I João 1,7-9: “Se, no entanto, andarmos na luz, como Ele está na luz,
temos plena comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos
purifica de todo pecado. A confissão de pecados e o perdão.
Se declaramos que não temos pecado algum enganamos a
nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos
pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar todos os pecados e nos purificar
de qualquer injustiça.”
Romanos 1,28-32: “Como não se preocupassem em adquirir o
conhecimento de Deus, Deus entregou-os aos sentimentos depravados, e daí o seu
procedimento indigno.São repletos de toda espécie de malícia, perversidade,
cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade. São
difamadores, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, altivos,
inventores de maldades, rebeldes contra os pais.São insensatos, desleais, sem coração, sem misericórdia. Apesar de
conhecerem o justo decreto de Deus que considera dignos de morte aqueles que
fazem tais coisas, não somente as praticam, como também aplaudem os que as
cometem.”
O que existe é pessoas em recuperação, mas a sua tendência a cair
novamente neste e noutros pecados está em nós. Não existe ex-alcoólatra, mas
sim um alcoólico sóbrio. O tratamento e a vigilância é constante. Padre Pio
dizia que: “só os covardes vencem o pecado.”
Quando
uma pessoa que tem a doença do alcoolismo ingere uma dose, imediatamente esta
bebida atinge a corrente sanguínea e instantaneamente isto provoca uma reação
química no organismo da pessoa que desenvolve a partir dai o desejo de beber
mais e mais. Um alcoólatra, por exemplo, vai a uma festa e bebe a vontade, no
final da festa todos vão para casa, mas ele não, ele vai para um bar e pede
mais bebida, quando o bar vai fechar ele ainda compra bebidas para levar para
casa. Isso não é um comportamento normal. O mesmo se dar com qualquer pecado
instalado em nossas vidas. A pessoa não é obrigada a parar de beber para participar
de uma Associação de alcoólatras anônimos, mas ela precisa ter pelo ao menos o
desejo de parar. Por isto que se diz: Se você quer continuar bebendo o problema
é seu, mas se você quer parar de beber o problema é nosso”. E para aqueles que
já estão vivendo a sobriedade: Evite o primeiro gole.
Um ponto importantíssimo para
podermos vencer as tentações é não escondermos elas:
“Como são felizes aqueles que têm suas transgressões
perdoadas, cujos pecados são apagados” (Rm 4,7).
Paulo estava fazendo uma referência ao salmista Davi no
salmo 32, que tem relação às transgressões que são perdoadas e dos pecados que
são apagados. Davi não era um “justo por natureza” e não estava se orgulhando
por não ser culpado diante de Deus, ao contrário, ele estava ressaltando que
havia tido sim as suas transgressões e os seus pecados foram perdoados, e que
portanto, poderia ser feliz.Veja o que o salmista diz no Salmo 32, 1-5:
“Como é feliz aquele que tem suas
transgressões perdoadas e seus pecados apagados.Como é feliz aquele a quem o
Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia.Enquanto escondi os meus
pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer.Pois de dia e de noite a tua mão
pesava sobre mim; minha força foi se esgotando como em tempo de seca.Então
reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse:
"Confessarei as minhas transgressões ao Senhor", e tu perdoaste a
culpa do meu pecado.”
A posição em que o salmista se encontrava é muito parecida
com a nossa. Não queremos confessar os nossos pecados para Deus por pensarmos
que Deus irá ficar aborrecido e decepcionado conosco. Preferimos esconder o nosso
pecado e vivermos como se fossemos pessoas perfeitas, do que confessarmos a Ele
as nossas culpas e as nossas transgressões. Enquanto o salmista agia desta
maneira, o seu corpo “definhava de tanto gemer” (v.3). A mão do próprio Deus
pesava sobre ele (v.4), e a força dele estava se esgotando cada vez mais (v.4).
Mas, quando ele finalmente decidiu reconhecer os seus erros diante de Deus e
não mais encobrir as suas culpas, ele deixou de sobreviver apenas com as suas
próprias forças, e passou a viver com as forças do Senhor.
Quando deixamos de assumir as nossas transgressões, sem
reconhecê-los como pecados, evitando dourar a pílula e confessarmos, só
atraímos mais culpa para nós mesmos. E além de tudo ganhamos mais um novo
pecado para a lista: a mentira!
“Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos
a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados,
ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda
injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um
mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (João 1, 8-10)
É apenas assumindo e confessando os nossos pecados que podemos ter as transgressões perdoadas e os pecados apagados. É apenas confessando os nossos pecados que podemos ser felizes. É apenas confessando os nossos pecados que podemos ser purificados de toda injustiça. E é apenas confessando os nossos pecados diante Dele que a Sua Palavra está em nós!
Por tudo isso, vemos que o meio pelo qual somos perdoados
por Deus não é outro senão confessando os nossos erros e delitos, não importa a
intensidade do pecado, todos nós temos pecados, e se podemos dizer que “feliz é
o homem a quem o Senhor não atribiu culpa” não é porque nós somos perfeitos,
mas sim porque Ele perdoou as nossas transgressões. Um outro ponto importantíssimo
desta reflexão, não é apenas ressaltar o aspecto de importância do nosso perdão
para Deus, mas também do nosso perdão para com o próximo e da confissão dos
nossos pecados para os outros. Na oração do Pai Nosso, é notável que o tema
mais importante ali ressaltado seja o perdão que devemos ter para com o
próximo:
“Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o
teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no
céu. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. Perdoa as nossas dívidas, assim como
perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas
livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém.
Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará.
Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as
ofensas" (Mateus 6,9-15)
Fica muito claro que toda aquela oração dita logo acima de
nada valeria, caso nós não perdoemos aos outros. Disso vemos que toda a
eficácia esta perfeita oração em 7 pedidos ao Pai, depende e resulta do nosso
perdão para com o próximo e do nosso relacionamento com as outras pessoas.
Perdoar ao próximo é o princípio para ser perdoado por Deus.Em Mateus 18, Jesus nos conta uma outra parábola que nos
mostra o padrão do perdão concedido por Deus a nós:
“Por isso, o Reino dos céus é como um rei que
desejava acertar contas com seus servos. Quando começou o acerto, foi trazido à
sua presença um que lhe devia uma enorme quantidade de prata. Como não tinha
condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o
que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida. O servo prostrou-se diante
dele e lhe implorou: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. O senhor
daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir. Mas quando
aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários.
Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Pague-me o que me deve!’ Então o seu
conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: ‘Tenha paciência comigo, e eu lhe
pagarei’. Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na prisão, até que
pagasse a dívida. Quando os outros servos, companheiros dele, viram o que havia
acontecido, ficaram muito tristes e foram contar ao seu senhor tudo o que havia
acontecido. Então o senhor chamou o servo e disse: ‘Servo mau, cancelei toda a
sua dívida porque você me implorou. Você não devia ter tido misericórdia do seu
conservo como eu tive de você?’ Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores,
até que pagasse tudo o que devia. Assim também lhes fará meu Pai celestial, se
cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão" (Mateus 18,23-35)
Essa não é apenas uma “historinha da Bíblia”. Ela nos mostra
muito bem a realidade de como a questão do pecado está diretamente relacionada
com a questão do perdão ao próximo. A nossa dívida natural para com Deus é
enorme. A dívida era tão grande que foi necessário o sangue do próprio Filho
Unigênito de Deus para pagar o preço, o sacrifício vicário na cruz por todos
nós. Ninguém mais poderia fazer isso. Não existia ninguém totalmente “puro”.
Estávamos fadados à morte. Mas Cristo pagou o preço por nós na cruz do
Calvário, ele ”fez isso de uma vez por todas quando a si mesmo se ofereceu”
(Heb7,27).
O fato ali relatado é que esta dívida natural nossa para com
Deus é algo tão grande, que o original grego no verso 18 traduz como sendo “10
mil talentos”. Para ter uma ideia da dimensão, um único talento equivalia a aproximadamente
25 quilos de ouro. A Graça de Deus é tão grande, que perdoou completamente
aquela pessoa que tinha tão tamanha dívida. Agora pense no “problema” que uma
pessoa humana tinha para com a outra. Toda a discussão deles rolava por conta
de apenas 100 denários (um denário era o pagamento de um dia de trabalho,
equivalente à apenas algumas partes da grama de ouro).Ao contrário daquela
enorme dívida de dez mil talentos, essa dívida que a pessoa tinha para com a
outra poderia ser resolvida com alguns meses de trabalho, sem problemas. Mas o
ser humano, por sua natureza cruel, retém o perdão ao próximo, e não perdoa o
seu próximo do mesmo modo que ele mesmo foi perdoado de uma dívida
imensuravelmente superior. A atitude de reter o perdão ao próximo fez com que o
Senhor o entregasse para os torturadores até que pagasse tudo o que ele devia.
O perdão de Deus para conosco está diretamente e
intrisecamente relacionado ao perdão que temos para com o próximo. Se não
perdoamos de coração aos outros, Deus também não perdoará as nossas ofensas.E,
se não temos o perdão de Deus, então de modo algum poderemos ser libertos da
lei do pecado e da morte a fim de dar lugar à lei do Espírito de vida. Ainda
tão importante quanto tudo isso, é a relação de confissão dos nossos pecados
para com os outros. Não apenas temos que confessar os nossos pecados diante de
Deus e perdoar as outras pessoas, como também devemos confessar os nossos
pecados uns aos outros, em uma atitude recípocra de confissão de pecados.Tiago
afirma:
“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros
e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e
eficaz” (Tg 5,16).
Aqui nós vemos que o “confessar os pecados uns aos outros” é
algo que, além de ser uma instrução direta por um apóstolo de grande liderança
dentro da Igreja Primitiva como era Tiago, também é algo que deve ser realizado
para a cura das pessoas.Não estamos falando aqui apenas de serem perdoados os
pecados, mas de sermos curados, ou seja libertados daqueles pecados instalados,
que às vezes chamamos de pecados de estimação. Se nós confessamos os nossos
pecados diante de Deus, e de seus ministros ordenados (João 20,23), Ele
certamente nos perdoará. Mas se nós confessarmos os nossos pecados também, ao
nosso próximo, nós também seremos curados e libertados deste tipo de pecado.
Devemos confessar os nossos pecados uns aos outros e pedirmos oração uns pelos
outros para que sejamos curados destes pecados.A palavra no original grego
utilizada aqui por Tiago é “iaomai”, que significa “curar”, que difere da
palavra grega para “pecado”, que é “hamartia”. Tiago faz essa diferenciação
porque ele sabia que quando confessamos os nossos pecados a Deus somos de fato
perdoados, mas quando nós também confessamos uns aos outros, os nossos pecados,
somos também curados e libertados deles.
Não devemos esconder os nossos pecados para que os outros
pensem que nós somos a santidade personificada, porque de qualquer jeito vai
vir a hora em que “tudo o que está em oculto será revelado” (Lc.8, 17), e que
as pessoas “terão que dar conta de cada palavra inútil que tiverem falado”
(Mt.12,36). Pois “não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou
oculto que não venha a ser conhecido” (Lc.12,12). Portanto, já no tempo chamado
“hoje”, confessemos os nossos pecados para Deus e uns aos outros, para que
sejamos perdoados e curados, totalmente transformados e regenerados pelo agir
transformador do Espírito Santo do Deus vivo!
Basta apenas ser sincero com Deus e com tudo que ele
ordenou. Ele ama e admira sinceridade, fidelidade, gratidão e principalmente
humildade:
"Deus resiste aos
soberbos, mas dá sua graça aos humildes." (Tiago 4,6)
Ele só espera que você reconheça e confesse seus pecados,
aEle para ser perdoado, e aos irmãos para ser curado. Portanto, confesse seu
pecado a Ele para que Ele te perdoe, e confesse também aos outros para que Ele
então te sare por completo. Viva isso e espere o tempo da graça de Deus na sua
vida, pois se tivéssemos que fazer
alguma coisa pela nossa a salvação, esta já seria por mérito e não mais por
graça. No momento da regeneração por obra da graça, você vai sentir o
arrependimento genuíno, e é a hora que Cristo afirma com força no seu interior:
Vai e não peques mais. E no restante da sua vida terrena você vai sendo
santificado por meio do Espírito Santo. Tudo começa reconhecendo que Deus é
Deus, e autor de tudo.
Faça amizades e esteja próximo de pessoas que você sabe que
vivem uma vida reta e buscam santidade, mesmo se reconhecendo pecadores e
necessitados de salvação diária. Faça deles seus confidentes. Quando for
abordado por estas pessoas peça que ele o inclua em suas orações para ser
sarado do seu pecado.
“Se me
deres ouvido, receberás a doutrina. Se gostares de ouvir, adquirirás a
sabedoria. Permanece na companhia dos doutos anciãos, une-te de coração à sua
sabedoria, a fim de que possas ouvir o que dizem de Deus, e não te escapem suas
louváveis máximas...” (Eclo 6,34-36)
O segredo é este: Vomite tudo, não guarde nada dentro de
você que poça lhe prejudicar, fale por mais macabro que seja. Na hora que você
fala o alívio já é imediato e o pecado deixa de corroer seu interior e já não
tem tanta força de acusação. Ser só perdoado momentaneamente não é suficiente,
precisamos ser libertos dos pecados instalados para voltarmos a cair neles
depois.Para encerrar lembro a todo Cristão que ao falar sobre o pecado precisa
estar esperançosamente e confiadamente consciente de que :
“As misericórdias do
Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as
suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã,
grande é nossa esperança...” (Lamentações 3, 22)
LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS
CRISTO
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