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Criticar o Lulismo não pode, mas criticar a Igreja pode - Um peso e duas medidas ? Por que ?

Written By Beraká - o blog da família on sábado, 6 de novembro de 2010 | 12:13




Tenho recebido alguns e-mail dos devotos do " Santo e intocável" Lula, reclamando que estou me precipitando em previsões e julgamentos. Esclareço a todos que não votei e nem apoio também as propostas do candidato derrotado José Serra. Votei NULO por chegar a conclusão que no ítem: Aborto e Uniões homoafetivas ambos são farinha do mesmo saco, e como Cristão, não posso apoiar esta postura, e preferi ficar com as orientações da minha Igreja Católica (Perita em humanidade).O tudo pelo social, ou fins justificam os meios, não é ético e nem muito menos Católico. Os dois neste ítem mentiram e muito. Portanto, como não tenho rabo preso a nenhum partido e proposta política, sendo livre para a crítica como nossa Santa Igreja, após uma reflexão, tirei algumas conclusões para publicar os dois artigos abaixo!



1ª)-É interessante como os devotos de Lula e da religião Petista são rápidos para Criticar e aceitar críticas a Igreja e seus membros de forma generalisada, e são tão lentos em olhar para o próprio umbigo.



2ª)-Que eu saiba até que me provem o contrário, previsões são dadas antes e não durante ou depois dos eventos.Quem faz previsões durante e depois é proprio do Xarlatanismo.



3ª)-Dizia Santo Agostinho: Prefiro os que me criticam aos que me bajulam, pois as críticas me fazem corrigir e crescer, enquanto as bajulações me paralisam. Se Lula se diz "Católico a sua maneira", deve aceitar então as críticas com maturidade.



4ª)-Se podem criticar a Igreja sem o menor escrúpulo, porque também não podemos criticar a religião Petista, seus membros, sua ideologia, doutrina e praxis ? Ou é para se usar um peso e duas medidas ? A Igreja PODE !!! o Lulismo NÃO PODE ???!!!




5ª)- Lula é tão autocentrado que conseguiu emprestar certa aura de autoritarismo a seu sucessor, qualquer que seja ele, do governo ou da oposição. É como se a sucessão não fosse o processo natural numa democracia. E ele é o único responsável por isso.




6ª)-Confunde os 80% de aprovação que lhe conferem os institutos de pesquisa com endosso para o vale-tudo. E está errado com esta postura. E isso pode ser tudo, menos democracia.





Para os tão sensíveis devotos de Lula, trago a opinião de dois especialistas no assunto com livros publicados para o deleite de todos:








A desidratação da oposição ao Lulismo:




Agora foi a vez de FHC admitir a vitória de Dilma. Em entrevista ao jornal britânico "Financial Times", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu a possibilidade de Dilma Rousseff (PT) ser eleita presidente. O que me preocupa não é necessariamente a derrota eleitoral da oposição. O que me preocupa é a desitratação de toda e qualquer oposição ao lulismo, incluindo várias facções do PT, das esquerdas, das lideranças populares do país. Um fenômeno híbrido porque não é exatamente populismo ou totalitarismo. Todo populismo desconsidera as instituições de representação. Prefere falar diretamente às massas. Lula gosta de falar diretamente, mas fortalece e negocia com sindicatos, partidos, ongs, igrejas. Não se trata, também, de um tipo de totalismo à la Chávez. Lula não mobiliza a população para intimidar a oposição. Ao contrário, desmobiliza qualquer iniciativa de ação de rua, de conflito. Está mais para um estilo neo-getulista, mas também não é exatamente uma cópia.O lulismo é original neste ponto. Um amálgama do pragmatismo sindical, com perfil carismático e vanguardismo de esquerda, somado à uma forte crença no pacto social pelo desenvolvimento do mercado interno e indústria nacional.Não é exatamente estatizante, mas é orientador dos investimentos e fortalece as empresas estatais que considera estratégicas, com destaque para bancos estatais e área de energia. Mas não agiu assim em relação à telefonia móvel.Acertou ponteiros com o grande empresariado, com a maioria dos partidos políticos, fará uma ampla maioria no Congresso Nacional e nos governos estaduais. Qual o espaço que terá qualquer oposição.Temo por uma espécie de personalismo político que se firme a partir de um bloco de poder avassalador.Não será chavismo, nem peronismo, nem castrismo. Terá "notas" de cada um, mas será mais: será o lulismo!


FONTE:http://rudaricci.blogspot.com/2010/09/desidratacao-da-oposicao-ao-lulismo.html



Entrevista com o jornalista Merval Pereira







O premiado jornalista político de “O Globo”, Merval Pereira, acaba de lançar o livro “O Lulismo no Poder” (Record).Nele, seleciona crônicas sobre os oito anos de mandato do presidente e traça o perfil de Luíz Inácio Lula da Silva através da atuação que o escritor vai percebendo como populista e autoritária. O livro foi construído  a partir do exercício diário dos artigos e, por isso, há previsões acertadas e outras não concretizadas. Para Merval, que mesmo durante a entrevista não interrompe o exercício profissional de analisar e antever situações, o principal acerto de suas crônicas foi ter mantido a coerência e apontar, desde o começo do mandato presidencial, a escalada do fortalecimento da figura do presidente, do populismo e de tentativas autoritárias de controle. Merval aponta a crise com a saída do ministro da Fazenda Antonio Palocci e o escândalo do mensalão como os deflagradores do Lulismo.“Até o mensalão, eu mesmo que não votei no Lula, tinha uma boa vontade com a sua política econômica, concordava com a Reforma da Previdência e defendi muito o Palocci, mas depois ficou difícil sustentar o governo que estava sustentando a corrupção no país.”



1)-Instituto Millenium: As crônicas reunidas no livro correspondem a um período de oito anos de jornalismo diário. Como foi selecioná-las e o que foi mais difícil deixar de fora?



Merval Pereira: O projeto inicial tinha mais temas. Dois capítulos tratariam da relação do PT com o PSDB e outro especificamente sobre o Lula, seu comportamento, a postura assumida no governo e suas falas. A meu ver, o livro ficaria muito mais completo com essas duas partes, mas ele já é um livro grande; então eu selecionei algumas crônicas sobre esses temas e encaixei em outras categorias dentro dos capítulos.



2)-IM: Como o Sr. define o Lulismo? E como ele foi sendo percebido tanto nos seus relatos, quanto na atuação da presidência? Foi uma construção gradativa?



MP: Desde 2002 eu escrevi as colunas, que começaram sendo semanais, durante a campanha eleitoral, para depois virarem diárias. Para mim foi claro que depois que o (então ministro da Fazenda)  Antonio Palocci e o (Presidente da Casa Civil) Zé Dirceu saíram do Governo, o Lula virou a referência. Antes, tudo caminhava com o Palocci tendo convencido o Lula de que o caminho (econômico) era o de manter a política anterior (do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) e o Zé Dirceu concentrava tudo no Gabinete Civil – depois ficou claro que ele incomodava o Lula.  O presidente sabia que o Dirceu tinha “gosto” (pelo poder), mas não era o protagonista, o protagonista, ainda que simbólico era ele mesmo.Inclusive, em uma das crônicas que ficou de fora do livro, eu relatei uma história antiga de quando o Lula e o Zé Dirceu romperam e perderam o controle do Partido dos Trabalhadores, perdendo a eleição dentro do PT. Eles voltaram a se unir para retomar o controle do partido e perceberam que isso também funcionava no Governo.Eu acho que o Lula não tiraria o Palocci nem o Dirceu se não fossem as circunstâncias que o obrigaram, mas acredito que ele tenha ficado feliz em neutralizar o Zé Dirceu. E a partir daí, o Lulismo seguiu.  O Bolsa Família começou a fazer efeito, o (ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) Patrus Ananias fez a distribuição do programa pelas prefeituras, que era algo que o Frei Betto (um dos idealizadores do Fome Zero, que se transformou no Bolsa Família) não queria.O Lulismo nasceu da crise com a saída do Palocci, do mensalão e dos efeitos das políticas sociais e do Bolsa Família, quando o Lula se colocou sozinho no cenário político  e ele pode aproveitar os efeitos da política assistencialista.



3)-IM: Prevendo os próximos anos, o Lulismo se manterá ou se encerra com esse mandato?



MP: Se a Dilma perder, é claro que o Lulismo entra em decadência. Com a Dilma no Governo e a disputa entre PT e PMDB, sei que o Lula vai tentar ter um certo protagonismo. Não sei se ele vai ter a força de atração que já teve. O Lulismo é uma força mais dinamista. O (presidente) Getúlio (Vargas) transformou estruturalmente o país: introduziu a Indústria, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), criou as Leis Trabalhistas, fez mudanças que o Lula não fez. A popularidade de Lula se deve ao assistencialismo.  Não sei se ele tem fôlego para manter esse protagonismo. Depende de como será a economia, a política, depende da solidariedade da Dilma com o Lula, que eu não sei como é.



4)-IM: Você optou por manter artigos que previam situações que não se concretizaram por fidelidade ao exercício jornalístico. E sobre os acertos? Quais foram as principais previsões acertadas?



MP: O maior acerto foi o processo.  Embora, eu considere acerto o que  80% da população que acha o governo ótimo não deve concordar muito comigo… Mas eu gostei de constatar que desde o início mantenho o mesmo ponto de vista. Eu fui acompanhando todo o processo e percebendo como Governo caminhava até o mensalão.  Até lá, eu mesmo que não votei no Lula, tinha uma boa vontade com a sua política econômica, concordava com a Reforma da Previdência e defendi muito o Palocci, mas depois ficou difícil sustentar o governo que estava sustentando a corrupção no país. Em uma crônica, “Eles não usam fraque”, brincadeira com a peça “Eles não usam black-tie”, eu revelava logo a demagogia presente no fato de o presidente explorar o perfil operário e fui destacando nos textos. Aí foi aparecendo o resto, o quanto as instituições estatais como o Banco do Brasil, financiavam o PT, a crise do mensalão… A partir daí eu subo o tom (da crítica).Desde o início, eu também venho denunciando o autoritarismo, as tentativas de controle da produção cultural e da liberdade de imprensa. Acho que entrada do Franklin Martins também colaborou para a relação conflituosa que se estabeleceu com os meios de comunicação. O livro mostra que tudo é um processo. O capítulo dedicado à política externa revela que já na posse, o presidente adota uma postura antiamericana. Também relato como o Itamaraty se aproximou dos países em desenvolvimento e no final, como o caso do Irã, realizou coisas sem sentido para história, como tomar partido dos países contra Israel. Foi um processo que começou lentamente.Para os países emergentes,  o Lula vende a imagem que ele é o único capaz de fazer a ponte combatendo os “loiros de olhos azuis”, ao mesmo tempo que convence os “loiros” de que ele é a pessoa ideal para combater a esquerda radical de (Hugo) Chávez.  E o mundo ocidental gosta muito do exótico, e o Lula tem uma história fantástica, um operário que chegou à presidência.  Para mim, ele é inteligente e soube aproveitar e construir muito bem essa imagem, mas em termos de política externa, de crescimento do comércio externo, não vejo nenhuma vantagem para o Brasil. A vantagem é pessoal, é dele.



FONTE: http://www.imil.org.br/blog/promocao-instituto-millenium-o-lulismo-no-poder/


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