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Conheça as falaciosas "propostas de José Dirceu para combater o avanço da direita" no Brasil e mundo

Written By Beraká - o blog da família on sábado, 14 de setembro de 2024 | 16:40


(foto reprodução - Band)

 

 


A terceira onda: extrema direita, imigração, terrorismo e narcotráfico (por José Dirceu)

 

 

José Dirceu  - Metropoles - 20/06/2024 

 

 

É preciso dar respostas ao desafio da "extrema direita" e ao risco de governos ditatoriais como o que vivemos no Brasil com Bolsonaro. Nesse enfrentamento, não se pode desconhecer a importância da luta político-cultural, não se pode ceder nos temas que envolvem direitos humanos e democracia e é preciso enfrentar, com coragem, a gravíssima questão do crime organizado.Os movimentos de cerceamento das liberdades democráticas e de confrontação dos princípios que garantem a democracia historicamente acontecem na América Latina em ondas. A primeira onda foi a dos golpes militares que, entre as décadas de 1950 e 1980, atingiu Paraguai, Guatemala, Brasil, Bolívia, Argentina, Peru, Chile e Uruguai.






(foto reprodução)




A segunda onda foi marcada pelos golpes apoiados em falsos argumentos jurídicos!




Ela começa com a destituição de Manuel Zelaya da presidência de Honduras, em 2009: embora eleito pelo Partido Liberal, ele ousou desafiar as oligarquias, melhorou o salário mínimo, aderiu ao Petrocaribe saindo da tutela das petroleiras estadunidenses, e se opôs a uma nova lei mineira que lesava os interesses do país. Em 2012 é a vez de Fernando Lugo ser apeado da presidência do Paraguai; quatro anos acontece o impeachment da presidente Dilma Rousseff e todo o processo da Lava Jato que levou à prisão de Lula e o tirou da disputa presidencial de 2018. Em 2020, Rafael Correa, ex-presidente do Equador, é condenado a oito anos de prisão e impedido de disputar a vice-presidência, num processo que ele acusa de “law fare”.





(foto reprodução)





Agora, estamos vivendo a terceira onda, caracterizada pelo avanço da extrema direita, tendo na sua esteira questões complexas como as da imigração, do narcotráfico e da crise da segurança pública.





(foto reprodução)




O mais acabado exemplo dessa terceira onda é Nayib Bukele (foto em destaque), que em 2 de junho tomou posse para exercer seu segundo mandato como presidente de El Salvador. 





(foto reprodução)



Bukele, 42 anos, filho de um empresário de origem palestina, marcou seu primeiro mandato pela repressão violenta às gangues, uma das consequências da guerra civil que tomou conta do país na década de 1980 e que levou muitos salvadorenhos a buscar refúgio nos Estados Unidos. As gangues MS-13 e Barrio 18 teriam sido formadas em Los Angeles. Com o fim da guerra civil, os emigrados voltaram ao país contribuindo para o aumento da criminalidade.




Um dos principais projetos de Bukele no primeiro mandato foi a construção de um presídio com capacidade para 4 mil presos, inaugurado em janeiro de 2023, o maior da América Latina!









O Centro de Confinamento de Terrorismo (Cecot) ocupa 166 hectares, mantém instalações de alta segurança onde não entra a luz do sol, só artificial, e os presos têm que comer com as mãos porque garfos e facas poderiam se transformar em armas. Chamado de “buraco negro” por grupos de defensores dos direitos humanos, há denúncias de que 174 reclusos foram torturados e mortos de forma violenta. Mas a mão-de-ferro de Bukele, que usa jaqueta de couro e boné com a aba virada para a parte de trás da cabeça, deu bom retorno eleitoral. 





Ele foi reeleito com 85% dos votos, graças à redução da criminalidade! Em 2023, foi 2,4 por 100 mil contra 106,3 por 100 mil em 2015.




Ele vem governando, desde o mandato anterior, em regime de exceção, vigente desde março de 2022. Há um grande contingente de detidos, sem ordem judicial, acusados de pertencerem a gangues. E apesar da Constituição do país proibir a reeleição, ele conseguiu se candidatar graças aos votos dos juízes que designou para a Corte.




Empresas de pesquisas que acompanham de perto a popularidade de Bukele, avaliam que a política “linha-dura” de segurança pública e a “máquina” de propaganda na internet estão por trás desse fenômeno, tanto nacionalmente quanto no exterior. Ele é o político com maior número de seguidores no TikTok.




No entanto, nem tudo são flores no caminho do candidato a ditador de El Salvador. O país enfrenta uma dívida pública de US$ 30 bilhões, o equivalente a 84% do PIB; 29% dos seus 6,5 milhões de habitantes são pobres e muitos continuam emigrando para os Estados Unidos em busca de trabalho.




O estilo Bukele já começa a atrair seguidores!




Na esteira de uma rebelião em presídios superlotados e degradados a qual se somou o terror imposto à população pelas milícias e gangues, o Equador elegeu no ano passado, um jovem empresário de 36 anos, Daniel Noboa, que nasceu e estudou nos Estados Unidos. Daniel é filho de um dos maiores empresários do país, Álvaro Noboa, que por cinco vezes disputou a presidência da República sem conseguir se eleger. Seu discurso de campanha, com ênfase na segurança pública e combate ao crime guarda grande semelhança com o de Bukele. Temo que Bukele venha a inspirar mais lideranças na América Latina (?). A saída pela linha dura, típica dos regimes autoritários de direita, tem forte apelo junto à população. É preciso construir um programa eficiente de segurança pública com dois eixos, nem sempre fáceis de serem equilibrados: combate sem trégua à criminalidade e respeito aos direitos humanos.









Mas se a esquerda não enfrentar esta questão de frente, está fadada à perda de popularidade e ao fracasso eleitoral ! 




Esta é uma questão líquida e certa, pois é reivindicação central da população em todas as regiões do Brasil e em muitos países da América Latina e, muito especialmente, nas periferias das grandes cidades.










O avanço da "extrema direita"




Não é privilégio da América Latina o avanço da extrema direita. Ele se dá globalmente e caminha a passos largos na Europa. O primeiro dirigente europeu a revelar seu ideário próximo ao nazifascismo foi Viktor Orbán, premier da Hungria. Embora seu partido, o Fidesz, tenha chegado ao Parlamento, em 1990, com uma plataforma liberal, Orbán foi, ao longo dos anos, revelando sua verdadeira face. Ele ocupou o cargo de primeiro-ministro de 1998 a 2002. Voltou em 2010 para não mais abandonar a cadeira. Sua política externa sempre foi marcada pela retórica anti-imigrante: em 2015, a Hungria construiu uma cerca na sua fronteira sul após a crise migratória e impôs algumas das regras de asilo mais rigorosas da Europa. Robert Fico, que voltou ao comando da Eslováquia em 2023 – em 2018, deixou o cargo de primeiro-ministro depois de tê-lo ocupado por mais de uma década – vem sendo comparado à Orban pelos seus opositores – ele deu uma guinada na política externa do país, que deixou de apoiar a Ucrânia para se aliar à Rússia.





Georgia Meloni, de extrema direita, é presidente da Itália desde 2022; também naquele ano os ultradireitistas pela primeira vez tiveram influência importante no governo da Suécia; em 2023, o Partido da Liberdade, de extrema direita, venceu as eleições legislativas na Holanda. Nas eleições legislativas deste ano, a centro-direita venceu as eleições na Finlândia (20,8%), derrotando os social-democratas (19,9%), partido da primeira-ministra Sanna Marin, avaliada como a mais popular da história recente do país. A extrema direita também avançou, registrando 20,1% dos votos.A extrema direita cresceu na Bélgica, na Espanha, em Portugal e em várias outras partes, ancorada no temor à imigração, na inflação e na perda de direitos.







As recentes eleições para o Parlamento Europeu espelham esta realidade. Houve um avanço significativo de partidos ultraconservadores, populistas, xenófobos e de extrema direita, principalmente na Alemanha, Holanda, Áustria, Itália e França. A vitória foi das forças de centro-direita, mas foi o avanço da extrema direita que marcou o pleito. O impacto foi tão grande que o presidente da França, Emmanuel Macron, decidiu anunciar a dissolução da Assembleia Nacional e convocar eleições legislativas. Seu partido teve apenas 15,2% dos votos contra 32,4% da extrema direita e 14,3% dos socialistas.Na Bélgica, o primeiro-ministro liberal, Alexander de Croo, anunciou sua renúncia depois da divulgação dos resultados, pois seu partido teve um pífio desempenho. A extrema direita conquistou três cadeiras, assim como o partido nacionalista flamengo. No conjunto, centro-esquerda e centro-direita ficaram com quatro cadeiras cada uma. Os resultados são um indicador claro do que deve ocorrer daqui pra frente na nossa região, se os partidos progressistas não conseguirem dar respostas, além das questões relativas à distribuição de renda, àquelas que tratam da segurança pública – contexto no qual se inclui narcotráfico, milícias e terrorismo – e da imigração. Exemplo de como essas questões afetam diretamente a população e de como o cidadão reage a elas é o caso do Chile. Depois de eleger, em 2021, um presidente de esquerda, Rafael Boric, o Chile deu maioria ao conservador Partido da República, do candidato derrotado à Presidência José Antonio Kast, na eleição para o Conselho Constituinte do Chile realizada em maio de 2023.



O grupo de esquerda Unidad para Chile, liderado pelo atual presidente chileno, ficou com 28% dos votos. Os demais votos foram para partidos de centro.O avanço significativo da direita nas eleições para o Conselho Constituinte em tão pouco tempo é simples de entender, de acordo com analistas da política chilena: o Norte do Chile votou contra a imigração de venezuelanos; o centro, contra a insegurança e o aumento da criminalidade; e o Sul, contra os mapuches que lutam, inclusive pela força, pela reconquista de suas terras ancestrais.




Como vencer a terceira onda (direitista e não esquerdopata)








Nossos governos e nossos partidos podem e devem dar respostas ao desafio da extrema direita e ao risco de governos ditatoriais como o que vivemos no Brasil com Bolsonaro. Nesse enfrentamento, não se pode desconhecer a importância da luta político-cultural, não se pode ceder nos temas que envolvem direitos humanos e democracia e é preciso enfrentar, com coragem, a gravíssima questão do crime organizado.No Brasil, as milícias já dominam regiões do Rio de Janeiro. O narcotráfico se faz presente em todas as grandes cidades do país. A guerra entre grupos e facções assombra as periferias e comunidades e deixa um grande número de mortos, muitos deles jovens.









Essa é a realidade para a qual temos que oferecer propostas efetivas, não as falsas soluções da extrema direita como encarceramento em massa, execuções indiscriminadas pelas polícias como vingança, criminalização dos movimentos sociais e exploração da imigração de venezuelanos ou não. Ao lado da segurança pública, outros dois desafios se impõem aos nossos partidos e governos: como combater as fake news que dominam as redes e são disseminadas diariamente pela extrema direita e seus militantes e robôs e como reagir ao discurso conservador, liderado muito especialmente pelas igrejas evangélicas, no que se refere à pauta de costumes.










Na verdade, as duas questões se misturam, pois a pauta conservadora em grande parte é construída sobre informações falsas e mentirosas.Outro ponto é como nos devemos comportar frente ao Parlamento. Devemos recuar ou ceder às chantagens e pressões de deputados e senadores sob o pretexto da governabilidade? Ou os recuos acabarão por pavimentar as condições para nossa derrota eleitoral ou para a paralisia de nossos governos?









A resposta é o enfrentamento dessas agendas pelo debate público e pela mobilização popular e social. Só assim, sem medo e com a certeza que temos apoio na sociedade para disputar posições contra a extrema direita e o conservadorismo, vamos conquistar vitórias da mesma forma que fomos à luta para libertar Lula, o que de início parecia impossível, e vencer Bolsonaro em 2022 com a articulação de uma ampla frente político-eleitoral.









É preciso deixar de subestimar a questão da segurança pública e fazer as reformas necessárias no sistema penitenciário e na política de segurança pública que tem que ser vista como prioridade. Também a política de comunicação e a de mobilização devem ser consideradas essenciais, inclusive para nossa agenda de mudanças econômicas e sociais. Sem condições políticas não avançaremos na agenda econômica que também depende da mobilização e do convencimento das maiorias sobre nossa pauta e agenda de reformas para o país.









Fonte - https://www.metropoles.com/ponto-de-vista/a-terceira-onda-extrema-direita-imigracao-terrorismo-e-narcotrafico-por-jose-dirceu

 

 



"É incompreensível um pobre ser de direita!", diz a esquerda — eis as duas contradições desta frase: Quem se opõe a algo que supostamente o beneficia, demonstra honestidade e ética (?)

 

 


Por Juan Ramón Rallo









Quando a esquerda não recebe o apoio eleitoral — ou mesmo espontâneo, como passeatas de rua — daqueles indivíduos cujos interesses ela acredita representar, ela rapidamente se entrega ao discurso arrogante e elitista de que o pobre que não a apoia é "burro", "ignorante" e "alienado", pois está indo contra seus próprios interesses.





A lógica é simples: 




Dado que a esquerda supostamente defende o aumento da tributação sobre os ricos para repassar o dinheiro aos mais pobres — tanto diretamente, via assistencialismo, quanto indiretamente, via educação e saúde "públicas" , então todo pobre, por definição, tem de apoiar a esquerda, que seria composta por superiores seres abnegados e salvadores. É claro que não é toda a esquerda que adota esta postura de desdém geral pelos indivíduos que "não sabem votar", mas é recorrente encontrar estes tipos nas redes sociais. (E isso é um fenômeno mundial: na Espanha, uma proeminente figura pública recentemente xingou os trabalhadores que não votam na esquerda espanhola).





Essa afirmação de que um pobre de direita é um tolo — para colocar em tons mais leves — parte de duas premissas extremamente discutíveis!




-A primeira premissa é a de que "ser de direita" — no caso, defender uma política econômica que não atente contra a livre iniciativa — é prejudicial para os pobres.



-A segunda premissa é a de que os pobres deveriam votar de acordo com seus interesses diretos, e não de acordo com princípios morais gerais e imparciais.









A primeira pergunta é: "seria do interesse dos pobres atentar contra a livre iniciativa?"








No curto prazo, uma política de alta tributação e redistribuição até poderia ser do seu interesse, pois o pobre ganharia renda imediata à custa do confisco do capital que foi imobilizado pelo capitalista. No longo prazo, porém, há o alto risco de que o capitalista espoliado deixe de reinvestir esse capital, o que faria com que a economia se descapitalizasse e, consequentemente, fossem reduzidos os investimentos, as contratações e, consequentemente, os salários, o que prejudicaria acima de tudo o mais pobre, que passaria a ter um menor padrão de vida.




Capital e trabalho não são necessariamente fatores substitutivos e concorrentes!




Ao contrário: eles se complementam e cooperam para se enriquecer mutuamente. Trabalho e capital não são inimigos; são aliados (visando o bem comum não só coletivo, mas pessoal)!









Já a segunda premissa acaba se revelando a mais interessante, pois quem a defende nem sequer se dá ao trabalho de analisar as implicações de sua própria postura, a saber: dizer que um pobre tem de votar na esquerda (porque seus interesses são defendidos pela esquerda) significa equiparar moralidade e justiça a interesse próprio. Ora, seria possível que os pobres (ou qualquer outra pessoa de qualquer classe social) agissem não exclusivamente por interesses materiais, mas também por critérios mais gerais e abstratos de justiça e moralidade? Para a esquerda, é impossível.



Imagine um pobre que tenha a opção de roubar a carteira de seu vizinho mais rico sem que ninguém possa descobrir, ou mesmo suspeitar. Deveria este pobre efetuar o roubo? Fazê-lo, sem dúvidas, seria uma demonstração de seu interesse próprio: seu bem-estar material aumentaria à custa do de seu vizinho mais rico.




Consequentemente, se justiça e moralidade forem sinônimos de interesse pessoal — como afirma a esquerda para o caso eleitoral dos pobres —, então devemos concluir que sim, este pobre deveria roubar a carteira do vizinho. Mais ainda: se ele não o fizer, será um direitista tolo. Entretanto, tão logo constatamos que a questão da justiça e da moralidade não está restrita a um estrito interesse material egoísta, deveria então resultar de todo compreensível, e sensato, que este pobre declinará de roubar a carteira do vizinho mais rico. 









Não é que ele seja um direitista tolo; ele é simplesmente uma pessoa íntegra, honesta e justa para com seu vizinho!










Exatamente o mesmo raciocínio se aplica ao pobre que se opõe a espoliar, por meio do estado, os empresários ou os ricos, mesmo quando este esbulho poderia lhe redundar em um benefício social de curto prazo: quem se opõe a algo que o beneficia porque acredita ser injusto não é um tolo direitista, mas sim uma pessoa que coloca suas convicções à frente de seu interesse próprio. Consequentemente, toda a sociedade está melhor por conviver com uma pessoa íntegra e honesta.





Para concluir









É claro que podemos debater se tais convicções são reais ou se, como parece acreditar a esquerda, derivam de uma falsa consciência da realidade ou de uma falsa "consciência de classe". No entanto, mesmo nestes casos, o pobre que não vota na esquerda estaria sobrepondo seu ideal imparcial de justiça a seus interesses egoístas — algo que não deveria ser criticado, mas sim aplaudido.








Em vez de insultar os pobres que não se mostram atraídos pela ideia de esbulhar terceiros para repartir o botim, a esquerda deveria tentar persuadi-los da superioridade de suas ideias e valores (os quais têm sido rechaçados). O desdém, neste caso, diz muito mais a respeito do desdenhador do que do desdenhado.

 

 


Fonte - https://mises.org.br/artigos/3041/e-incompreensivel-um-pobre-ser-de-direita-diz-a-esquerda--eis-as-duas-contradicoes-desta-frase?goToComment=196377

 

 



Não perca tempo com Esquerda versus Direita - apenas defenda a liberdade!

 



Por Joel Fonseca

 


 




Não perca seu tempo classificando as pessoas, os partidos e as bandeiras entre esquerda e direita. A classificação existe apenas no discurso, não na realidade, e é uma ferramenta retórica para criar conflitos, marcar posições e demonizar adversários. Mais do que isso, falar em esquerda e direita é participar de um jogo. Um jogo retórico que serve aos interesses de apenas um dos jogadores. 




Quase sempre, quem dá as cartas é a esquerda! Funciona assim: 





O primeiro lance é da (autodeclarada) esquerda. Ela olha uma dada situação social vista como problemática e a interpreta como uma instância de luta de classes: um lado mais forte que oprime um lado mais fraco. A esquerda então arroga para si a defesa do lado mais fraco/oprimido, que envolve algum tipo de compensação para esse lado e punição do lado opressor. E a direita, o que faz? Fica com a inglória incumbência, que ela aparentemente aceita de bom grado, de defender o lado mais forte contra o ataque da esquerda que quer balançar o status quo.









Isso vale desde os casos clássicos do conflito, como a situação dos trabalhadores. A esquerda arroga para si a defesa da causa dos operários e a direita fica com a defesa dos empresários. No entanto, sabemos que na prática não é nada disso: há vários empresários de esquerda e há também, sindicalistas de direita! 









Além disso, essa conveniente dicotomia exclui muita gente: o desempregado, o informal, o pequeno empreendedor, o autônomo, o profissional liberal etc.Mesmo assim, a leitura "pega", e acaba sendo a lente básica pela qual muitos leem a realidade e se posicionam. O mesmo jogo serve também para contextos totalmente díspares e nos quais encontrar um oprimido e um opressor é bem menos claro. 











Penso em dois bem aplicáveis ao Brasil, que mostram como é arbitrária essa divisão!





O primeiro é o aborto. A narrativa dominante nesse tema é a que pinta a mulher como vítima e os homens ou a sociedade machista patriarcal como opressores, que não querem que a mulher seja dona de si, seja feliz etc. Mas a própria esquerda brasileira, que tem em suas raízes ainda muito da teologia da libertação católica (ferrenhamente anti-aborto), oferece uma narrativa alternativa: o aborto é uma situação dramática na qual a mulher é jogada por um sistema injusto (pois, tendo condições, ninguém decidiria abortar), e as grandes empresas que ofertam e lucram com o aborto clandestino são parte do aparato opressor do capitalismo global. De que lado ficar? Dos que negam direitos reprodutivos ou dos que apoiam a agenda de multinacionais?








Ou pensemos no caso do transporte. Há luta de classes aí? Não havia, não precisava haver, mas agora há! Ônibus, usado pela maioria pobre, e bicicletas -- preferência de uma minoria rica, são o lado oprimido. Quem aposta neles é esquerda. Os egoístas motoristas de carro (mesmo os motoristas de um Fusca ou uma Brasília) são os opressores; quem os defende é a direita malvadona!




Há uma série de questões que revelam o absurdo dos termos esquerda e direita: 




Ambientalismo, industrialização (ironicamente, defender as grandes indústrias com tarifas protecionistas e subsídios virou bandeira da esquerda), povos indígenas e tradicionais, agricultura familiar versus agronegócio, grande empresariado (beneficiado por políticas protecionistas e de subsídios, que virou uma agenda da esquerda), política externa, e muitas outras etc.




O pobre recostado na cadeia, ou balançando-se na rêde, recebendo bolsa-família e fazendo filhos, o maconheiro de Humanas que anda de bicicleta e quer revolução, o proletário pelego, o negro racista, a feminista beligerante: figuras que a direita adora citar. Todos têm alguma base numa realidade parcial -- assim como os estereótipos que a esquerda adora odiar! -- mas são, antes de tudo, criações da imaginação ideológica. E nessa guerra de ódios, foi dado à direita o lado perdedor: o lado do mais forte, que naturalmente não desperta a simpatia popular.



Quer combater a mentalidade esquerdista?  










A maneira certa está em se recusar a participar do jogo da luta de classes; está em apresentar soluções que não passem nem pela defesa de um grupo e nem pela demonização de outro. Está em descobrir as lógicas que desarmam esse discurso que só enxerga opressores e oprimidos. A realidade social não é fundamentalmente uma realidade de exploração, de transações perde-ganha. Essas existem, mas são abusos. A luta de classes (ou melhor, de grupos) é a realidade básica apenas em um campo da vida social: a política, que instaura cabos de guerra por onde passa.




Fora da política, o padrão de interação humana em uma sociedade que reconhece direitos individuais é o da relação voluntária, que gera uma situação em que ambos os lados envolvidos ganham, sem soma zero.  As transações que ocorrem voluntariamente no mercado são uma modalidade desse tipo de interação. Cada transação acontece como um acordo voluntário entre duas pessoas ou entre grupos de pessoas. Esses dois indivíduos (ou grupo de pessoas) trocam dois bens econômicos: serviços ou bens (tangíveis ou intangíveis) e dinheiro. Ambas as partes empreendem a troca porque cada parte espera ganhar com ela.  Você faz algo positivo para mim -- como, por exemplo, me ofertar um bem ou serviço -- e eu, em troca, faço algo positivo para você, dando-lhe dinheiro.A minha situação melhorou, pois, para mim, o bem ou o serviço vele mais que o dinheiro que lhe dei (se não valessem, eu não estaria incorrendo nessa troca).  E a sua situação também melhorou, pois você valoriza meu dinheiro mais do que o bem ou serviço que me vendeu (se não valorizasse, não os estaria vendendo).



Não luta, mas conciliação de classes e interesses comuns!



Essa é a única relação que deve ser estimulada e que deve ganhar cada vez mais espaço -- em vez de lutas de classe, de gênero, de cor, de preferência sexual, de distribuição de privilégios estatais etc. --, pois é ela que eleva a qualidade de vida de todos no longo prazo. Nem esquerda nem direita defendem exclusivamente esta relação.










Por fim, como bem disse Leonard Read:




"Esquerda" e "direita" descrevem, cada uma, posições autoritárias.  A liberdade não possui relação horizontal com o autoritarismo.  A relação do libertarianismo com o autoritarismo é vertical; está muito acima dessa podridão de homens escravizando indivíduos...O libertário não pode querer nada com "esquerda" ou "direita" simplesmente porque ele desdenha qualquer forma de autoritarismo: o uso do aparato estatal para tolher e controlar a criatividade e o empreendedorismo do indivíduo...E como também desdenha todas as formas de igualitarismo forçado, o libertário quer distância de comunismo, fascismo, nazismo, fabianismo e assistencialismo. O libertário está acima de toda esta degradação. Sua posição no espectro ideológico, se fossemos usar analogias direcionais, seria acima -- como um vapor que se separa do esterco e sobe a uma atmosfera saudável.  Se a idéia de extremismo for aplicada a um libertário, que seja baseada em quão extrema é a sua oposição às crenças e tentações autoritárias."

 

 


Fonte - https://mises.org.br/artigos/2189/nao-perca-tempo-com-esquerda-versus-direita-apenas-defenda-a-liberdade








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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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