(foto reprodução: fragmento da Septuaginta -Sec. I a.C)
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A
Septuaginta foi usada como base para diversas traduções da Bíblia!
A Septuaginta possui alguns livros não
encontrados na bíblia hebraica. Muitas
bíblias da reforma protestante seguem o cânone judaico e excluem estes livros.
Entretanto, católicos romanos consideram estes livros em seu cânon e as Igrejas
ortodoxas usam todos os livros conforme a Septuaginta. Anglicanos, assim como a
Igreja oriental, usam todos os livros exceto o Salmo 151, e a bíblia do rei
James em sua versão autorizada inclui estes livros adicionais em uma parte
separada chamada de Apocrypha. A
Septuaginta foi tida em alta conta nos tempos antigos. Fílon de Alexandria e
Flávio Josefo consideravam-na divinamente inspirada. Além das traduções latinas
antigas, a LXX também foi a base para as versões em eslavo eclesiástico, para a
Héxapla de Orígenes (parte) e para as versões armênia, georgiana e copta do
Antigo testamento. De grande significado
para muitos cristãos e estudiosos da Bíblia, é citada no Novo Testamento e
pelos Padres da Igreja. Muito embora judeus não usassem a LXX desde o século II
AD recentes estudos acadêmicos trouxeram um novo interesse sobre o tema
nos estudos judaicos. Alguns dos pergaminhos do Mar Morto sugerem que o texto
hebraico pode ter tido outras fontes que não apenas aquelas que formaram o
texto massorético. Em vários casos, estes novos
textos encontrados estão de acordo com a LXX. Os mais antigos códices da LXX
(Vaticanus e Sinaiticus) datam do século IV AD.
Controvérsias
Criação do texto da Septuaginta
De acordo com o historiador judeu Flávio Josefo, sábios judeus traduziram a Torah para o
grego koiné no séc. III a.C. -
Outros livros foram traduzidos ao longo dos dois séculos seguintes. Não é claro
quando ou onde cada tradução foi realizada. Alguns livros podem inclusive ter
sido traduzidos mais de uma vez, configurando diferentes versões e
posteriormente revisados. A qualidade e o estilo dos diferentes tradutores
também variavam consideravelmente de livro a livro, indo da tradução literal, à
de paráfrase e à interpretativa. De acordo com a avaliação de um estudioso
"o Pentateuco foi razoavelmente bem traduzido, mas o resto dos livros,
especialmente os poéticos, foram em geral mal feitos e contém mesmo alguns
absurdos". A medida que o trabalho de tradução gradualmente progredia
e novos livros eram adicionados à coleção, a abrangência da Bíblia grega passou
a ficar um tanto indefinida. O Pentateuco sempre manteve a sua preeminencia
como a base do Cânon, mas a coleção de livros proféticos (a partir dos quais os
Neviim foram selecionados) teve sua composição alterada por ter vários escritos
hagiográficos nele incorporados. Alguns dos escritos mais recentes, os chamados
anagignoskomena, em grego, não estão incluídos no Cânon judaico. Dentre estes
livros estão os Livros dos Macabeus e o Eclesiástico. Além disso, a versão
da LXX de algumas obras, como o Livro de Daniel e o Livro de Ester, são mais
longos do que aqueles encontrados no texto massorético. Alguns livros posteriores, como o Livro da Sabedoria, II Macabeus
(apesar de já estarem escritos e concluídos antes de Cristo) entre outros,
aparentemente já foram compostos em grego e não em hebraico. A autoridade do grupo mais extenso de
"escritos", a partir dos quais se formou o ketuvim, ainda não havia
sido determinada, apesar de que algum tipo de processo seletivo deve ter sido
empregado, uma vez que a LXX não inclui outros documentos judaicos bem
conhecidos como o Livro de Enoque, o Livro dos Jubileus e outros escritos que
atualmente são parte da Pseudepigrafia. Não é sabido quais foram os
critérios usados para determinar o conteúdo da LXX além da "Lei e dos
Profetas", expressão usada muitas vezes no Novo Testamento.
A Septuaginta tem seu nome vindo do
latim Interpretatio septuaginta virorum (em grego: ἡ μετάφρασις τῶν ἑβδομήκοντα, transl. hē metáphrasis tōn hebdomēkonta), "tradução dos setenta intérpretes".O título latino se refere ao relato legendário contido na pseudepigráfica Carta de Aristeias em que o rei do
Egito Ptolomeu II Filadelfo pede a setenta e dois sábios judeus que traduzam a
Torah para o grego, com o fim de incluí-la na Biblioteca de Alexandria.Uma versão posterior da lenda, narrada por Fílon de Alexandria, afirma
que apesar de os tradutores terem sido mantidos em salas separadas, todos eles produziram
versões idênticas do texto em setenta e dois dias. Apesar desse relato ser
historicamente implausível, sua redação traz à tona e desejo dos sábios judeus
da época de apresentar a tradução como divinamente inspirada. Uma versão desta lenda é encontrada no
Tratado Megillah do Talmude Babilônico (páginas 9a-9b), que identifica
especificamente quinze traduções pouco usuais feitas por eruditos. Somente duas
dessas traduções são encontradas no texto da LXX que chegou até nós.
Edições impressas - Todas as edições impressas da Septuaginta
são derivadas de três antigas cópias:
1ª)- A Editio princeps é a Bíblia
Poliglota Complutense, baseada em
manuscritos atualmente perdidos, é considerada bastante próxima aos mais
antigos manuscritos.
2ª)- A edição aldina publicou-se em
Veneza em 1518. O texto aproxima-se mais do Codex
B do que do complutense. O editor não os especifica que manuscritos usou. Foi
reimpressa diversas vezes.
3ª)- A edição mais importante é a romana
ou sistina, que reproduz exclusivamente o Codex Vaticanus. Foi publicada pelo Cardeal Caraffa, com a ajuda dos
vários peritos, em 1586, autorizado pelo Papa Sisto V, para ajudar nas revisões
em preparação da Vulgata Latina, requisitada pelo Concílio de Trento.
Transformou-se num repositório de textos do Antigo Testamento grego e teve
muitas edições novas, tais como o de Holmes e de Pearsons (Oxford, 1798-1827),
e as sete edições de Constantin von Tischendorf, que se publicaram em Leipzig
entre 1850 e 1887, sendo que os últimos dois, publicou-se após a morte do autor
na revisão da Nestle, e as quatro edições do Henry Barclay Swete (Cambridge,
1887-95, 1901, 1909), etc.
*A edição de Grabe foi publicada em
Oxford, 1707 a 1720, e reproduzida, de maneira incompleta no Codex Alexandrinus
de Londres. Para edições parciais, veja Vigouroux, “Dict. de la Bible”,
sqq 1643.
Fonte: Wikipedia
A
“Septuaginta”: Útil no passado e no presente!
Um homem influente da Etiópia regressava de Jerusalém para casa.
Enquanto viajava no seu carro por uma estrada no deserto, ele lia em voz alta
um rolo religioso. A explicação das palavras que lia teve um impacto tão grande
nele, que sua vida mudou daquele momento em diante! O discípulo Filipe explicou uma passagem lida da Septuaginta (Atos
8,26-38).O homem havia lido Isaías 53,7-8, na primeiríssima tradução da Bíblia
para a língua grega (a Septuaginta). No decorrer dos séculos, essa obra desempenhou um papel tão
importante na divulgação da Bíblia, que foi chamada de tradução da Bíblia que
mudou o mundo.
ATENÇÃO! A Septuaginta foi
feita para os judeus da dispersão que falavam a língua grega! Em 332 AEC, quando Alexandre, o Grande, entrou no Egito, depois de
destruir a cidade fenícia de Tiro, ele foi acolhido como
libertador. Fundou ali a cidade de Alexandria, um centro de erudição do
mundo antigo. Com o objetivo de divulgar a
cultura grega nos países conquistados, Alexandre introduziu o grego comum
(coiné) em todo o seu vasto domínio. No terceiro século AEC, Alexandria passou a
ter uma grande população de judeus. Muitos deles,
que depois do exílio babilônico haviam morado em colônias espalhadas fora da
Palestina, migraram para Alexandria.
A Cyclopedia de McClintock e Strong declara: "É bem conhecido que, depois de os
judeus terem voltado do cativeiro em Babilônia, tendo perdido em grande parte a
familiaridade com o hebraico antigo, explicava-se-lhes na língua caldéia a
leitura dos livros de Moisés nas sinagogas da Palestina.Os judeus de Alexandria provavelmente conheciam
menos ainda o hebraico; sua língua familiar era o grego alexandrino.” Pelo visto, o ambiente de
Alexandria favorecia a tradução das Escrituras Hebraicas para o grego. Aristóbulo, judeu do segundo século AEC, escreveu
que uma versão da lei hebraica foi traduzida para o grego e completada durante
o reinado de Ptomoleu Filadelfo (285-246 AEC).De qualquer modo, segundo a
tradição, cerca de 72 eruditos judeus estiveram envolvidos naquela primeira
tradução escrita das Escrituras do hebraico para o grego. Mais tarde
começou-se a usar o número redondo 70.Por isso, a versão foi chamada de
Septuaginta, que significa “70”, e recebeu a designação LXX, que representa 70
em algarismos romanos.No fim
do segundo século AEC, todos os livros das Escrituras Hebraicas podiam ser
lidos em grego. De modo que o
nome Septuaginta passou a referir-se às inteiras Escrituras Hebraicas
traduzidas para o grego.
a septuaginta foi muito Útil no primeiro século da Igreja nascente onde amplamente se falava o grego!
A
Septuaginta foi usada extensamente pelos judeus de língua grega antes e durante
o tempo de Jesus Cristo e seus apóstolos. Muitos dos judeus e dos prosélitos reunidos em Jerusalém no dia de
Pentecostes de 33 EC, eram do distrito da Ásia, do Egito, da Líbia, de
Roma e de Creta — regiões em que se falava grego.Sem dúvida, eles costumavam ler a Septuaginta.
(Atos 2,9-11) De modo que essa versão influiu na divulgação das boas novas no
primeiro século. Por exemplo:
-Ao
conversar com homens de Cirene, Alexandria, Cilícia e Ásia, o discípulo Estêvão
disse: “José enviou e chamou a Jacó, seu pai, e todos os seus parentes daquele
lugar [Canaã], no número de setenta e cinco almas.” (Atos 6,8-10; 7,12-14).O texto hebraico de Gênesis, capítulo 46, diz que o número dos parentes
de José era setenta. Mas a Septuaginta usa o número setenta e cinco. Pelo visto, Estêvão citou a Septuaginta.
-Ao
viajar pela Ásia Menor e pela Grécia na segunda e na terceira viagem missionária, o apóstolo Paulo pregava a muitos gentios que temiam a Deus e a “gregos
que adoravam a Deus”. (Atos 13,16-26. 17,4)Essas pessoas haviam chegado a temer
a Deus ou a adorá-lo por terem obtido conhecimento d'Ele pela Septuaginta. Ao pregar a tais que falavam grego, Paulo
muitas vezes citava ou parafraseava partes dessa tradução (Gênesis 22,18;
Gálatas 3,8).
-As
Escrituras Gregas Cristãs contêm umas 320 citações diretas e o total conjunto
de talvez 890 citações e referências das Escrituras Hebraicas. A maioria delas
se baseia na Septuaginta.Em resultado disso, as citações tiradas desta
tradução, e não dos manuscritos hebraicos, tornaram-se parte das inspiradas
Escrituras Gregas Cristãs.
-Como
isso é significativo! Jesus
havia predito que as boas novas do Reino seriam pregadas em toda a terra
habitada (Mateus 24,14). Para
realizar isso, Javé permitiria que sua Palavra inspirada fosse traduzida para
os diversos idiomas, e lida por pessoas em todo o mundo!
Esses
manuscritos e cópias posteriores não contêm o nome divino, Javé, representado
em hebraico pelo Tetragrama (YHWH).Essas
cópias usaram em substituição as palavras gregas para “Deus” e “Senhor” sempre
que no texto hebraico constasse o Tetragrama. No entanto, uma descoberta feita
na Palestina há cerca de 50 anos lançou luz sobre esse assunto.Uma equipe que
investigava cavernas perto do litoral ocidental do mar Morto descobriu
fragmentos dum antigo rolo de couro dos 12 profetas (de Oséias até Malaquias)
escrito em grego. Esses escritos datam de entre 50 AEC e 50 EC.Nesses antigos
fragmentos, o Tetragrama não havia sido substituído pelas palavras gregas para
“Deus” e “Senhor”. De modo que se
confirmou o uso do nome divino na primitiva versão Septuaginta das Escrituras.
Em 1971 foram liberados para publicação fragmentos dum antigo rolo de papiro
(Papiros Fouad 266). O que revelaram essas partes da Septuaginta, que datam do
segundo ou do primeiro século AEC.O nome divino também foi preservado
nelas. Esses antigos fragmentos da Septuaginta
fornecem forte evidência de que Jesus e seus discípulos do primeiro século
conheciam e usavam o nome de Deus e que usavam nas sinagogas a Septuaginta! Hoje em dia, a Bíblia é o livro mais
amplamente traduzido na História! Mais de 90% da família humana tem acesso a
pelo menos parte dela na sua própria língua. Somos especialmente gratos à
igreja católica (via S. Jerônimo) por nos dispor uma traduções das escrituras
em línguas modernas na íntegra ou em parte, em várias línguas. De fato, a
Septuaginta versão utilizada pelos católicos Romanos continua a ser de
interesse e de valor insubstituível para os estudantes da Bíblia nos nossos
dias!
Pequena História das Traduções Bíblicas
A Septuaginta ou Versão dos LXX - A
Bíblia Grega
Durante
o século II a.C., Alexandria, onde se falava o idioma grego, vivia o reinado do
rei egípcio Ptolomeu Filadelfo II (285-247 a.C.), que se orgulhava de possuir
em sua rica biblioteca todos os 'livros do mundo'. Havia também em Alexandria uma importante colônia judaica. Informado o
soberano por seu bibliotecário, Demétrio Falário de que não existia uma versão
da Bíblia em grego, prontamente estabeleceu um projeto para tal.De Israel foram
enviados 72 sábios (6 para cada uma das doze tribos de Israel) com a
incumbência de traduzir as escrituras do hebraico para o grego, trabalho que
cada um completou, segundo o Talmude ou Guemará (estudo), em 72 dias, estando
cada um desses sábios confinado em celas separadas, na ilha de Faros. Somente o Pentateuco - Torá, foi traduzido
nesta etapa, os demais livros, completando O Tanách - Bíblia, a saber, Nevii -
Profetas (8) e Ketuvim - Escritos (11), foram traduzidos posteriormente, até o
final do século II a.C. (a bíblia em hebraico é composta somente do Velho
Testamento - Primeira Aliança). O Novo Testamento, também em grego, não é
acoplado à Septuaginta, somente existindo em separado.No entanto, conta a
história que, devido aos corações desses sábios estarem 'plenos de sabedoria
divina', quando as 72 traduções foram comparadas, 'elas eram idênticas' . Imagina-se que tenham feito cópias autênticas e fieis ao texto original
para que o rei não alimentasse qualquer dúvida a respeito de sua autenticidade,
pois a tradução de um idioma oriental, consonantal, com um conjunto de regras
interpretativas, que se escreve da direita para a esquerda, para um idioma
ocidental, vocálico , que se escreve da esquerda para a direita, rico em
declinações, conjugações e casos gramaticais e que não possui a simbologia do
hebraico, realmente deveria produzir uma Nova Torre de Babel. Segundo o Talmude, "o dia da tradução foi tão
doloroso quanto o dia em que o Bezerro de Ouro foi construído, pois a Torá não
poderia ser acuradamente traduzida". Alguns rabinos disseram que "as
trevas cobriram a Terra por três dias" quando a LXX (Setenta ou
Septuaginta) foi escrita.
A
alteração começou pelos nomes originais dos livros do Pentateuco (Torá), que
ficaram da seguinte forma:
A
Vulgata de São Jerônimo - A Bíblia Latina da Igreja Católica
São
Jerônimo sentiu o peso da responsabilidade, escrevendo ao papa sobre suas
preocupações acerca da tradução - Eis o seu desabafo:
A primeira menção à versão da
Septuaginta encontra-se em um escrito chamado “Carta de Aristéias”
Por *Alessandro Lima
Segundo esta carta, Ptolomeu II Filadelfo
tinha estabelecido recentemente uma valiosa biblioteca em Alexandria. Ele foi
persuadido por Demétrio de Fálaro (responsável pela biblioteca) a enriquecê-la
com uma cópia dos livros sagrados dos judeus. Para conquistar as boas graças
deste povo, Ptolomeu, por conselho de Aristéias (oficial da guarda real,
egípcio de nascimento e pagão por religião) emancipou 100 mil escravos, de
diversas regiões de seu reino. Então, enviou representantes (entre os quais
Aristéias) a Jerusalém e pediu a Eliazar (o Sumo Sacerdote dos judeus) para que
fornecesse uma cópia da Lei e judeus capazes de traduzi-la para o grego. A
embaixada obteve sucesso: uma cópia da Lei ricamente ornamentada foi enviada
para o Egito, acompanhada por 72 peritos no hebraico e no grego (seis de cada uma
das 12 Tribos) para atender o desejo do rei. Estes foram recebidos com grande
honra e durante sete dias surpreenderam a todos pela sabedoria que possuíam,
demonstrada em respostas que deram a 72 questões; então, eles foram levados para a isolada ilha de Faros e ali iniciaram os
seus trabalhos, traduzindo a Lei, ajudando uns aos outros e comparando as
traduções conforme iam terminando. Ao final de 72 dias, a tarefa estava
concluída. A tradução foi lida na presença de sacerdotes judeus, príncipes e
povo, reunidos em Alexandria; a tradução foi reconhecida por todos e declarada
em perfeita conformidade com o original hebraico. O rei ficou
profundamente satisfeito com a obra e a depositou na sua biblioteca.
Comumente se acredita, que a Carta
de Aristéias foi escrita por volta de 200 a.C.,
50 anos após a morte do Rei Filadelfo.
Não há ainda entre os estudiosos um
consenso sobre a origem e autenticidade desta carta. Embora
a grande maioria considere seu conteúdo fantasioso e lendário, questiona-se se
não há algum fundamento histórico disfarçado sob os detalhes lendários. Por
exemplo:
-Hoje se sabe com certeza que o Pentateuco
foi mesmo traduzido em Alexandria.
-Luciano, sacerdote de Antioquia e mártir,
no início do séc. IV publicou uma edição corrigida de acordo com o hebraico;
tal edição reteve o nome de koiné, edição vulgar, e, às vezes, é chamada de
Loukianos, após o nome de seu autor.
-Finalmente, Hesíquio, um bispo egípcio,
publicou, quase que ao mesmo tempo, uma nova revisão, difundida principalmente
no Egito.
Difusão e revisões
Pelo fato de serem pouquíssimos os Judeus
que ainda possuíam conhecimento da língua hebraica, principalmente após o
domínio helenista (entre os séculos IV e I a.C.) onde o koiné (grego popular)
era o idioma falado, a Septuaginta foi bem acolhida,
principalmente pelos judeus alexandrinos que foram os seus principais
difusores, pelas nações onde o grego era falado. A Septuaginta foi usada
por diferentes escritores e suplantou os manuscritos hebraicos na vida
religiosa (JAEGER, 1991).Em razão de sua grande difusão no mundo helênico
(tanto entre judeus, filósofos gregos e cristãos), as cópias da Septuaginta
passaram a se multiplicar, dando origem a variações contextuais. Orígenes,
motivado pela necessidade de restaurar o texto à sua condição original, dá
origem à sua revisão que ficou registrada em sua famosa obra, conhecida como
Hexápla (recebe este nome por dispor do texto do AT em 6 colunas distintas,
cada uma conforme uma tradução (hebraico, a LXX, versão de Áquila, versão de
Símaco, versão de Teodocião, e outra de menor importância). Foi perdida
restando em nossos dias somente alguns fragmentos.
Os três manuscritos mais conhecidos
da Septuaginta são:
-O Vaticano (Codex Vaticanus), do séc. IV.
-O Alexandrino (Codex Alexandrinus), do
séc. V, atualmente no Museu Britânico de Londres.
-E o do Monte Sinai (Codex Sinaiticus), do
séc. IV, descoberto por Tischendorf no convento de Santa Catarina, no Monte
Sinai, em 1844 e 1849, sendo que parte se encontra em Leipzig e parte em São
Petersburgo.
Todos foram escritos em unciais (letras
maiúsculas). O Codex Vaticanus é considerado o mais
fiel dos três; é geralmente tido como o texto mais antigo, embora o Codex
Alexandrinus carregue consigo o texto da Hexapla e tenha sido alterado segundo
o Texto Massorético. O Codex Vaticanus é referido pela letra B; o Codex
Alexandrinus, pela letra A; e o Codex Sinaiticus, pela primeira letra do
alfabeto hebraico (Aleph) ou S.
A relação dos livros que estão
presentes na Septuaginta conforme a ordem original:
1)-Gênesis
2)-Êxodo
3)-Levítico
4)-Números
5)-Deuteronômio
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6)-Josué
7)-Juízes
8)-Rute
9)-1 Samuel (1 Reis)
10)-2 Samuel (2 Reis)
11)-1 Reis (3 Reis)
12)-2 Reis (4 Reis)
13)-1 Crônicas (1 Paralipômenos)
14)-2 Crônicas (2 Paralipômenos)
15)-1 Esdras
16)-2 Esdras (Esdras e Neemias)
17)-Ester
18)-Judite
19)-Tobias
20)-1 Macabeus
21)-2 Macabeus
22)-3 Macabeus
23)-4 Macabeus
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24)-Salmos
25)-Odes
26)-Provérbios
27)-Eclesiastes
28)-Cântico dos Cânticos
29)-Job
30)-Sabedoria
31)-Eclesiástico (Sirac)
32)-Salmos de Salomão
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33)-Oséias
34)-Amós
35)-Miquéias
36)-Joel
37)-Obadias
38)-Jonas
39)-Naum
40)-Habacuque
41)-Sofonias
42)-Ageu
43)-Zacarias
44)-Malaquias
45)-Isaías
46)-Jeremias
47)-Lamentações
48)-Baruque
49)-Epístola de Jeremias
50)-Ezequiel
51)-Suzana ( “História de Suzana” que
consta como apêndice no livro de Daniel nas Bíblias Católicas e Ortodoxas).
52)-Daniel
53)-Bel e o Dragão
É importante notar que o conjunto de livros
da Septuaginta é bem maior do que qualquer versão do AT disponível nas Bíblias
Católica, Ortodoxa e Protestante. O que isto
necessariamente significa? Será que o catálogo da LXX corresponderia a um cânon
bíblico conhecido e utilizado pelos antigos Judeus? Jesus e os Apóstolos
utilizaram este catálogo mais amplo de Escrituras Sagradas?
*Alessandro Lima: Arquiteto de software,
professor, escritor, articulista e fundador do Apostolado Veritatis Splendor.
A origem das divisões no formato da Bíblia?
ATENÇÃO!
A Bíblia nem sempre foi dividida em capítulos e versículos como
ocorre atualmente!
Inicialmente,
a Torá (o Pentateuco, ou seja, os 5 livros de Moisés), foi dividida em Seções
(peraxiôt) para leitura nas sinagogas judaicas, cada uma dessas seções lida em
uma semana, com a quantidade de "peraxiôt" igual ao número de semanas
do ano judaico. O restante da Bíblia
hebraica completando o Tanách, ou seja, a "Primeira Aliança" ou Velho
Testamento era dividida em versículos e seções para leitura nas sinagogas,
antes da era cristã. A divisão moderna do Antigo Testamento e sua numeração em
Capítulos foi efetuada em 1228 e é atribuída a Estêvão Langton, professor em
Paris e nomeado Arcebispo de Canterbury. É possível que ele tenha usado a
divisão já existente. A
numeração do Antigo Testamento em Versículos foi realizada por Sante Pagnini,
em 1528.Em 1555, o redator parisiense Robert Etienne adotou a numeração de
Pagnini e numerou os versículos do Novo Testamento de acordo com ela.Tal
divisão e distribuição, como também o título e a ordem dos Livros Sagrados
apresentam leve diferença entre a Vulgata e as traduções atuais. Por exemplo:
do Salmo 10 ao 148, a numeração da Bíblia hebraica está uma unidade à frente da
numeração da Bíblia grega e da Vulgata, que reúnem os Salmos 9 e 10 e os Salmos
114 e 115, mas dividem em dois os Salmos 116 e 147.Existem, ainda, nas bíblias, diferenças de ordem na disposição dos
livros. Por exemplo: na Bíblia judaica (O Tanách), temos como último livro o II
Livro das Crônicas; na Vulgata, o último livro do Velho Testamento é o II livro
dos Macabeus; nas Bíblias ocidentais católicas ou protestantes, o último livro
do Velho Testamento é o Livro de Malaquias, descobrindo-se ainda outras
diferenças, à medida que manuseamos cada uma delas. Aos interessados em mais informações preciosas
acerca das contradições entre o original hebraico e as atuais traduções em
português, indicamos a consulta de: "Analisando as Traduções
Bíblicas", de Severino Celestino da Silva - Editora Idéia.
Fonte:http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP/Educacao/M_BibliaTraducoes.htm
Respondendo sobre "Deuterocanônicos" no Novo Testamento
RESPOSTA:
Agradeço
suas palavras de confiança em nosso trabalho! Passo a responder
diretamente suas questões. As referências dos deuterocanônicos no Novo
Testamento são muito sutis e em pequeno número. Alguns católicos tentaram
mostrar relações mais profundas, mas em geral não se dão bem (o artigo da
Enciclopédia Católica é mais esclarecedor a respeito: http://www.newadvent.org/cathen/03267a.htm.O que é importante considerar na questão do cânon é o seguinte: Em
primeiro lugar, deve-se considerar que o cânon está fora da Bíblia! A
relação dos livros da Bíblia não está na Bíblia, e portanto a Escritura não se
sustém por si mesma, precisando da Tradição que a forjou e que a elenca! Já entre os judeus anteriores a Cristo se
havia posto o problema sobre que livros deviam ser considerados inspirados por
Deus, e quais não. Os rabinos judeus de
Alexandria consideraram que os livros deuterocanônicos [aqueles que hoje estão
na Bíblia Católica] eram, de fato, inspirados por Deus. O sínodo de
Jâmnia, no ano 100 d.C., feito pelos rabinos da Palestina, determinou que só
eram inspirados por Deus os livros escritos em Hebraico, e na Palestina, o que
exclui os deuterocanônicos do cânon da Bíblia. A retirada dos livros
deuterocanônicos tinha motivações puramente político-nacionalistas como unidade
de língua e de estado (como já lhe disse, os livros tinham que ser escritos em
hebraico e em Jerusalém, antes do cativeiro de Babilônia). A versão da Sagrada Escritura para o grego -
a chamada Bíblia dos Septuaginta - seguiu o cânon de Alexandria. Ora, Nosso Senhor Jesus Cristo citou muitos textos do Antigo Testamento
a partir da Septuaginta, na sinagoga, e nem por isso os judeus O acusaram de
usar livros apócrifos! Bastaria
o fato de que Nosso Senhor citou a Bíblia dos Septuaginta, que continha os
chamados livros deuterocanônicos - para concluir que esses livros são de fato
inspirados por Deus! O
Novo Testamento cita livros apócrifos (S. Judas cita o livro de Henoc), e nem
por isso eles ficaram inspirados. (S. Judas I, 14); Além disso, há livros
deuterocanônicos também no Novo Testamento. Porque os protestantes não os
rejeitaram? Cada seita protestante diz uma
coisa: em geral se diz que a alma "dorme" até o juízo final, o que é
um absurdo, pois na passagem de Lázaro se fala de Abraão no céu. E a expressão
"seio de Abraão" significava o céu, se Abraão estivesse
"dormindo", não faria sentido a expressão. Considerando que a
alma é julgada logo após a morte, e podendo ir para o céu se estiver livre de
todo pecado venial e imperfeições, a alma dos santos pode perfeitamente
interceder junto a Deus como fez aqui na Terra. No fim do mundo de fato haverá o juízo universal, quando os corpos se
juntarão às almas e todos seremos julgados juntos. Quanto às contradições, essa é a triste sina
dos protestantes! Como acham que sabem interpretar livremente a Bíblia,
acabam colocando-a em constante contradição, pois de fato cada um entende uma
coisa! Não é a Bíblia a causa do problema, mas o livre-exame destruidor de
qualquer livro!
Bibliografia adicional:
-JAEGER, Werner. Cristianismo primitivo e paideia grega. Lisboa: Edições 70, 1991. p. 19.
-SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL. Antigo Testamento Poliglota, hebraico, grego, português, inglês. São Paulo: Vida Nova, 2003.
-“O Cânon Bíblico – A Origem da Lista dos Livros Sagrados” - Alessandro Lima, Editora ComDeus, 2007.
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É verdade que quando os 70 voltaram as traduções eram iguais?
Prezado Cristovão,
Durante o século II a.C., Alexandria, onde se falava o idioma grego, vivia o reinado do rei egípcio Ptolomeu Filadelfo II (285-247 a.C.), que se orgulhava de possuir em sua rica biblioteca todos os 'livros do mundo'. Havia também em Alexandria uma importante colônia judaica. Informado o soberano por seu bibliotecário, Demétrio Falário de que não existia uma versão da Bíblia em grego, prontamente estabeleceu um projeto para tal.De Israel foram enviados 72 sábios (6 para cada uma das doze tribos de Israel) com a incumbência de traduzir as escrituras do hebraico para o grego, trabalho que cada um completou, segundo o Talmude ou Guemará (estudo), em 72 dias, estando cada um desses sábios confinado em celas separadas, na ilha de Faros. conta a história que, devido aos corações desses sábios estarem 'plenos de sabedoria divina', quando as 72 traduções foram comparadas, 'elas eram idênticas' . Imagina-se que tenham feito as mesmas mudanças para que o rei não alimentasse qualquer dúvida a respeito de sua autenticidade, pois a tradução de um idioma oriental, consonantal, com um conjunto de regras interpretativas, que se escreve da direita para a esquerda, para um idioma ocidental, vocálico , que se escreve da esquerda para a direita, rico em declinações, conjugações e casos gramaticais e que não possui a simbologia do hebraico, realmente deveria produzir uma Nova Torre de Babel.
Shalom !!!
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