo proclama esse
ensinamento de forma profética, ou seja, deixa claro para os apóstolos e para
aqueles que seguiriam o Cordeiro de Deus pela pregação apostólica que, no
decorrer de toda a história da Igreja, seria árduo que o mundo compreendesse
quais são os caminhos de Deus e Seus propósitos para a humanidade. Assim,
seguir o Cristo não seria nada além do que à custa de suor e labor, pois o
próprio Cristo foi sinal de contradição, e sendo Ele assim, aqueles que o
seguem seriam emissários da contradição.“Mas, Cristão por que
continuas tentando mudar o mundo e as pessoas, se até agora nada conseguistes?...
Quando, na vida de um cristão, não há contradição, é o sinal evidente de que o
cristão se mundanizou” (Cf.
Bíblia de Navarra, Vol I, pg. 231). Por isso, na escolha entre o bem e o mal, que nos
será possível escolher através da prudência, não será suscetível ao cristão
transigir, transacionar, alienar a vida cristã por nenhuma manifestação
mundana, por mais que seja aprazível ao corpo o que esteja em moda (Cf. Bíblia de Navarra, Vol I, pg.232). “A vida cristã levará
consigo, necessariamente, uma inconformidade diante de tudo o que atente contra
a fé e a moral (cf. Rom 12, 2). Não se pode estranhar que a vida do cristão se
mova, não poucas vezes, entre o heroísmo e a traição. Perante estas dificuldades
não se deve ter medo: não estamos sós, contamos” (Cf. Bíblia de Navarra, Vol I,
pg.232).
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA E AS VIRTUDES CARDEAIS:
CIC.1803: «Tudo o que é
verdadeiro, nobre e justo, tudo o que é puro, amável e de boa reputação, tudo o
que é virtude e digno de louvor, isto deveis ter no pensamento» (Fl 4,
8).A virtude é uma disposição habitual e firme para praticar o bem. Permite à
pessoa não somente praticar actos bons, mas dar o melhor de si mesma. A pessoa
virtuosa tende para o bem com todas as suas forças sensíveis e espirituais;
procura o bem e opta por ele em actos concretos. «O fim duma vida
virtuosa consiste em tornar-se semelhante a Deus».
As virtudes humanas
CIC.1804: As virtudes
humanas são atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições
habituais da inteligência e da vontade, que regulam os nossos actos, ordenam as
nossas paixões e guiam o nosso procedimento segundo a razão e a fé. Conferem
facilidade, domínio e alegria para se levar uma vida moralmente boa. Homem
virtuoso é aquele que livremente pratica o bem. As virtudes morais são
humanamente adquiridas. São os frutos e os germes de atos moralmente bons e
dispõem todas as potencialidades do ser humano para comungar no amor divino.
DISTINÇÃO DAS
VIRTUDES CARDEAIS:
CIC.1805: Há quatro virtudes que desempenham um
papel de charneira. Por isso, se chamam «cardeais»; todas as outras se agrupam
em torno delas. São: a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança. «Se
alguém ama a justiça, o fruto dos seus trabalhos são as virtudes, porque ela
ensina a temperança e a prudência, a justiça e a fortaleza» (Sb 8,
7). Com estes ou outros nomes, estas virtudes são louvadas em numerosas
passagens da Sagrada Escritura.
CIC. 1806: A prudência é a virtude que dispõe
a razão prática para discernir, em qualquer circunstância, o nosso verdadeiro
bem e para escolher os justos meios de o atingir. «O homem prudente vigia os seus
passos» (Pr 14,
15). «Sede ponderados e comedidos, para poderdes orar» (1 Pe 4, 7). A prudência é a
«reta norma da ação», escreve São Tomás (62) seguindo Aristóteles. Não se
confunde, nem com a timidez ou o medo, nem com a duplicidade ou dissimulação. É
chamada «auriga virtutum – condutor
das virtudes», porque guia as outras virtudes, indicando-lhes a regra e a
medida. É a prudência que guia imediatamente o juízo da consciência. O
homem prudente decide e ordena a sua conduta segundo este juízo. Graças a esta
virtude, aplicamos sem erro os princípios morais aos casos particulares e ultrapassamos as dúvidas sobre o bem a fazer e o
mal a evitar.
CIC.1807. A justiça é a virtude moral que consiste na constante e
firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido. A justiça para
com Deus chama-se «virtude da religião». Para com os homens, a justiça leva a
respeitar os direitos de cada qual e a estabelecer, nas relações humanas, a
harmonia que promove a equidade em relação às pessoas e ao bem comum. O homem
justo, tantas vezes evocado nos livros santos, distingue-se pela rectidão
habitual dos seus pensamentos e da sua conduta para com o próximo. «Não
cometerás injustiças nos julgamentos. Não favorecerás o pobre, nem serás
complacente para com os poderosos. Julgarás o teu próximo com imparcialidade» (Lv 19,
15). «Senhores, dai aos vossos escravos o que é justo e equitativo,
considerando que também vós tendes um Senhor no céu» (Cl 4,
1).
CIC.1808: A fortaleza é a virtude moral
que, no meio das dificuldades, assegura a firmeza e a constância na
prossecução do bem. Torna firme a decisão de resistir às tentações e de superar
os obstáculos na vida moral. A virtude da fortaleza dá capacidade para
vencer o medo, mesmo da morte, e enfrentar a provação e as perseguições. Dispõe
a ir até à renúncia e ao sacrifício da própria vida, na defesa duma causa
justa. «O Senhor é a minha fortaleza e a minha glória» (Sl 118,
14). «No
mundo haveis de sofrer tribulações: mas tende coragem! Eu venci o mundo!» (Jo 16, 33).
CIC.1809. A temperança é a virtude moral que
modera a atração dos prazeres e proporciona o equilíbrio no uso dos bens
criados. Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os
desejos nos limites da honestidade. A pessoa temperante orienta para o bem os
apetites sensíveis, guarda uma sã discrição e não se deixa arrastar pelas
paixões do coração. A temperança é muitas vezes louvada no Antigo Testamento:
«Não te deixes levar pelas tuas más inclinações e refreia os teus
apetites» (Sir 18,
30). No Novo Testamento, é chamada «moderação», ou «sobriedade». Devemos «viver
com moderação, justiça e piedade no mundo presente» (Tt 2, 12).«Viver bem é
amar a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todo o proceder, de tal
modo que se lhe dedica um amor incorrupto e íntegro (pela temperança), que mal
algum poderá abalar (fortaleza), que a ninguém mais serve (justiça), que cuida de
discernir todas as coisas para não se deixar surpreender pela astúcia e pela
mentira (prudência)».
O EXERCÍCIO DAS VIRTUDES
E A GRAÇA
CIC.1810: As virtudes humanas, adquiridas
pela educação, por atos deliberados e por uma sempre renovada perseverança no
esforço, são purificadas e elevadas pela graça divina. Com a ajuda de Deus,
forjam o carácter e facilitam a prática do bem. O homem virtuoso
sente-se feliz ao praticá-las.
CIC.1811: Não é fácil, ao homem
ferido pelo pecado, manter o equilíbrio moral. O dom da salvação, que nos veio
por Cristo, dá-nos a graça necessária para perseverar na busca das virtudes. Cada qual deve pedir
constantemente esta graça de luz e de força, recorrer aos sacramentos, cooperar
com o Espírito Santo e seguir os seus apelos a amar o bem e acautelar-se do
mal.
PAPA
JOÃO PAULO II - AUDIÊNCIA GERAL
(Quarta-feira, 25 de Outubro de
1978)
A virtude
da prudência
Quando na quarta-feira, 27 de Setembro, o
Santo Padre João Paulo I falou aos que
tomavam parte na audiência geral, ninguém podia imaginar que se tratasse da
última vez. A sua morte, depois de 33 dias de pontificado, surpreendeu e encheu
o mundo inteiro de luto profundo. Ele que despertou na Igreja tão grande
alegria e inspirou nos corações dos homens tanta esperança, em tão breve tempo
consumou e levou a termo a sua missão. Na morte que teve, verificaram-se as
palavras tão repetidas do Evangelho: Estai preparados, porque o Filho do homem
virá na hora em que menos pensardes (Mt 24,44). João Paulo I vigiava sempre. A
chamada do Senhor não o surpreendeu. Seguiu-a com a mesma vibrante prontidão
com que, a 26 de Agosto, tinha aceitado a eleição para o sólio de São Pedro. Hoje apresenta-se a vós, pela primeira vez,
João Paulo II. À distância de quatro semanas daquela audiência geral, deseja
saudar-vos e falar convosco. Deseja continuar os temas já iniciados por João
Paulo I. Recordamos que falou das três virtudes teologais: fé, esperança e
caridade. Acabou tratando da caridade. Esta virtude — que formou o seu último
ensinamento, é na terra a maior, como ensinou São Paulo ( Cor. 13, 13); é a que
atravessa o limiar entre a vida e a morte. Pois, quando termina o tempo da fé e
da esperança, continua o Amor. João Paulo I já passou o tempo da fé e da
esperança; e também o de a caridade se expressar na terra tão magnificamente, a
caridade cuja plenitude só na eternidade se revela.Hoje devemos falar doutra
virtude, porque dos apontamentos do Pontífice falecido conclui que era sua
intenção tratar, não só das três virtudes teologais: fé, esperança e caridade,
mas também das quatro virtudes chamadas cardeais. João Paulo I queria falar das
"sete lâmpadas" da vida cristã; assim lhes chamava o Papa João XXIII.Pois bem, hoje eu quero continuar esse esquema,
que o Papa (antecessor) preparara, e falar brevemente da virtude da prudência.
Desta virtude não pouco trataram já os antigos. Devemos-lhes, por isso,
reconhecimento profundo e gratidão. Em certo sentido ensinaram-nos que o valor
do homem deve medir-se com o metro do bem moral, que ele realiza durante a
vida. É isto exatamente o que, em primeiro lugar, assegura a virtude da
prudência. O homem prudente, que se aplica a tudo o que é verdadeiramente bom,
esforça-se por medir todas as coisas, todas as situações e todo o seu operar,
pelo metro do bera moral. Prudente não é pois aquele que, como muitas
vezes se entende: sabe arranjar-se na vida e sabe tirar dela o maior proveito; mas aquele
que sabe construir toda a sua existência segundo a voz da recta consciência e
segundo as exigências da moral justa.Assim a prudência constituí a chave para a
realização do encargo fundamental que Deus confiou a cada um. Este encargo é a
perfeição do próprio homem. Deus entregou a cada um de nós a humanidade que
tem. É necessário que nós correspondamos ao encargo recebido programando-o como
ele requer.Mas o cristão tem o direito e o dever de
observar a virtude da prudência, também noutra perspectiva. A prudência é como
imagem e semelhança da Providência de Deus nas dimensões do homem concreto. Porque
o homem sabemo-lo pelo livro do Génesis, foi criado à imagem e semelhança de
Deus. E Deus realiza o Seu plano na história da criação e sobretudo na história
da humanidade. A finalidade deste desígnio é como ensina São Tomás, o bem
último do universo. O mesmo desígnio torna-se na história da humanidade
simplesmente o desígnio da salvação, o desígnio que diz respeito a todos nós.
No ponto central da sua realização encontra-se Jesus Cristo no Qual se
expressou o eterno amor e a solicitude do próprio Deus, Pai, pela salvação do
homem. Esta é, ao mesmo tempo, a plena expressão da Divina Providência. Pois
bem, o homem que é a imagem de Deus, deve ser, como de novo ensina São Tomás, de
certo modo, a providência. Mas na medida da sua vida. Ele pode participar neste
grande caminho de todas as criaturas para o termo, que é o bem do que foi
criado. Deve exprimindo-nos ainda mais na linguagem da fé, participar no divino
desígnio da salvação. Deve caminhar para a salvação e ajudar os outros a
salvarem-se. Ajudando os outros, salva-se a si mesmo.
Peço a quem me escuta que pense
agora, a esta luz, na própria vida:
- Sou prudente?
- Vivo em consequência com o que sou, responsavelmente?
- O programa que realizo serve
para o verdadeiro bem?
- Serve para a salvação que querem de nós, Cristo e a Igreja?
-Se hoje me escuta um estudante ou uma estudante, um filho ou uma filha,
olhe a esta luz para as próprias obrigações de escola, as leituras, os
interesses, os passatempos e o ambiente dos amigos e das amigas. Se
me escuta um pai ou uma mãe de família, pense um pouco nos seus deveres
conjugais e de progenitura. Se me escuta um ministro ou homem de Estado, olhe
para a extensão dos seus deveres e responsabilidades. Procura ele o bem
verdadeiro da sociedade, da nação e da humanidade?
-Ou só interesses particulares e parciais?
Se me escuta um
jornalista, um publicista, um homem que exerce influxo na opinião pública,
reflita sobre o valor e sobre o fim desta sua influência.Também eu que vos falo, eu o Papa, que devo
fazer para atuar prudentemente? Vêm-me ao espírito as cartas de Albino
Luciani, então Patriarca de Veneza, a São Bernardo. Na sua resposta ao Cardeal
Luciani, o Abade de Claraval, Doutor da Igreja, recorda com grande insistência
que deve ser "prudente" quem governa. Que há-de fazer então o novo Papa
a fim de proceder prudentemente? Sem dúvida muito deve fazer neste sentido.
Deve sempre aprender e sempre meditar em tais problemas. Mas, além
disso, que pode Ele fazer? Deve orar e fazer o possível por ter aquele dom do
Espírito Santo que se chama dom do conselho. E todos quantos desejam que o novo
Papa seja Pastor prudente da Igreja, peçam para Ele o dom do conselho. E para
si mesmos, peçam também este dom, por meio da especial intercessão da Mãe do
Bom Conselho. Porque deve desejar-se muito que todos os homens se comportem
prudentemente e que procedam com verdadeira prudência aqueles que exercem o
poder. Para que a Igreja — prudentemente, fortificando-se com os dons do
Espírito Santo e em particular com o dom do conselho — participe com eficácia
neste grande itinerário para o bem de todos, e para que a todos mostre o
caminho da salvação eterna.
Saudações
Aos doentinhos:
“Dirijo-me
aos doentinhos com todo o meu coração. Não é só palavra de consolação, mas
sobretudo de conforto proveniente da fé. Caríssimos irmãos e irmãs, vós sois enfermos, humanamente
falando perdestes muitas das possibilidades que se apresentam na vida às
pessoas sãs, mas por outro lado sois, ousaria dizer, privilegiados no sentido
sobrenatural, no sentido de uma semelhança especial com Nosso Senhor Jesus
Cristo Crucificado. Deste modo, sois muito poderosos porque sois tão semelhantes a Ele.
E eu apoio-me em vós.”
Aos jovens casais:
“Para
vós já abençoados pela Igreja no sacramento do matrimónio, à já recebida acrescente-se hoje uma bênção especial do
Papa para a vossa vida em comum, para a vida de amor e de fé que prometestes
viver. Abençoo-vos de todo o coração.”
A todos:
Já vi
que não basta um Papa para abraçar a todos. Mas tem que existir só um. E este
não sei como multiplicá-lo. Graças a Deus os apóstolos não eram só um, mas doze. E com
a colegialidade é possível abraçar a todos. Seja
louvado Jesus Cristo.
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