Não podemos deixar morrer a utopia, porque a utopia não é de esquerda nem
de direita, mas faz parte do universo humano. A direita não tem que ficar
complexada pelo facto de a esquerda se crer utópica, nem a esquerda tem que
ficar complexada se a direita também, quiser ser utópica. O Importante é que não deixemos de perseguir a utopia na sociedade, na
economia e na política, mas de forma plural, porque só assim se foge ao
populismo antissistema. A ausência de pluralidade, não serve a democracia, não
serve o Estado de direito, não serve a Constituição e, sobretudo, não serve a
humanidade que não é uniforme, mas plural.Há realmente
muito pouca gente interessada em demonstrar as vantagens e, principalmente, o
lado moral e ético do capitalismo. Poucos
se dão conta, por exemplo, de que, no livre mercado, os indivíduos só são
recompensados quando satisfazem as demandas dos outros, ainda que isso seja
feito exclusivamente visando aos próprios interesses. Ao contrário de
outros modelos, o capitalismo não pretende extinguir aquele certo egoísmo dosado
e sadio inerente à condição humana, mas
que nos obriga constantemente a pensar na satisfação do próximo, se quisermos
prosperar. Além disso, para obter
sucesso em grande escala, você tem de produzir algo que agrade e seja acessível
a muitas pessoas, inclusive aos mais pobres, e não apenas aos mais abastados. Sob
todos os aspectos o capitalismo é bem melhor moralmente e socialmente que o socialismo. Deveríamos bater mais nessa tecla de que a superioridade moral também é
espantosa, e que um abismo intransponível separa um modelo baseado em trocas
voluntárias de outro voltado para a “igualdade” forçada, que leva ao caos e à
degradação de valores básicos da civilização. Quando você abastece seu carro,
ou quando o avião aterrisa, escutamos o piloto agradecendo pela escolha da
companhia aérea. Não por acaso, quando um cliente entra numa loja, a primeira
coisa que ouve do vendedor é: “Em que posso ajudá-lo?”. E a última coisa que
ambos dizem, depois de uma compra, é um duplo “obrigado!”. Um sinal
inequívoco de que aquela transação foi vantajosa para ambos”, pois nesta
relação é satisfeito o princípio: de cada um conforme a sua capacidade, e para
cada um conforme a sua necessidade”. O
capitalismo fortalece os laços de cooperação e cordialidade, enquanto o
socialismo leva ao cinismo, à inveja e ao uso da força para se obter o que se
demanda. É verdade que o capitalismo produz resultados materiais bem
superiores, mas esse não é “apenas” seu grande mérito: ele é também um sistema
bem melhor sob o ponto de vista moral. No capitalismo quem chega ao topo elas
estão mais ligadas ao mérito individual, enquanto na burocracia socialista elas
dependem de favores e coação.No socialismo, os que chegam ao topo são os
piores, os mais cínicos e mentirosos, os populistas, os bandidos, os
exploradores, os inescrupulosos.Vide no Brasil petista, ou na Venezuela de
Chávez e Maduro, ou em Cuba. E é isso que os liberais e conservadores de
direita precisam destacar com mais
frequência.
O que me
levou a estudar filosofia foi a desigualdade, a pobreza e a miséria que se via
por todo lado. Queria entender, ou descobrir, suas causas. Assim, dirigi-me à
leitura dos clássicos do pensamento político. Meu primeiro contato foi com os
filósofos modernos. Li Marx só depois de ter lido Locke e Rousseau. As
respostas às minhas questões começaram com a leitura de dois filósofos modernos.
Especificamente, quando tive a oportunidade de ler o (segundo) “Tratado sobre o
Governo Civil”, de John Locke, publicado em 1690, e quando li o “Discurso Sobre
a Origem da Desigualdade entre os Homens”, de Jean-Jacques Rousseau, de 1755.A
leitura de Locke me surpreendeu, pois sabia que era conhecido como o pai do
liberalismo, teoria que defende o capitalismo. Surpreenderam-me as condições
que, de início, estipula para a propriedade privada da terra: que esteja vazia,
que a tomada de posse seja resultado do próprio trabalho e, por último, que a
apropriação não ultrapasse o limite das necessidades de quem trabalha.
O que
excede, diz Locke, é dos outros. Isso não me pareceu nada liberal, mas, sim,
muito mais próximo das pichações de esquerda que vira nos muros das cidades do
meu país: a terra para quem a trabalha. No entanto, no mesmo texto Locke dirá
mais adiante que a apropriação ilimitada pode ser feita de coisas que não
servem para satisfazer necessidades básicas, como os pedras e metais preciosos.
Suas ideias, aliadas às que Adam Smith propôs em sua “Riqueza das Nações”, de
1776, estão no coração do que se denomina liberalismo clássico de direita.
Nele, o Estado deve deixar o mercado com o mínimo de regulamentação possível
para que a “mão invisível”, fundamentada no interesse das satisfação individual
e meritocrática, termine trabalhando pelo interesse coletivo como consequência
natural, e não algo imposto forçosamente.
As ideias utópicas e igualitárias, que muitos pensam que começaram com o
pensamento socialista, na realidade, apareceram bem antes mesmo do início do
período moderno (pois a “Utopia” de Tomás Moro foi publicada em 1516, ainda no
período renascentista, sem mencionar, claro, a “República” de Platão,
considerada a primeira grande obra utópica). Aqueles que, como eu, acreditávamos na inevitabilidade de um mundo mais justo,
mais igual, pensávamos que, efetivamente, havia uma diferença entre o
socialismo utópico e o científico (veja-se a obra de Engels, de 1880, com esse
título). Acreditávamos que o socialismo, como imaginado por Marx, era possível.
O socialismo real e a história recente provaram o contrário. Curiosamente,
ao ler as posições programáticas de Mitt Romney, pré-candidato conservador à
presidência dos Estados Unidos, vejo que o sonho capitalista também está baseado numa
convicção utópica: na ideia de que, voltando a Smith, quanto menos intervenha o
Estado no mercado, mais riqueza, mais prosperidade e mais felicidade haverá no
mundo.
Entre
estas duas utopias surge a questão: “com que é preferível sonhar ? com um mundo
que promete riquezas ilimitadas de um planeta de recursos limitados, ou com
outro, em que a felicidade esteja no equilíbrio de posses, de oportunidades e
de respeito aos limites dos outros e do próprio planeta?...” Eis a questão.
O mundo capitalista inegavelmente passa por muitas transformações, e
principalmente no seu modo operacional. No princípio, tínhamos um sistema que
pouco se importava com os danos causados nas relações sociais e ambientais.
Esse modelo se arrastou por muitos anos, com o pensamento predominante de obter
simplesmente o lucro acima de tudo, e a exploração extrema da natureza, devido
ao fato de acreditarem na capacidade infinita da natureza em prover insumos
para sua produção. Contudo, verificou-se que esse modelo era insustentável,
tanto para as relações sociais quanto ambientais, e a força da destruição
causada por anos de descaso a natureza se voltou contra o modelo.
Ainda,
concernente ao pensamento do capitalismo clássico, temos o crescimento da
violência e criminalidade como conseqüência da falta de comprometimento do
modelo com o ser humano. As relações sociais trabalhista eram a mais degradante
possível, não concebendo dignidade ao trabalhador nem respeito pela sua
condição humana, porém isto está mudando e precisa sim melhorar mais ainda. O
capitalismo do século XIX era realmente uma coisa abominável, com um nível de
exploração inaceitável. As pessoas com espírito de solidariedade e com
sentimento de justiça se revoltaram contra aquilo. O Manifesto Comunista, de
Marx, em 1848, e o movimento que se seguiu tiveram um papel importante para
mudar a sociedade. A luta dos trabalhadores, o movimento sindical, a tomada de
consciência dos direitos, tudo isso fez melhorar a relação capital-trabalho
dentro do próprio capitalismo.
O que
está errado é achar, como Marx diz, que quem produza riqueza é o trabalhador e
o capitalista só o explora. É bobagem. Sem a empresa, não existe riqueza. Um
depende do outro. O empresário é um intelectual que, em vez de escrever
poesias, monta empresas. É um criador, um indivíduo que faz coisas novas.A
visão de que só um lado produz riqueza e o outro só explora é radical,
sectária, primária. A partir dessa miopia, tudo o mais deu errado para o campo
socialista.O fato é que o comunismo não foi
fundado nem por Marx, Engels, Jesus Cristo e nem por Ramsés II. Talvez
encontremos algum inventor genial na origem do arame para cortar manteiga e da
pólvora de canhão. Mas não encontramos nenhum na origem do comunismo, assim
como na origem do capitalismo. Os movimentos sociais não são questão de
invenção.Engels, e a seguir a ele Marx, juntaram-se a um movimento que já
estava bem consciente da sua própria existência. Nunca pretenderam ter
inventado a palavra ou a coisa. Sobre a sociedade comunista propriamente dita,
nem sequer escreveram muito. Ajudaram o movimento e a teoria comunista a
livrar-se das brumas da utopia para a praxis. Incitaram os proletários a não
fundarem o seu movimento sobre os planos deste ou daquele reformador, sobre as
revelações deste ou daquele iluminado.Os
verdadeiros revolucionários não idolatram as ideias de Marx e Engels, ou de David Hume e Adam Smith, pois sabem que estas
são fruto de uma época determinada, a qual estão condicionadas, e que têm os
seus limites.Fato é
que não é necessário essa dicotomia no capitalismo como existe no socialismo de
mercado-solidariedade, muito pelo contrário, ou seja, não é da benevolência, ou
solidariedade do açougueiro que a comida chega a minha mesa, mas da busca
recíproca de satisfações minha e dele, ou seja não precisamos da benevolência,
ou solidariedade de governos, ou empresários para ter minhas demandas
atendidas, mas do mercado competitivo, é assim que devem ser satisfeitas as
nossas necessidades e preferências numa economia livre.
CONCLUSÃO:
Em suma,
o capitalismo é melhor ou pelo menos mais eficiente, E adaptável às realidades,
pragmaticamente falando, considerando o momento histórico em que vivemos.
Por mais conservador que possa parecer, essa é a verdade. As mentes mais
românticas e idealizadoras tendem a discordar, nada mais compreensível. Não
precisamos e não devemos nos submeter a tudo a que nos impõe, não precisamos
aceitar tudo de cabeça baixa, mas, por favor, sejamos mais racionais e
críticos.É
óbvio que um governo central com seis burocratas, ou alguns intelectuais
dirigindo um país não vai ter a capacidade de ditar rumos a esses milhões de
pessoas. Não tem cabimento. No Bonde da História prevalece sempre a razão, e
assim caminha a humanidade, pois não acredito em cultura e nem em ideologia de
escritório, ou seja, naquelas criadas em uma sentada ou canetada por pseudo
iluminados, mas naquela testada na história da humanidade com tentativas de
erros e acertos e naturalmente prevalecida, pois este tal Comunismo dito
científico, de científico não tem absolutamente nada, pois tudo que é
científico se caracteriza pela repetibilidade em laboratório, coisa que nenhum
laboratório social Comunista mundo afora em suas tentativas de implantação o
fez até agora, pois tudo descambou em ditaduras sanguinárias e desumanas de
esquerda.
------------------------------------------------------
+ Comentário. Deixe o seu! + 1 Comentário. Deixe o seu!
Realmente, o capitalismo é melhor ou pelo menos mais eficiente que o comunismo. E adaptável às realidades, pragmaticamente falando, considerando o momento histórico em que vivemos. Por mais conservador que possa parecer, essa é a verdade.
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.