A Campanha da Fraternidade "é sinônimo de comunhão, conversão e partilha". Idealizada por um bispo de linha Conservadora, Dom Eugênio de Araújo Sales, de Natal (RN), hoje é um movimento nacional, abraçado pelas Igrejas Particulares da Igreja no Brasil.
Os
seus “objetivos permanentes” são três:
1)-Com base na justiça e no
amor, educar para a vida fraterna.
2)-Comprometer cristãos com a
busca pelo bem comum.
3)-Relembrar a responsabilidade de TODOS em relação à "evangelização".
Desde seu início, o resultado da coleta realizada durante a
quaresma tem transformado a vida de inúmeras pessoas que não têm acesso a bens
materiais básicos.
No link abaixo
estão os "dados oficiais retirados da própra página oficial da CNBB, com a a
destinação dos valores que são doados na Coleta do Domingos de Ramos" da
Campanha da Fraternidade:
https://www.instagram.com/p/DID-hs1uPr3/
Somente nestes
ítens que listamos acima no link, são mais de R$ 460.000,00 reais, patrocinando o empoderamento feminino, política partidária de esquerda, ECOTEOLOGIA, e a toda poderosa, Pastoral da Terra (por que não as outras pastorais como a da familia, crianças, e idosos?). Essa é apenas a ponta do iceberg da duvidosa utilização dos recursos coletados na CF. Muitos outros
projetos contemplados não deixam muito claro seus objetivos e a que se propõe. Atrele-se a tudo isso,a desconfiança devida à falta de transparência nas prestações de contas posteriores aos repasses e uso dos recursos recebidos por essas instituições, e à influência da
Teologia da Libertação e da esquerda libertina,revolucionária, e progressista, nesses projetos. Constatamos que doar
dinheiro, atualmente, para a CF é tornar-se cúmplice de diversas ações duvidosas e
ideológicas, inclusive contrárias à fé e moral católica.Porém, diga-se de passagem, para não sermos injustos com generalizações, alguns projetos
são bons e honestos, mas infelizmente, são minoria! E que garantia temos que serão realmente contemplados? Será apresentada a prestação de contas posterior a destinação e uso dos recursos repassados? Infelizmente, não há essa confiança plena na CNBB, diante dos fatos presentes e já acontecido no passado.
ATENÇÃO! Enquanto perdurarem dúvidas quanto a destinação dessa coleta da CF para instituições contrárias a doutrina da igreja, não faça a doação direta, mas não deixe de praticar essa obra de caridade exigida nesse tempo litúrgico! Procure na sua paróquia ou diocese, instituições que cuidem de idosos, crianças e jovens em situação de risco social, como a Fazenda da Esperança, Ajuda a Igreja que Sofre (ACN), evangelização Canção Nova, Jesus meu amigo e Volta Israel (pobres e drogados acolhidos pela Comunidade Católica Shalom), e faça sua doação. Ajude casas pró-vida, instituições e apostolados católicos que fazem a caridade junto aos pobres de forma evangélica e não ideológica, como a TOCA DE ASSIS. Pessoas, e entidades sérias e reconhecidas, que trabalham com reformas físicas de Igrejas e capelas centenárias, enfim, temos muitos bons projetos que lamentavelmente, não são contemplados com essa coleta da CF.
O cuidado com os pobres é mencionado repetidamente no Evangelho, e é um dos pilares da vida cristã, e o itinerário da Campanha contribui para que possamos seguir no caminho de Cristo – o único possível (conforme João 14,6)
A primeira Campanha foi realizada na arquidiocese de Natal em abril de 1962, por iniciativa do então administrador apostólico, dom Eugênio de Araújo Sales. O objetivo era fazer uma coleta em favor das obras sociais e apostólicas da arquidiocese.
A comunidade rural de Timbó, no município de Nísia Floresta (RN),
foi o lugar onde a campanha ocorreu, pela primeira vez!
O lançamento foi feito oficialmente numa entrevista do administrador apostólico da arquidiocese às Rádios Rural de Natal e Poty. Dizia, então, Dom Eugênio:
“Não vai lhe ser pedida uma esmola, mas uma coisa que lhe custe; não se aceitará uma contribuição como favor, mas se espera uma característica do cumprimento do dever; um dever elementar do cristão".
Aqui está lançada a
Campanha em favor da grande coleta anual do dia 8 de abril, primeiro domingo da
Paixão”.
A experiência foi adotada, logo a seguir em 1963, por 19
dioceses do Regional Nordeste 2, nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande
do Norte, e Alagoas. Em 1964, a CNBB assumiu a Campanha da Fraternidade.
Fonte:http://www.cnbb.org.br/site/campanhas/fraternidade/11121-campanha-da-fraternidade-sera-lancada-no-dia-13-de-fevereiro
Dom Eugênio na fundação das Comunidades
Eclesiais de Base (CEBs)
Amigo pessoal de São João Paulo II, que confessou a Dom Eugênio gostar muito do mamão papaia (brasileiro). O papa encontrando mamão papaia no café da manhã, São João Paulo II já dizia a quem estava próximo: “ O Eugenio está em Roma!”
Memórias de dom Eugenio sales
Por Luiz Paulo Horta - 10/07/2012
“Tenho quase certeza de que ele e seu amigo Helder Câmara — tão
diferentes, sob alguns aspectos — teriam terminado governando um estado do
Nordeste (de onde eles vinham) se não tivessem seguido a carreira eclesiástica”,
diz Luiz Paulo Horta
A primeira impressão que ele (D. Eugênio) passava era de força contida. Aquele homem alto, magro, ainda atlético quando eu o conheci, evidentemente não estava na vida para brincar de sacerdote! Em seguida a impressão se atenuava, porque ele era bem humorado e tinha o toque envolvente de um político! Tenho quase certeza de que ele e seu amigo Helder Câmara — tão diferentes, sob alguns aspectos — teriam terminado governando um estado do Nordeste (de onde eles vinham) se não tivessem seguido a carreira eclesiástica.
Como bispo muito jovem em Natal, Rio Grande do Norte, Dom Eugenio ganhou reputação de “comunista” — porque tinha obsessão pela questão social, ajudou a fundar sindicatos. Subindo sempre na “carreira”, foi arcebispo em Salvador e primaz do Brasil.
D. eugênio chega ao Rio de Janeiro, como arcebispo, em 1971, no auge do regime militar contra o comunismo. aqui leva a fama de “conservador”, porque não batia de frente com o regime militar , como faziam os cardeais Arns e Lorscheider
Agora se sabe, por reportagens, como a de José Casado, que esse método “low profile” (perfil discreto), permitiu-lhe agir muitas vezes em defesa de perseguidos políticos — por exemplo, localizando prisioneiros ou abrigando uma quantidade enorme de asilados políticos que vinham do Chile, da Argentina, e do Uruguai (chegou a alugar apartamentos para abrigar essas pessoas).
A grande notoriedade histórica e popular de d. eugênio começa em 1979, com a eleição de Karol Wojtyla para o trono de São Pedro.
Com o Papa polonês, ele desenvolveu uma ligação quase simbiótica (ainda por cima, tinham a mesma idade). Dom Eugenio tornou-se íntimo do Vaticano. Por causa do temperamento discreto, não chegou a ser um “papabile” como foram Lorscheider e D. Lucas Moreira Neves. Mas exerceu, no Vaticano, os cargos mais diversos. Encontrando mamão papaia (brasileiro) no seu café da manhã, João Paulo II dizia a quem estava próximo: “ O Eugenio está em Roma!”.
Juntos, Wojtyla e Eugenio Sales cortaram as asas da Teologia da Libertação em suas variantes mais próximas do marxismo!
O papa polonês tinha DOLOROSAS experiênciaS diretaS do que era o
marxismo no poder, e foi duro ao lidar com o assunto!
Dom Eugenio também foi muito combativo contra essa ideologia. Um dos capítulos desse enredo foi o caso Leonardo Boff, do qual se encarregou um outro combatente, cardeal Ratzinger. Muito firme na teologia, dom Eugenio nunca perdeu de vista a questão social.
Dom Eugênio Desenvolveu pastorais importantes como a das favelas, e a do menor, tendo colaboradores incansáveis como Maria Christina Sá. A esta senhora da sociedade também, coube a coordenação das duas visitas papais que foram a cereja do bolo no longo arcebispado de Dom Eugenio:
"Sobretudo, a primeira foi uma coisa épica! Muitos outros trabalhos específicos se poderia atribuir a Dom Eugenio. Lembro os encontros no Sumaré, onde o cardeal reunia pessoas importantes na comunidade carioca — das elites às bases — para seminários onde se discutia de tudo! O cardeal abria o encontro. Depois, sentava-se num canto e ficava só ouvindo, até chegar a hora da oração final. Assim, procurava diminuir as discrepâncias de uma sociedade onde a 'classe C'ainda era uma manchinha no mapa.Acho que muita coisa boa foi gerada ali!"
Obra da figura
longilínea, sempre de preto, gostava de fazer a boa e evangélica política! Também nisso, em
comunicação direta com o Papa polonês.
Fonte:https://oglobo.globo.com/rio/memorias-de-dom-eugenio-5443457
Mas, afinal, quem foi realmente Dom Eugênio Sales, além de amigo de são joão paulo ii ?
Um guardião da verdadeira fé! Dom Eugênio Sales, ao completar 90 anos, recebeu na ocasião uma
justa homenagem do Senado Federal. Dom Eugênio
ficou conhecido como o idealizador das comunidades eclesiais de base e da
Campanha da Fraternidade, destacando-se também a
sua atuação na ajuda aos perseguidos políticos durante o regime militar.
Dom Eugênio nasceu na Fazenda Catuana, em Acari (RN), no dia 8 de novembro de 1920, em uma família católica
Realizou seus primeiros
estudos em Natal (RN), indo, posteriormente, para Fortaleza (CE), onde cursou
Filosofia e Teologia. Foi ordenado sacerdote em 1943 em Natal.
Ordenado bispo ainda muito jovem, aos
33 anos, assumiu como bispo auxiliar de Natal em 1954, e em 1962 tornou-se
administrador apostólico dessa mesma arquidiocese. Em
1964 tomou posse como administrador apostólico de Salvador, sendo elevado a
arcebispo dessa sede em 1968, tornando-se, assim, primaz do Brasil (isto é, o titular da diocese mais antiga do país).
Em 1969, Dom Eugênio Sales foi feito cardeal pelo papa Paulo VI
Em 1971 tornou-se arcebispo do Rio de Janeiro, função em que
permaneceu até 2001, quando se aposentou (tornando-se bispo emérito). Entre
1972 e 2001 acumulou também a função de bispo dos fiéis de Rito Oriental do
Brasil. Foi também, membro de 11 congregações na Cúria
Romana.
Sua vida apostólica foi marcada
pela defesa da ortodoxia católica e pela oposição à
Teologia da Libertação (aquela de linha Marxista e Revolucionária Armada, não à
aquela Teologia da Libertação Cristã e evangélica também, defendida por seu
grande amigo pessoal, São João Paulo II como justa e necessária).
Dom Eugênio ficou conhecido também, pela sua atuação em
defesa dos refugiados políticos do Brasil e de outros países latino-americanos,
no período entre 1976 -1982
Dom Eugênio montou, nessa época, uma rede de apoio a esses
refugiados, abrigando-os, primeiramente, na sé episcopal (Palácio São Joaquim)
e depois em apartamentos alugados com essa finalidade. Contou
com apoio da Cáritas Brasileira e do Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Refugiados para financiar essa estadia, até conseguir asilo
político a essas pessoas em países europeus.
Fonte: Agência Senado
No Brasil, a Igreja Católica busca atingir públicos distintos, visando atender determinada situação em uma realidade um pouco mais específica dentro e muitas vezes fora da paróquia, atuando em diversos setores, através das Comissões e Pastorais (comumente conhecidas como pastorais sociais). Não devemos confundir pastorais sociais com grupos, movimentos, missões, equipes e/ou serviços da igreja católica, pois eles divergem entre si.
A Comissão Pastoral da Terra é responsável pela Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
As pastorais mais conhecidas da Igreja Católica no Brasil
são:
Pastoral Afro-Brasileira
Pastoral Carcerária
Pastoral da
Catequese
Pastoral da
Comunicação - PASCOM
Pastoral da Criança
Pastoral da Cultura
Pastoral da
Educação
Pastoral da Juventude
Pastoral da Juventude do Meio Popular
Pastoral da Juventude Estudantil
Pastoral da Juventude Rural
Pastoral da Liturgia
Pastoral da Mobilidade Humana
Pastoral da Mulher Marginalizada - PMM
Pastoral da Música
Pastoral da Pessoa Idosa
Pastoral da Sacristia
Pastoral da Saúde
Pastoral da Sobriedade
Pastoral da Terra
Pastoral de DST/AIDS
Pastoral do Batismo
Pastoral do
Catecumenato
Pastoral do Dízimo
Pastoral do Menor
Pastoral do Povo da Rua
Pastoral do Surdo
Pastoral do Turismo
Pastoral dos Apóstolos Eucarísticos da
Divina Misericórdia – AEDM’s
Pastoral dos Brasileiros no Exterior
Pastoral dos Coroinhas (e acólitos)
Pastoral dos Migrantes
Pastoral dos Ministros Extraordinários da
Sagrada Comunhão
Pastoral dos Movimentos de Obras de
Misericórdia – MOM
Pastoral dos Nômades
Pastoral dos Pescadores
Pastoral dos Refugiados
Pastoral dos Terços e Novenas em Família
Pastoral Familiar
Pastoral Operária
Pastoral Rodoviária
Pastoral Social
Pastoral Universitária
Pastoral Vocacional
A Igreja Católica realiza a sua ação pastoral através de três funções: Função profética, Função litúrgica e Função real. Por fim, as pastorais tem o objetivo de agir por meio da igreja no conjunto de atividades pelas quais a mesma realiza a sua missão de continuar a ação de Jesus Cristo junto a diferentes grupos e realidades.
A CNBB para evitar a polarização que tanto tem dividido a igreja e a sociedade, (lembrando antes de tudo, que a igreja tem três alas: Progressista, Moderada e Conservadora, as quais procuram manter a saudável unidade na diversidade como em um grande jardim). Portanto, para uma melhor aceitação das CF's, seria recomendável que as mesmas fossem realizadas pela ALA MODERADA, retirando-a do comando exclusivo da pastoral da terra (que não pensa de forma mais abrangente, mas restrita e reduzida a questões socio-ideológicas de cunho revolucionário), e deixar as CF's a cargo de uma dessas pastorais que são mais abrangentes em sua missão e mais adequadas na sua elaboração: pastoral da Catequese, da Comunicação, e ou, do Catecumenato. Ou até então, após a assembléia geral da CNBB, esta definiria os temas, ou algumas das "comissões episcopais" (intereclesial, ação transformadora, laicato, ou vida e familia). Só então, posteriormente, seria repassado a pastoral competente do tema escolhido, e não deixar todos os temas, a cargo permanente, da pastoral da terra.Sem querer desmerecer a importância dessa e outras pastorais, o contexto da igreja hoje, já não é o mesmo do regime militar, onde os progressistas gozam de ampla liberdade e espaços representativos de fala.
As comunidades Eclesiais de Base surgiram para criar e fomentar o espírito cristão de amor a Deus e ao próximo, tendo
como característica de sua identidade – como o próprio nome indica - a "Eclesialidade"
-Nas palavras de São João Paulo II: “as CEB's sua base é de caráter nitidamente eclesial e não meramente sociológico, ou outro”.1
-"Assim, elas brotam e desenvolvem-se no interior da Igreja, são solidárias com a vida da mesma Igreja, alimentadas pela sua doutrina, e conservam-se unidas aos seus pastores" (EN, n.58).
A partir de uma análise das iniciativas pioneiras do Movimento de Natal, pode-se constatar que os fundamentos das conhecidas Comunidades de Base, crescente nos anos 50 e 60, já estavam presentes nos fins da década de 40.
Naquela época, os padres Eugenio Sales e Nivaldo Monte, ambos assistentes espirituais da Juventude Masculina Católica e Juventude Feminina Católica, respectivamente, desenvolviam uma vasta atividade nos bairros da periferia da cidade de Natal.2 Com o auxílio de dezenas de leigos desses grupos, a preocupação principal, segundo Dom Eugenio, era a de “instalar núcleos de evangelização que fossem também, núcleos de irradiação religiosa”.3
A mesma preocupação da cidade se relacionava ao meio rural, ou seja, o primeiro passo situou-se no plano religioso, mas, depois, voltou-se para os problemas sociais do campo. Essa idéia se concretizou com a fundação do S.A.R. (Serviço de Assistência Rural) em 1949.
“Desde o início, a equipe que atuava junto ao ‘binômio escola-paróquia’, procurou estimular e auxiliar os vigários e seus auxiliares a elaborar planos tanto de ação social como de ação pastoral. Visou não só treinar pessoal para o trabalho social, mas também, formar apóstolos para o desempenho de uma missão ao mesmo tempo religiosa e temporal. Destes treinamentos, surgiram os primeiros líderes do movimento social nas comunidades do interior e os missionários leigos”.
O primeiro treinamento de líderes foi realizado em janeiro de 1952 e sua abordagem girava em torno dos temas: família, escola, paróquia, e comunidade.4
Em seu livro “Homenagem ao Pastor”, sobre a vida e a obra de Dom Eugenio Sales, Monsenhor Raimundo Meneses Brasil descreve o testemunho de Dom Nivaldo Monte sobre o trabalho desenvolvido:
"A criação das Comunidades Eclesiais de Base, na periferia de Natal, precedeu a outras atividades quando rapazes e moças da JFC e JMC, com a autorização de Dom Eugenio, realizavam serviços naquela época permitidos pela Igreja, junto a localidades de difícil acesso, ficando ao Sacerdote apenas o Ministério do Sacramento da Penitência e o da Celebração Eucarística. Estes agentes pastorais Leigos, prévia e cuidadosamente treinados, recebiam formação que incluía normas de vida interior, direção espiritual mensal, assiduidade aos sacramentos, adoração ao Santíssimo Sacramento e devoção ao Terço”.
Duas
ações marcaram
a evolução das Comunidades de Base na Diocese de Natal: a realizada em São Paulo do Potengi e as
“Escolas Radiofônicas”!
1ª Ações: em "São Paulo do Potengi-RN"
Ainda na década de 50, destaca-se a cidade de São Paulo do Potengi, interior do Rio Grande do Norte, com suas inúmeras iniciativas
Tendo à frente seu zeloso pároco, Monsenhor Expedito, a paróquia desencadeou um processo de ação com avanços significativos relacionados à conquista de direitos, participação laical, e organização coletiva.
Suas práticas pastorais acarretaram uma projeção mundial !
Ressalte-se que Monsenhor Expedito foi um dos membros do grupo liderado por Dom Eugenio que se reunia para planejar ações que culminaram no Movimento de Natal. Naquela paróquia, um dos grandes pontos de atuação da Igreja era o Centro Social, fundado em 1952. A partir dele, muitas ações religiosas e sociais se concretizaram e outras foram implantadas.
O caso do Centro Social, cita Alceu Ferrari, mostra tanto o fato de sua influência, quanto o da evolução havia!
"Inicialmente o Centro desenvolvia atividades de ordem religiosa, como a promoção de cursos de catequese e, entre seus Departamentos, não faltava o da Defesa da Fé e da Moral. Os cursos de catequese passaram logo para o Secretariado Paroquial de Pastoral. Na medida em que a Paróquia organizou seu Setor de Pastoral, as obras e atividades passaram a gozar de maior autonomia com relação aos objetivos especificamente religiosos".
Monsenhor Expedito contava, em sua paróquia, com aproximadamente 150 líderes engajados em atividades apostólicas e colocava em prática a dinâmica dos padres Eugenio e Nivaldo nos fins dos anos 40 e do S.A.R:
"A de constituir na paróquia núcleos ou comunidades de leigos que, sob a coordenação de um animador especialmente formado, cultivassem a sua vida cristã através da oração, culto dominical, leitura da Bíblia, reflexão, apoio mútuo e solidariedade. A experiência iniciada em São Paulo do Potengi foi transplantada para outros pontos do país e do exterior, principalmente para as zonas rurais. É o que escreve Dom Estevão Bettencourt ao referir-se à esta respectiva paróquia como lugar de origem das experiências de Comunidades Eclesiais Base."5
Monsenhor Brasil recorda as palavras de Dom Nivaldo a esse respeito:
“Lideres preparados, atentos às exigências do Apostolado, em plena atividade, experimentavam ainda mais a agradável sensação ao constatar que os visitantes reconheciam ali existir uma Igreja mais familiar e mais atuante, sempre pronta a enfrentar todos os desafios, comuns à Região e ao nosso Brasil”.6
2ª AÇÕES: "As Escolas Radiofônicas"
A idéia da utilização do rádio para "programas de educação de base das populações rurais" data de 1948, mas, somente em 1958 foi concedida ao S.A.R. a autorização para a obtenção de um canal. No dia 10 de agosto do mesmo ano foram organizadas as chamadas “Escolas Radiofônicas”, dando-se início à primeira experiência de educação pelo rádio.7
O papel das escolas radiofônicas para a alfabetização e formação da comunidade foi fundamental além de se tornarem “veículos de educação e conscientização, sementes de Igreja”. Segundo Pe. Marins, “um esforço de resposta efetiva da Igreja, como comunidade comprometida com o homem e suas lutas.Então se catequizava pelo rádio!
Aos domingos as comunidades se reuniam em torno do aparelho de rádio para responder à missa que o bispo celebrava e para escutar a sua palavra (...).8
Em 1960, por exemplo, o Centro Social de São Paulo do Potengi colocou 62 rádios cativos em capelas e fazendas da paróquia atingindo cerca de 700 alunos. No ano seguinte, 121 novos aparelhos foram levados para outras regiões.
Um Convênio assinado entre a Presidência da República e a CNBB, em 1961, fundou o Movimento de Educação de Base (MEB) e estendeu a experiência a outras áreas do Brasil.Este modelo de educação de base levou à formação de pequenas comunidades e “constituíam uma rede fundamental de promoção humana e de evangelização. Eram comunidades que se evangelizavam e eram evangelizadoras. Em 1963 eram 1.410 escolas radiofônicas na Diocese de Natal”.9
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abordou o assunto no Plano de Emergência aprovado na V Assembléia Ordinária (1962). O texto afirmava:
“Urge vitalizar de dinamizar nossas paróquias tornando-as instrumentos aptos a responder à premência das circunstâncias e da realidade em que nos encontramos. Um dos caminhos propostos era fazer da paróquia uma comunidade de fé, de culto, e de caridade”.10
No posterior Plano de Pastoral de Conjunto (1966):
“Faz-se urgente suscitar e dinamizar, dentro do território paroquial, ‘comunidades de base’ onde os cristãos sintam-se acolhidos e responsáveis, e delas façam parte integrante, em comunhão de vida com Cristo e com todos os seus irmãos”.11
A II Conferência do Episcopado Latino Americano em Medellín (1968) tratou do tema denominando a comunidade de base como “o primeiro e fundamental núcleo eclesial, que deve, em seu próprio nível, responsabilizar-se pela riqueza e expansão da fé, como também pelo culto que é sua expressão. É, portanto, célula inicial de estruturação eclesial e foco de evangelização e fator primordial de promoção humana e desenvolvimento”.12
No decorrer do Sínodo dos Bispos de 1974, as comunidades de base foram objeto de atenção e na Exortação Apostólica Pós-Sinodal, “Evangelii Nuntiandi”, dedicou-se um parágrafo significativo no qual estão elencadas as características e condições para corresponderem à sua vocação fundamental de ouvintes, destinatárias e anunciadoras do Evangelho:
"Deverão atuar, portanto, como lugar de evangelização; esperança para a Igreja, à medida que procurem o seu alimento na Palavra de Deus e não na polarização política ou ideologias; ligadas à Igreja local e à universal; em comunhão com os Pastores que o Senhor dá à sua Igreja e com o Magistério; sem se considerarem únicas destinatárias, agentes ou depositárias do Evangelho e progredindo na consciência do zelo, aplicação, irradiação e dever missionário".13
“Na sua experiência já amadurecida,
as CEBs querem ser Igreja como o Concílio Vaticano II desejou: uma Igreja toda
ministerial a serviço do Reino de Deus”.14
REFERÊNCIAS:
[1]JOÃO PAULO II,
Mensagem aos líderes das Comunidades de Base no Brasil, 1980, n.3.<
https://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/messages/pont_messages/1980/documents/hf_jp-ii_mes_1980810_comunita-base-brasile_po.html>.
Acesso em: 2 de maio de 2010.
[2]FERRARI, Alceu,
Igreja e Desenvolvimento – O Movimento de Natal, Natal, Fundação José Augusto,
1968, p.60-63.
[3]FERRARI, Alceu,
Igreja e Desenvolvimento – O Movimento de Natal, Natal, Fundação José Augusto,
1968, p.222
[4]FERRARI, Alceu,
Igreja e Desenvolvimento – O Movimento de Natal, Natal, Fundação José Augusto,
1968, 79; 236s.
[5]Estevão, Bettencourt,
Revista “Pergunte e Responderemos”, 251/1980 pp. 461-468
[6]Menezes Brasil, R.,
Homenagem ao Pastor: cinqüenta anos de serviço à Igreja, RJ, Forense, 1996, p.
102
[7]FERRARI, Alceu,
Igreja e Desenvolvimento – O Movimento de Natal, Natal, Fundação José Augusto,
1968, p. 85
[8]MARINS, JOSÉ, Revista
“Concilium” 1975/4, p.408.
[9]Idem.
[10]CNBB, Plano de
Emergência, n.2, 1962.
[11]CNBB, Plano de
Pastoral de Conjunto, 1966.
[12]MEDELLÍN, Pastoral
de Conjunto, 11.
[13]PAULO VI, Exortação
Apostólica Pós-sinodal “Evangelii Nuntiandi”, n.58
[14]CNBB, Mensagem sobre
as CEBs, 48ª Assembleia Geral, 2010
Fonte:https://domeugeniosales.webnode.com.br/comunidades-eclesiais-de-base/
Temas e lemas durante as três etapas da Campanha da Fraternidade desde seu início
por Arquidiocese do RJ - 22/04/2024 (
A Campanha da Fraternidade nasceu já com esse nome em 1962, na
Arquidiocese de Natal (RN), então comandada por Dom Eugenio de Araujo Sales. A
iniciativa foi um sucesso, e a partir de 1964 começou a ser celebrada em
caráter nacional. Ao longo de seis décadas, diversos temas foram abordados,
sempre focados nas questões sociais da Igreja e do povo do Brasil.
Ao longo de sua história, a Campanha da Fraternidade teve três
fases:
-A
primeira delas, de 1964 a 1972, mais CONSERVADORA, foi centrada nas questões da própria
Igreja.
-A
segunda fase, de 1973 a 1984, DE CARÁTER MODERADO, abordou de forma ampla as questões sociais do
Brasil.
-A partir de 1985, começou a terceira fase, DE CONOTAÇÃO PROGRESSISTA E REVOLUCIONÁRIA persistindo até os dias atuais, quando passaram a ser abordadas as questões sociais de forma mais IDEOLÓGICA que evangélica, misturando a DSI com o Marxismo, e promovendo a divisão dentro e fora da igreja com a luta e ódio de classes, que ao invés de construir pontes de diálogo FRATERNO, as destroi, provocando isolamentos e bolhas ideológicas entre os Cristãos.
A Igreja, a partir da terceira etapa da CF, pretendia valorizar e destacar esse serviço social à sociedade brasileira, no intuito de suscitar iniciativas e esforços dos diversos segmentos da sociedade, para transformar situações sociais que geram injustiças e sofrimentos na vida dos mais fragilizados, porém, a ideologia se sobrepôs ao evangelho, gerando distorções de doutrina e práticas, onde se destaca mais a figura de Marx e o "Marxismo libertador", do que Jesus e o "Cristianismo Salvador", com temas socialistas repetitivos.
A partir do ano 2000, começaram a ser promovidas também, a cada cinco anos, as "campanhas ecumênicas", em parceria com as denominações afiliadas ao Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic).
As igrejas que fazem parte do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs
(CONIC) são:
1)-Igreja Católica Apostólica Romana
2)-Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (Progressista)
3)-Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
4)-Igreja Ortodoxa Siriana do Brasil (Conservadora)
5)-Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (Moderada)
6)-Aliança de Batistas do Brasil (Conservadora)
O CONIC foi fundado em 1982, em Porto
Alegre, no Rio Grande do Sul. O objetivo do CONIC é promover a união entre as
igrejas e fortalecer a defesa dos Direitos Humanos.
Para se candidatar a membro do CONIC, uma igreja deve:
1º)-Aceitar a Base Constitutiva do Estatuto do
CONIC
2º)-Ter uma estrutura nacional, com estatuto e
outros documentos aprovados pela direção da igreja
3º)-Demonstrar convicção e prática ecumênicas
4º)-Solicitar formalmente admissão, com a
anuência de dois membros plenos
5º)-Obter voto favorável de dois terços dos
membros votantes presentes à Assembleia Geral
Algumas iniciativas do CONIC são: Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) e a Campanha da Fraternidade Ecumênica (nessa última, infelizmente, a igreja Católica tem priorizado trabalhar com as de caráter Progressista).
Assim, foram ecumênicas as
campanhas de:
Ano 2000: "Dignidade Humana e
Paz" e o lema foi: "Novo Milênio sem Exclusões"
Ano 2005: "Solidariedade e Paz" e o lema: "Felizes os que
promovem a paz"
Ano 2010: "Economia e Vida" e o lema: "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro".
Ano 2016: "Casa Comum, nossa responsabilidade". O lema foi: "Quero ver
o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca"
(Amós 5,24).
Ano 2021:"Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor".
O lema bíblico foi: "Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma
unidade" (Efésios 2, 14).
Além do tema, a Campanha da Fraternidade sempre tem um lema, geralmente um versículo bíblico a partir do qual se desenvolvem as reflexões sobre o assunto tratado. Também há sempre um cartaz e um hino.Em 2004, o Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (Consep) definiu que cada CF teria um hino alusivo ao seu tema. A partir de 2006, a Campanha da Fraternidade (CF) passou a ter um hino próprio para cada tema.O Setor de Música Litúrgica da CNBB coordena o processo de escolha do hino.Os bispos acompanham e aprovam a escolha do hino.
Alguns exemplos de hinos da CF são: O canto de comunhão da CF
de 1974, "Eu vim para que todos tenham vida", de autoria do padre
José Weber.
1)-Primeira fase da Campanha da Fraternidade (caráter conservador): Renovação interna da
Igreja e renovação do cristão:
1964 – Igreja em Renovação
/ lema: “Lembre-se: você também é Igreja”
1965 – Paróquia em
Renovação / lema: “Faça de sua paróquia uma comunidade de fé, culto, e amor”
1966 – Fraternidade / lema:
“Somos responsáveis uns pelos outros”
1967 – Corresponsabilidade
/ lema: ‘Somos todos iguais, somos todos irmãos”
1968 – Doação / lema: “Crer
com as mãos”
1969 – Descoberta / lema:
“Para o outro, o próximo é você”
1970 – Participação / lema:
“Participar”
1971 – Reconciliação /
lema: “Reconciliar”
1972 –
Serviço e vocação / lema: “Descubra a felicidade de servir”
2)-Segunda fase da Campanha da Fraternidade (caráter moderado): Preocupação da Igreja
Católica com a realidade social do povo (pós Concílio Vaticano II, Conferência de
Medellín, e Conferência de Puebla):
1973 – Fraternidade e
Libertação / lema: “O egoísmo escraviza, o amor liberta”
1974 – Reconstruir a Vida /
lema: “Onde está teu irmão?”
1975 – Fraternidade é
repartir / lema: “Repartir o pão”
1976 – Fraternidade e
Comunidade / lema: “Caminhar juntos”
1977 – Fraternidade na
Família / lema: “Comece em sua casa”
1978 – Fraternidade no
mundo do trabalho / lema: “Trabalho e justiça para todos”
1979 – Por um mundo mais
humano / lema: “Preserve o que é de todos”
1980 – Fraternidade no
mundo das migrações, exigência da Eucaristia / lema: “Para onde vais?”
1981 – Saúde e Fraternidade
/ lema: “Saúde para todos”
1982 – Educação e
fraternidade / lema: “A verdade vos libertará”
1983 – Fraternidade e
violência / lema: “Fraternidade sim, violência não”
1984 – Fraternidade e vida
/ lema: “Para que todos tenham vida”
3)- Terceira e atual fase da Campanha da Fraternidade (progressista-revolucionária): Igreja Católica volta-se EXCLUSIVAMENTE, para situações MERAMENTE SOCIAIS E ECOLÓGICAS
1985 – Fraternidade e fome
/ lema: “Pão para quem tem fome”
1986 – Fraternidade e terra
/ lema: “Terra de Deus, terra de irmãos”
1987 – Fraternidade e o
menor / lema: “Quem acolhe o menor, a mim acolhe”
1988 – Fraternidade e o
negro / lema: “Ouvi o clamor deste povo!”
1989 – Fraternidade e a
comunicação / lema: “Comunicação para a verdade e a paz”
1990 – Fraternidade e a
mulher / lema: “Mulher e homem – imagem de Deus”
1991 – Fraternidade e o
mundo do trabalho / lema: “Solidários na dignidade do trabalho”
1992 – Fraternidade e
juventude / lema: “Juventude – caminho aberto”
1993 – Fraternidade e
moradia / lema: “Onde moras?”
1994 – Fraternidade e a
família / lema: “A família, como vai?”
1995 – Fraternidade e os
excluídos / lema: “Eras tu, Senhor?”
1996 – Fraternidade e a
política / lema: “Justiça e paz se abraçarão!”
1997 – Fraternidade e os
encarcerados / lema: “Cristo liberta de todas as prisões”
1998 – Fraternidade e
educação / lema: “A serviço da vida e da esperança”
1999 – Fraternidade e
desempregados / lema: “Sem trabalho… Por quê?”
2000 – Dignidade humana e
paz / lema: “Novo milênio sem exclusões –(Ecumênica)”
2001 – Fraternidade e as
Drogas / lema: “Vida sim, drogas não!”
2002 – Fraternidade e povos
indígenas / lema: “Por uma terra sem males!”
2003 – Fraternidade e as
pessoas idosas / lema: “Vida, dignidade e esperança”
2004 – Fraternidade e a
água / lema: “Água, fonte de vida”
2005 – Fraternidade e paz /
lema: “Felizes os que promovem a paz!” -(Ecumênica)
2006 – Fraternidade e
pessoas com deficiência / lema: “Levanta- te e vem para o meio!”
2007 – Fraternidade e
Amazônia / lema: “Vida e missão neste chão”
2008 – Fraternidade e
defesa da vida / lema: “Escolhe, pois, a vida”
2009 – Fraternidade e
segurança pública / lema: “A paz é fruto da justiça”
2010 – Economia e Vida /
lema: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” – (Ecumênica)
2011 – Fraternidade e a
vida no planeta / lema: “A criação geme como em dores de parto”
2012 – Fraternidade e saúde
pública / lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra”
2013 – Fraternidade e
Juventude / lema: “Eis-me aqui, envia-me!”
2014 – Fraternidade e
tráfico humano / lema: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1)
2015 – Fraternidade: Igreja
e Sociedade / lema: “Eu vim para servir” (Mc 10,45)
2016 – Casa Comum, Nossa
Responsabilidade / lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a
justiça qual riacho que não seca” (Am 5,17) – (Ecumênica)
2017 – Fraternidade: Biomas
brasileiros e defesa da vida / lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15)
2018 – Fraternidade e
Superação da Violência / lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8)
2019 – Fraternidade e
Políticas Públicas / lema: “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is
1,27)
2020 – Fraternidade e Vida:
Dom e Compromisso / lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (cf. Lc
10,33-34)
2021 –
Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor / lema: “Cristo é a nossa paz. Do
que era dividido Ele fez uma unidade” (Ef 2,14) – (Ecumênica)
2022 –
Fraternidade e Educação / lema: “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr
31,26)
2023 – Fraternidade e fome / lema: “Dai-lhes vós mesmos de comer”
(Mt 14,16)
2024 – Fraternidade e Amizade Social / lema: “Vós sóis todos irmão
e irmãs” (Mt 23,8)
Fonte - https://arqrio.org.br/temas-e-lemas-nas-tres-etapas-da-campanha-da-fraternidade/#:~:text=A%20partir%20de%202000%2C%20come%C3%A7aram,%2C%202010%2C%202016%20e%202021
Jesus disse em Marcos 8,36:
“De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e no fim vir a
perder a sua alma (no fogo do inferno)?
Já a Laudato Si nos Nº:
46,66,91,108,113,118,120,127,131,135,136,137,144,155,188,197,201,205,217,224,227,229,230,236,243 e 244, vem nos esclarecer a "VERDADEIRA ECOLOGIA INTEGRAL", proposta pelo papa Francisco em sua profunda, épica, e rica encíclica Social :
46. Entre os componentes sociais da mudança global, incluem-se os efeitos laborais dalgumas inovações tecnológicas, a exclusão social, a desigualdade no fornecimento e consumo da energia e doutros serviços, a fragmentação social, o aumento da violência e o aparecimento de novas formas de agressividade social, o narcotráfico e o consumo crescente de drogas entre os mais jovens, a perda de identidade. São alguns sinais, entre outros, que mostram como o crescimento nos últimos dois séculos não significou, em todos os seus aspectos, um verdadeiro progresso integral e uma melhoria da qualidade de vida. Alguns destes sinais são ao mesmo tempo sintomas duma verdadeira degradação social, duma silenciosa ruptura dos vínculos de integração e comunhão social.
66. As narrações da criação no livro do Génesis contêm, na sua linguagem simbólica e narrativa, ensinamentos profundos sobre a existência humana e a sua realidade histórica. Estas narrações sugerem que a existência humana se baseia sobre três relações fundamentais intimamente ligadas: as relações com Deus, com o próximo e com a terra. Segundo a Bíblia, estas três relações vitais romperam-se não só exteriormente, mas também dentro de nós. Esta ruptura é o pecado. A harmonia entre o Criador, a humanidade e toda a criação foi destruída por termos pretendido ocupar o lugar de Deus, recusando reconhecer-nos como criaturas limitadas. Este facto distorceu também a natureza do mandato de «dominar» a terra (cf. Gn 1, 28) e de a «cultivar e guardar» (cf. Gn 2, 15). Como resultado, a relação originariamente harmoniosa entre o ser humano e a natureza transformou-se num conflito (cf. Gn 3, 17-19).
91. Não pode ser autêntico um sentimento de união íntima com os outros seres da natureza, se ao mesmo tempo não houver no coração ternura, compaixão e preocupação pelos seres humanos. É evidente a incoerência de quem luta contra o tráfico de animais em risco de extinção, mas fica completamente indiferente perante o tráfico de pessoas, desinteressa-se dos pobres ou procura destruir outro ser humano de que não gosta. Isto compromete o sentido da luta pelo meio ambiente. Não é por acaso que São Francisco, no cântico onde louva a Deus pelas criaturas, acrescenta o seguinte: «Louvado sejas, meu Senhor, por aqueles que perdoam por teu amor». Tudo está interligado. Por isso, exige-se uma preocupação pelo meio ambiente, unida ao amor sincero pelos seres humanos e a um compromisso constante com os problemas da sociedade.
108. Não se consegue pensar que seja possível sustentar outro paradigma cultural e servir-se da técnica como mero instrumento, porque hoje o paradigma tecnocrático tornou-se tão dominante que é muito difícil prescindir dos seus recursos, e mais difícil ainda é utilizar os seus recursos sem ser dominados pela sua lógica. Tornou-se anticultural a escolha dum estilo de vida, cujos objectivos possam ser, pelo menos em parte, independentes da técnica, dos seus custos e do seu poder globalizante e massificador. Com efeito, a técnica tem tendência a fazer com que nada fique fora da sua lógica férrea, e «o homem que é o seu protagonista sabe que, em última análise, não se trata de utilidade nem de bem-estar, mas de domínio; domínio no sentido extremo da palavra».[87] Por isso, «procura controlar os elementos da natureza e, conjuntamente, os da existência humana».[88] Reduzem-se assim a capacidade de decisão, a liberdade mais genuína e o espaço para a criatividade alternativa dos indivíduos.
113. Além disso, as pessoas parecem já não acreditar num futuro feliz nem confiam cegamente num amanhã melhor a partir das condições actuais do mundo e das capacidades técnicas. Tomam consciência de que o progresso da ciência e da técnica não equivale ao progresso da humanidade e da história, e vislumbram que os caminhos fundamentais para um futuro feliz são outros. Apesar disso, também não se imaginam renunciando às possibilidades que oferece a tecnologia. A humanidade mudou profundamente, e o avolumar-se de constantes novidades consagra uma fugacidade que nos arrasta à superfície numa única direção. Torna-se difícil parar para recuperarmos a profundidade da vida. Se a arquitectura reflecte o espírito duma época, as mega-estruturas e as casas em série expressam o espírito da técnica globalizada, onde a permanente novidade dos produtos se une a um tédio enfadonho. Não nos resignemos a isto nem renunciemos a perguntar-nos pelos fins e o sentido de tudo. Caso contrário, apenas legitimaremos o estado de facto e precisaremos de mais sucedâneos para suportar o vazio.
AQUI NO ARTIGO 118, O PAPA FRANCISCO CONDENA O " BIOCENTRISMO"
118. Esta situação leva-nos a uma esquizofrenia permanente, que se estende da exaltação tecnocrática, que não reconhece aos outros seres um valor próprio, até à reacção de negar qualquer valor peculiar ao ser humano. Contudo não se pode prescindir da humanidade. Não haverá uma nova relação com a natureza, sem um ser humano novo. Não há ecologia sem uma adequada antropologia. Quando a pessoa humana é considerada apenas mais um ser entre outros, que provém de jogos do acaso ou dum determinismo físico, «corre o risco de atenuar-se, nas consciências, a noção da responsabilidade».[96] Um antropocentrismo desordenado não deve necessariamente ser substituído por um «biocentrismo», porque isto implicaria introduzir um novo desequilíbrio que não só não resolverá os problemas existentes, mas acrescentará outros. Não se pode exigir do ser humano um compromisso para com o mundo, se ao mesmo tempo não se reconhecem e valorizam as suas peculiares capacidades de conhecimento, vontade, liberdade e responsabilidade.
120. Uma vez que tudo está relacionado, também não é compatível a defesa da natureza com a justificação do aborto. Não parece viável um percurso educativo para acolher os seres frágeis que nos rodeiam e que, às vezes, são molestos e inoportunos, quando não se dá protecção a um embrião humano ainda que a sua chegada seja causa de incómodos e dificuldades: «Se se perde a sensibilidade pessoal e social ao acolhimento duma nova vida, definham também outras formas de acolhimento úteis à vida social».[97]
AQUI NO ARTIGO 127 O PAPA FRANCISCO REAFIRMA O "ENSINO TRADICIONAL DA DSI": O ESTADO E TODA CRIAÇÃO FOI FEITO PARA O HOMEM, E NÃO O HOMEM PARA O ESTADO!
127. Afirmamos que «o homem é o protagonista, o centro e o fim de toda a vida económico-social».[100] Apesar disso, quando no ser humano se deteriora a capacidade de contemplar e respeitar, criam-se as condições para se desfigurar o sentido do trabalho.[101] Convém recordar sempre que o ser humano é «capaz de, por si próprio, ser o agente responsável do seu bem-estar material, progresso moral e desenvolvimento espiritual».[102] O trabalho deveria ser o âmbito deste multiforme desenvolvimento pessoal, onde estão em jogo muitas dimensões da vida: a criatividade, a projectação do futuro, o desenvolvimento das capacidades, a exercitação dos valores, a comunicação com os outros, uma atitude de adoração.
131. Quero recolher aqui a posição equilibrada de São João Paulo II, pondo em destaque os benefícios dos progressos científicos e tecnológicos, que «manifestam quanto é nobre a vocação do homem para participar de modo responsável na acção criadora de Deus», mas ao mesmo tempo recordava que «toda e qualquer intervenção numa área determinada do ecossistema não pode prescindir da consideração das suas consequências noutras áreas».[109] Afirmava que a Igreja aprecia a contribuição «do estudo e das aplicações da biologia molecular, completada por outras disciplinas como a genética e a sua aplicação tecnológica na agricultura e na indústria»,[110] embora dissesse também que isto não deve levar a uma «indiscriminada manipulação genética»[111] que ignore os efeitos negativos destas intervenções. Não é possível frenar a criatividade humana. Se não se pode proibir a um artista que exprima a sua capacidade criativa, também não se pode obstaculizar quem possui dons especiais para o progresso científico e tecnológico, cujas capacidades foram dadas por Deus para o serviço dos outros. Ao mesmo tempo, não se pode deixar de considerar os objectivos, os efeitos, o contexto e os limites éticos de tal actividade humana que é uma forma de poder com grandes riscos.
135. Sem dúvida, há necessidade duma atenção constante, que tenha em consideração todos os aspectos éticos implicados. Para isso, é preciso assegurar um debate científico e social que seja responsável e amplo, capaz de considerar toda a informação disponível e chamar as coisas pelo seu nome. Às vezes não se coloca sobre a mesa a informação completa, mas é seleccionada de acordo com os próprios interesses, sejam eles políticos, económicos ou ideológicos. Isto torna difícil elaborar um juízo equilibrado e prudente sobre as várias questões, tendo presente todas as variáveis em jogo. É necessário dispor de espaços de debate, onde todos aqueles que poderiam de algum modo ver-se, directa ou indirectamente, afectados (agricultores, consumidores, autoridades, cientistas, produtores de sementes, populações vizinhas dos campos tratados e outros) tenham possibilidade de expor as suas problemáticas ou ter acesso a uma informação ampla e fidedigna para adoptar decisões tendentes ao bem comum presente e futuro. A questão dos *OMG é uma questão de carácter complexo, que requer ser abordada com um olhar abrangente de todos os aspectos; isto exigiria pelo menos um maior esforço para financiar distintas linhas de pesquisa autónoma e interdisciplinar que possam trazer nova luz.
*Object Management Group, ou OMG, é uma
organização internacional que aprova padrões abertos para aplicações orientadas
a objetos. Esse grupo define também a OMA (Object Management Architecture), um
modelo padrão de objeto para ambientes distribuídos.
136. Além disso, é preocupante constatar que alguns movimentos ecologistas defendem a integridade do meio ambiente e, com razão, reclamam a imposição de determinados limites à pesquisa científica, mas não aplicam estes mesmos princípios à vida humana. Muitas vezes justifica-se que se ultrapassem todos os limites, quando se faz experiências com embriões humanos vivos. Esquece-se que o valor inalienável do ser humano é independente do seu grau de desenvolvimento. Aliás, quando a técnica ignora os grandes princípios éticos, acaba por considerar legítima qualquer prática. Como vimos neste capítulo, a técnica separada da ética dificilmente será capaz de autolimitar o seu poder.
137. Dado que tudo está intimamente relacionado e que os problemas actuais requerem um olhar que tenha em conta todos os aspectos da crise mundial, proponho que nos detenhamos agora a reflectir sobre os diferentes elementos duma ecologia integral, que inclua claramente as dimensões humanas e sociais.
144. A visão consumista do ser humano, incentivada pelos mecanismos da economia globalizada actual, tende a homogeneizar as culturas e a debilitar a imensa variedade cultural, que é um tesouro da humanidade. Por isso, pretender resolver todas as dificuldades através de normativas uniformes ou por intervenções técnicas, leva a negligenciar a complexidade das problemáticas locais, que requerem a participação activa dos habitantes. Os novos processos em gestação nem sempre se podem integrar dentro de modelos estabelecidos do exterior, mas hão-de ser provenientes da própria cultura local. Assim como a vida e o mundo são dinâmicos, assim também o cuidado do mundo deve ser flexível e dinâmico. As soluções meramente técnicas correm o risco de tomar em consideração sintomas que não correspondem às problemáticas mais profundas. É preciso assumir a perspectiva dos direitos dos povos e das culturas, dando assim provas de compreender que o desenvolvimento dum grupo social supõe um processo histórico no âmbito dum contexto cultural e requer constantemente o protagonismo dos actores sociais locais a partir da sua própria cultura. Nem mesmo a noção da qualidade de vida se pode impor, mas deve ser entendida dentro do mundo de símbolos e hábitos próprios de cada grupo humano.
155. A ecologia humana implica também algo de muito profundo que é indispensável para se poder criar um ambiente mais dignificante: a relação necessária da vida do ser humano com a lei moral inscrita na sua própria natureza. Bento XVI dizia que existe uma «ecologia do homem», porque «também o homem possui uma natureza, que deve respeitar e não pode manipular como lhe apetece».[120] Nesta linha, é preciso reconhecer que o nosso corpo nos põe em relação directa com o meio ambiente e com os outros seres vivos. A aceitação do próprio corpo como dom de Deus é necessária para acolher e aceitar o mundo inteiro como dom do Pai e casa comum; pelo contrário, uma lógica de domínio sobre o próprio corpo transforma-se numa lógica, por vezes subtil, de domínio sobre a criação. Aprender a aceitar o próprio corpo, a cuidar dele e a respeitar os seus significados é essencial para uma verdadeira ecologia humana. Também é necessário ter apreço pelo próprio corpo na sua feminilidade ou masculinidade, para se poder reconhecer a si mesmo no encontro com o outro que é diferente. Assim, é possível aceitar com alegria o dom específico do outro ou da outra, obra de Deus criador, e enriquecer-se mutuamente. Portanto, não é salutar um comportamento que pretenda «cancelar a diferença sexual, porque já não sabe confrontar-se com ela».[121]
188. Há discussões sobre problemas relativos ao meio ambiente, onde é difícil chegar a um consenso. Repito uma vez mais que a Igreja não pretende definir as questões científicas nem substituir-se à política, mas convido a um debate honesto e transparente, para que as necessidades particulares ou as ideologias não lesem o bem comum.
197. Precisamos duma política que pense com visão ampla e leve por diante uma reformulação integral, abrangendo num diálogo interdisciplinar os vários aspectos da crise. Muitas vezes, a própria política é responsável pelo seu descrédito, devido à corrupção e à falta de boas políticas públicas. Se o Estado não cumpre o seu papel numa região, alguns grupos económicos podem-se apresentar como benfeitores e apropriar-se do poder real, sentindo-se autorizados a não observar certas normas até se chegar às diferentes formas de criminalidade organizada, tráfico de pessoas, narcotráfico e violência muito difícil de erradicar. Se a política não é capaz de romper uma lógica perversa e perde-se também em discursos inconsistentes, continuaremos sem enfrentar os grandes problemas da humanidade. Uma estratégia de mudança real exige repensar a totalidade dos processos, pois não basta incluir considerações ecológicas superficiais enquanto não se puser em discussão a lógica subjacente à cultura actual. Uma política sã deveria ser capaz de assumir este desafio.
201. A maior parte dos habitantes do planeta declara-se crente, e isto deveria levar as religiões a estabelecerem diálogo entre si, visando o cuidado da natureza, a defesa dos pobres, a construção duma trama de respeito e de fraternidade. De igual modo é indispensável um diálogo entre as próprias ciências, porque cada uma costuma fechar-se nos limites da sua própria linguagem, e a especialização tende a converter-se em isolamento e absolutização do próprio saber. Isto impede de enfrentar adequadamente os problemas do meio ambiente. Torna-se necessário também um diálogo aberto e respeitador dos diferentes movimentos ecologistas, entre os quais não faltam as lutas ideológicas. A gravidade da crise ecológica obriga-nos, a todos, a pensar no bem comum e a prosseguir pelo caminho do diálogo que requer paciência, ascese e generosidade, lembrando-nos sempre que «a realidade é superior à ideia».[143]
205. Mas nem tudo está perdido, porque os seres humanos, capazes de tocar o fundo da degradação, podem também superar-se, voltar a escolher o bem e regenerar-se, para além de qualquer condicionalismo psicológico e social que lhes seja imposto. São capazes de se olhar a si mesmos com honestidade, externar o próprio pesar e encetar caminhos novos rumo à verdadeira liberdade. Não há sistemas que anulem, por completo, a abertura ao bem, à verdade e à beleza, nem a capacidade de reagir que Deus continua a animar no mais fundo dos nossos corações. A cada pessoa deste mundo, peço para não esquecer esta sua dignidade que ninguém tem o direito de lhe tirar.
217. Se «os desertos exteriores se multiplicam no mundo, porque os desertos interiores se tornaram tão amplos»,[152] a crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior. Entretanto temos de reconhecer também que alguns cristãos, até comprometidos e piedosos, com o pretexto do realismo pragmático frequentemente se burlam das preocupações pelo meio ambiente. Outros são passivos, não se decidem a mudar os seus hábitos e tornam-se incoerentes. Falta-lhes, pois, uma conversão ecológica, que comporta deixar emergir, nas relações com o mundo que os rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus. Viver a vocação de guardiões da obra de Deus não é algo de opcional nem um aspecto secundário da experiência cristã, mas parte essencial duma existência virtuosa.
224. A sobriedade e a humildade não gozaram de positiva consideração no século passado. Mas, quando se debilita de forma generalizada o exercício dalguma virtude na vida pessoal e social, isso acaba por provocar variados desequilíbrios, mesmo ambientais. Por isso, não basta falar apenas da integridade dos ecossistemas; é preciso ter a coragem de falar da integridade da vida humana, da necessidade de incentivar e conjugar todos os grandes valores. O desaparecimento da humildade, num ser humano excessivamente entusiasmado com a possibilidade de dominar tudo sem limite algum, só pode acabar por prejudicar a sociedade e o meio ambiente. Não é fácil desenvolver esta humildade sadia e uma sobriedade feliz, se nos tornamos autónomos, se excluímos Deus da nossa vida fazendo o nosso eu ocupar o seu lugar, se pensamos ser a nossa subjectividade que determina o que é bem e o que é mal.
227. Uma expressão desta atitude é parar e agradecer a Deus antes e depois das refeições. Proponho aos crentes que retomem este hábito importante e o vivam profundamente. Este momento da bênção da mesa, embora muito breve, recorda-nos que a nossa vida depende de Deus, fortalece o nosso sentido de gratidão pelos dons da criação, dá graças por aqueles que com o seu trabalho fornecem estes bens, e reforça a solidariedade com os mais necessitados.
229. É necessário voltar a sentir que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo, que vale a pena ser bons e honestos. Vivemos já muito tempo na degradação moral, baldando-nos à ética, à bondade, à fé, à honestidade; chegou o momento de reconhecer que esta alegre superficialidade de pouco nos serviu. Uma tal destruição de todo o fundamento da vida social acaba por colocar-nos uns contra os outros na defesa dos próprios interesses, provoca o despertar de novas formas de violência e crueldade e impede o desenvolvimento duma verdadeira cultura do cuidado do meio ambiente.
230. O exemplo de Santa Teresa de Lisieux convida-nos a pôr em prática o pequeno caminho do amor, a não perder a oportunidade duma palavra gentil, dum sorriso, de qualquer pequeno gesto que semeie paz e amizade. Uma ecologia integral é feita também de simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo. Pelo contrário, o mundo do consumo exacerbado é, simultaneamente, o mundo que maltrata a vida em todas as suas formas.
236. A criação encontra a sua maior elevação na Eucaristia. A graça, que tende a manifestar-se de modo sensível, atinge uma expressão maravilhosa quando o próprio Deus, feito homem, chega ao ponto de fazer-Se comer pela sua criatura. No apogeu do mistério da Encarnação, o Senhor quer chegar ao nosso íntimo através dum pedaço de matéria. Não o faz de cima, mas de dentro, para podermos encontrá-Lo a Ele no nosso próprio mundo. Na Eucaristia, já está realizada a plenitude, sendo o centro vital do universo, centro transbordante de amor e de vida sem fim. Unido ao Filho encarnado, presente na Eucaristia, todo o cosmos dá graças a Deus. Com efeito a Eucaristia é, por si mesma, um acto de amor cósmico. «Sim, cósmico! Porque mesmo quando tem lugar no pequeno altar duma igreja da aldeia, a Eucaristia é sempre celebrada, de certo modo, sobre o altar do mundo».[166] A Eucaristia une o céu e a terra, abraça e penetra toda a criação. O mundo, saído das mãos de Deus, volta a Ele em feliz e plena adoração: no Pão Eucarístico, «a criação propende para a divinização, para as santas núpcias, para a unificação com o próprio Criador».[167] Por isso, a Eucaristia é também fonte de luz e motivação para as nossas preocupações pelo meio ambiente, e leva-nos a ser guardiões da criação inteira.
243. No fim, encontrar-nos-emos face a face com a beleza infinita de Deus (cf.1 Cor13, 12) e poderemos ler, com jubilosa admiração, o mistério do universo, o qual terá parte conosco na plenitude sem fim. Estamos a caminhar para o sábado da eternidade, para a nova Jerusalém, para a casa comum do Céu. Diz-nos Jesus: «Eu renovo todas as coisas» (Ap 21, 5). A vida eterna será uma maravilha compartilhada, onde cada criatura, esplendorosamente transformada, ocupará o seu lugar e terá algo para oferecer aos pobres definitivamente libertados.
244. Na expectativa da vida eterna, unimo-nos para tomar a nosso cargo esta casa que nos foi confiada, sabendo que aquilo de bom que há nela será assumido na festa do Céu. Juntamente com todas as criaturas, caminhamos nesta terra à procura de Deus, porque, «se o mundo tem um princípio e foi criado, procura quem o criou, procura quem lhe deu início, aquele que é o seu Criador».[172] Caminhemos cantando; que as nossas lutas e a nossa preocupação por este planeta não nos tirem a alegria da esperança.
Mas,
esqueçam Jesus, Laudato Si em sua integralidade, ou seja lá quem for!
Pois agora quem está totalmente
certo, é o bispo Dom Pedro, e todos os demais errados, o qual disse em vídeo: "de
que adianta salvar almas e destruir as plantinhas?..."Infelizmente, como ele,
muitos outros membros do clero adeptos da TL, pensam assim também, é como se
invertessem a exortação de nosso senhor Jesus Cristo para:
“De que adianta a igreja salvar as almas do fogo do inferno e no fim, deixar as plantinhas do mundo inteiro pegar fogo?...” Como se Jesus tivesse morrido na cruz não para salvar almas, mas samambáias, lagartos, e o verde das florestas...
Vejam o vídeo no link abaixo, e tirem suas conclusões:
https://www.instagram.com/segundocatolico/reel/DHqCR0hAl5n/
------------------------------------------------------
Apostolado Berakash no "YouTube": se inscreva, curta, e compartilhe se gostar:
https://www.youtube.com/watch?v=Igh8afWLFy4
GOSTOU Do APOSTOLADO berakash? QUER SER UM (A) SEGUIDOR (a) E RECEBER AS ATUALIZÇÕES EM SEU CELULAR, OU, E-MAIL?
Segue no link abaixo o “PASSO-A-PASSO” para se tornar um(a) seguidor(a) - (basta clicar):
https://berakash.blogspot.com/2023/10/como-ser-um-ser-um-seguidor-e-ou.html
Shalom!
------------------------------------------------------
APOSTOLADO BERAKASH: Como você pode ver, ao contrário de outros meios midiáticos, decidimos por manter a nossa página livre de anúncios, porque geralmente, estes querem determinar os conteúdos a serem publicados. Infelizmente, os algoritmos definem quem vai ler o quê. Não buscamos aplausos, queremos é que nossos leitores estejam bem informados, vendo sempre os TRÊS LADOS da moeda para emitir seu juízo. Acreditamos que cada um de nós no Brasil, e nos demais países que nos leem, merece o acesso a conteúdo verdadeiro e com profundidade. É o que praticamos desde o início deste blog a mais de 20 anos atrás. Isso nos dá essa credibilidade que orgulhosamente a preservamos, inclusive nestes tempos tumultuados, de narrativas polarizadas e de muita Fake News. O apoio e a propaganda de vocês nossos leitores é o que garante nossa linha de conduta. A mera veiculação, ou reprodução de matérias e entrevistas deste blog não significa, necessariamente, adesão às ideias neles contidas. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo informativo deste blog. Os comentários devem ser respeitosos e relacionados estritamente ao assunto do post. Toda polêmica desnecessária será prontamente banida. Todos as postagens e comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente, a posição do blog. A edição deste blog se reserva o direito de excluir qualquer artigo ou comentário que julgar oportuno, sem demais explicações. Todo material produzido por este blog é de livre difusão, contanto que se remeta nossa fonte. Não somos bancados por nenhum tipo de recurso ou patrocinadores internos, ou externo ao Brasil. Este blog é independente e representamos uma alternativa concreta de comunicação. Se você gosta de nossas publicações, junte-se a nós com sua propaganda, ou doação, para que possamos crescer e fazer a comunicação dos fatos, doa a quem doer. Entre em contato conosco pelo nosso e-mail abaixo, caso queira colaborar:
filhodedeusshalom@gmail.com
+ Comentário. Deixe o seu! + 4 Comentário. Deixe o seu!
A Teologia da Libertação acabou? Sim e não. SIM, porque ela não é mais a Teologia “oficial” da América Latina. Grande parte de seus expoentes está em idade avançada ou fora do debate teórico e prático (pastoral) do magistério da Igreja. Além disso, ela sofreu duras críticas do oficialato do Vaticano desde os anos 1980. Sua origem se deu em meio ao nascimento dos movimentos políticos, na cidade e no campo, nos anos 1960 na América Latina, e varreu grande parte do continente, principalmente do Brasil até o México. Muitos padres e freiras se envolveram em lutas contra regimes totalitários nesses países, como no Brasil, na Nicarágua e em El Salvador. O papel da Teologia da Libertação ao lado da luta pela liberdade política no continente é inegável. Mas, se essa origem e realidade política foram de grande valor histórico, foram também sua maldição. NÃO, a Teologia da Libertação não acabou, porque continua impregnada na formação e nas aspirações de grande parte do clero e daqueles que aderem à Igreja nos países em desenvolvimento, justamente aqueles em que o catolicismo ainda tem alguma vitalidade. A razão de a Teologia da Libertação permanecer viva de alguma forma é simples, e o próprio cardeal Joseph Ratzinger reconhecia essa razão em seus textos dos anos 1980: a Teologia da Libertação parte de um dos centros da experiência bíblica, o profetismo hebraico. Ele tem um forte apelo ético, social e político, eixo central da Teologia. Deus não é apenas místico, é também revolucionário. Ou revolucionário místico. Essa seria a melhor forma de descrever o modo como a Teologia da Libertação compreende seu Deus. a Teologia da Libertação é reconhecida pelo teólogo Ratzinger como justa e correta em sua raiz cristã, na medida em que parte de um anseio que marca o cristianismo em sua matriz: uma crítica ao esvaziamento ético do judaísmo oficial e uma defesa da atenção com os mais “fracos”. Nisso, a Teologia da Libertação é absolutamente correta, em seu pressuposto de “opção pelos desfavorecidos” e de recusa à ordem injusta do mundo. Há, todavia, um erro sério nela, e esse erro é responsável pelas várias críticas que ela recebeu ao longo dos últimos, grosso modo, 35 anos: sua associação com a hermenêutica marxista e sua contaminação com a política partidária. O pecado da Teologia da Libertação foi se apaixonar pelas práticas políticas da esquerda latino-americana. A posição de Ratzinger define a atitude institucional da Igreja diante da Teologia da Libertação, na medida em que ele era representante da guarda da doutrina reta para a Igreja. Ele afirma que a confusão que a Teologia da Libertação fez ao assumir o materialismo histórico de Marx como ferramenta de interpretação da história da salvação implicaria uma evidente eliminação do componente confessional em favor da prática político-partidária. O resultado é que os teólogos “progressistas” acabaram por assumir o proletariado como o novo “povo de Deus”, em detrimento da totalidade da humanidade. O marxismo necessariamente leria a história da salvação como luta de classes, enquanto o cristianismo deveria ler essa história da salvação como um caminho de inserção do amor de Deus no mundo. A salvação no cristianismo é uma história da “caridade” (amor de Deus), e não uma história do “justo ódio”, defendido pelos revolucionários marxistas. Para a Igreja, a história da salvação passa, no plano humano, aquele que está a nosso alcance, pela transformação espiritual do homem, e não pela aceitação das demandas de uma prática política, muitas vezes violenta. Resumindo, a Teologia da Libertação acabaria por escolher Barrabás, o herói político judeu, em lugar de Jesus, o homem-Deus que era contra toda forma de partidarismo militante violento.
Alvaro -MG
No decorrer do Sínodo dos Bispos de 1974, as comunidades de base foram objeto de atenção e na Exortação Apostólica Pós-Sinodal, “Evangelii Nuntiandi”, dedicou-se um parágrafo significativo no qual estão elencadas as características e condições para corresponderem à sua vocação fundamental de ouvintes, destinatárias e anunciadoras do Evangelho: "Deverão atuar, portanto, como lugar de evangelização; esperança para a Igreja, à medida que procurem o seu alimento na Palavra de Deus e não na polarização política ou ideologias; ligadas à Igreja local e à universal; em comunhão com os Pastores que o Senhor dá à sua Igreja e com o Magistério; sem se considerarem únicas destinatárias, agentes ou depositárias do Evangelho e progredindo na consciência do zelo, aplicação, irradiação e dever missionário".(EN.13)
Sandro Levi
Realmente, é preciso fiscalizar para quais entidades estes recursos das coletas da CF estão sendo destinados, pois existem denúncias que em algumas campanhas foram destinados a entidade que promovem o aborto e o homossexualismo.
Aretuza - SP
Concordo!
A CNBB para evitar a polarização que tanto tem dividido a igreja e a sociedade, (lembrando antes de tudo, que a igreja tem três alas: Progressista, Moderada e Conservadora, as quais procuram manter a saudável unidade na diversidade como em um grande jardim). Portanto, para uma melhor aceitação das CF's, seria recomendável que as mesmas fossem realizadas pela ALA MODERADA, retirando-a do comando exclusivo da pastoral da terra (que não pensa de forma mais abrangente, mas restrita e reduzida a questões socio-ideológicas de cunho revolucionário), e deixar as CF's a cargo de uma dessas pastorais que são mais abrangentes em sua missão e mais adequadas na sua elaboração: pastoral da Catequese, da Comunicação, e ou, do Catecumenato. Ou até então, após a assembléia geral da CNBB, esta definiria os temas, ou algumas das "comissões episcopais" (intereclesial, ação transformadora, laicato, ou vida e familia). Só então, posteriormente, seria repassado a pastoral competente do tema escolhido, e não deixar todos os temas, a cargo permanente, da pastoral da terra.Sem querer desmerecer a importância dessa e outras pastorais, o contexto da igreja hoje, já não é o mesmo do regime militar, onde os progressistas gozam de ampla liberdade e espaços representativos de fala.
Francisco de Sales - Natal RN
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.