Pessoas
são capazes das atitudes mais radicais pelas suas convicções. Um Comunista, ou
liberal mesmo ateu, é capaz de dar a vida em nome da causa socialista, ou
liberal. Feministas e GLBTS, são ousados em suas provocações motivados por suas
convicções. Judeus, Cristãos e Muçulmanos, preferem a morte a trair seus
princípios.Há, um debacle argumentativo sobretudo, nos domínios das convicções das
convenções ideológicas, religiosas, e de justiça, que nos levam a perguntar:
"É melhor morrer do que trair as próprias convicções ?...”
Com essa frase como cabeçalho começa um interessante relato
sobre pessoas que, em face da morte, preferiram renunciar às suas vidas do que trair
princípios que advogavam durante sua existência.Um relato, contido no livro
de 2 Macabeus 6,18-31,
conta a história real de pessoas que passaram por esta situação confrontadora,
e souberam corajosamente dar um excelente testemunho:
"Eleazar era um dos principais
doutores da Lei, homem de idade avançada, mas com rosto de traços ainda belos.
Queriam obriga-lo a comer carne de porco, enfiando-a boca adentro. Ele,
porém, que preferia morte honrada a viver envergonhado, dirigiu-se
espontaneamente para a tortura do tímpano, tendo antes cuspido fora o que lhe
estava na boca. Assim é que devem fazer os que corajosamente querem resistir ao
que não é permitido comer, nem mesmo por amor à própria vida. Os que
dirigiam esse sacrifício proibido, velhos amigos de Eleazar, o chamaram de lado
e lhe propuseram que pegasse carne permitida, por ele mesmo preparada, fingindo
que comia a carne do sacrifício ordenado pelo rei. Se ele assim fizesse,
estaria livre da morte e, pela antiga amizade que havia entre eles, o tratariam
com benevolência. Ele, porém, tomou uma nobre decisão, coerente com a sua
idade e com o respeito da velhice, coerente com a dignidade de seus cabelos
brancos e com a vida correta que levava desde a infância; acima de tudo,
coerente com as santas leis dadas pelo próprio Deus. Ele respondeu
prontamente: "Podem mandar-me para a mansão dos mortos. Em minha idade não
fica bem fingir, senão muitos dos mais moços pensarão que um velho de noventa
anos chamado Eleazar passou para os costumes estrangeiros. Com o seu
fingimento, por causa de um pequeno resto de vida, eles seriam enganados, e eu só
ganharia mancha e desprezo para a minha velhice. Ainda que no presente eu me
livrasse do castigo humano, nem vivo nem morto conseguiria escapar das mãos do
Todo-Poderoso. É por isso, que se eu passar corajosamente para a outra vida
("se eu morrer", versão Ave-Maria),
me mostrarei digno da minha idade. Para os mais moços posso deixar um exemplo
honrado, mostrando como se deve morrer corajosa e dignamente pelas veneráveis e
santas leis". Dito isso, foi imediatamente para o suplício. Os
seus torturadores, que pouco antes queriam ser amáveis com ele, então se
tornaram cruéis por causa do que ele dissera, ao considerar tudo aquilo uma
loucura. Já quase morto, em meio às torturas, Eleazar ainda falou entre
gemidos: "O Senhor, que possui a santa sabedoria, sabe que eu, podendo
escapar da morte, suporto em meu corpo as dores cruéis da tortura, mas em minha
alma estou alegre, por que sofro por causa do temor a ele". E assim passou
desta para a outra ("terminou sua vida", versão Ave-Maria). Sua morte deixou, não
só para os jovens, mas também para todo o restante do povo, exemplo memorável
de heroísmo e virtude."
Eleazar é o modelo da resistência. De que adianta prolongar a vida, se para
isso é necessário trair as próprias convicções? A geração presente
educa a geração futura. O que podem os jovens de amanhã esperar, se a geração
de hoje se acovarda e se acomoda diante dos desafios para construir uma pseudo sociedade
mais justa e fraterna, amoral, e indiferente aos Santos ensinamentos de Deus,
revelados nas escrituras sagradas? Em tempos de perseguição, o valor humano se mede, não pela duração da
vida, mas pela integridade do testemunho.Seria fácil se ter o raciocínio
naquela época:
"O que custa comer só um pouquinho da carne de porco?...afinal, a
vida não é mais importante que as convicções ?...”
Mas
o fato é que Eleazar estava preocupado era em como isso poderia refletir sobre
a Lei dada por Deus aos seus contemporâneos e as gerações futuras.Os homens sem fé em Deus argúem que os princípios da retidão
e as leis, não importa quão bons, podem ser postos de lado quando a vida de uma
pessoa está em jogo. Até líderes religiosos se juntam em arguir que a aplicação
das leis de Deus podem ser suspensas para salvar uma vida. Mas isso não é
arrazoamento piedoso, como comprovado pelo caso de Eleazar, que era 'doutor da
Lei'.
No livro de Jó lemos: "Tudo
quanto o homem tem dará pela sua vida...” (Jó 2,4)
Ali as escrituras nos revelam que Satanás,
estava confiante de que os homens abandonariam a Deus quando a obediência parecesse
pô-los em risco pessoal de vida. Porém, como ele é o pai da mentira, sempre usa
de meias verdades como se fossem verdades absolutas. E homens de fé em todas as
épocas o tem provado. O fiel Davi não realizaria um ato que sequer sugerisse
uma violação da proibição de Deus em tocar em seus ungidos, e assim mesmo tendo
motivos e oportunidade para matar a Saul, não ousou fazer (Sl 105,15; 1 Sm 24,6-7).
Os primitivos cristãos preferiam
morrer a comprar sua liberdade mediante a negação e apostasia de sua fé. Por
sua fidelidade crêem que Deus as recompensará, até levantando-as a passar
dolorosamente pela morte através da provação do martírio de fé.
“Não podemos obrigar as pessoas a morrer e viverem de acordo com as convicções
dos outros”
Sócrates viveu em um período de conflitos e tinha interesse
por questões ético-políticas, pelo homem enquanto cidadão da pólis que se
organizava politicamente em um sistema democrático. Justamente por seu
posicionamento crítico, era fiel à sua própria consciência, sem abrir mão de
suas ideias, método e convicções. Para o filósofo, o conhecimento era, de certa
forma, sinônimo de virtude, e o conhecimento que ele ligava à virtude eram a episteme
(conhecimento racional) e a doxa (opinião).
Essa episteme não era voltada para a obtenção de riquezas materiais, mas
tratava-se do conhecimento de si mesmo, o despertar da auto-consciência. Partindo
desse conhecimento, Sócrates aplicou-se ao estudo das virtudes morais,
“embrenha-se na própria alma, a fim de penetrar no cosmos
moral.É considerado o fundador da Ética como disciplina filosófica,
já que em seu tempo as considerações morais tinham apenas formulações meramente
assistemáticas.
Contemporâneo dos sofistas, homens que criaram uma crítica
social e discutiam sobre o que era natural e o que não era, ou seja, o que era
criado pelas convenções sociais, e aquilo que era natural. Sócrates se ocupava
das pessoas e de suas vidas, levando-as a refletirem por si mesmas, sobre os
costumes, o bem e o mal. Mas ele diferia dos sofistas por não se considerar um
sábio, e não cobrava por seus ensinamentos, era despido de preconceitos e tinha
a convicção de que nada sabia. Reconhecia que havia muita coisa além do que
podia entender e acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era se
concentrando no desenvolvimento interior. Suas ações foram provas disso: não
era um homem rico, acreditava ter uma missão filosófica em busca do
renascimento da consciência, sempre foi fiel às suas ideias, e ao fim de sua
vida, aceitou sua condenação, ao invés de fugir de Atenas, acreditando convictamente
que sua morte permitiria a manutenção da harmonia no espaço público.
Sócrates defendia que o indivíduo tinha necessidade de viver
com base nos preceitos morais que garantissem a vida social. Assim, quando teve
a oportunidade de fugir, de se livrar da condenação, recusou-se e preferiu
morrer porque fugindo, estaria livrando sua pessoa, mas não garantiria a
coletividade.Para chegar aos valores que guiariam o homem, Sócrates propôs um
método para se chegar à resposta, demolindo as visões correntes, mostrando quão
ilusórias eram as certezas. A mais profunda garantia da sua ética foi
justamente este potencial auto-reconstrutivo da verdade, sendo vista sem os
véus das aparências e vaidades, a partir de um conhecimento capaz de por si só,
tornar o homem mais sábio e uma pessoa melhor. A ausência
de respostas em Sócrates para muitas interrogações, era parte deste método,
pois ele temia que se desse respostas prontas, acabaria cristalizando-as com o
tempo, e transformando-as em convenções.
Sócrates defendia que em qualquer sociedade, o indivíduo precisa viver politicamente, no sentido de garantir sua vida em coletividade. Viver politicamente era o fundamento da pólis grega, dentro daquilo que era ideal para garantir essa sobrevivência: a manutenção das virtudes, dos preceitos dos cidadãos. Nesse sentido, é importante fazer um recorte sobre a vida política e a liberdade que os atenienses tinham no espaço público. Na verdade, a ação política na pólis grega também significava liberdade, e o princípio socrático do domínio interior do homem tinha implícito um novo conceito de liberdade, pois fazia dela um problema ético, e não mais apenas sinônimo de direito político. O que interessava a Sócrates era a eficácia do domínio do homem sobre si mesmo.A política era reflexo da condição plural do homem, e não podia ser associada ao domínio, não se baseava na distinção entre governantes e governados, nem se identificava com violência. Nesse sentido, ressalta-se que, na antiguidade, a liberdade era pensada como interioridade, sendo este o único meio daqueles que não possuíam um lugar no mundo, “sentirem-se livres”.
Para Sócrates, a ética consistia em uma força
transformadora, capaz de trazer a felicidade tanto à sociedade quanto ao
indivíduo, aliás, a vida pautada nela seria a única forma de se obter a
felicidade. Nesse contexto, abordar a importância da ética e da política na atividade
socrática de pensar é fundamental.Assim, o conceito de que a liberdade é obtida
a partir da vivência social, da interação com os semelhantes, assemelha-se ao
conceito da pólis de Sócrates. As limitações, por sua vez, vêm a partir dos
valores interiores dos indivíduos, porém, esses valores são construídos a
partir da convivência com o outro. Para que não se crie um processo
desorganizado, de cada um fazer o que quer, normatiza-se interior - a
legislação moral, e exteriormente o ordenamento jurídico, dentro da
convivência. No final, todas as ações visam o bem comum, o bem público, a
existência social. Em suma, é a partir da convivência, do relacionamento, da
interação social, que se constroem os valores que buscam o bem comum, o bem
estar e a felicidade.
Romanos 14,23:
"Mas aquele que tem dúvidas é condenado se comer, porque o que faz não
provém da convicção; e toda falta de convicção é pecado..."
Segue o
contexto completo :Romanos 14,21-23:
“É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa
com que teu irmão venha a tropeçar [ou se ofender ou se enfraquecer]. A
convicção que tens, guarda para ti mesmo perante Deus. Bem-aventurado é aquele
que não se condena naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas é condenado
se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não provém da
convicção é pecado.”
SEM CONVICÇÃO NÃO HÁ TRANSFORMAÇÃO NEM
PESSOAL E MUITO MENOS SOCIAL:
Segundo o dicionário,
"Convicção é uma certeza que vem através de fatos ou razões; é um
convencimento". Isso nos mostra que se não estivermos convencidos de
certas coisas na nossa vida, não veremos transformação nessas áreas e não
lutaremos por elas. Citarei alguns exemplos:
1)- Você está
convencido que sexo antes do casamento é pecado? Se não, você não lutará para
evitá-lo.
2)- Você está
convencido de que a corrupção é pecado ? Se não, você não lutará para evitá-la.
3)- Você está
convencido de que o aborto é pecado, por ser um atentado a vida de uma pessoa
inocente e indefesa? Se não, você não lutará para evitá-la.
4)- Você está
convencido de que a prática de atos homossexuais é pecado ? Se não, você não
lutará para evitá-la.
4)- E em relação ao
uso do dinheiro, você está convencido de que precisa colaborar com ele
regularmente na obra de Deus, devolvendo parte daquilo que Deus lhe permitiu
conceder? Se não, você será sempre mesquinho, e jamais confiará plenamente na
providencia Divina.
Citei acima apenas alguns
exemplos, lógico que você mesmo(a) poderia acrescentar esta lista. Mas sabemos que
se não tivermos certeza daquilo que
acreditamos, não veremos transformação alguma em nós e nos outros, pois
não podemos convencer a ninguém de algo que nós mesmos não estamos convencidos.
Nós lemos também no dicionário que a convicção está baseada
em fatos ou razões. Por isso precisamos buscar na Palavra de Deus e no dia a
dia, fatos em que podemos nos apoiar. Por exemplo: em relação o sexo antes do
casamento, precisamos buscar na passagens bíblicas que mostram que o sexo foi
criado por Deus para ser usufruído dentro do casamento, as consequências
negativas de quando ele foi usado fora, como no caso de Davi com a mulher de
Urias, e a mulher flagrada em adultério que ia ser apedrejada nos evangelhos. E
sobre a generosidade com a obra e propagação do Reino de Deus, podemos ver
exemplos tanto na Bíblia como na vida de pessoas que foram fiéis com suas
ofertas a Deus, e que Deus lembrou-se, como o óbolo da viúva no templo visto
por Jesus, e a viúva de Serepta. Porém, às vezes, a convicção só vem em nosso coração quando passamos por sofrimentos,
decepções, lutas. Então dizemos:
"Eu não quero mais viver do
meu jeito. Quero viver agora segundo o que Deus diz que é certo...”
A Bíblia conta a história de
Elias: "um homem igual a nós, sujeito
às mesmas paixões" (Tiago 5,17),
mas que viu transformações em sua vida e na sua geração, tudo porque ele tinha
fortes convicções em seu coração. (1
Reis 16,30-33 e 17, 1). Perceba que naquela época a situação de
Israel era terrível.O rei Acabe havia abandonado Deus e se levantado contra
Ele. Se tornou idólatra e levou toda a nação para o mesmo caminho. Casou-se com
uma mulher que até hoje é o símbolo da maldade (Jezabel) e seu reinado se
tornou tão opressor que até mesmo os fiéis a Deus, se esconderam com medo nas
cavernas. E somente Elias resistiu e ficou firme na sua fé, correndo risco de
vida.Mas no fim, veremos que houve uma grande transformação: Os profetas de
Baal foram derrotados, o rei Acabe perdeu sua honra, Jezabel foi devorada por
cães e todos se voltaram para Deus. Diante disso, precisamos questionar: O que
fez Elias ficar firme? De onde veio tamanha ousadia a ponto dele enfrentar
o rei com uma mensagem tão dura? Posso concluir que Elias tinha convicções que lhe deram ousadia e teve como
resultado transformações. Senão vejamos:
1) Elias tinha certeza da
realidade de Deus (1 Reis 17,1a): "Tão
certo como vive o Senhor..."
Elias tinha consciência do poder de Deus. Ele sabia que
o Senhor vive, age, e interfere de geração em geração em favor de seu povo.O
rei Acabe pensou que tinha acabado com o culto a Javé, mas ele não sabia que um
homem ainda tinha convicção, e para o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, um homem
temente é o bastante.Jó também tinha esta mesma convicção. Ele disse: "“Eu
sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a Terra" (Jó
19,25).Paulo também era um homem convicto: “"Não me envergonho de
sofrer, pois eu sei em quem tenho crido e estou certo de que Ele é poderoso
para guardar o meu depósito até aquele dia" (2 Timóteo 1,12).
2) Elias tinha certeza que
representava a Deus: (v.1b) "Perante cuja face
estou..."
E sabe quem Deus escolheu para reagir com convicção às
crises deste nosso tempo ? VOCÊ!!!! Sim, Deus usa pessoas comuns, muitas vezes
sem condições financeiras ou desprezadas da sociedade. (2 Corintios 5,20)
3) Elias tinha certeza que o poder
de Deus estava à sua disposição: (v.1c)
"Nem orvalho nem chuva haverá nesses anos segundo minha palavra..."
Como ele sabia que sua profecia iria se cumprir? Qual era a
base do seu ministério de profeta? A própria Palavra de Deus (Deuteronômio
11,16-17).
Portanto, devemos entender que convicção e conhecimento da
Bíblia andam juntos.
“Louvado seja Nosso
Senhor Jesus Cristo”
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