Tradicionalmente se fala em nove
Cruzadas, mas, na realidade, elas constituíram um movimento quase permanente em um determinado período de tempo!
Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096)
A Cruzada Popular ou
dos Mendigos (1096) foi um acontecimento extraoficial que consistiu em um
movimento popular que bem caracteriza o misticismo da época e
começou antes da Primeira Cruzada oficial. O monge Pedro, o Eremita,
graças a suas pregações comoventes, conseguiu reunir uma multidão. Entre os
guerreiros, havia uma multidão de mulheres, velhos e crianças.Na busca de
recursos financeiros para o longa viagem até a Palestina, estes cruzados
buscaram infiéis ricos mais próximos de suas casas. Ataques a judeus ocorreram
também na Colônia, Trier, Metz, Praga e Ratisbona e o sentimento antijudeu
espalhou-se pela França e Inglaterra.[3]. Ante a impaciência da
multidão, em Oedenburg (atual Sopron), Pedro despachou seu comandante militar
Walter o Impiedoso com cinco mil cruzados. Ao chegar à cidade bizantina de
Belgrado, os cruzados começaram a pilhar a área rural e 150 deles morreram em confronto
com a população local.Auxiliado por um cavaleiro, Guautério Sem-Haveres, os
peregrinos atravessaram a Alemanha, Hungria e Bulgária, causando desordens e
desacatos, sendo em parte aniquilados pelos búlgaros.Em 1 de agosto de
1096, chegaram em péssimas condições a Constantinopla. Mal equipada e mal
alimentada, essa cruzada massacrou, pilhou e destruiu. Ainda assim, o imperador
bizantino Aleixo I Comneno recebeu os seguidores do eremita em Constantinopla.
Prudentemente, Aleixo aconselhou o grupo a aguardar a chegada de tropas mais
bem equipadas. Mas a turba começou a saquear a cidade.O imperador bizantino, desejando afastar esse "bando
turbulento" de sua capital, obrigou-os a se alojar fora de Constantinopla,
perto da fronteira muçulmana, e procurou incentivá-los a atacar os infiéis. Foi
um desastre, pois a Cruzada dos Mendigos chegou muito enfraquecida à Ásia Menor,
onde foi arrasada pelos turcos. Somente um reduzido grupo de integrantes
conseguiu juntar-se à cruzada dos cavaleiros.Durante um mês, mais
ou menos, tudo o que os cavaleiros turcos fizeram foi observar a movimentação
dos invasores, que se ocupavam apenas de saquear as regiões próximas do
acampamento onde foram alojados. Até que, em agosto de 1096, o bando inquieto
cansou-se de esperar e partiu para a ofensiva. Quando parte dos europeus
resolveu partir em direção às muralhas de Niceia (atual İznik), cidade dominada
pelos muçulmanos, uma primeira patrulha de soldados do sultão turco Kilij
Arslan foi enviada, sem sucesso, para barrá-los. Animado pela primeira vitória, o
exército do Eremita continuou o ataque a Niceia, tomou uma fortaleza da região
e comemorou se embriagando, sem saber que estava caindo numa emboscada. O
sultão mandou seus cavaleiros cercarem a fortaleza e cortarem os canais que
levavam água aos invasores. Foi só esperar que a sede se encarregasse de
aniquilá-los e derrotá-los, o que levou cerca de uma semana.Quanto ao
restante dos cruzados maltrapilhos, foi ainda mais fácil exterminá-los. Tão
logo os francos tentaram uma ofensiva, marchando lentamente e levantando uma
nuvem de poeira, foram recebidos por um ataque de flechas. A maioria morreu ali
mesmo, já que não dispunha de nenhuma proteção. Os que sobreviveram fugiram em
pânico.O sultão, que havia ouvido histórias temíveis sobre os francos, respirou
aliviado. Mal imaginava ele que aquela era apenas a primeira invasão e que
cavaleiros bem mais preparados ainda estavam por vir.
Primeira Cruzada (1096-1099) - Vitoriosa!
Foi chamada também de
Cruzada dos Nobres ou dos Cavaleiros. Ao pregar e prometer a salvação a todos
os que morressem em combate contra os pagãos (neste caso, se referia aos
muçulmanos) em 1095, o papa Urbano II estava a criar um novo ciclo. É
certo que a ideia não era totalmente nova: parece que já no século IX se
declarara que os guerreiros mortos em combate contra os muçulmanos na Sicília
mereciam a salvação.As várias versões que
nos restam do seu apelo mostram que Urbano relatou também os infortúnios dos
cristãos do oriente, e sublinhou que se até então os cavaleiros do
ocidente habitualmente combatiam entre si perturbando a paz, poderiam agora
lutar contra os verdadeiros inimigos da fé, colocando-se ao serviço de uma boa
causa. O apelo foi feito a todos sem distinção, pobres ou ricos. E foi,
de facto, o que sucedeu. Mas os ricos e pobres rapidamente formaram cruzadas
separadas.Por volta de 1097, um
exército de 30 mil homens, dentre eles muitos peregrinos, cruzou a Ásia Menor,
partindo de Constantinopla. A cruzada dos cavaleiros, possuindo
recursos, embora progredindo devagar, fizera um acordo com o imperador
bizantino de lhe devolver os territórios conquistados aos turcos.
Liderada por grandes senhores, levava quer proprietários, quer filhos segundos
da nobreza. Esse acordo seria desrespeitado, à medida que o mal-entendido entre as
duas partes cresceria. Os bizantinos pretendiam um grupo de mercenários
solidamente enquadrados ao qual se pagasse o soldo e que obedecesse às ordens -
não aquelas turbas indisciplinadas; os cruzados não estavam dispostos, depois
de tantos sacrifícios a entregar o que obtinham. Apesar da animosidade entre os
líderes e das promessas quebradas entre os cruzados e os bizantinos que os
ajudavam, a Cruzada prosseguiu. Os turcos estavam simplesmente desorganizados. A
cavalaria pesada e a infantaria francas não tinham experiência em lutar contra
a cavalaria leve e arqueiros turcos, e vice-versa. A resistência e a força dos
cavaleiros venceram a campanha em uma série de vitórias, a maioria muito
difíceis.Em 19 de junho de
1097, os cruzados cercaram e tomaram Niceia (atual İznik), devolvendo-a aos
bizantinos, e logo tomaram o rumo de Antioquia. Em julho, foram atacados pelos
turcos em Dorileia, mas conseguiram vencê-los e, após penosa marcha, chegaram
aos arredores de Antioquia em 20 de outubro. A cidade de
Antioquia somente cairia, após longo cerco, a 3 de junho de 1098, com a ajuda
de um sentinela armênio que facilitou a entrada dos cruzados nas muralhas da
cidade. Seguiu-se um saque terrível da população muçulmana da cidade, que ficou
na posse de Boemundo de Taranto, o chefe dos normandos.Godofredo de Bulhão,
após longo cerco, conquistou Jerusalém atacando uma guarnição fraca em 1099. A
repressão foi violenta. Segundo o arcebispo Guilherme de Tiro, a cidade
oferecia tal espetáculo, tal carnificina de inimigos, tal derramamento de
sangue que os próprios vencedores ficaram impressionados de horror e
descontentamento. Godofredo de Bulhão ficou só com o título de protector e, à
sua morte, Balduíno, seu irmão, proclamou-se rei. Os cristãos humilharam-se
após as duas conquistas massacrando muito dos residentes, indiferentemente da
idade, fé ou sexo. Após a vitória, era preciso organizar a conquista. Surgiram
quatro estados cruzados, conhecidos coletivamente como Outremer
("Ultramar"), do norte para o sul: o Condado de Edessa, o Principado
de Antioquia, o Condado de Trípoli, e o Reino de Jerusalém.O sucesso da
primeira cruzada pelas indisciplinadas tropas foi até certo ponto uma surpresa
e ocorreu porque os cruzados chegaram num momento de desordem naquela periferia
do mundo islâmico. Uma vez conquistado o território ao inimigo, os
cruzados, cujos desentendimentos com os bizantinos começaram ainda durante a
campanha, não mais quiseram devolver as terras aos seus irmãos de fé cristã do
Império Bizantino.Muitos dos
combatentes retiraram-se uma vez conquistada Jerusalém (incluindo os grandes
senhores), mas um núcleo ficou (cálculos chegam a falar de algumas centenas de
cavaleiros e um milhar de homens a pé). As cidades principais (como Antioquia,
Edessa) tornarem-se capitais de principados e reinos (embora Jerusalém fosse de
certo modo o centro político e religioso), com outras marcas a protegê-los.O sistema feudal foi
transplantado para oriente com algumas alterações: muitas vezes, em vez de
receber feudos, os cavaleiros eram pagos com direitos ou rendas (modalidade que
existia também na Europa). As cidades mercantis italianas tornaram-se
fundamentais para a sobrevivência desses estados: permitiram a chegada de
reforços e interceptar os movimentos das esquadras muçulmanas, tornando o
Mediterrâneo novamente um mar navegável pelos ocidentais. Mas rapidamente os
muçulmanos iriam reagir.De qualquer modo, nos
anos seguintes, com a euforia da vitória, mais voluntários seguiram para o
Oriente. Os contingentes seguiam por nacionalidades, continuando pouco
organizados. As motivações eram variáveis: se alguns pretendiam obter novos
feudos, ou redimir-se das suas faltas, havia também aqueles que
"apenas" pretendiam ganhar batalhas, cobrir-se de glória, bênçãos
espirituais, e voltar para a sua terra.Os governantes
cruzados encontravam-se em grande desvantagem numérica em relação às populações
muçulmanas que eles tentavam controlar. Assim, construíram castelos e
contrataram tropas mercenárias para mantê-los sob controle. A cultura e a
religião dos francos era muito estranha para cativar os residentes da região.
Dos seguros castelos, os cruzados interceptavam cavaleiros árabes. Por
aproximadamente um século, os dois lados mantiveram um clássico conflito de
guerrilha. Os cavaleiros francos eram muito fortes, mas lentos. Os árabes não
aguentavam um ataque da cavalaria pesada, mas podiam cavalgar em círculo em volta
dela, na esperança de incapacitar as unidades dos francos e fazer emboscadas no
deserto. Os reinos cruzados localizavam-se, em sua maioria, no litoral,
pelo qual eles podiam receber suprimentos e reforços, mas as constantes
incursões e o infeliz populacho mostravam que eles não eram um sucesso
econômico.Por volta do ano 1100, uma nova expedição partiu. Chegados a
Constantinopla, levantaram-se discussões com os bizantinos que estavam fartos
de ter aqueles vizinhos incómodos que pilhavam a terra, portavam-se de uma
forma muito mais brutal em guerra, e ficavam com o que conquistavam (para além
das diferenças culturais e religiosas).Entretanto, os turcos
estavam a unificar-se para tentar fazer face a estas ameaça. Evitando combates
diretos até ao último momento contra a cavalaria pesada cristã, usaram tácticas
de emboscadas. Em Mersivan, esmagaram um dos exércitos cristãos (o dos
lombardos e francos) que fora abandonado pelos seus líderes e cavaleiros (que
fugiram). Estes foram severamente criticados pela fuga, assim como Aleixo,
imperador bizantino, por não ter dado apoio.Outro grupo, o exército de
Nivernais, também foi destruído de forma similar (com fuga de líderes
incluída). A expedição da Aquitânia portou-se melhor: ao menos os cavaleiros
ficaram a combater e morrer juntamente com o povo. Alguns poucos conseguiram
fugiram para Constantinopla. Três exércitos aniquilados em dois meses, enquanto
que o pequeno exército de Jerusalém (com o membros da Primeira Cruzada)
derrotava um exército egípcio.
COMO SURGIRAM OS TEMPLÁRIOS E GRUPOS SIMILARES?
Por alguns anos, não
foram pregadas mais cruzadas, e os territórios cristãos no oriente tiveram de
se aguentar por conta própria. Assumiram como padroeiro São Jorge da Capadócia,
exemplo de cavaleiro cristão, e seu brasão de armas, a cruz vermelha num escudo
branco. Entretanto ordens de monges
cavaleiros foram formadas para lutar pelas terras sagradas e cuidar dos
peregrinos. Os cavaleiros templários e hospitalários eram, em sua maioria,
francos ou seus vassalos. Os cavaleiros teutônicos (Teutonicorum) eram
germânicos. Esses eram os mais organizados, bravios e determinados do que os
cruzados, mas nunca eram suficientes para fazer a região ficar segura. Os
reinos cruzados sobreviveram por um tempo, em parte porque aprenderam a
negociar, conciliar e jogar os diferentes grupos árabes uns contra os outros.O
condado de Edessa caiu em 1144, sob Zangi, governante de Alepo e Mosul. Caíram
mais tarde Antioquia em 1268, Trípoli em 1289 e o último posto dos Cruzados,
Acre, durou até 1291.
Segunda Cruzada (1147-1149) - "Vitoria parcial" com a reconquista de Lisboa
Em 1145, foi pregada
uma nova cruzada por Eugénio III e São Bernardo. A perda do Condado de Edessa
provocou a organização dessa cruzada. Desta vez foram reis que responderam ao
apelo: Luís VII da França e Conrado III do Sacro Império, para nomear os mais
importantes. Curiosamente, os contingentes flamengos e ingleses acabaram por
conquistar Lisboa e voltar para as suas terras na sua maioria, uma vez que eram
concedidas indulgências para quem combatia na Península Ibérica. O exército de
Conrado acabou esmagado pelos turcos num momento de repouso. O que sobrou
juntou-se aos franceses, com o apoio dos templários. Com algumas dificuldades
de transporte, mais uma vez uma parte do exército teve de ser abandonada para
trás (sobretudo os plebeus a pé), e estes tiveram de abrir caminho contra os
turcos.Luís VII e Conrado em
Jerusalém, depois de algumas discussões, acabaram por ser convencidos a atacar
Damasco, mas ao fim de poucos dias tiveram que se retirar perante a ameaça de
uma parte dos nobres fazê-lo por conta própria. O resultado desta cruzada foi
miserável (se excetuarmos a conquista de Lisboa), tendo sucesso apenas
em azedar as relações entre os reinos cruzados, os bizantinos e os governantes
muçulmanos amigáveis. Nenhuma nova cruzada foi lançada até a um
novo acontecimento: a conquista de Jerusalém pelos muçulmanos em 1187. Os
cristãos enfrentavam um adversário decidido, Saladino.
Terceira Cruzada (1189-1192) - Vitoriosa!
A Terceira Cruzada,
pregada pelo papa Gregório VIII após a tomada de Jerusalém pelo sultão Saladino
em 1187, foi denominada Cruzada dos Reis. É assim denominada pela participação
dos três principais soberanos europeus da época: Filipe Augusto (França),
Frederico Barba-Ruiva (Sacro Império Romano-Germânico) e Ricardo Coração de
Leão (Inglaterra).O imperador Frederico
Barba-Ruiva, atendendo os apelos do papa, partiu com um contingente alemão de
Ratisbona e tomou o itinerário danubiano atravessando com sucesso a Ásia Menor,
porém afogou-se na Cilícia ao atravessar o Sélef (atual rio Göksu). A sua morte
representou o fim prático desse núcleo. Os reis de França e Inglaterra passaram
o tempo todo a querelar-se, até que aquele se retirou.Se Ricardo Coração de Leão
conseguiu alguns atos notáveis (a conquista de Chipre, Acre, Jaffa e uma série
de vitórias contra efectivos superiores) também não teve pejo em massacrar
prisioneiros (incluindo mulheres e crianças). Com Saladino, teve um
adversário à altura, combatendo e travando um sutil tático. Em
1192, acabou-se por chegar a um acordo: os cristãos mantinham o que tinham
conquistado e obtinham o direito de peregrinação, desde que desarmados, a
Jerusalém (que ficava em mãos muçulmanas).Se esse objetivo principal
falhara, alguns resultados tinham sido obtidos: Saladino vira a sua carreira de
vitórias iniciais entrar num certo impasse e o território de Outremer (o nome
que era dado aos reinos cruzados no oriente) sobrevivera.
Quarta Cruzada (1202-1204) - Vitoriosa!
A Quarta Cruzada foi
denominada também de Cruzada Comercial, por ter sido desviada de seu intuito
original pelo doge (duque) Enrico Dandolo, de Veneza, que levou os cristãos a saquear Zara
e Constantinopla, onde foi fundado o Reino Latino de Constantinopla, fazendo
com que o abismo entre as igrejas Ocidental e Oriental se estabelecesse
definitivamente.O papa Inocêncio III
apelou a uma cruzada em 1198 para conquistar Jerusalém (o objetivo falhado da
Terceira Cruzada), mas os preparativos começariam dois anos depois. Vários
grandes senhores trouxeram exércitos e estipularam um acordo com Veneza que
transportaria essas tropas na sua frota em troca de uma quantia. O problema é
que muitos dos senhores acabaram por não ir, e os que foram não tinham
condições para pagar o valor estipulado (que era fixo).Foi criado um novo
acordo então: os cruzados conquistariam Zara, uma cidade veneziana na Dalmácia
que se revoltara, em troca de um adiamento do pagamento. Entretanto chegaram
notícias do Império Bizantino. O imperador Isaac II fora derrubado pelo seu
irmão Aleixo III e fora cegado. O filho de Isaac II, de nome Aleixo IV,
conseguira fugir e apelara aos cruzados para o ajudarem: em troca de o
colocarem no trono prometia-lhes dinheiro e os recursos do império para a
conquista de Jerusalém. Ainda hoje os historiadores discutem se as coisas se
passaram assim ou se foi uma justificação para o que se iria suceder.Os
cruzados aceitaram imediatamente uma vez que isso parecia resolver os seus
problemas. Partiram em 1202. O papa considerou que se atacassem território
cristão (nomeadamente Zara) ficariam excomungados. A cidade foi conquistada e
depois de deixarem passar o inverno atacaram Constantinopla. A cidade resistiu,
mas o imperador Aleixo III acabou por fugir com o tesouro da cidade.(Depois
da Quarta Cruzada: Império Latino, Império de Niceia, Império de Trebizonda e o
Despotado do Épiro. As fronteiras são incertas).Com novos impostos a
ser lançados para pagar as promessas feitas aos cruzados, rapidamente a
população ficou à beira da revolta. Aleixo V, um parente afastado fez um golpe
matando Aleixo IV e colocando novamente na prisão Isaac II que fora libertado
pelos cruzados e governara com o filho.Os cruzados decidiram
então conquistar em proveito próprio o império, nomear um imperador latino e
dividir os territórios. Aleixo fugiu com algum tesouro e a cidade foi saqueada
pelos latinos durante três dias. Estátuas, mosaicos, relíquias, riquezas
acumuladas durante quase um milénio foram pilhadas ou destruídas durante os
incêndios. A cidade sofreu um golpe tão terrível que nunca mais conseguiu se
recompor, mesmo depois de voltar a ser grega em 1261. E assim terminou a Quarta
Cruzada, pois ninguém pensou mais em dirigir-se para Jerusalém: a maioria
regressou com o que roubara, alguns ficaram com feudos no oriente.
Cruzada Albigense
Geralmente é aceito
pela maioria dos estudiosos que o catarismo surgiu em meados de 1143, quando
surgiram os primeiros relatos de um grupo defendendo crenças similares em
Colónia pela clérigo Eberwin de Steinfeld,[nota 1] o catarismo acreditava no
dualismo, professando a existência de um deus do Bem e outro do Mal, Cristo
seria o deus do bem enviado para salvar as almas humanas, após a morte as almas
boas iriam para o céu, enquanto as más iriam praticar metempsicose.[4]
Os cátaros eram especialmente numerosos em Occitânia (sul da atual França),[5]
e sua liderança era protegida por nobres poderosos,[6] e também por alguns
bispos, que se ressentiam da autoridade papal em suas dioceses. Em 1178, Henri
de Marcy, legado do papa, qualificou as populações de implantação cátara com a
alcunha em latim de sedes Satanae, sedes de Satã.[7]Quando as tentativas
diplomáticas do papa Inocêncio III para reverter o catarismo falharam[8], mais
proeminentemente o suposto assassinato do legado papal Pierre de Castelnau,
Inocêncio III declarou uma cruzada contra o Languedoc em 1208. A Inquisição foi
criada em 1229 para erradicar os cátaros remanescentes, operando no sul de
Toulouse, Albi, Carcassonne e outras cidades durante todo o século XIII, e uma
grande parte do século XIV. Os cátaros foram aniquilados definitivamente nas
inquisições espanholas e portuguesa.[9]
Cruzada das Crianças (1212)
A Cruzada das
Crianças, é um misto de fantasia e fatos. A lenda baseia-se em duas
movimentações separadas com origem na França e na Alemanha, no ano de 1212.
Esta cruzada teria ocorrido entre a Terceira e a Quarta Cruzada e seria um
movimento extraoficial, baseado na crença que apenas as almas puras (no caso as
crianças) poderiam libertar Jerusalém. A ideia teria surgido após a notícia
de que Constantinopla, uma cidade cristã, tinha sido saqueada pelos cruzados,
fazendo cristãos crerem que não se poderia confiar em adultos.50 mil crianças
teriam sido colocadas em navios, saindo do porto de Marselha (França) rumo a
Jerusalém. O resultado foi um desastre, pois a maioria das crianças morreu no
caminho, de fome ou de frio. As que sobreviveram foram vendidas como escravas
pelos turcos no Norte da África. Alguns chegaram somente até a Itália, outros
se dispersaram, e houve aqueles que foram sequestrados e escravizados pelos
muçulmanos.
Quinta Cruzada (1217-1221) - Fracassada...
Também pregada por Inocêncio
III, partiu em 1217 e foi liderada por André II, rei da Hungria, e por Leopoldo
VI, duque da Áustria. Decidiu-se que para se conquistar Jerusalém
era necessário conquistar o Egito primeiro, uma vez que este controlava esse
território. Desembarcados em São João D'Acre, decidiram atacar
Damietta, cidade que servia de acesso ao Cairo, a capital. Depois de conquistar
uma pequena fortaleza de acesso aguardaram reforços e se colocaram a caminho. Depois
de alguns combates, e quando tudo parecia perdido, uma série de crises na
liderança egípcia permitiram aos cruzados ocupar o campo inimigo. O sultão
acabou por oferecer o reino de Jerusalém e uma enorme quantia se os cristãos
retirassem; o cardeal Pelágio, que se tornara num dos chefes da
expedição, acabou por convencer os restantes a recusar.Começaram a cercar
Damietta e depois de algumas batalhas sofreram uma derrota. O sultão renovou a
proposta, mas foi novamente recusada. Depois de um longo cerco, que durou de
fevereiro a novembro, a cidade caiu. Os conflitos entre os cruzados
agudizaram-se e perdeu-se tanto tempo que os egípcios recuperaram forças.
Reforços até 1221 chegaram aos cristãos. Lançaram-se numa ofensiva, mas os
muçulmanos foram retirando-se e levaram os cruzados a uma armadilha; sem comida
e cercados acabaram por ter de chegar a um acordo: retiravam-se do Egito e
tinham suas vidas salvas.
Sexta Cruzada (1228-1229) – Vitória diplomática!
Foi liderada pelo
imperador do Sacro Império Frederico II de Hohenstauffen, que tinha sido
excomungado pelo papa. Ele partiu com um exército que foi diminuindo com as
deserções, e uma semi-hostilidade das forças cristãs locais devido à sua
excomunhão. Aproveitando-se das discórdias entre os muçulmanos, Frederico II
conseguiu, por intermédio da diplomacia, um tratado com o sultão aiúbida
al-Kamil que lhe concedia a posse de Jerusalém, Belém e Nazaré por dez anos.
Mas a derrota dos cristãos em Gaza fê-los perder os Santos Lugares em 1244.
Sétima Cruzada (1248-1254) – Vitória parcial !
Foi liderada pelo rei
da França Luís IX, posteriormente canonizado como São Luís. Ele desembarcou
diretamente no Egito e, depois de alguns combates, conquistou
Damietta. Novamente o sultão ofereceu Jerusalém e novamente foi recusado. Em
Mansurá, depois de quase terem vencido, os cruzados são derrotados pela
imprudência do irmão do rei, Roberto de Artois. Depois de uma retirada
desastrosa, o exército rendeu-se. Luís IX caiu prisioneiro e os cristãos
tiveram de pagar um pesado resgate pela sua libertação. Somente a resistência da rainha
francesa em Damietta permitiu que se conseguisse negociar com os egípcios.
Luís ficou mais algum tempo e conseguiu salvar o território de Outremer
(indiretamente, as invasões mongóis deram o seu contributo).
Oitava Cruzada (1270) – Vitória parcial !
-Em 1265, tomaram
Cesareia, Haifa e Arsuf.
-Em 1266, ocuparam a Galileia
e parte da Armênia.
-Em 1268,
conquistaram Antioquia.
O Oriente Médio vivia
uma época de anarquia entre as ordens religiosas que deveriam defendê-lo, bem
como entre comerciantes genoveses e venezianos. O rei francês Luís IX retomou
então o espírito das cruzadas e lançou novo empreendimento armado, a Oitava
Cruzada, em 1270, embora sem grande percussão na Europa. Os objetivos eram
agora diferentes dos projetos anteriores: geograficamente, o teatro de
operações não era o Levante mas antes Túnis, e o propósito, mais que militar,
era a conversão do emir da mesma cidade norte-africana.Luís IX partiu
inicialmente para o Egito, que estava sendo devastado pelo sultão Baibars.
Dirigiu-se depois para Túnis, na esperança de converter o emir da cidade e o
sultão ao cristianismo. O sultão Maomé recebeu-o de armas nas mãos. A expedição
de São Luís redundou como quase todas as outras expedições, numa tragédia. Não
chegaram sequer a ter oportunidade de combater: mal desembarcaram as forças
francesas em Túnis, logo foram acometidas por uma peste que assolava a região,
ceifando inúmeras vidas entre os cristãos, nomeadamente São Luís e um dos seus
filhos. O outro filho do rei, Filipe, o Audaz, ainda em 1270, firmou um tratado
de paz com o sultão e voltou à Europa. Chegou a Paris em maio de 1271 e
foi coroado rei, em Reims, em agosto do mesmo ano.
Nona Cruzada (1271-1272) – Vitória diplomática!
A Nona Cruzada é,
muitas vezes, considerada como parte da Oitava.Em 1268, Baibars, sultão
mameluco de Egito, havia reduzido o Reino Latino de Jerusalém, o mais
importante Estado cristão estabelecido pelos cruzados, a uma pequena faixa de
terra entre Sídon e Acre.Alguns meses após a morte de Luís IX, na Oitava
Cruzada, o príncipe Eduardo da Inglaterra, depois Eduardo I, comandou os seus
seguidores até Acre. Em 1271 e inícios de 1272, conseguiu combater Baibars,
após firmar alianças com alguns governantes da região adversários dele. Em
1272, estabeleceu contatos para firmar uma trégua, mas Baibars tentou
assassiná-lo, enviando homens que fingiram buscar o batismo como cristãos. Eduardo,
então, começou preparativos para atacar Jerusalém, quando chegaram notícias da
morte de seu pai, Henrique III. Eduardo, como herdeiro ao trono, decidiu
retornar à Inglaterra e assinou um tratado com Baibars, que possibilitou seu
retorno e, assim, terminou a Nona Cruzada.
Acontecimentos posteriores
O equilíbrio na
região permaneceu frágil. Os anos seguintes viram um aumento das demandas dos
Mamelucos, como também aumentaram as perseguições aos peregrinos, contrariando
os termos da trégua. Em 1289, o sultão mameluco Qalawun juntou um grande
exército, investiu sobre o que restava do Condado de Trípoli, e, finalmente,
cercou a capital, Trípoli, e tomou-a depois de um sangrento assalto. O ataque,
porém, foi particularmente devastador para os Mamelucos, porque a
resistência cristã alcançou proporções fanáticas e Qalawun perdeu seu
filho primogênito e mais capaz na campanha. Ele esperou outros dois anos para
recuperar sua força.Em 1291, um grupo de
peregrinos de Acre foi atacado e, em represália, mataram dezenove comerciantes
muçulmanos em uma caravana síria. (Outra versão diz que um grupo de soldados
italianos católicos degolaram os islâmicos e eliminaram na mesma leva outro
tanto de sírios cristãos.) Qalawun exigiu que eles pagassem uma quantia
extraordinária em compensação. Quando nenhuma resposta veio, o Sultão usou isto
como um pretexto para sitiar Acre, e acabar com o último estado Cruzado
independente na Terra Santa.Em abril de 1291, a cidade acordou cercada
por milhares de soldados muçulmanos. A cristandade correu em socorro de um de
seus pontos mais estratégicos na Terra Santa. Cavaleiros hospitalários,
teutônicos e templários, somados a tropas inglesas e italianas, partiram para
defender o porto de Acre. Em 18 de maio de 1291, as forças turcas e egípcias
tomaram a cidade de Acre. Qalawun morreu durante o ataque, deixando Khalil como
Sultão Mameluco. Com Acre tomada, os Estados Cruzados deixaram de
existir. Caía assim o último bastião dos europeus na Palestina.Rapidamente, os
poucos territórios estabelecidos pelos cruzados que restavam no Oriente Médio
foram reconquistados pelos muçulmanos. Inicialmente, o centro do poder dos
Cruzados foi movido para o norte (para Tortosa), e finalmente para a ilha de
Chipre. Sua última posição segura na Terra Santa, a ilha de Rodes, foi perdida
em 1302-1303. O período dos Cruzadas na Terra Santa estava terminado, quase duzentos
anos depois do papa Urbano II iniciar sua pregação.
Diversas razões
contribuíram para o fracasso de algumas Cruzadas, entre elas:
-Os europeus eram
minoria, em meio a uma população geralmente hostil;
-A opressão à população
nativa fez com que o domínio fosse cada vez mais difícil;
-As diversas lutas
entre os próprios cristãos contribuíram para enfraquecê-los enormemente.
-Todas,
exceto a pacífica sexta Cruzada (1228-1229), foram prejudicadas pela cobiça e
brutalidade;
-Judeus e cristãos na Europa foram massacrados por turbas armadas
em seu caminho para a Terra Santa.
-O papado era incapaz de controlar as imensas
forças à sua disposição.
O legado das cruzadas
As cruzadas
influenciaram a cavalaria europeia e, durante séculos, sua literatura.Se por um
lado aprofundaram a hostilidade entre o cristianismo e o Islã, por outro
estimularam os contatos econômicos e culturais para benefício permanente da
civilização europeia. O comércio entre a Europa e a Ásia Menor aumentou
consideravelmente e a Europa conheceu novos produtos, em especial, o açúcar e o
algodão. Os contatos culturais que se estabeleceram entre a Europa e o Oriente
tiveram um efeito estimulante no conhecimento ocidental e, até certo ponto,
prepararam o caminho para o Renascimento.
A jihad
No início do século
XII, o mundo muçulmano tinha praticamente esquecido a Jihad, a guerra religiosa
travada contra os inimigos do Islão. A explosiva expansão da sua religião
durante o século VIII tinha-se reduzido às memórias de grandeza dessa época. Após
a queda de Jerusalém, muitos proeminentes líderes religiosos, como o qadi Abu
Sa’ ad al-Harawi, tentaram convencer o califa abássida a preparar a Jihad
contra os firanji (de francos, que era como os muçulmanos se referiam aos
europeus). No entanto, somente perto de duas décadas depois é que o
sultão turco designou um proeminente militar, um atabeg chamado Zengi, para
resolver o problema firanj.Após a primeira
cruzada, a moral dos muçulmanos estava de rastos. Os firanj detinham uma
reputação de ferocidade entre os turcos e os árabes. Com os espectaculares
sucessos em Antioquia e Jerusalém, os firanj pareciam quase imcomparáveis. Eles
humilhavam o poderoso califado egípcio anualmente e faziam investidas em terras
inimigas impunemente. Excetuando os vassalos do Egito, a maioria
dos aterrorizados líderes muçulmanos dos territórios mais próximos pagavam um
pesado tributo para assegurar a paz. Zengi iniciou o longo e lento
processo de modificar a imagem que os muçulmanos tinham dos firanj.Tendo recebido o domínio das terras à volta de Mossul e Alepo, Zengi
começou uma campanha contra os firanj em 1132 com a ajuda do seu lugar-tenente
Sawar. Em cinco anos, conseguiu reduzir o número dos castelos importantes ao
longo da fronteira do Condado de Edessa e derrotou o exército firanj em
batalha. Em 1144, capturou a cidade de Edessa e neutralizou de forma efectiva o
primeiro domínio estabelecido pelos Cruzados.Zengi foi o primeiro
líder muçulmano a enfrentar os firanj e que não só sobreviveu, como triunfou.
Ele provou que os firanj podiam ser bloqueados. Os líderes de Bagdad aprovaram
os sucessos de Zengi, e cedo um grande número de títulos precediam o seu nome:
O Emir, o General, o Grande, o Justo, o Ajudante de Deus, o Triunfante, o
Único, o Pilar da Religião, a Pedra de Base do Islão, Honra de Reis, Apoiante
de Sultões, o Sol dos Merecedores, Protetor do Príncipe dos Fiéis. Zengi gostou
tanto da enchente de elogios, que insistiu que os seus arautos e escrivães
utilizassem todos os títulos na sua correspondência.Embora Zengi fosse um
grande herói militar, ele foi simplesmente muito implacável e cruel nas suas
campanhas contra Damasco para motivar os muçulmanos para uma guerra religiosa.
Uma noite do ano 1146, encontrando-se ele alcoolizado, ao ter presenciado a um
erro do seu eunuco particular, Lulu (pérola), e prometeu mandá-lo executar por
incompetência. Mais tarde, enquanto Zengi dormia, Lulu pegou na adaga do seu
dono e apunhalou-o repetidamente e fugiu, coberto pela escuridão da noite.O herdeiro de Zengi,
Nur al-Din, e o seu sucessor Salah al-Din (Saladino), eram extremamente
piedosos, observando rigidamente a Sunna e os Pilares do Islão na sua vida
pública e particular. Ambos rodearam-se de religiosos e teólogos e sábios em
geral. Para além disso fizeram uma activa campanha para espalhar o fervor
religioso e propaganda entre os seus súbditos muçulmanos. Com os seus exemplos
de religiosidade, Nur al-Din iniciou – e o seu sucessor Salah al-Din cultivou –
uma guerra religiosa, uma jihad, contra os Firanj. Enquanto que Zengi apenas podia
contar com os seus soldados, o apelo à jihad atraiu os soldados muçulmanos de
toda a Arábia, Egito e Pérsia. Este massivo exército permitiu Salah al-Din
esmagar os firanj na Batalha de Hattin e enfraquecer as forças da Terceira
Cruzada de Ricardo Coração de Leão.A chama da Jihad de
Salah al-Din deixou de arder em 1193, quando morreu. O irmão do sultão, Saphadin, não
pretendia entrar em mais guerras, e quando Ricardo Coração de Leão foi para a
Europa, o poderio militar dos firanj estava praticamente neutralizado e não
mais houve necessidade de derramamento de sangue. A partir desta altura
Saphadim acreditava que a coexistência pacífica com Firanj ainda era possível.
Várias décadas mais tarde, uma jihad iria finalmente purgar os firanj da Síria
e Palestina, embora até 1291, os muçulmanos ainda partilhassem uma pequena
parte desse território com os firanj.
A importância das cruzadas na reconquista de Portugal
Quando surgiu o reino
de Portugal, a cristandade agitava-se no fervor das Cruzadas do Oriente. Os
portos de Galiza, que davam acesso a Santiago de Compostela, a barra do rio
Douro e a vasta baía de Lisboa, eram pontos de escala das frotas de cruzados
que do Norte da Europa seguiam para a Terra Santa. Quando, em 1140,
Afonso I tentou a conquista de Lisboa, fê-lo com o auxílio de estrangeiros:
setenta navios franceses que tinham entrado a barra do Douro e aportado a Gaia.
Mas a conquista não foi possível devido às poderosas defesas que rodeavam
Lisboa.Em 1147, entra na barra do Douro, vinda de Dartmouth, uma frota de 200
velas, transportando cruzados de várias nações: alemães, flamengos, normandos e
ingleses num total de 13 000 homens. Aproveitando este facto, Afonso I escreveu
ao bispo do Porto D. Pedro, pedindo-lhe que persuadisse os cruzados a
ajudarem-no na empresa, prometendo-lhes o saque da cidade. No dia seguinte
desembarcaram os cruzados em Lisboa, que tiveram as últimas negociações com D.
Afonso, firmando o pacto. Depois da tomada da cidade, muitos cruzados ficaram
por lá. Um capitão de cruzados, Jourdan, foi senhor e parece que o primeiro
povoador da Lourinhã. Ao francês Allardo foi doada Vila Verde dos Francos, no
distrito de Lisboa e concelho de Alenquer (perto da Serra do Montejunto). Alguns anos depois,
em 1152, partiu de Bergen uma esquadra de peregrinos do Norte da Europa,
comandados por Rognvaldo III, rei das Órcades, com 15 navios e 2 000 homens. No
inverno do ano seguinte, esta esquadra estava nas costas de Galiza onde pilhou
algumas povoações. No verão de 1154 desce a costa portuguesa e ajuda o monarca
na conquista de Alcácer do Sal. A empresa era rendosa, pois a cidade era o mais
importante porto do Sado, cercada de pinhais, cujas madeiras eram utilizadas na
construção de navios. A empresa falhou e o mesmo se deu anos mais tarde desta
vez com a ajuda da frota do conde da Flandres composta de franceses e
flamengos, e partiu para a Síria em 1157, aportando à barra do Tejo.Em 1189, D.
Sancho I entra em negociações com outra esquadra, que acabou por entrar na baía
de Lagos e ocuparam o Castelo de Albur (Alvor), um dos mais fortes da região.
Meses depois entra no Tejo outra frota alemã que tocara em Dartmouth recebendo
muitos peregrinos e que ajudou a conquistar Silves. Capital de província,
populosa, grande centro de comércio e de cultura, a cidade estava bem
fortificada. A notícia destas vitórias chegou ao Norte de África e a resposta
não se fez esperar.Os mouros põem cerco a Silves, que não conseguiram tomar, partindo o
califa em direcção a Santarém, tomando Torres Novas no caminho e pondo o cerco
a Tomar. Perante esta situação, D. Sancho I pediu auxílio aos cruzados vassalos
de Ricardo Coração de Leão, que se tinham reunido no Tejo, e foram ter a
Santarém, que não chegou a ser atacada por causa da peste que vitimou a maior
parte dos mouros.No ano seguinte, os
mouros regressam reconquistando Silves, a província de Alcácer, com excepção de
Évora. Anos depois outra armada de cruzados, mesmo sem terem chegado a acordo
com D. Sancho I, tomam Silves e saqueiam a cidade, prosseguindo para a Síria.Em 1212, com a derrota na Batalha de Navas de Tolosa, o reino mouro
entra em decadência. Em 1217, entra nova frota alemã, e D. Soeiro, bispo de
Lisboa, convenceu-os a conquistar Alcácer do Sal, navegando a esquadra por
Setúbal, com os seus 100 navios. Alcácer resistiu durante dois meses até
capitular.
Referências:
1.Riley-Smith, Jonathan. The
Oxford History of the Crusades New York: Oxford University Press, 1999. ISBN
0-19-285364-3.
2.Riley-Smith, Jonathan. The
First Crusaders, 1095-1131 Cambridge University Press, 1998. ISBN 0-521-64603-0.
3.WILLIAMS, Paul L. (2007). O guia completo
da Cruzadas 1 ed. Madras [S.l.] ISBN 978-85-370-0225-4.
4.História Global Brasil e Geral. Volume
Único. Gilberto Cotrim. ISBN 978-85-02-05256-7
5. "Massacre of the
Pure." Time. 28 April 1961.
6. Duvernoy, Jean,, escrito(a) em Paris, ISBN
2910352064. Text and French translation. Reprinted: Toulouse: Le
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7. (Labal :129)
8.Sibly, W. A. and M. D.,
translators (1998). The history of the Albigensian Crusade: Peter of les
Vaux-de-Cernay's Historia Albigensis (Woodbridge: Boydell). ISBN 0851158072.
9.Martin, Sean (2005). The
Cathars Pocket Essentials [S.l.] pp. 105–121. ISBN 978-1904-04833-1 Verifique |isbn=
(Ajuda).
Bibliografia:
•FLETCHER, Richard A. A cruz e o
crescente: cristianismo e islã, de Maomé à Reforma. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2004.
•WILLIAMS, Paul. O guia completo das
cruzadas. São Paulo: Madras, 2007.
Fonte: Wikipedia
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