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O homem moderno confunde Verdade com sinceridade

Written By Beraká - o blog da família on quinta-feira, 4 de abril de 2013 | 16:19







Por Dom Estevão Bettencourt (OSB)







O Homem precisa da religião para praticar o bem?




O Homem moderno confunde VERDADE com SINCERIDADE – Todas as religiões são boas ? Basta uma prática sincera sem preocupar-se com a VERDADE ?TODOS, assim, “tem razão” e Deus se torna dispensável  e todas as religiões são boas e verdadeiras, pois basta ser um religioso sincero? O mundo de hoje diz: "Em matéria de Religião, o essencial é o procedimento reto e bondade para com todos os homens. As questões de credo ficam sempre obscuras e não essenciais na busca da verdade, bastando os sentimentos. Sinto...logo é verdadeiro!"



Para julgar adequadamente o conteúdo das proposições acima, deveremos considerar de per si cada um dos dois aspectos que elas abordam:




1) Religião, Verdade e Sinceridade.




2) Religião e culto externo.




I - Religião, Verdade e Sinceridade











A mentalidade moderna tem posto em xeque não somente este ou aquele ensinamento do Cristianismo (a Divindade de Jesus, a presença real do Senhor na Eucaristia…), mas também o próprio conceito de «verdade religiosa»; quem professa alguma verdade em nome da Religião e quer defender os direitos que a mesma tem, de não ser equiparada ao erro, parece propugnar «dogmatismo» estreito, hedionda mesquinhez de espírito, diante da qual alguns contemporâneos «se escandalizam».Parece que em Religião o conceito de verdade é relativo; Religião seria, primariamente, manifestação do sentimento ou do bom senso de cada indivíduo, não, porém, algo que se possa e deva exprimir em fórmulas universais destinadas a serem reconhecidas por todos os homens.Cada um, por conseguinte, teria o direito de fazer «sua» religião, de acordo com seus critérios pessoais, e todos teriam a obrigação de dizer que as diversas formas de religião assim concebidas são boas, contanto que os respectivos adeptos pratiquem o bem e sejam sinceros.«Praticar o bem», tal seria simplesmente o ideal do homem.A filosofia religiosa e a teologia seriam secundárias, seriam valores subjetivos, reservados ao foro particular de cada um.Não teriam razão os que assim pensam ?A resposta a esta questão decorrerá claramente de uma análise das causas de tal atitude.Ora parece que são três os motivos desse relativismo religioso.










1) O homem moderno está muito imbuído da mentalidade procedente dos métodos das ciências físicas e matemáticas; tais métodos, que se baseiam estritamente no visível e ponderável, parecem ao filho do nosso século ser os únicos que levem à posse segura da verdade; nos setores em que a pesquisa empírica não tem aplicação (como seriam os da metafísica e da teologia), julgam muitos pensadores que não se pode chegar à certeza. Sendo assim, as proposições que não possam ser provadas por tais métodos (como é o caso das proposições religiosas) só parecem interessar ao sentimento e à vida afetiva de indivíduos; preconiza-se o respeito para com essas fórmulas; julga-se, porém, que são arbitrárias, válidas apenas para quem as queira adotar. À luz desta concepção, tende-se a fazer das noções de Deus e das relações do homem com Deus (noções que não podem ser formuladas em laboratório), algo de cada vez mais vago e pálido; «Deus» e «Religião» se tornam, aos poucos, conceitos tão diluídos que muitos facilmente os removem, sem julgar que nisto haja algum detrimento real.Paul Claudel o observava muito bem:«A tentação do homem moderno consiste em fazer crer que não é necessária a crença em Deus para se praticar o bem». O homem se consumaria na prática do bem igualmente, tendo ou não tendo Religião.Com outras palavras ainda:Em se tratando de Religião, a mentalidade cientificista moderna leva o homem a não se preocupar muito com a VERDADE.Contenta-se apenas com a SINCERIDADE ou com as disposições pessoais dos indivíduos «religiosos»; substitui-se assim a noção de verdade (valor objetivo) pela de sinceridade (valor subjetivo); julga-se que pouco importa o que alguém professa (catolicismo, protestantismo, espiritismo, budismo…), contanto que o professe sinceramente.Ora não é preciso grande esforço para se averiguar quão vã é tal posição:A sinceridade com a qual alguém professa uma ideologia ou propugna uma causa, não é, de modo nenhum, argumento cabal em favor dessa causa! O fato de que há comunistas sinceros não justifica o comunismo, como também o fato de que há católicos, protestantes e Ortodoxos sinceros ainda não justifica o Catolicismo, Protestantes e Ortodoxos.A sinceridade é uma disposição subjetiva, independente das qualidades do objeto ao qual ela se aplica; mesmo as causas mais desastrosas tiveram adeptos fanáticos, de cuja sinceridade não nos seria lícito duvidar.Ninguém nega o valor da sinceridade ou da boa fé!A boa fé, porém, (disposição subjetiva) não dispensa o seu complemento necessário que é a verdadeira fé (ou a apreensão da realidade objetiva tal como ela é).Em última análise, deve-se dizer que a atitude relativista do homem contemporâneo frente a tudo que é metafísico e religioso, significa decrepitude ou cansaço da mentalidade moderna:“Quem renuncia a verdades objetivas para se prender unicamente a critérios subjetivos na orientação de sua conduta, sofreu uma deformação em sua mentalidade.”O homem que só admite certeza no setor das ciências positivas, fecha-se intencionalmente a toda uma ordem de coisas ainda mais ricas do que as coisas visíveis; os objetos sensíveis sugerem conclusões contingentes, muito sujeitas a ser reformadas (basta lembrar como os cientistas vão sucessivamente remodelando suas explicações dos fenômenos); ao contrário, a realidade que fica além do empírico, a realidade metafísica, é, como dizia o filósofo grego Aristóteles (+322 a. C.), «necessária, eterna e imutável», oferecendo, por isto, certeza tal que as ciências empíricas geralmente não conseguem obter.Donde se vê que uma das tarefas mais prementes que incumbem ao homem moderno, é a de confiar de novo na sua inteligência; esta, utilizada sem preconceitos, indica ao estudioso a existência do Mistério ou de uma Inteligência transcendente; indica, sim, a existência de Deus e das realidades invisíveis; ora, não há dúvida, a inteligência humana, feita para captar a verdade, tem como vocação primária a apreensão de tais realidades não sujeitas à contingência da matéria. Não se justifica, portanto, o relativismo no setor religioso; existe o Mistério, mas existe também intelecto humano capaz de o apreender aos poucos. Cf. «P. R.» 8/1958, qu. 2.(Não repetimos aqui o que já foi dito em «P. R.» 20/1959, qu. 1, em favor das possibilidades de chegarmos ao conhecimento da verdade).












2) Outro motivo, afim ao anterior, que explica a indiferença moderna em relação à fé, é o primado que hoje em dia se atribui à ação e aos valores práticos, com detrimento para os valores especulativos.Muitos tendem a julgar o Cristianismo e, em particular, o Catolicismo pelas suas manifestações externas; em consequência, assim como há os que muito admiram a Igreja por causa dos benefícios (educação, instrução, morigeração…) prestados à humanidade, há também os que dela se afastam por causa de maus exemplos dados pelos cristãos.Para não poucos contemporâneos a pior objeção existente contra a fé Cristã é o comportamento decepcionante de irmãos tidos como católicos.Ao averiguá-lo, esses observadores julgam poder definir peremptoriamente a sua atitude de condenação; não consideram aquilo que a fé católica ensina, nem olham para os valores objetivos que a mesma encerra, independentemente da infidelidade dos seus pretensos adeptos - (O princípio de  “o abuso não tolhe o uso”).Ante tal tendência, o católico reconhecerá, sem hesitação, que a fé deve ser eficaz, que a conduta de vida há de ser coerente com a crença e que a verdade tem por fim transformar as almas.Não há dúvida, nas origens do Cristianismo, foi o teor de vida exemplar dos cristãos que para muitos pagãos se tornou a prova palpável da origem divina da Igreja.Mas, reconhecendo isso, o bom cristão não poderá deixar de lembrar aos seus observadores a distinção vigente entre a verdade em si e a conduta pessoal, subjetiva, dos que professam a verdade:«A verdade nada tem que ver com o número de pessoas que ela persuade», dizia Claudel muito sabiamente.Sim; a verdade permanece de pé e tem sempre valor destinado a todos os homens, ainda que os filhos da verdade não lhe deem testemunho prático.A verdade não se desvirtua pelo fato de que não é traduzida por atos concretos. Ela fica sendo sempre capaz de transformar a vida de quem a abrace, embora este ou aquele indivíduo que a profere não leve, por fraqueza humana, uma conduta de vida consequente.«Muitas mentiras não extinguem a existência da verdade» (Daniélou).










3) Em terceiro lugar, como fator de indiferença perante a fé, pode-se apontar o orgulho de que muitas vezes está imbuído o cidadão do século XX.Esse garbo desregrado se dissimula sob formas sutis. Em última análise, o homem contemporâneo sabe que quem aceita a fé, aceita ao mesmo tempo a irrupção, em sua vida, de Alguém que nunca mais o deixará entregue a si mesmo. Aceitar a fé implica renunciar ao desejo que cada um tem de bastar a si, para aceitar a condição de ser englobado numa corrente de vida que talvez leve a pessoa a sair da sua mediocridade e a atingir objetivos mais elevados do que os que ela quisera atingir. Em outros termos: aceitar a Deus e aceitar o seu amor, como Ele se manifesta no Catolicismo, significa abraçar a perspectiva de ser desapossado da posição de «alfa e ômega» que cada um tende a atribuir a si mesmo. «Deus primeiro nos amou», diz S. João (1 Jo 4,10), de sorte que ao homem compete aceitar esse amor e corresponder-lhe dignamente.





Em suma: a fé a muitos aparece como uma ameaça à sede de autonomia que o filho do século XX traz em si:





É por isto que grande número de nossos contemporâneos, sem ter a ousadia de renegar diretamente o Criador, preferem forjar o seu conceito «próprio» de Deus e de Religião; preferem dizer eles mesmos quem é o Senhor e como se chega até Ele, emancipando-se destarte de qualquer autoridade objetiva, devidamente credenciada para propor as verdades religiosas.Sem dificuldade, percebe-se quanto o homem moderno, nutrindo tal atitude, engana a si mesmo.Não pode haver Religião sem fé, sem adesão da razão a verdades de ordem superior, que o homem não abarca com sua exígua inteligência, mas que se lhe incutem por estarem devidamente credenciadas.Sim; deve-se levar em conta, de um lado, que Deus, por definição, é o Ser absoluto, infinitamente mais rico do que o homem; por conseguinte há de ter seus mistérios.Doutro lado, tendo criado o homem por benevolência, Deus não podia deixar de lhe revelar algo de seus desígnios, assim como os meios necessários para que o homem volte ao Criador. Pois bem; tal revelação divina foi feita e há de ser aceita, por vias objetivas, por um magistério anterior e superior ao indivíduo, devendo este, por conseguinte, prestar fé. Não há dúvida, é mais cômodo ao intelecto humano criar ou inventar do que simplesmente aceitar a realidade religiosa já feita. Essa «comodidade», porém, é ilógica; desvirtua o conceito de Religião, pois Religião significa entrega do homem a Deus, Ser vivo, pessoal e transcendente. Será sempre preciso reconhecer que Deus precede o homem,que há efeitos sobre os quais este não pode dispor, enfim,que ao homem toca necessariamente entrar numa ordem de coisas que ele não inventou.De resto, observa-se que a fé de modo nenhum suprime a pesquisa racional; deixa aberto vasto campo de estudos ao qual se aplica a inteligência: basta lembrar quanto a Revelação cristã estimulou o desenvolvimento da Filosofia e da especulação intelectual na Idade Média. Do seu lado, a inteligência humana, aplicando-se logicamente ao estudo, chega à conclusão de que a única posição verdadeiramente razoável é a de quem tem fé. Sim; a razão aos poucos descobre a existência do Mistério e do Transcendente que está na raiz de toda a realidade; ora, tendo-o descoberto, é consentâneo com os seus próprios ditames que ela profira um ato de fé ou de adesão ao Mistério ou ao Absoluto.





II - Religião e culto divino (Externo):





Mencionamos acima a marcante tendência do homem moderno à atividade. A multiplicação de tarefas que o progresso do saber e da técnica acarretou, parece solicitar toda a atenção do cidadão, não deixando lugar nem tempo para grandes manifestações religiosas. Dir-se-ia que as energias dedicadas aos atos religiosos são sequestradas à construção da cidade dos homens, cidade dos homens onde tanta miséria requisita incessante colaboração.












Vejamos os graves “senões” que nesse modo de pensar se encerram:




A essência da Religião e, em particular, do Cristianismo está em que o homem reconheça sua dependência em relação a Deus e se una o mais possível ao Senhor; o amor ao próximo e o alívio da sorte alheia têm que ser considerados como efluxos vivos desse amor a Deus.Ora o homem não pode limitar suas relações com Deus ao plano do invisível, pois o ser humano é essencialmente um composto de alma e corpo, dotado de índole social; a vida do homem se desenvolve normalmente: mediante o uso de suas faculdades corpóreas e em ambiente comunitário; cf. «P. R.» 15/1959, qu. 3. Por isto deve-se dizer que o homem que não reserva periodicamente algum espaço de tempo para a oração (ou seja, para a procura explícita da união com Deus), e para a oração comunitária, tal homem não vive como homem; sua vida está mutilada. Pertencer à comunidade, aperfeiçoar-se na comunidade (família, escola, igreja, profissão civil ou religiosa…) são elementos essenciais à personalidade humana, elementos sem os quais esta definha. Esta afirmação é corroborada pelo fato de que os homens sempre experimentaram a necessidade de consagrar mediante ritos coletivos ao menos as fases essenciais da sua existência, ou os atos nos quais lhes parece tocar o mistério de Deus e da vida: o nascimento (surto da vida), o casamento (contrato que visa multiplicar a vida) e a morte (extinção da vida); sempre que o homem se viu colocado diante da realidade básica, que é a vida, ele procurou entrar em contato com Deus de maneira comunitária e sensível.




De modo especial, o Cristianismo requer dos seus membros a prática dos sacramentos:














Sim; o Cristianismo é essencialmente a Encarnação do Divino no humano. Em primeiro lugar, Cristo é o Filho de Deus feito homem; os que tomaram contato com a sua Divindade invisível, tomaram-no por meio da sua carne sensível.Por sua vez, a Igreja é a continuação da Encarnação; Cristo Lhe confiou os mistérios de Deus e da Redenção, que Ela traz encerrados dentro de moldes sensíveis e humanos; por isto ninguém pode tomar contato com as riquezas de Cristo a não ser por meio da estrutura visível ou dos sacramentos da Igreja.Quem despreza a Igreja por causa da índole sensível dos sacramentos, está-se afastando de Cristo e vai-se privando dos tesouros de santificação e Redenção que o Salvador nela depositou.





Pode-se dizer que Cristo é o Grande Sacramento ou o Sacramento primordial:














Ele se fez Filho do homem para que o homem se tornasse filho adotivo de Deus; e, na qualidade de Filho do homem, multiplicou pães, transformou água em vinho, tendo em vista por essa via levar os homens até a sua Divindade, ou mesmo até o Pai Celeste.Ora os sacramentos não são senão água, pão, vinho, óleo, gestos e palavras que Cristo hoje em dia administra por meio da sua Igreja (ou do seu Corpo prolongado) a fim de comunicar aos homens a filiação divina. Em consequência, vê-se que anticristão seria querer afastar-se do plano sacramental; o cristão que o pretendesse, deixaria de ser cristão no sentido pleno da palavra, por muito que praticasse a beneficência para com os indigentes (não é preciso ser cristão para ter pena dos que sofrem; basta ter o senso humanitário ou filantrópico natural, que é comum a todos os indivíduos, antes mesmo que professem alguma crença religiosa positiva).Não sem razão, pode-se julgar que a recusa do aspecto sacramental e ritual do Cristianismo é inspirada pelo orgulho do homem contemporâneo; o recurso aos elementos materiais e sensíveis (água, pão, vinho, óleo…) instituídos por Cristo como canais da graça parece ser algo de pequenino demais para o cidadão do século XX, o qual pouco compreende que Deus se revela aos humildes e pequenos (cf. Mt 11,25).Dir-se-á, porém: apesar de tudo, não é mais útil e premente praticar a caridade (dando de comer a quem tem fome, vestindo a quem está desnudo.. .) do que ir à Missa e participar de assembleias litúrgicas ?Vista a necessidade da oração, e da oração coletiva (ou seja, do culto comunitariamente prestado a Deus), responderemos que por motivo nenhum o cristão poderá menosprezar esse culto, instaurado pelo próprio Cristo.Os homens procuram construir as cidades dos homens neste mundo; mas, para que tais cidades tenham consistência, deverão deixar que Deus construa a Sua Cidade entre eles; se Deus não construir a Sua Cidade, nem os homens construirão a deles.Ora o Supremo Senhor edifica Sua Cidade por meio dos Sacramentos; é principalmente através destes que o Redentor age no mundo, comunicando-lhe valores eternos, que servirão de esteio para os valores temporais.«O serviço explícito de Deus constitui uma experiência tão fundamental quanto o serviço do próximo. Estas duas exigências são igualmente incoercíveis. Um cristão se engana sempre que minimiza uma ou outra. O mundo não será digno deste nome se nele uma e outra não forem respeitadas. Um mundo sem adoração é mundo tão desumano quanto um mundo sem fraternidade. A verdadeira cidade, diz La Pira, é aquela em que Deus e o homem têm cada qual a sua casa» (J. Daniélou, Défense du pratiquant, em «Études» janv. 1958,12).A construção da cidade dos homens e o culto do Deus não são incompatíveis entre si. É preciso mesmo dizer que, se os cristãos foram, nesta ou naquela fase da história, infiéis às suas tarefas sociais, isto não se deve a um presumido excesso de amor a Deus e à casa de Deus.É vã a censura, feita aos cristãos, de que a sua fé os subtrai aos afazeres temporais. As energias consagradas ao Senhor não são furtadas aos homens, porque, na verdade, o amor aos homens só é eficaz quando sustentado pelo amor a Deus e ao seu santuário.





Em último lugar, o observador não cristão poderia apontar o caso de mais de um cristão para quem a Religião se limita aos atos do culto!






Há, sim, quem muito viva na igreja, sem pensar em aliviar a sorte do próximo na cidade. Tal tipo de fiéis não redunda em desabono do ritual cristão ?Na verdade, muito se deve lamentar a existência de tais cristãos. Sua atitude, pouco ou nada influente na vida social, em parte terá dado motivo à reação dos não católicos contra o culto católico. Contudo o proceder incoerente dos que vão à Missa, mas não difundem os frutos da Missa no mundo, ainda tem significado: exprime na sociedade o desejo de não romper com Deus, mas de manter contato com Ele.«Não louvarei o cristão para quem o Cristianismo se reduz a alguns atos religiosos. Mas também não lhe atirarei a primeira pedra. Nele respeitarei o pavio que ainda fumega, o caniço que pode ser reerguido. Quando essa chamazinha se tiver extinto por completo teremos entrado no mundo das trevas, da morte espiritual, dos casamentos meramente civis e dos enterros meramente civis. Vivemos num mundo em que pode haver dedicação aos interesses da humanidade, do progresso ou da ciência, mas em que essa dedicação imola vidas humanas ao monstruoso ídolo que é o orgulho coletivo do homem» (J. Daniélou, ibd. 6).À guisa de comentário, seja lícito repetir: o cristão que frequenta o culto, mas não irradia devidamente a sua caridade no convívio social, é certamente merecedor de censura; contudo ele ainda constitui de certo modo um testemunho contra a total laicização da vida humana (casamentos e enterros meramente civis), laicização que está em frontal oposição às concepções mais espontâneas da natureza humana, como já tivemos ocasião de notar (cf. pág. 281).





CONCLUSÃO












Para sintetizar quanto até aqui foi dito, parece não haver melhor conclusão do que a que um profundo e equilibrado observador de nossos tempos assim formula:«Está claro que, se não há Cristianismo sem sacramentos, os sacramentos não bastam para fazer um verdadeiro cristão. A prática dos sacramentos é a condição primária, sem a qual não existe Cristianismo autêntico. É por isto que a diminuição da mesma será sempre grave sintoma; contudo a prática sacramental é apenas um ponto de partida. De um lado, a carência de prática sacramental é motivo de condenação para aqueles que desprezam os sacramentos; de outro lado, porém, a prática sacramental por si só não justifica aqueles que deixam infecundos os sacramentos» (J. Daniélou, ibd. 13).














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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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