Públio Terêncio Afro, em latim Publius
Terentius Afer (Cartago: 195/185 a.C. — Lago Estínfalo: 159 a.C.),
foi um dramaturgo e poeta romano, negro, e autor de pelo menos seis comédias:
1)- Andria (A moça de
Andros).
2)- Hecyra (A Sogra).
3)- Heaautontimorumenos
(O Punidor de Si Mesmo).
4)- Eunuchus (O
Eunuco).
5)- Phormio
(Formião).
6)- Adelphoe (Os Dois
Irmãos).
Terêncio nasceu na
África Proconsular, em meados do ano 185 a.C. - era de cor negra. Foi vendido
como escravo ao senador Terêncio Lucano, que percebendo sua inteligência, deu-lhe
educação e, tempos depois, o libertou. Por ser muito amigo de Cipião, muitos
atribuíram a esse último a autoria de várias comédias de Terêncio. Pouco apreciado pelo
público romano, que preferiam as farsas mais vivas e coloridas de Plauto, foi
mais apreciado na Idade Média e na Renascença, sendo muito imitado até os
tempos de Molière. Foi tão grande a preferência por Terêncio na Idade
Média que suas peças eram representadas nos colégios, e na Renascença foram
traduzidas em várias línguas. Seus personagens pertencem em sua maioria às
classes sociais mais altas. Suas obras são escritas em verso, e seu estilo é
"puro". Apesar disso, ele hoje é considerado um autor menor que seu
contemporâneo Plauto.Falar sobre a vida de Publius Terentius
Africanus (Publius Terentius Afer) é inevitavelmente fazer referência à Vita
Terenti de Suetônio,1 Então, bem como as conjecturas que surgiram da leitura de
seu prólogos e as informações fornecidas por seus comentaristas Donato2 e
Eugrafio.3 Alguns aspectos são duvidosos e controversos: o data de seu
nascimento e morte (185 - 159 a.C.) e sua origem cartaginesa ou númida.4 A esse
respeito, Conte (2002:79) diz:“A tradição figurativa, presente em todos os
originais púnicos e no sobrenome Afer, confere a Terêncio uma imagem
tipicamente cartaginesa: esta não tem.” Obviamente é preciso valorizar a
documentação histórico biográfica. No entanto, seu status servil não é discutido,
e foi aceito pela crítica. Depois de ser escravo do Senador Terence Lucanus Ele
se liberta disso e passa a se dedicar à atividade teatral, o que permite que
você sobreviva economicamente. Dessa forma, acrescenta à lista de escravos
alforriados e estrangeiros consagrados para dramaturgia.5 Entre 166 e 160 AC. estreia suas seis
comédias, apoiadas por um grupo de jovens aristocratas liderados por Cipião
Emiliano. Este grupo, conhecido sob o nome de Círculo de Cipião,6 permanece
como o primeira geração de romanos educados em ideais culturais Gregos que
acolheram os representantes mais proeminentes da cidade.7 A educação filelênica
e seu desejo de aperfeiçoar sua formação intelectual e a língua grega, são os
motivos que justificam a sua viagem para a Grécia ou para o Oriente helenizado,
de onde nunca mais regressou.
O pensamento humanista
de Terêncio continua atual, o qual podemos resumir nesta sua máxima basilar:
"Homo sum: nihil humani a me alienum puto" - (sou homem: nada do que é
humano considero alheio a mim); diz Terêncio, o poeta negro e orador romano,
nascido na magnífica Cartago.
O Humanismo Romano de
Terêncio, vinha da Humanitas. Esta significava "o ato de tornar o homem mais
humano, mais útil aos outros". Tal dito, segundo Sêneca, deve estar in pectore et in ore, “no coração e na boca.”
Essa
máxima, retomada na idade média, por João de Salisbury, pensador católico,
clamava por conduzir o homem a solidariedade. Não apenas para lembrar,
mas fundamentalmente para resgatar a humanidade do homem que vagabundeia
confuso entre a bestializarão de agir com o instinto animal e a frieza da máquina. Basta um olhar
atento ao hodierno para observarmos a constante desumanização do ser humano. O
longo curso da história tem registrado uma constante violação da natureza,
destruição do homem pelo próprio homem, que levou o filósofo inglês Thomas
Hobbes a resgatar Plauto, dramaturgo romano, com a sentença: “Homo
homini lupus” – “o homem é lobo do homem.” Mas Terêncio primorosamente,
como aquele sábio e fiel a seus princípios humanistas, que está sempre a se colocar no lugar do outro, nos alerta:
“Tu si hic sis, aliter sentias” – (Se estivesses no lugar dele,
pensarias de modo diferente?)
Sócrates, o sábio
grego, já havia observado que o homem faz o que julga ser bom dentro do seu
ponto de vista, e frequentemente o ponto de vista do ego. De modo que cada
homem carrega em si uma constelação de claridades e obscuridades, uma gruta de
pedras brutas e diamantes em potencial. Em suma, um microcosmo. Vejamos um
pouco essa constelação. Cecílio, o dramaturgo romano disse:
“Homo
homini deus” – (O homem é deus para o homem) ou seja, afirmando que o homem
que contribui para o crescimento do outro, é divino.
Libânio, o filósofo
grego, dizia que essa capacidade de coparticipar na criação da realidade
humanitas, portanto, participando para a felicidade do outro, é o que distingue o
homem das feras. E ainda encontraremos em Plínio:
“deus est mortali iuvare mortalem, et haec ad aeternam gloriam via” - (é
divino para o mortal ajudar outro mortal, e esse é caminho para a glória
eterna).
Em Plínio é significativo que ele diz ajudar outro mortal, não apenas o
humano, mas o mortal, abarcando os animais e as plantas, ou seja, o planeta terra.
E Plínio ainda dirá que:
“Virtutes habet
abunde qui alienas amat” – (Tem virtudes em abundância aquele que ama as
virtudes alheias).
Esse pensamento humanista é compartilhado por João
Crisóstomo, um dos patronos do cristianismo primitivo, ao dizer:
“Quem honra os
outros honra a si mesmo!”
Um dos pontos
fundamentais do humanismo é o olhar que trata de alargar o horizonte humano,
transformando-o em sol. Não do ponto de vista do egocentrismo, mas sim, refletidor
de alegria, felicidade, sabedoria e o verdadeiro amor (ágape). Cada ser humano como uma semente,
cada ser humano como uma flor do imenso jardim da humanidade a desabrochar numa
dialética individual e coletiva, uma dança de formas e diversidades de aromas humanitário.
Por
isso o poeta John Donne disse:
“no man is an island” – (nenhum homem é uma
ilha).
Temos que lembrar
como diz Guimarães Rosa, de que:
“É de fenômenos humanamente sutis que
estamos tratando: A sutileza de despir-se das máscaras e descobrir a
si mesmo! Que possamos enquanto humanidade despertar para a graça que habita
dentro de cada um de nós".
Terêncio é autor das frases:
-“Sou um homem, e nada do que é
humano me é estranho...”
-“Enquanto há vida, há esperança.”
-“O mais próximo desconhecido de
mim, sou eu...”
-“A justiça inflexível é
frequentemente a maior das injustiças...”
-“Conheço o caráter das mulheres: não
querem quando queres; quando não queres, são as primeiras a querer!”
-“Quanta injustiça e quanta
maldade não fazemos por hábito?”
REFERÊNCIAS:
1 Caio Suetônio Tranquilus. Historiador que
viveu na segunda metade do s. I. O texto da Vita Terenti, composta por volta do ano 100,
pertence à sua obra De uiris illustribus, seção De poetis, e chega até nós como
uma introdução ao comentário de Donato.
2 Élio Donato. Gramática na língua latina
do século XIX. IV, autor de obras gramaticais e exegéticas: uma gramática (Ars gramatica), considerada
uma das obras mais completas do gênero no Antiguidade e alguns comentários às obras
de Terêncio (Commentum Terenti) e Virgílio.
3 Comentador do século V/VI, autor do
Commentum in Terentium.
4 Segundo Rubio (1966)
5 Fontana Elboj (2010:282) diz:
“Estrangeiros e libertos compõem a lista dos dramaturgos Latinos até o s. eu AC O grego Lívio
Andrônico, o capuano Nevius, o Úmbria Plauto, o celta.
BIBLIOGRAFIA:
-Wikipedia
-Biblioteca Vaticana
-https://ifc.institutos.filo.uba.ar
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Juro que eu queria saber de onde tirou que Terêncio era filósofo, ou mesmo que ele tinha pele negra. Na verdade nem mesmo podemos atestar se de fato ele nasceu na África. Ainda assim, não há negros nó norte do continente africano. Os berberes são um povo aparentado com o oriente médio.
“Juro que eu queria saber de onde tirou que Terêncio era filósofo, ou mesmo que ele tinha pele negra. Na verdade nem mesmo podemos atestar se de fato ele nasceu na África. Ainda assim, não há negros nó norte do continente africano. Os berberes são um povo aparentado com o oriente médio.” (Maycon – 04 de janeiro de 2024)
Esse tal de Maycon tentando se passar por sábio, fez papel de idiota (printei para que se ele se envergonhar e retirar, vai ficar registrado) – bom, pelo ao menos as afirmações do blog tem fontes, e as dele? Deve ter retirado de sua alta e infalível ACHOLOGIA kkkkkkk!
Everaldo – Colaborador do Apostolado Berakash
Senhor Everaldo, segue uma fonte sobre o que falei:
Norte Africanos, do Marrocos ao Egito são mais próximos do Oriente Próximo:
https://www.science.org/doi/10.1126/science.aar8380
Sobre o resto, basta fazer uma pesquisa sobre Terêncio e parar de inventar moda. Eu realmente queria saber qual é o preconceito que se tem com o Norte da África e porque essa necessidade de botar todos os africanos como negro. Isso me parece o velho discurso racista do século XIX, onde tudo que não é branco é necessariamente preto. Os Norte africanos tem sua própria história, mas no geral são parte da dinâmica das civilizações do mediterrâneo. Essa região interagiu pouco com a África Subsaariana. O único lugar que o contato foi real, é na Núbia. Um egípcio do Sul tem uma proporção elevada de genes subsaarianos, minoritária, mas significativa, mas os do Norte tem uma taxa muito menor. Os egípcios ao representar os povos que conheciam, se representavam marrons nas artes, os nubios como pretos, e os povos libios como brancos, isso ainda no auge da era do bronze. Em nenhum momento falo que houve zero contato, mas que foi pequeno e quase insignificante.
Sobre as fontes do blog, não vi nenhuma listada, apenas dizendo que tem uma visão alternativa e concreta.
A prova disso, Terêncio foi um dramaturgo ligado a gens Cornelia, do ramo dos Cipioes. Não foi filósofo, fazia comédia , a fonte não pode ser mais clara, suas 6 peças.
Por fim eu não sou sábio, mas busco a honestidade e a verdade. Atualmente chegaram a representar a Cleópatra, grega até no último fio de cabelo, como alguém da África subsaariana. Nem mesmo como uma egípcia. É realmente ruim olhar as coisas por meio de raças. A verdade é que tirando o Norte da África e o vale so Nilo, essa região foi sempre atrasada. Você não verá um Aristóteles, ou um nem um Confucio, ou mesmo um poema épico como Gilgamesh, perdido. Assim os que buscam afirmar as conquistas daquilo que chamam sua raça ficam perdidos. Mas se olhar todaca humanidade como uma, isso poico importa. Mas existe um outro viés. Por haver escrita, há autores, e podemos ler e imaginar um passado glorioso. Se não há, não significa que esses povos não progrediram. Um povo evolui até ond seu ambiente deixa. Muitas histórias são contadas oralmente,e se preservam na cultura. Por fim, algo triste dizer, mas não importa qual é sua raça, no Brasil a cultura determinante é aquela derivada da portuguesa. Os elementos indígenas e africanos são acessórios. Não determinam a forma de governo, a língua, a escrita e a religião. Na arte é limitada a música, e mesmo assim minoritária. Muito da cultura africana brasileira, não é encontrada na África, mas se encontra em Portugal
Sua fonte não diz qual era a cor de Terêcio, tudo que se afirmar é mera dedução. Portanto, continua valendo sobre sua achologia a fonte original. Simples assim!
Everaldo – Colaborador do Apostolado Berakash
E pelo visto quem está sendo preconceituoso aqui é esse Maycon, que não aceita a raça originária de Terência e quer pinta-lo de branco a todo custo !kkkkkkkkkkkkkkk
Terêncio não era nem branco e nem negro, não havia esse conceito na época antiga. Mas, hoje, se usa negro, preto, e etc para povos com origem subsaariana, não os norte-africanos, ninguém fala que um argelino ou um marroquino é negro. Nestes países soaria como desrespeito, como ocorreu no Egito e Cleópatra Negra . Ele era cidadão ROMANO. Mas se quiser falar de sua origem étnica, ele era Berbere, ou Fenício. As fontes antigas, tardias e provavelmente erradas, como quase sempre, indicam seu nascimento em Cartago, uma antiga colônia fenícia, com origem em Tiro, mas vizinha da Líbia, região dos berberes. Assim ele não era negro no sentido que usamos hoje. Eu poderia
falar que ele era descrito como alguém de pele escura, mas sabe por que nem comento isto? A pele escura era o mesmo que dizer que ele era bronzeado, inclusive é a descrição dada a várias figuras romanas, inclusive Júlio César. Observe com cuidado os afrescos de Pompéia, os homens quase sempre são ilustrados com a pele escura, as mulheres com a pele clara, porque os homens ficavam mais no Sol, em trabalhos pesados. Então você não pode sair interpretando textos de milênios atrás com sentidos dado hoje.Isso é coisa de fundamentalista religioso.Houve vários berberes famosos na época romana. Santo Agostinho e o Imperador Macrino, são exemplos. Inclusive Macrino assustou com um homem de pele negra, achando aquilo algo estranho.
Outro detalhe, o que chamamos de África é uma convenção européia. Os povos lá estão separado a milênios por uma geografia complicada. Os berberes são povos muito antigos, estão lá desde quando o Saara era uma floresta. Na antiguidade África só indicava a região não egípcia da continente e também não era usada para a Etiópia ou para Núbia.
Por isso teimo, tratar Terêncio como negro é reforçar um preconceito desnecessário com os povos do Norte da África. Ele não era "branco" no sentido que usamos também. Mas podemos dizer que ele era romano. Primeiro por ter escrito em latim, segundo por ter virado cidadão, terceiro, porque a romanidade não diferenciava raças, ou mesmo etnias. Rona acolhia todos
Prezado Maycon,
Todas as "opiniões" são respeitadas nesse espaço, desde que sejam feitas com educação. Isso não quer dizer que serão acatadas indiscutivelmente como FATO, é apenas sua opinião. Ficamos com as fontes históricas originárias.
Everaldo – Colaborador do Apostolado Berakash
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