Tema pouco conhecido por muitos católicos, e quase totalmente desconhecido pelos novos protestantes da terceira
onda, principalmente os Pentecostais e Neo Pentecostais. É o período por
excelência que teve início após a morte do último apóstolo. Época que se formou
a doutrina reconhecidamente oficial da igreja, na luta contra as grandes
heresias. As lideranças protestantes são avessos e receosos de estudarem este período,
pois temem que se o estudassem teriam que deixar naturalmente de serem
protestantes, e portanto, suas lideranças preferem ignorá-lo, e em algumas
denominações mais fanáticas e radicais, os seus fiéis são terminantemente proibidos
de o estudarem, pois a maioria das mentiras, e interpretações pessoais destes
pastores cairiam por terra, e desta
forma, correriam o risco de seus fiéis virarem católicos, como tem acontecido
com muitos pastores mundo afora, como é o caso do ex pastor protestante Scot Han, que estudou a
patrística e se tornou católico nos E.U.A, com um testemunho dramático. A Patrística é a base da
construção do magistério oficial da Igreja. São Clemente, São Cipriano de
Cartago, São Cirilo de Alexandria, todos esses padres (pais) da Igreja, entre
outros, lançaram as bases para a
formulação da doutrina oficial da Igreja, como a conhecemos hoje.
Chamamos
de “Padres da Igreja” (Patrística) aqueles grandes homens da Igreja,
aproximadamente do século II ao século VII, que foram no Oriente e no Ocidente
como que “Pais” da Igreja, no sentido de que foram eles que firmaram os
conceitos da nossa fé, enfrentaram muitas heresias e, de certa forma foram
responsáveis pelo que chamamos hoje de Tradição da Igreja; sem dúvida, são a
sua fonte mais rica dento do grande tesouro espiritual da Igreja. Padre
ou Pai da Igreja, se refere a um escritor leigo, sacerdote ou bispo, da Igreja
antiga, considerado pela Tradição como uma testemunha autêntica e provada na fé,
e na sã doutrina da salvação, operada por Cristo e continuada em seu corpo que
é a Igreja, coluna e sustentáculo da verdade (I Tim3,15).Defenderam
teses complexas que versavam sobre questões como: a Divindade plena de Jesus, o
Cristo esperado e profetizado pelas escrituras, as duas naturezas de sua
pessoa, sua união hipostática, a maternidade divina de Maria, a sua virgindade
perpétua, o primado de Pedro e da Sé Romana sobre as demais Igrejas, a
necessidade universal da Graça, a Santíssima Trindade (defesa na qual
brilhou a luz dos Padres Capadócios), os santíssimos sacramentos (que de
uma infinidade de sacramentos, até a negação de quase todos, a Igreja os
reduziu a 7, instituídos diretamente e claramente pelo próprio Cristo), e a
escatologia (juízo universal e particular, céu, inferno, purgatório, céus novos
e terra nova), entre muitas outras questões, que as Escrituras em sua base escriturística
por si, só não respondem explicitamente, foram eles então, que repercutiram
durante décadas essas questões, iluminados pelas Escrituras e pela Tradição
Apostólica, exerceram também, muita referência nas futuras resoluções quanto a
escolha e na comprovação dos escritos neo-testamentarios canônicos que hoje
compõem a Bíblia.
Normalmente se considera o período da Patrística o que vai dos Apóstolos
até Santo Isidoro de Sevilha (560-536) no Ocidente; e até a morte de São João
Damasceno (675-749), no Oriente, o gigante que corajosamente combateu o
iconoclasmo.
Esses
gigantes da fé Cristã, ao longo desses sete séculos defenderam e formularam a
sã doutrina, a liturgia, a catequese, a moral, a disciplina, os costumes e os
dogmas cristãos; por isso são chamados de “Pais da Igreja” porque lhes traçaram
o caminho autêntico e interessado unicamente na salvação do homem e de toda
humanidade remida pelo sangue de Cristo. Quando o Papa João Paulo II esteve no
Brasil a primeira vez em 1981 se referiu a eles dizendo que “são
eles os melhores intérpretes da Sagrada Escritura”. Então, precisamos
conhecer os seus ensinamentos para podermos compreender melhor a Bíblia.
Certa vez disse o
Cardeal Henri de Lubac:
“Todas as vezes que, no Ocidente tem florescido alguma renovação, tanto
na ordem do pensamento como na ordem da vida – ambas estão sempre ligadas uma à
outra, tal renovação tem surgido sob o signo dos Padres”.
Esses
gigantes da fé e da Igreja, souberam fixar para sempre o que Jesus nos deixou
através dos Apóstolos. Eles foram pelas circunstâncias da época, obrigados a
enfrentar as piores heresias que a Igreja conheceu deste o seu início, muitos
até com a própria vida. Nesta luta eles amadureceram os conceitos teológicos
uma vez que tiveram de enfrentar muitos hereges, de dentro da própria Igreja,
especialmente nos Concílios Ecumênicos. Neste combate árduo em defesa da fé, onde
muitos foram perseguidos, exilados e até martirizados, eles formularam a fé que
hoje professamos sem erro.
Desde
o primeiro século já encontramos o gigante de Antioquia, Santo Inácio (†107),
provavelmente sagrado Bispo pelo próprio São Pedro. S. Inácio nos deixou as
suas belas Cartas escritas às comunidades por onde passou no caminho que o
levou ao martírio em Roma, no Coliseu, desde Antioquia. A caminho do martírio
ele escreveu belas cartas aos romanos, magnésios, tralianos, efésios, erminenses
e a São Policarpo, bispo e mártir de Esmirna.
No
segundo século encontramos o grande Santo Irineu de Lião (†200) enfrentando os
gnósticos que sorrateiramente penetraram na Igreja e ameaçavam destruir a fé
cristã. Contra eles Santo Irineu escreveu uma longa obra Contra os Hereges. Tão
difícil foi esse combate que o Santo o comparou a alguém que precisa cortar todas
as árvores de uma floresta para finalmente poder captar a fera que nela se
esconde.
Os
Padres da Igreja tiveram uma participação fundamental nos primeiros Concílios
Ecumênicos, como o de Niceia, no ano 325, que condenou o arianismo que negava a
divindade de Jesus; o Concílio de Constantinopla I, em 381, que condenou o
macedonismo que negava a divindade do Espírito Santo; e os outros concílios que
enfrentaram e condenaram as heresias cristológicas e trinitárias.
Os
Padres da Igreja estiveram um tanto esquecidos, mas a partir dos anos 40 surgiu
na Europa, de modo especial na França, um forte movimento voltado à Patrística.
Esse movimento foi liderado pelo Cardeal Henri de Lubac e Jean Daniélou, o qual
deu origem à coleção “Sources Chréstiennes”, com mais de 300 títulos.No
Concílio Vaticano II cresceu ainda mais esse movimento de redescoberta da
Patrística por causa do desejo da renovação da liturgia, da exegese, da
espiritualidade e da teologia a partir dos primórdios da Igreja. Foi a sede de
“voltar às fontes” do cristianismo.
Desses
Padres, alguns foram Papas, nem todos; a maioria foi bispo, mas há diáconos,
presbíteros e até leigos. Entre eles muitos foram titulados de Doutor
da Igreja, sempre por algum Papa, por terem ensinado de maneira extraordinária
os dogmas e as verdades da nossa fé.
A Literatura
Patrística divide-se basicamente em três períodos:
1)- Padres do Período
Ante-Niceno:
Anterior ao primeiro grande Concílio Ecumênico de Niceia (324 d.C). Geralmente
compreende os escritos produzidos entre o I e Início do IV Séculos.
2)- Período Niceno: Período referentes à
época do concílio e imediatamente posteriores ao Concílio Ecumênico de Nicéia
(324 d.C). Composto dos escritos surgidos entre o início do IV Século até o
final deste. Período em que surgem os primeiros grandes sistemas filosóficos do
Cristianismo e das grandes sistematizações teológicas.
3)- Período
Pós-Niceno:
Corresponde ao o V ao VIII Séculos, em que se reelaboram as doutrinas já formuladas
pelo Magistério da Igreja, também estiveram em pauta algumas outras
preocupações de caráter eclesiológico e moral no Ocidente.
Chamamos
de Patrologia o estudo sobre a vida, as obras e a doutrina desses Pais da
Igreja. No século XVII criou-se expressão a “Teologia Patrística” para indicar
a doutrina dos Padres.Ainda que pareça tratar-se, segundo a opinião de alguns,
de uma só e mesma área de estudo, a «Patrologia» e a «Teologia Patrística»
possuem, no entanto, âmbitos bem determinados.A «Instrução sobre o Estudo dos
Padres da Igreja na Formação Sacerdotal» (IEP), publicada em Roma pela
Congregação para a Educação Católica, em 10 de Novembro de 1989, distingue uma
e outra, muito embora não deixe de as relacionar intimamente.
Assim, no nº 49, afirma que «a Patrística ocupa-se do pensamento
teológico dos Padres» e «a Patrologia tem por objeto a vida e os escritos dos
mesmos».
Deste
modo, enquanto a primeira possui um carácter doutrinal e, portanto, teológico, a
segunda move-se mais no contexto da indagação histórica e da informação
bibliográfica e literária. Tanto uma como outra distinguem-se, por sua
vez, da Literatura Cristã Antiga, que se ocupa apenas dos aspectos estilísticos
e filológicos dos escritores cristãos da antiguidade.
O
criador do termo «Patrologia» foi o luterano J. Gerhard (+ 1637), na sua obra
póstuma «Patrologia sive de primitivae ecclesiae christianae doctorum vita ac
lucubrationibus oposculum», datada de 1653. O termo surgiu no contexto
apologético da Reforma e com o objetivo de apelar para o testemunho
dos Padres da Igreja como forma de justificação das ideias discutidas
pelos reformadores e como resposta à «antiguidade» e consequente «autoridade»
dos mesmos reformadores.
O
termo «Patrologia» passou então a expressar, sobretudo, o estudo histórico e
literário (vida e obra) dos escritores cristãos antigos, tratando-se assim de
uma disciplina de carácter eminentemente histórico, cujas quatro principais funções
são:
a)
Dar a conhecer a vida e a formação dos Padres e outros escritores
eclesiásticos, tendo em conta o contexto que originou a composição das suas
obras.
b)
Estabelecer a lista dos seus escritos, distinguindo os verdadeiros dos falsos
padres, e ou, verdadeiros e falsos ensinos (que contem deslizes e heresias em
não conformidade com a doutrina apostólica).
c)
Apreciar o carácter e a importância das suas obras.
d)
Expor os aspectos doutrinais mais importantes.
Na
sua origem, o termo «Patrística» é um adjetivo ligado à Teologia. Surgiu também
no século XVII entre teólogos luteranos e católicos para subdividir a Teologia
em «bíblica,
patrística, escolástica, simbólica e especulativa». Deste modo, a
«Teologia Patrística» tem por finalidade aprofundar, com fidelidade, o
pensamento dos Padres da Igreja, para participar da compreensão que eles
alcançaram dos mistérios da fé cristã. Não se trata, portanto, de uma mera sistematização
do pensamento patrístico, mas de uma verdadeira teologia, na medida em que
procura compreender o mistério revelado e o desígnio de Deus, tendo
como fonte e guia os Padres da Igreja em suas interpretações das escrituras
sagradas.
Denomina-se, além disso, de patrística a época dos Padres da Igreja, que
culminou no século VI, no Ocidente, com Santo Isidoro de Sevilha (+ 636) [2] e
no Oriente, no século VIII, com São João Damasceno (+ 749).
Tratam-se
efetivamente de oito séculos muito ricos do ponto de vista da reflexão
teológica, constituindo, por isso, a época patrística ou época dos Padres, o
«pilar» da construção teológica posterior e atual como a conhecemos, que não
caiu já prontinha do céu.
Segue a relação dos
mais importantes Padres da Igreja em seus respectivos tempos históricos:
1)-São
Clemente de Roma (+102), Papa (88-97).
2)-Santo Inácio de Antioquia (+110).
3)- Aristides de Atenas (+130).
4)- São Policarpo de Esmira (+156).
5)- Pastor de Hermas (+160).
6)- Aristides de Atenas (+160).
7)- Santo Hipólito de Roma (160-235).
8)- São Justino (+165);
9)- Militão de Sardes (+177).
10)- Atenágoras (+180).
11)- São Teófilo de Antioquia (+181).
12)- Orígenes de Alexandria (184-254).
13)- Santo Ireneu (+202).
14)- Tertuliano de Cartago (+220).
15)- São Clemente de Alexandria (+215).
16)- Metódio de Olimpo (séc. III).
17)- São Cipriano de Cartago (210-258).
18)- Novaciano (+257).
19)- Santo Atanásio (295 -373).
20)- Santo Efrém (306 – 373), diácono.
21)- São Hilário de Poitiers (310 – 367), bispo.
22)- São Cirilo de Jerusalém (315 – 386) bispo.
23)- São Basílio Magno (330 – 369) – bispo.
24)- São Gregório Nazianzeno (330 – 379), bispo.
25)- Santo Ambrósio (340 – 397), bispo,Treves – Itália.
26)- Eusébio de Cesareia (+340).
27)- São Gregório de Nissa (+340).
28)- Prudêncio (384-405).
29)- São Jerônimo (348-420), presbítero Strido, Itália.
30)- São João Cassiano (360-407).
31)- São João Crisóstomo – (349-407), bispo.
32)- Santo Agostinho (354-430), bispo.
33)- Santo Epifânio (+403).
34)- São Cirilo de Alexandria (370-442), bispo.
35)- São Pedro Crisólogo (380 – 451), bispo, Itália.
36)- São Leão Magno (400-461), papa Toscana, Itália.
37)- São Paulino de Nola (+431).
38)- Sedúlio (séc. V).
39)- São Vicente de Lerins (+450).
40)- São Pedro Crisólogo (+450).
42)- São Bento de Núrcia (480-547).
43)- SãoVenâncio Fortunato (530-600).
44)- Santo Ildefonso de Toledo (617-667).
45)- São Máximo Confessor (580-662).
46)- São Gregório Magno (540-604), Papa.
47)- Santo Ildefonso de Sevilha (+636).
48)- São João Damasceno (675-749), bispo, Damasco.
2)-Santo Inácio de Antioquia (+110).
3)- Aristides de Atenas (+130).
4)- São Policarpo de Esmira (+156).
5)- Pastor de Hermas (+160).
6)- Aristides de Atenas (+160).
7)- Santo Hipólito de Roma (160-235).
8)- São Justino (+165);
9)- Militão de Sardes (+177).
10)- Atenágoras (+180).
11)- São Teófilo de Antioquia (+181).
12)- Orígenes de Alexandria (184-254).
13)- Santo Ireneu (+202).
14)- Tertuliano de Cartago (+220).
15)- São Clemente de Alexandria (+215).
16)- Metódio de Olimpo (séc. III).
17)- São Cipriano de Cartago (210-258).
18)- Novaciano (+257).
19)- Santo Atanásio (295 -373).
20)- Santo Efrém (306 – 373), diácono.
21)- São Hilário de Poitiers (310 – 367), bispo.
22)- São Cirilo de Jerusalém (315 – 386) bispo.
23)- São Basílio Magno (330 – 369) – bispo.
24)- São Gregório Nazianzeno (330 – 379), bispo.
25)- Santo Ambrósio (340 – 397), bispo,Treves – Itália.
26)- Eusébio de Cesareia (+340).
27)- São Gregório de Nissa (+340).
28)- Prudêncio (384-405).
29)- São Jerônimo (348-420), presbítero Strido, Itália.
30)- São João Cassiano (360-407).
31)- São João Crisóstomo – (349-407), bispo.
32)- Santo Agostinho (354-430), bispo.
33)- Santo Epifânio (+403).
34)- São Cirilo de Alexandria (370-442), bispo.
35)- São Pedro Crisólogo (380 – 451), bispo, Itália.
36)- São Leão Magno (400-461), papa Toscana, Itália.
37)- São Paulino de Nola (+431).
38)- Sedúlio (séc. V).
39)- São Vicente de Lerins (+450).
40)- São Pedro Crisólogo (+450).
42)- São Bento de Núrcia (480-547).
43)- SãoVenâncio Fortunato (530-600).
44)- Santo Ildefonso de Toledo (617-667).
45)- São Máximo Confessor (580-662).
46)- São Gregório Magno (540-604), Papa.
47)- Santo Ildefonso de Sevilha (+636).
48)- São João Damasceno (675-749), bispo, Damasco.
Reeditado
de: PEREIRA, Teresa. Patrologia e
Patrística: Âmbito e definições. Site Ecclesia.
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Você dizer que o estudo da Patrística é pouco conhecido entre protestantes e inclusive entre católicos é verdade. Mas você dizer que os protestantes não estudam Patrística porque tem medo de conhecerem a verdade já é um equívoco muito grande. Para seu conhecimento a igreja protestantes reconhece e muito a importância dos Pais da Igreja pelo grande zelo e esforço de combater as heresias de suas épocas.
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