“Ainda
que os critérios sejam baseados na Doutrina Social da Igreja Católica, “é
proposto também aos irmãos de outras Igrejas e Comunidades Eclesiais, bem como
a quantos, homens e mulheres de boa vontade, se empenham em servir o bem comum:
queiram-no acolher como o fruto de uma experiência humana universal” (DSI, 12).
Em geral, os crentes de todas as denominações cristãs acolhem e encontram na
DSI um guia seguro para questões sociais, pois não trata de doutrinas
religiosas.”
Orientações básicas iniciais
Ninguém deve anular o voto ou votar em branco.
Nesse caso, poderá estar favorecendo a quem não é digno.Se o melhor candidato
não é o melhor nas pesquisas, não importa; desperdício é votar em quem não quer
para não “perder o voto”. Eleição não é bolão. Se todos parecem ruins, vote no
menos ruim.
Nunca se deve aceitar doações em dinheiro, ou em
bens materiais, ou qualquer outro benefício de candidatos em troca do voto. Quem
vende seu voto, vende sua dignidade, e fica sem mérito moral para cobrar algo
posteriormente.
O candidato deve defender a
dignidade integral da pessoa humana em primeiro lugar:
Esse é o primeiro princípio da DSI, que informa
toda a ação política e social. Informe‐se a respeito da postura do
candidato, se vai defender a vida humana desde a concepção (fecundação) até o
seu fim natural, mesmo que não esteja em seu programa. Um governo que não respeita esse
critério básico tem uma noção invertida da realidade.
Informe‐se a respeito do desempenho
político do candidato e se ele tem ficha limpa. Não vote em candidato que tenha
histórico de corrupção. Avalie a postura ética e as realizações feitas pelo
candidato em ocasiões antecedentes. Se ele foi inoperante ou oportunista, se
ele não tem projetos realizáveis, não deve confiar‐lhe o
voto.
Acompanhe a propaganda eleitoral, os debates, as
entrevistas, porém saiba que podem utilizar da mentira, da simulação e de
estratégias de marketing e convencimento. Estude sobre política e sobre a
Doutrina Social da Igreja.
Avalie o Partido do candidato. No atual regime de
governo e eleitoral, o partido pode mandar mais que o candidato eleito. O
político é fiel às diretrizes do Partido ?
CRITÉRIOS PARA UMA BOA
AVALIAÇÃO:
*Em primeiríssimo lugar: Evitar apoio ao
jargão do “TUDO PELO SOCIAL”, pois conforme a doutrina católica, ao contrário
da Socialista: Os fins não justificam os meios. De nada vale diante de Deus:
Alementar-se três vezes ao dia,usar e abusar de sua liberdade,ir ao extremismo
do ter do poder e do prazer,empanturrar-se de tudo que a sociedade de consumo
oferece e no fim vir a perder-se (Conf. Marcos 8,36).”
1)- O primeiro critério para votar em um
candidato é a defesa da dignidade da Pessoa Humana e da Vida em todas as suas
manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural com a morte.
Rejeitamos veementemente toda forma de violência, bem como qualquer tipo de
aborto, de exploração e mercado de menores, de eutanásia e qualquer forma de
manipulação genética.
2)- O segundo critério é a defesa da Família
na qual a pessoa cresce e se realiza. Por isso devem ser votados aqueles
candidatos que incentivam, com propostas concretas, o desenvolvimento da
família segundo o plano de Deus. Opõem-se ao casamento entre pessoas do mesmo
sexo, à adoção de crianças por casais homoafetivos, à legalização da
prostituição, das drogas e ao tráfico de mulheres ?
3)- O terceiro critério é a liberdade de
Educação pela qual os pais têm o direito de educar os filhos segundo a visão de
vida que eles julguem mais adequada. Isso comporta uma luta pela qualidade da
escola pública e pela defesa da escola particular, defendendo o ensino
religioso confessional, de acordo com o princípio constitucional da liberdade
religiosa, reconhecido também no recente Acordo entre Brasil e Santa Sé.
O quarto critério é o princípio da
solidariedade, segundo o qual o Estado e as famílias devem ter uma particular
atenção preferencial pelos pobres, àqueles que são excluídos e marginalizados.
Deve-se garantir uma cidadania plena para todos/as, assegurando o pleno
exercício dos direitos sociais: trabalho, moradia, saúde, educação e segurança.
O quinto critério é o princípio de
subsidiariedade, ou seja, haja autonomia e ação direta participativa dos
grupos, associações e famílias fazendo o que podem realizar, sem interferências
ou intromissões do Estado. Este deve apoiar e subsidiar, nunca abafar ou
sufocar as liberdades e a criatividade das pessoas. Assim elas poderão exercer
uma cidadania ativa e gestora.
Enfim, diante de uma situação de violência
generalizada, os candidatos devem, de forma concreta e decidida, comprometer-se
na construção de uma Cultura da Paz em todos os níveis, particularmente na
educação e na defesa da infância e da adolescência.
Orientações gerais da Doutrina Social da
Igreja:
Gravidade da situação política atual:
A situação política atual é de fato decadente. O
país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos,
as consciências em debandada. Os caracteres corrompidos. A prática da vida tem
por única direção a conveniência.
Como cristãos, nós sabemos que a base da moral e da
ética é a lei de Deus, natural e positiva, traduzida na conduta pelo que se
chama o temor de Deus, ou a consciência reta. Uma vez perdido o santo
temor de Deus, perde-se a retidão da consciência, que passa a ser regida pelas
paixões.
A política e o bem comum
Segundo Aristóteles, “o homem é por natureza um
animal político, destinado a viver em sociedade” (Política, I, 1,9). E,
continua Aristóteles, “toda a cidade é evidentemente uma associação, e toda a
associação só se forma para algum bem, dado que os homens, sejam eles quais
forem, tudo fazem para o fim do que lhes parece ser bom”. E Santo Tomás
de Aquino cunhou o termo bem comum, ou bem público, que é o bem de toda a
sociedade, dando-o como finalidade do Estado.
“A comunidade política existe… em vista do bem
comum; nele encontra a sua completa justificação e significado e dele deriva o
seu direito natural e próprio. Quanto ao bem comum, ele compreende o conjunto
das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e
associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição” (Gaudium et
Spes).
Daí se conclui que a cidade – o Estado – exige um
governo que a dirija para o bem comum. Por isso não se pode separar a política
do poder.Assim sendo, a política é de interesse e responsabilidade de todos os
cidadãos. Todos têm essa grave responsabilidade na escolha daqueles que vão
deter o poder e no acompanhamento das administrações públicas, pois é o bem
comum que está em jogo.
Quando o exercício do poder, executivo ou
legislativo, ao invés da procura do bem comum, se transforma em instrumento
para se obter benefícios particulares, quando o poder legislativo não se propõe
fiscalizar mas ser conivente com os desmandos do executivo, quando, nas
eleições, já se antevê o jogo da corrupção e os candidatos apostando mais na
força do dinheiro do que na força da persuasão de suas propostas
administrativas, então as previsões não são de uma política sadia para o bem de
todos os concidadãos.
Liberdade responsável e religião
“O desenvolvimento humano integral supõe a liberdade responsável da
pessoa e dos povos, pois nenhuma estrutura pode garantir tal desenvolvimento
fora e acima da responsabilidade humana” (Bento XVI, Enc. Caritas in veritate).
Como a palavra “liberdade” está sujeita a muitas
interpretações errôneas, a Igreja, no seu Catecismo, faz questão de nos ensinar
o seu correto significado:
“O exercício da liberdade não implica o direito de
dizer e fazer tudo. Fugindo da lei moral, o homem prejudica sua própria
liberdade, acorrenta-se a si mesmo, rompe a fraternidade com seus semelhantes e
rebela-se contra a verdade divina. O direito ao exercício da liberdade é uma
exigência inseparável da dignidade do homem, sobretudo em matéria religiosa e
moral. Mas o exercício da liberdade não implica o suposto direito de tudo dizer
e fazer. ‘É para a liberdade que Cristo nos libertou’ (Gl 5,1).”
O Estado não pode ignorar a religião. Quando Deus é
destronado, uma ideologia material toma seu lugar.
“A Igreja convida os poderes políticos a referir
seu julgamento e suas decisões a esta inspiração da verdade sobre Deus e sobre
o homem: ‘As sociedades que ignoram esta inspiração ou a recusam em nome de sua
independência em relação a Deus são levadas a procurar em si mesmas ou a tomar
de uma ideologia os seus referenciais e os seu objetivos e, não admitindo que
se defenda um critério objetivo do bem e do mal, arrogam a si, sobre o homem e
sobre seu destino, um poder totalitário, declarado ou dissimulado, como mostra
a história’ (João Paulo II, encíclica Centesimus Annus).”
“A tal propósito, convém recordar uma verdade
que hoje nem sempre é bem entendida ou formulada com exatidão na opinião
pública corrente; a de que o direito à liberdade de consciência e, de modo
especial, à liberdade religiosa, proclamado pela Declaração Dignitatis humanae
do Concílio Vaticano II, está fundado sobre a dignidade ontológica da pessoa
humana e, de maneira nenhuma, sobre uma inexistente igualdade entre as
religiões e os sistemas culturais humanos”.
Isso não significa tolerar o erro
das religiões:
Quando uma doutrina religiosa não respeita a
dignidade humana em qualquer de seus aspectos (como as que fazem uso da
violência), significa que é uma falsa religião, uma anti-religião. Desta
religião anti-humana o Estado tem o dever de defender seu povo.
Princípios fundamentais
Na política, o católico, e quem acredite no
Evangelho, deve estar bem ciente dos princípios fundamentais da Doutrina Social
da Igreja, que devem servir de pauta à sociedade, baseados na lei natural e na
busca do bem comum, e ver se os seus candidatos adotam esses princípios (cf. Compêndio da Doutrina
Social da Igreja do Pontifício Conselho “Justiça e Paz”).
Subordinação da ordem social à
ordem moral estabelecida por Deus:
“A solução dos graves problemas nacionais e
internacionais não é apenas uma questão de produção econômica ou de uma
organização jurídica ou social, mas requer valores ético-religiosos
específicos, bem como mudanças de mentalidade, de comportamento e de
estruturas” (João Paulo II, Centesimus annus60).
“Aqui está precisamente o grande erro das
tendências dominantes do último século, erro destrutivo, como demonstram os
resultados tanto dos sistemas marxistas como inclusive dos capitalistas.
Falsificam o conceito de realidade com a amputação da realidade fundante, e por
isso decisiva, que é Deus. Quem exclui Deus de seu horizonte, falsifica o
conceito de ‘realidade’ e, em conseqüência, só pode terminar em caminhos
equivocados e com receitas destrutivas” (Bento XVI, Discurso inicial em
Aparecida, 3).
Dignidade da Pessoa Humana:
À luz da doutrina cristã, todos são pessoas, porque
igualmente criados à imagem e semelhança de Deus e remidos pelo sacrifício de
Jesus Cristo: qualquer ser humano passou a ser pessoa através das idéias
cristãs do amor fraterno e da igualdade perante Deus. O bem de cada pessoa e de todos
em comum está acima dos interesses de grupos, de indivíduos, da economia, do
estado (que foi feito para o homem),e de todos os outros seres. O homem
é o ápice da criação de Deus e é administrador de todas as realidades do mundo.
Solidariedade aqui é sinônimo de “amizade” (Leão XIII),
“caridade social” (Pio XI) e “civilização do amor” (Paulo VI).
“O homem deve contribuir, com seus semelhantes,
para o bem comum da sociedade, em todos os seus níveis. Sob este ângulo, a
doutrina da Igreja opõe-se a todas as formas de individualismo social ou
político” (CDF, Nota Doutrinal acima citada).
A busca do comum Ou seja, “o conjunto das condições da vida social
que permitem, tanto aos grupos como a cada membro, alcançar mais plena e
facilmente a própria perfeição” (Gaudium et Spes, 26).
A opção preferencial(Não exclusiva nem
excludente) pelos pobres:
“O Estado, na proteção dos direitos particulares,
deve preocupar-se, de maneira especial, dos fracos e dos indigentes. A classe
rica tem menos necessidade da tutela pública. A classe indigente, ao contrário,
sem riquezas que a ponham a coberto das injustiças, conta principalmente com a
proteção do Estado. Que o Estado se faça, pois, sob um particularíssimo título,
a providência dos trabalhadores, que em geral pertencem à classe pobre” (Leão
XIII, Rerum Novarum 20).
Não ao império do dinheiro, à tendência de “converter o
lucro em valor supremo” (Bento XVI,Discurso inicial em Aparecida, 2), posto
acima da moral. Não, portanto, ao “capitalismo selvagem”. Sim ao capitalismo sadio: sistema
econômico que reconhece o papel fundamental e positivo da empresa, da
propriedade privada, da responsabilidade pelos meios de produção, da livre
criatividade humana: Economia de mercado.
Não à ideologia do socialismo:
“Os cristãos, hoje em dia, sentem-se atraídos
pelas correntes socialistas e pelas suas diversas evoluções… contudo, tal corrente
foi e continua a ser,incompatível com a fé cristã” (Paulo VI, Octogesima
Adveniens, 31).
“O socialismo, como doutrina ou fato
histórico ou ação, se é verdadeiro socialismo, não pode conciliar-se com a
doutrina católica, pois concebe a sociedade de modo completamente avesso à
verdade cristã” (Pio XI, Quadragesimo Anno, 117).
Portanto, nenhum partido de ideologia socialista ou
comunista deve ser votado por um cristão.
Baseado no princípio de que o homem é anterior ao
Estado e que a sociedade doméstica tem sobre a sociedade civil uma prioridade
lógica e uma prioridade real, Pio XI ensina:
“Assim como é injusto subtrair aos indivíduos
o que eles podem fazer com a própria iniciativa para confiá-lo à coletividade,
do mesmo modo passar para uma sociedade maior e mais elevada o que sociedades
menores e inferiores poderiam conseguir é uma injustiça, um grave dano e perturbação
da boa ordem social...Não é justo que o indivíduo ou a família sejam absorvidos
pelo Estado” (Leão XIII, Rerum Novarum, 52).
Que as famílias possam ter iniciativa privada, por
exemplo, para construir creches e escolas, sem que o Estado possa interferir,
mas sim, subsidiar. Que haja, pois, da parte do Estado, incentivo e subsídio à
iniciativa privada na geração de empregos e na educação.
Nem, portanto, o Estado gigante do
socialismo, nem o Estado raquítico do libertarianismo. Nem o Estado
onipresente, nem o Estado omisso.
A expressão “Estado forte” pode muitas vezes
camuflar o significado de um Estado gigante, que não adota o princípio da
subsidiariedade. Governos, tanto federais, como estaduais e municipais, que
detêm a maioria dos empregos na sociedade, onde a maioria vive em função do
governo e dele dependente, são realmente Estados gigantes que não adotam o princípio
da subsidiariedade.
Prioridade do trabalho
sobre o capital - Ambos têm necessidade um do outro:
“Não pode haver capital sem trabalho, nem trabalho
sem capital” (Leão XIII, Rerum Novarum, 28).
“O trabalho é causa eficiente primária, o
capital é um instrumento ou causa instrumental...É preciso acentuar o primado
do homem no processo de produção, o primado do homem em relação às coisas”
(João Paulo II, Laborem exercens, 12).
Destinação universal dos bens, sem prejuízo do direito de propriedade privada:
“O direito à propriedade privada está
subordinado ao direito ao uso comum, subordinado à destinação universal dos
bens” (João Paulo II, Laborem exercens, 19).
Destinação e uso universal não significam que tudo
esteja à disposição de cada um ou de todos, e nem mesmo que a mesma coisa sirva
ou pertença a cada um ou a todos, mas que todo o homem deve ter a possibilidade
de usufruir do bem-estar necessário para o seu pleno desenvolvimento.
Direitos humanos
O atual governo elaborou um plano ou proposta de
ação para agora e para o futuro, uma carta de intenções, que tem provocado
justas reações adversas, pois contraria princípios da lei natural e
divino-positiva, bem como normas da verdadeira democracia. Chama-se “Programa
nacional de Direitos Humanos 3 – PNDH-3”.
A propósito desse Programa, a
CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, fez sua declaração, na qual,
entre outras afirmações, se lê:
“A Igreja se baseia na
concepção de Pessoa Humana que lhe advém da fé e da razão natural. Diante de
tantos reducionismos que consideram apenas alguns aspectos ou dimensões do ser
humano, é missão da Igreja anunciar uma antropologia integral, uma visão de
pessoa humana criada à imagem e semelhança de Deus e chamada, em Cristo, a uma
comunhão de vida eterna com o seu Criador. A pessoa humana é, assim, sagrada,
desde o momento de sua concepção até o seu fim natural. A fonte última dos
direitos humanos não se situa na mera vontade dos seres humanos, na realidade
do Estado, nos poderes públicos, mas no próprio ser humano e em Deus seu
Criador (Compêndio de Doutrina Social da Igreja, 153). Tais direitos são ‘universais,
invioláveis e inalienáveis’ (JOÃO XXIII, Pacem in Terris, 9)”.
“A CNBB reafirma sua posição, muitas vezes manifestada,
em defesa da vida e da família, e contrária à descriminalização do aborto, ao
casamento entre pessoas do mesmo sexo e o direito de adoção de crianças por
casais homoafetivos. Rejeita, também, a criação de ‘mecanismos para impedir a
ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União’, pois
considera que tal medida intolerante pretende ignorar nossas raízes
históricas”.
“A
sociedade brasileira já se manifestou a respeito do retrocesso democrático e do
caráter autoritário destas propostas governamentais. A dimensão ética defendida pelo Programa impõe a ditadura da
laicidade(Atéia), não respeita a nação brasileira que é religiosa, fere a lei
natural, manipula a autêntica visão dos Direitos Humanos, transformando-os em
direitos arbitrários. Repudiamos toda lei ou doutrina que em nome dos
Direitos Humanos, defende o aborto, destrói a família, desrespeita o direito
natural e impõe o pensamento de uma minoria.”
Dom Aldo de Cillo Pagotto,
Arcebispo da Paraíba, PB, ressalta ademais que:
“O decreto reflete a ideologia marxista, inspirando
a libertação do povo. Assim desde os anos 70 apregoam os fautores da esquerda
festiva. Notemos duas mudanças anticonstitucionais no texto do tal decreto:
1)- Primeira: a desestabilização do legítimo
direito de propriedade, ao fomentar invasões de propriedades pelos movimentos e
organizações populares (leia-se MST, congêneres).
2)- Segunda: praticamente legitima a invasão e a
tomada de propriedades, pelo exercício de mediação entre invasores e vítimas de
invasão, antecedendo uma eventual decretação de reintegração de posse, por
parte do juiz. Pela Constituição, invasão é crime. Pelo novo decreto, invasores
adquirem status legal dos antigos proprietários.
Essas propostas açodam a
insegurança no campo. Não se trata de ocupar terras devolutas, mas invadir
propriedades produtivas:
A grande aberração do documento é manipular os
Direitos Humanos, transformados em panacéia de ideologia.O decreto
estabeleceria a profissão para prostitutas. Ora, as pessoas que se tornaram
vítimas da difícil ‘vida fácil’, por certo gostariam de se libertar dessa
triste condição vexatória. O decreto estatui a prostituição, ou seja, a
promiscuidade…”.
Cultura homossexual
Na linha de Santo Agostinho, que dizia que Deus odeia o pecado, mas ama
o pecador, adotamos, nesse assunto, a posição do Catecismo da Igreja Católica
(2357-2359), que nos
ensina que as pessoas que apresentam inclinação homossexual devem ser acolhidas
com respeito e compaixão, evitando-se para com elas todo sinal de discriminação
injusta. Elas também são chamadas à virtude e à santidade, que podem alcançar
com o autodomínio e a graça de Deus. Somos, portanto, contra a homofobia.
Diferente disso, está a atual cultura homossexual,
com propagandas, passeatas e promoções de todo o tipo, incentivando, clara ou
sublinarmente, que os atos objetivos de homossexualidade seriam algo natural e
de acordo com a moral, sendo apenas uma questão de “opção sexual”, o que é um
grave erro.
São Paulo, apóstolo, fala “com lágrimas”, que muitos “se gloriam daquilo
de que se deveriam envergonhar” (Epístola aos Filipenses 3,19). E, referindo-se
aos pecados e perversidade dos pagãos, o mesmo apóstolo nos recorda a moral
natural:
Ademais, contra injustiças que venham a ser
praticadas contra essas pessoas, já existem leis suficientes. Ninguém deve ser
vítima de violência, de difamação ou outros crimes, independente de qualquer
condição da pessoa. Criar nova classe de pessoas e direitos é estimular ainda
mais os preconceitos.
O Problema da Terra
A questão agrária
Nessa polêmica questão, há que, inicialmente,
recordar o princípio dado pelo Papa Leão XIII, o Papa da questão social, de que
não há solução para os problemas sociais e econômicos sem o concurso das
virtudes morais e religiosas. Os problemas econômicos em geral não são só
econômicos; são sobretudo morais. Daí a necessidade de soluções morais.
Assim, a Igreja prega o desapego dos bens
materiais, combate a ganância e a ambição, mas defende o direito de
propriedade, pois o 7º Mandamento da Lei de Deus que alerta ‘Não furtar’, supõe
evidentemente que cada um tenha o direito de possuir o que é seu, verdade
reafirmada no 10º Mandamento, ‘Não cobiçar as coisas alheias’.
Ademais, a doutrina cristã ensina que a paz não
virá da igualdade absoluta de uma sociedade sem classes, mas da cooperação
fraternalmente cristã de classes sociais dispostas hierarquicamente de modo
proporcional e harmônico, sob os ditames da justiça e da caridade, que assim
diminuirão a distância entre essas classes.
Vale recordar o que já dizia
Abraham Lincoln no Congresso dos EUA em 1860:
“Não
se pode criar prosperidade desencorajando a poupança; fortalecer o fraco
enfraquecendo o forte; ajudar o assalariado destruindo o patrão; favorecer a
fraternidade humana encorajando a luta de classes; ajudar os pobres arruinando
os ricos; evitar aborrecimentos gastando mais do que se ganha; ajudar os homens
fazendo por eles o que eles próprios podem fazer”.
O meio universal de prover às necessidades da vida
é o trabalho, quer se exerça em terreno próprio quer no alheio. Por isso a
Igreja advoga que haja, para todos, trabalho digno remunerado com justiça.
E a Reforma Agrária compulsória e
fragmentadora, de estilo socialista e confiscatório, não encontra respaldo na doutrina
cristã e na Lei de Deus:A invasão de terras“Nem a justiça, nem o bem comum
consentem danificar alguém ou invadir a sua propriedade sob nenhum pretexto’
(Rerum Novarum, 55)”.
“A Igreja não pode estimular, inspirar ou apoiar as
iniciativas ou movimentos de ocupação de terras, quer por invasões pelo uso da
força, quer pela penetração sorrateira das propriedades agrícolas” (João Paulo
II, Discurso aos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, na sua visita “ad limina”,
março de 1996).
Política e coerência
Crista:
“Também para o cristão é válido que, se ele
quiser viver a sua fé numa ação política, concebida como um serviço, não pode,
sem se contradizer a si mesmo, aderir a sistemas ideológicos ou políticos que
se oponham radicalmente, ou então nos pontos essenciais, à sua mesma fé e à sua
concepção do homem…” (cf. Paulo VI, Octogesima Adveniens, 26).
As eleições
Nem sempre vence as eleições quem merece nem quem deveria vencer. Por
quê?
É a grande discussão sociológica e filosófica sobre
a verdadeira representatividade. Muitas vezes o povo vota influenciado pela
propaganda, pelos formadores de opinião, pelas pesquisas, sem muita reflexão e
conhecimento pleno do que significa o seu voto.
Jesus foi condenado à morte, a
pedido da maioria da população. Mas, por que Jesus perdeu essa eleição? A morte
de Jesus foi realmente o desejo da maioria do povo?
“Jesus,
tão querido por todos, cercado pelas multidões, aclamado pela população ao
entrar em Jerusalém, foi condenado por esse mesmo povo, cinco dias depois? Ou
será que esse povo foi manobrado por uma minoria ruim, mas muito hábil?”
O Evangelho diz que os chefes, os manipuladores de
opinião, influenciaram o povo a que pedisse Barrabás e condenasse Jesus. Ele
mesmo, ao morrer na cruz, pediu por eles perdão ao Pai, dizendo que eles não
sabiam o que faziam. Já não eram mais povo de Deus, pois tinham
se tornado massa de manobra.
Uma ocasião para se perceber a
diferença entre povo e massa são as eleições:
Quem vota em quem grita mais, dá mais dinheiro,
agrada mais, é povo ou massa?
Quem vota sem refletir ou raciocinar, quem é levado
só pela propaganda e não pela verdade e pela razão, é povo ou massa? É homem ou
irracional?
Votemos como povo de Deus e não como massa de manobras ideológicas.
Autor: Marcio Carvalho
Fontes:
http://www.presbiteros.com.br/site/orientacoes-sobre-politica-e-eleicoes-d-fernando-rifan/
http://www.catolicismoverdade.com.br/2010/09/orientacoes-e-criterios-para-as.html
http://portalcatolico.org.br/portal/eleicoes-2006-orientacoes-da-cnbb/
http://diocesedeguarulhos.org.br/site/index.php/criterioseleicoes/
http://www.arquidiocesejuizdefora.org.br/downloads/documentos/1/mensagem_eleicoes_2012.pdf
http://blog.comshalom.org/carmadelio/42581-o-brasil-os-catolicos-e-eleicoes-de-2014-que-fazer
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