Quando o braço de Cristo soltou-se da cruz para perdoar um pecador!
Na igreja do povoado espanhol de Furelos é
venerado um Crucifixo que tem o braço direito desprendido da cruz e
abaixado (foto acima). Conta-se que, aos pés de um grande crucifixo junto ao confessionário
da igreja daquele povoado, um pecador confessou certa vez os seus mesmos e recorrentes pecados, e o
padre hesitou em absolvê-lo, porque o pobre homem recaía sempre nas mesmas
faltas. O sacerdote lhe administrou o perdão de Cristo, mas repetiu:
— Procura não mais recair!
O penitente prometeu. Mas era fraco – e recaiu. Retornou envergonhado ao sacerdote, que o acolheu, mas desta vez com bastante severidade disse:
— Desta vez não te absolvo!
O penitente replicou:
— Padre quando eu
prometi, fui sincero. Mas também sou fraco...Padre, eu suplico, dê-me a absolvição!
E
novamente o confessor o perdoou, mas reforçou com ênfase:
— É a última vez!
Algum tempo depois, o penitente voltou, e dessa vez o sacerdote foi ainda mais áspero:
— Você
recai sempre no mesmo pecado! O seu propósito de emenda não é sincero!
O penitente respondeu:
— É verdade, padre... eu recaio sempre, porque sou fraco, porque
sou um doente...Mas o meu arrependimento é sincero!
O padre, porém, não recuou:
— Não! Assim não há perdão para você!
Do Crucifixo, no entanto, ouviu-se um lamento e um barulho...O Cristo Crucificado desprendeu a mão direita da cruz e, levantando-a,
traçou sobre a cabeça daquele pecador o sinal da absolvição. E uma voz que vinha da cruz disse ao sacerdote:
—Não fostes tu que derramastes o teu sangue por ele!
Este relato popular ilustra o quanto é delicado o equilíbrio entre a Justiça de Deus e a Sua Misericórdia!
Sim, é fundamental que o pecador se arrependa sinceramente, porque Deus não nos força a amá-Lo quando nós mesmos, em plena liberdade, não aceitamos o Seu Amor; sim, é obrigatório para qualquer sacerdote levar em conta, a partir dos fatos concretos, o grau de sinceridade na emenda do pecador ao lhe administrar a absolvição conforme o mandamento de Cristo:
João 20,23: "...e, àqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos"
Mas
também, é crucial à fé cristã "recordar incansavelmente" que a Misericórdia de
Deus supera sua própria justiça:
Tiago 2,13: "...porque o julgamento será sem misericórdia para aquele que não pratica a misericórdia. A misericórdia, porém, desdenha do juizo"
O coração paciente e misericordioso de Deus nosso Pai, está sempre, sempre à nossa espera para nos receber quando houver sinceridade em nosso propósito de não nos afastarmos d’Ele, e apesar de todas as nossas fraquezas, não querermos ofendê-lo e nem abusar de sua misericórdia de forma presunçosa.
Fonte - https://pt.aleteia.org/2017/11/01/quando-o-braco-de-cristo-se-soltou-de-um-crucifixo-para-absolver-um-pecador
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