Eu Creio – Nós Cremos: Da fé pessoal para a fé comunitária e da Igreja – “Creio para compreender e
compreendo para melhor crer” - (Santo Agostinho). RESPONDENDO
AS DÚVIDAS DOS PARTICIPANTES: (desculpem-me a demora nas respostas, devido a
falta de tempo para responder com profundidade as questões propostas) – Caso surjam
mais dúvidas, podem usar abaixo o quadro de comentários, que na medida do
possível irei respondendo!
1ª DÚVIDA: O Católico é obrigado a
crer nos dogmas da Igreja como disse o Pe. Paulo na Santa Missa ?
RESPOSTA
CATÓLICA: Sim! Se for Católico fiel e Praticante, conforme
os parágrafos do CIC 88;889-891: Na Igreja Católica Romana, um dogma é uma
verdade absoluta, definitiva, imutável, infalível, inquestionável e
absolutamente segura sobre a qual não pode pairar nenhuma dúvida. Uma vez
proclamado solenemente, nenhum dogma pode ser revogado ou negado, nem mesmo
pelo Papa ou por decisão conciliar. Por isso, os dogmas constituem a base
inalterável de toda a Doutrina católica. E todo aquele católico fiel e convicto
de sua fé é obrigado a aderir, aceitar e acreditar nos dogmas de uma maneira
irrevogável aderindo à fé da Igreja (Nós Cremos).Do contrário, a dúvida contumaz
e explícita a qualquer dos dogmas constitui HERESIA sujeita a excomunhão
automática da fé Católica. Os dogmas têm estas
características porque é uma verdade que está contida, implícita ou
explicitamente, na imutável Revelação divina ou que tem com ela uma
"conexão necessária". Para que estas verdades se tornem em dogmas,
elas precisam ser propostas pela Igreja Católica diretamente à sua fé e à sua
doutrina, através de uma definição solene e infalível pelo Supremo Magistério
da Igreja (Papa ou Concílio ecuménico com o Papa ) e do posterior ensinamento
destas pelo Magistério ordinário da Igreja. Para que tal proclamação ou
clarificação solene aconteça, são necessárias duas condições:
1)-O sentido deve
estar suficientemente manifestado como sendo uma autêntica verdade revelada por
Deus.
2)- A verdade ou
doutrina em causa deve ser proposta e definida solenemente pela Igreja como
sendo uma verdade revelada e uma parte integrante da fé católica .
Mas, "a
definição dos dogmas ao longo da história da Igreja não quer dizer que tais verdades só
tardiamente tenham sido reveladas, mas que se tornaram mais claras e úteis para
a Igreja na sua progressão na fé". (por exemplo: Não é que Céu, inferno e
Purgatório, bem como a Trindade, só tenham existido a partir da decretação do dogma,
na realidade eles sempre existiram, o dogma apenas o confirmou).Por isso, a
definição gradual dos dogmas não é contraditório com a Revelação divina, mas é inalterável, definitiva e imutável desde da
ascensão de Jesus. Os mais importantes
dogmas, que tratam de assuntos como a Santíssima Trindade e Jesus Cristo,
"foram definidos nos primeiros concílios ecuménicos. O Concílio Vaticano I
foi o último a definir verdades dogmáticas (primado e infalibilidade do
Papa)".As definições de
dogmas "mais recentes estão a da Imaculada Conceição de Maria (1854) e da sua Assunção ao Céu em
Corpo e Alma (1950).DETALHE: Nem tudo que é proposto pela Igreja como DOUTRINA
AUTÊNTICA é dogma, os dogmas solenemente proclamados como tais são poucos(Em
torno de 45 ao longo destes mais de 2000 anos de história da Igreja) - Para saber
mais sobre os dogmas veja neste link interno:
2ª DÚVIDA: Gostaria de saber mais sobre o dogma da
IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA
RESPOSTA
CATÓLICA: Sugiro você olhar e se aprofundar diretamente do decreto Papal sobre
este dogma, que esclarece e retira todas as suas dúvidas, o qual você pode
conferir no link interno abaixo deste blog:
3ª DÚVIDA:A cerca de Deus PERMITIR
determinada coisas, você durante o curso disse que Santo Tomás de Aquino já
respondeu a esta dúvida no passado – Quais são estas respostas ?
RESPOSTA CATÓLICA: Um dos temas
que mais vêm à tona nos círculos filosóficos e religiosos de nossos dias, é o
do sofrimento. Quanto mais se alastra e intensifica a dor dos homens provocada
pela fome, o terrorismo, as guerras, tanto mais indagam a respeito do sentido
do sofrimento ? Por que Deus Permite ?Freqüentemente
nasce daí a objeção; se Deus existe, como pode permitir tanta desgraça,
especialmente quando afeta pessoas inocentes? Se tanto mal acontece, ou Deus
não pode ou não quer evitá-lo.No primeiro
caso, Ele não é todo-poderoso (então não é Deus); no segundo caso, Ele não ama
seus filhos, pois nenhum pai assiste indiferente ao sofrimento dos seus filhos. Em conseqüência de tais raciocínios, parece lógico
a muitos negar a existência do próprio Deus.Eis por que as explicações subseqüentes serão dedicadas ao estudo de tal problema. Pode-se-lhe
apresentar solução ?, ou ao menos alguma luz que o esclareça? Aliás, também
o último Sínodo Mundial dos Bispos, encerrado em dezembro de 1985, chamou a
atenção para a recrudescência do mal em nossos dias (tão marcados pela fome e
pela ameaça de catástrofes nucleares) e solicitou especial atenção para a
Teologia da Cruz: “Percebemos
que os sinais dos tempos são, em parte, diferentes daqueles dos tempos do
Concílio, com problemas e angústias ainda mais graves. Com efeito; assistimos
em toda parte ao aumento da fome, da opressão, da injustiça; a guerra domina em
vários lugares, com os sofrimentos que ela acarreta, enquanto o terrorismo e a
violência, sob mil formas, se manifestam um pouco por toda parte. Isto nos
obriga a nova e mais profunda reflexão teológica para interpretar esses sinais
à luz do Evangelho…Parece
que nas atuais dificuldades, Deus nos quer ensinar mais profundamente o valor,
a importância e a centralidade da Cruz de Jesus Cristo”:Examinemos
agora as objeções que, em vista do sofrimento da humanidade, são atualmente
levantadas contra a existência ou os atributos de Deus.
"Se o mal existe, Deus existe!" - Eis as objeções que a opinião pública não raro conclui: "É um Deus sem poder ou sem amor!"
A resposta católica a
tal objeção já foi formulada por S. Agostinho (+ 430), ao qual S. Tomás de
Aquino (+ 1274) fez eco: “Diante
do sofrimento no mundo, Deus não pode ou não quer intervir. No primeiro caso,
Ele é fraco ou destituído de poder; no segundo caso, Ele carece de amor para
com seus filhos”. -
Esta objeção já foi longamente desenvolvida por Voltaire após o terremoto de
Lisboa em 1755 e pelo filósofo Arthur Schopenhauer (+1860). Houve quem lhe
respondesse, admitindo que Deus é muito sábio e muito poderoso, mas não
todo-poderoso (assim Voltaire, Stuart Mill, M. Schiller). – Todavia quem assim
pensa, está praticamente negando a existência de Deus, pois, por definição, ou
Deus é a Suma Perfeição, sem limites, ou simplesmente não existe. “A existência do mal não se deve à falta de poder ou de
bondade em Deus; ao contrário, Ele só permite o mal porque é suficientemente
poderoso e bom para tirar do próprio mal o bem" – Nulo modo sineret aliquid
mali esse in operibus suis, nisi esset adeo omnipotens et bonus ut bene faceret
etiam de malo” (Enchiridion, c. 11; ver Suma Teológica l qu, 22, art. 2, ad 2).
Estas palavras, aliás, sintetizam toda a doutrina
católica relativa à origem do mal:
1)
O mal não é uma entidade positiva; mas uma carência do ser (ou do bem) devido.
Assim a cegueira é a falta de olhos (é um mal nas criaturas às quais a natureza
concede olhos); o pecado é a falta de concordância do ato humano com o Fim
Supremo da moralidade, que é Deus.
2)
Ora o não ser ou a carência como tal não tem causa. Só pode ser indiretamente
causado por um agente falível ou uma criatura que, ao agir, seja capaz de
produzir um efeito incompleto, carente de sua perfeição.
3)
Por conseguinte, Deus, sendo por definição o Ser Perfeitíssimo, não pode ser
causa do mal, Esta há de ser a criatura, que pode falhar ao agir no plano
físico (um desastre de automóvel, uma enchente, uma seca…) ou no plano moral (o
pecado).
4)
Deus permite que as criaturas exerçam a sua atividade conforme a natureza de
cada uma; permite, pois, as falhas respectivas. Ele não fez um mundo
artificialmente policiado ou de marionetes. Todavia em sua sabedoria e bondade.
Ele se compromete a aproveitar o próprio mal cometido pelas criaturas para daí
tirar bens maiores.
5)
Não raro é-nos dado perceber os bens que se seguem aos males decorrentes da
ação das criaturas. Com efeito, sabemos que muitas e muitas pessoas se
transformaram e nobilitaram em conseqüência de uma moléstia grave, de um baque
ou insucesso na vida. Em outros casos não nos é possível indicar os frutos
positivos procedentes de algum mal; mas o cristão tem a certeza de que, no
final dos tempos, lhe será concedido contemplar o plano de Deus e as ligações
existentes entre os fatos que ele abrange.A
resposta teológica aqui esboçada é complexa, Importa aqui mostrar apenas que a
existência do mal no mundo não significa falta de poder ou de bondade em Deus.
Os caminhos de Deus não são os dos homens, diz o Profeta (Is 55,8); a visão que
Deus tem das criaturas e da história, é muito mais extensa do que a que nós
temos. Por causa de nossas perspectivas limitadas, corremos o risco de apontar
sem mais um mal ou um desastre onde há apenas o preâmbulo de um grande
benefício arquitetado sobre a própria falibilidade das criaturas.
REFUTAÇÃO DOS
CÉTICOS: “Não aceito a explicação, pois freqüentemente me parece que a desgraça
é tão-somente desgraça, longe de qualquer plano providencial de Deus”.
A propósito formularemos três observações:
1)
É preciso que a criatura não faça de si mesma o padrão ou o critério para
avaliar felicidade ou desventura. Não diga: “Se eu não vejo o lado positivo de
uma desgraça, tal lado positivo não existe”. Somente Aquele cujo olhar abarca
toda a história da humanidade pode definir o sentindo real que cada
acontecimento tem nesse conjunto. Só Ele é capaz de um mal aparente tirar um bem permanente!
2)
Se determinado mal não tem realmente uma contra-parte positiva ou valiosa, isto
se deve muitas vezes ao endurecimento ou à indisposição do ser humano. Deus não
constrange ninguém a acolher a sua graça. Com outras palavras: a pessoa que
sofre, pode fechar-se numa atitude de revolta, que a torna impermeável à
ação do Espírito de Deus.
3)
Se alguém insiste em negar a existência de Deus por causa das desgraças
existentes no mundo, elimina do seu horizonte um fator de esperança e coragem,
e não resolve o problema do sofrimento. Ao contrário, cria para si um novo
problema. Com efeito, verifica-se que muitas e muitas pessoas, quando sofrem,
apelam espontaneamente para Deus; assim nos cárceres, nos hospitais, nas
trincheiras de guerra… é mais freqüente o clamor que pede ajuda, do que a
blasfêmia. Quem sofre, experimenta muitas vezes a necessidade de um auxílio
mais do que humano para tirá-lo da sua dor e salvar da desgraça os seus
semelhantes.Mais:
se alguém nega a existência de Deus, vê-se diante de um mundo marcado pela
injustiça e retido pelas leis do mais forte que esmaga o mais fraco… sem que
possa haver esperança de restauração da ordem ou do reconhecimento dos
verdadeiros valores. Já Platão (+ 347 a.C.), diante da injusta morte de
Sócrates, afirmava a necessidade de haver uma justiça superior ou divina para
que a morte de Sócrates não fosse um mero absurdo ou o triunfo do mal sobre o
bem (ver os diálogos República e Fedon).
REFUTAÇÃO DOS
CÉTICOS: “Somente os criminosos deveriam sofrer, ao passo que os justos
haveriam de gozar de paz e felicidade. Ora às vezes parece que se dá
contrário”.
A respeito
ponderamos:
1)
Todos os seres humanos são portadores de pecado. Não os dividamos em criminosos,
de um lado, e inocentes, de outro lado. Os que não cometem graves faltas
morais, trazem dentro de si a potencialidade ou a capacidade de as cometer, em virtude do pecado original.
2)
O sofrimento não deve ser considerado apenas como punição ou sanção devida a um
réu. Ao contrário, o sofrimento tem significado muito mais largo e nobre. Com
efeito:
a)
o sofrimento físico é decorrente da própria natureza do homem. A dor é sinal de
alarme que torna o homem consciente de uma moléstia ou um distúrbio do seu
organismo; se não fosse a dor, o mal progrediria sem que o paciente pudesse
perceber adequadamente. O natural desgaste dos órgãos (coração, pulmões,
fígado…) provoca dores que vêm a ser salutar advertência ou ensinamento para o
homem.
b)
O sofrimento está também muito ligado ao amor e à nobreza de caráter. Longe de
ser castigo, o sofrimento decorre muitas vezes do fato de que alguém ama outra
pessoa e compartilha as dores desta. Pode-se mesmo dizer: quanto mais alguém é
digno e magnânimo, tanto mais sofre; quanto mais mesquinho ou desnaturado,
tanto menos sofre. Qual a mãe que não sofre por causa da dor de seu filho?
c)
De modo geral, o sofrimento é escola para o ser humano. Contribui para vencer o
egoísmo e tornar a pessoa mais voltada para o próximo; torna atuantes muitas
energias e potencialidades que nunca desabrochariam se não fosse o
sofrimento. Esta verdade é tão óbvia que já os antigos gregos a formularam no
trocadilho: pathos mathos (sofrimento é ensinamento ou aprendizagem). Quem não
passa pelo cadinho do sofrimento, muitas vezes é egocêntrico, e insensível para
com os outros; desfigura-se no plano da personalidade.
REFUTAÇÃO CÉTICA:
Dirá alguém: “Se o sofrimento tem suas vantagens, é para desejar que não
se torne excessivo. Deus deveria saber moderá-lo”.
-
Respondemos que as expressões “excessivo” e “pouco demais” são relativas. Quem
gosta de trabalhar, se dá por feliz quando desempenha uma tarefa grande e
importante, que a pessoa vadia rejeitaria como “excessiva”. Caminhar um
quilômetro, para uns, é excessivo, enquanto para outros é insuficiente. – Por
conseguinte, é difícil levar em consideração a reivindicação do sofrimento não
excessivo, já que este termo é vago ou genérico demais. Como dito, não devo
fazer de minhas categorias de pensamento e afeto os critérios de aferição do
que acontece aos outros principalmente se não conheço esses outros.
Passemos agora
à explanação da resposta cristã ao problema do sofrimento partindo de Santo
Agostinho, Tomás de Aquino e do Magistério:
A resposta
cristã - Observação prévia:
A fé ajuda o
cristão a esclarecer o problema do sofrimento, mas não dissipa todo enigma a
tal propósito. Especialmente quando se consideram casos particulares, como a
morte desta mãe ou deste pai, que deixam crianças pequenas, não é possível
oferecer explicação cabal e precisa para o ocorrido; nem nos é possível dizer
por que tal desgaste de automóvel se deu precisamente em tal dia de festa. O
livro de Jó nos recorda a insondabilidade do sofrimento, quando, referindo-se
às tentativas de explicar o sofrimento, põe nos lábios de Jó as seguintes
palavras:“Eis que falei levianamente; poderei
responder-te? Porei minha mão sobre a boca; Falei uma vez, não replicarei…
Falei de coisas que não entendia, de maravilhas que me ultrapassam. Conhecia-te
só de ouvido, mas agora viram-te os meus olhos; por isto retrato-me e faço
penitência no pó e na cinza” (Jó 40, 4s; 42, 3-6).Todavia
a fé cristã projeta o mistério do sofrimento a perspectiva do amor de Deus;
como é difícil dar explicação cabal para o mistério do amor, também é árduo
explicar o mistério do sofrimento. A fé católica enquadra o mistério do
sofrimento dentro do mistério maior do amor. Com efeito, o amor de Deus,
que criou o homem num misterioso ato de benevolência, jamais o abandona;
certamente exerce seus planos através dos percalços da caminhada que a criatura
percorre na terra. Todas as respectivas ocorrências estão sob o signo desse
amor primeiro gratuito e irreversível (cf. 1Jo 4, 10, 19).
Examinemos agora, de mais perto, a explicação
teológica: A origem do mal no mundo?
A Escritura
refere que o mal no mundo teve origem por violação (por parte dos primeiros
pais) da ordem instaurada pelo Criador. Com
efeito. Deus quis dotar os primeiros homens de grande riqueza interior:
1) Com a graça
santificante, que lhes comunicava a filiação divina imediata.
2) E os
dons preternaturais (a isenção da morte, do sofrimento, da desordem de
tendências interiores…),tal era este o estado de justiça original.
Estes
dons estavam condicionados à fidelidade do homem ao plano de Deus. Sim; deviam
ser livremente aceitos pela criatura. Por isto o Criador propôs a esta um
modelo de vida (figurado pela proibição da fruta da árvore da ciência do bem e
do mal, Gn 2,16s). Aceitando-o, o homem significaria sua entrega ao desígnio de
Deus; recusando-o, exprimiria o seu Não e sua auto-suficiência. Ora na verdade
os primeiros pais rejeitaram o modelo de vida apresentado pelo Senhor Deus;
pecaram por soberba, que os levou à desobediência. Em conseqüência, perderam a
chamada “justiça original” e caíram num estado em que existem a morte, o
sofrimento, as tendências desregradas.Verdade é que
tanto a morte como o sofrimento e os apetites instintivos são algo de natural;
todavia após o pecado dos primeiros pais trazem a marca da desordem e da
desobediência. O mundo que, por dom de Deus, estava harmoniosamente sujeito ao
homem, já não é tal; enquanto o homem se mantinha submisso e fiel a Deus, o
mundo inferior estava subordinado ao homem; todavia, rompida a sujeição do
homem ao Criador, rompe-se a serventia das criaturas irracionais ao homem;
estas o maltratam e esmagam, negam-lhe os frutos da terra e, não raro, as
condições de sobrevivência.Por
conseguinte, conforme o texto sagrado e a doutrina da fé, a origem do mal no
mundo está no pecado ou no plano moral. Este suscitou o mal físico (doenças,
mortes, catástrofes, calamidades…).A doutrina do
pecado original assim concebida tem sido questionada ou posta em dúvida por
parte de alguns teólogos e exegetas.Estes afirmam
que o pecado começou sua história no mundo sem o quadro ou a moldura que o
texto sagrado lhe assinala; não importaria o modo de suas origens. Tal teoria
destrói a cosmovisão cristã. Por isto o S. Padre João Paulo II, em suas
audiências de Quarta-feira, insistiu no
assunto, incutindo a doutrina de fé na Igreja; tenha-se em vista L’Osservatore
Romano, edições semanais de setembro-outubro 1986.Eis,
porém, que, na história das relações do homem com Deus, a última palavra não
foi a do pecado nem a da desordem. O Senhor Deus não se quis deixar vencer pelo
mal, mas venceu o mal com o bem (cf. Rm 12,21). É o que veremos a seguir.
O resgate e
sentido da dor:
Diz
São Paulo: “Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos
amou, quando estávamos mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com
Cristo” (Ef 2,4s). Ou ainda: “Onde abundou o pecado, aí superabundou a graça”
(Rm 5,20). Com outras palavras: Deus não ficou indiferente à desgraça na qual o
homem se atirou pelo pecado; não assistiu “friamente” à tragédia; mas houve por
bem assumi-la em toda a sua realidade concreta.O
testemunho do amor de Deus foi precisamente a obra de Cristo. Enviando seu
Filho ao mundo, o Pai constituiu um segundo Adão ou um novo Cabeça da
humanidade. Este assumiu a dor e a morte do homem até as últimas conseqüências,
numa atitude de entrega e de amor ao Pai. Desta maneira mudou o significado do
sofrimento humano; este já não é mera conseqüência do pecado ou sanção da
justiça divina; ele foi redimido vindo a ser a vida de volta do homem a Deus. O
homem sofre e, sofrendo, se encaminha para o Pai com Cristo - Os teólogos
costumam deter-se na explanação do valor do sacrifício de Cristo, valendo-se do
texto de São Paulo:“Aquele que não conhecera o pecado, Deus o fez pecado por
nós a fim de que nos tornássemos justiça de Deus por Ele” (2Cor 5,21). Estes
dizeres significam que Cristo foi constituído sacrifício pelo pecado; Ele fez
partir da própria natureza humana o amor e a dedicação ao Pai que o primeiro
Adão recusou.O cristão,
sofrendo com Cristo, pode até mesmo tornar-se corredentor com Jesus, expiando
em sua carne os pecados da humanidade, como lembra o S. Padre Pio XII na
encíclica Mystici Corporis Christi. Desta maneira, o sofrimento, além de ser
escola benéfica , é também ocasião de derramamento de graças sobre o mundo.
O sofrimento dos inocentes há de ser visto à luz
desta verdade!
Como Cristo
inocente padeceu transfigurando a dor, assim o cristão santamente configurado a
Cristo, padece oferecendo ao Pai o repúdio ao pecado e o amor que os pecadores
deveriam tributar a Deus. O Pai celeste dispôs salvar os homens mediante Cristo
e aqueles que se unem a Cristo pela santidade de sua vida. Assim a própria dor
das pessoas retas e justas toma sentido. São Paulo dizia: “Completo em minha
carne o que falta à Paixão de Cristo em favor do seu corpo que é a Igreja” (Cl
1,24). Quando o
cristão sofre, não é simplesmente um ser biológico que sofre, mas é o próprio
Redentor que estende a sua Paixão aos membros do seu Corpo Místico,
associando-os à sua obra redentora: na verdade, o sacrifício de Cristo na Cruz
foi infinitamente meritório, mas cada cristão pode dar-lhe o suporte ou a
moldura da sua vida pessoal, suporte que a Paixão de Cristo não teria se não
fosse a vida de cada discípulo de Cristo.O valor do
sacrifício do cristão unido ao de Cristo foi realçado pelo Cardeal Frantisek
Tomasek, de Praga, numa entrevista concedida ao periódico italiano II Sabato.O prelado
falou então dos graves problemas que o regime comunista suscita para a Igreja
na Tchecoslováquia (cerceamento de atividades pastorais, dificuldades para a
nomeação de Bispos, encarceramento de sacerdotes e leigos…). O repórter então
lhe perguntou:“Eminência,
não está cansado de combater uma batalha sem êxito?”Respondeu
o Cardeal: “A situação é difícil; não se vê como e quando possa melhorar. Mas
tenho sempre esperança. Digo sempre uma coisa: quem trabalha pelo Reino de
Deus, faz muito, quem reza, faz mais; quem sofre, faz tudo! Este tudo é
exatamente o pouco que fazemos entre nós, na Tchecoslováquia”.Quem
sofre, faz tudo, desde que unido a Cristo, pois toma parte íntima na Paixão Redentora
do Senhor, fonte de salvação para o mundo inteiro.
Conclusão:
Eis
a maneira como a mensagem cristã responde ao problema do sofrimento humano. Aos
olhos da fé, é plenamente satisfatória; tem suscitado grandes heróis e heroínas
através dos séculos.O que esta
explicação possui de mais típico, é o fato de conjugar entre si justiça e amor.
Sim; o sofrimento, de um lado, é a justa conseqüência do Não dito pelo homem a
Deus no início da sua história; por outro lado, é o testemunho do amor de Deus
que, assumindo o sofrimento e a morte, demonstra ao homem que lhe quer bem e
não desiste de o chamar à Vida; Cristo transfigurou o sofrimento e o fez
caminho de conversão ou de retorno ao Pai.
4ª DÚVIDA: Em se tratando
de “CAUSA-EFEITO”, você no curso citou 3 exemplos de realidades incriadas: O
Nada (vazio, ou vácuo); a escuridão e o frio. A Ciência não tem explicação sobre
eles?
RESPOSTA CATÓLICA: Não sou cientista, mas
formando-me em Teologia, portanto para o tema em questão só posso dar respostas
Teológicas, respostas de caráter científico compete tão somente à Ciência,
porém, sugiro um aprofundamento a partir desta matéria em nossos link internos
sobre este tema , os quais sugiro estes dois:
5ª DÚVIDA: Para a Igreja Católica o que
acontece com a alma após a morte ?
RESPOSTA CATÓLICA:Para o Magistério da Igreja,
após a morte a alma espiritual pode ter três destinos (já no juízo imediato,antes
do juízo final): Céu, inferno ou purgatório, e ela fica totalmente consciente e
não dormindo ou tirando uma soneca, como afirmam os protestantes. Para maior
aprofundamento sugiro estes dois links internos deste blog:
6ª DÚVIDA: O que é pecar contra o
Espírito Santo (o pecado imperdoável)?
RESPOSTA CATÓLICA: O QUE É O PECADO IMPERDOÁVEL CONTRA O ESPÍRITO SANTO ? Cristo
na tentação do deserto, não diz ao demônio CONVERTE-TE, mas afasta-te, pois
sabe que ele tem plena conciencia de seu pecado e não tem arrependimento.Pois
só pode existir perdão, onde há arrependimento e confissão da culpa."Aquele que pecar contra o Filho do homem
será perdoado, mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo será réu da
Justiça Divina" (Mc III, 28-29). O pecado contra o Filho pode ser perdoado, mas o
pecado contra o Amor de Deus -- o Espírito Santo -- não pode ser perdoado, NÃO
PORQUE DEUS NÃO TENHA PODER DE PERDOAR, MAS PORQUE O PECADOR NÃO QUER PEDIR
PERDÃO DE SEU PECADO. Os pecados contra o Espírito Santo são:
1) DESESPERO DE SALVAÇÃO, quando a pessoa, como
Judas, não pede perdão porque considera que Deus é incapaz de perdoá-lo. E não
pedindo perdão, não é perdoado.
2) PRESUNÇÃO DE SALVAÇÃO SEM MERECIMENTOS, quando
a pessoa se julga já salva, e, por isso, se recusa a pedir perdão a Deus.
3) NEGAR A VERDADE CONHECIDA COMO TAL, quando o
pecador de tal modo se entrega conscientemente à mentira a ponto de acabar
acreditando na mentira como verdade, e, por isso, recusa até a evidência da
verdade. Era o pecado dos fariseus que viam Cristo fazer milagres, e os
negavam, apesar de vê-los. Não havia então modo de convertê-los.
4) TER INVEJA DAS MERCÊS QUE DEUS FEZ A OUTREM.
Isto é, ter raiva de que Deus, por amor, tenha dado alguma graça a outros, e
não a nós. Desse modo se odeia a bondade de Deus, que é o Espírito Santo.
5) IMPENITÊNCIA FINAL. Quando a pessoa recusa o
perdão de Deus na hora da morte, recusando os sacramentos impiamente.
ATENÇÃO! "OS PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO NÃO TEM PERDÃO, SIMPLESMENTE PORQUE A PESSOA NÃO QUER PEDIR PERDÃO POR ELES, PORQUE NEM OS CONSIDERA PECADOS,OU SEJA, SÃO IMPENITENTES, NÃO SE ARREPENDEM DE OS TEREM COMETIDO!" NINGUÉM CONFESSA PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO!SE UMA PESSOA VAI CONFESSAR TER COMETIDO PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO, É SINAL CLARO QUE NÃO COMETEU ESSE PECADO, PORQUE, SE O TIVESSE COMETIDO, NÃO PEDIRIA NUNCA PERDÃO POR ELE. Portanto, se você teme ter pecado contra o Espírito Santo, não tenha medo de ter pecado contra o Espírito Santo, pois o seu próprio receio em ter ofendido a Deus já é prova que você não o cometeu!
7ª DÚVIDA: Como se fará para as almas que seus corpos SÃO CREMADOS,
na volta de Jesus? Como ganharão um corpo glorioso ?
RESPOSTA
CATÓLICA: Sem querer tirar a mérito da pergunta, esta é a mais fácil de responder.
Não podemos limitar o poder de Deus, pois a Deus nada é impossível, pois Ele fez
toda a Criação a partir no nada portanto, Ele pode dar um corpo Glorioso a alma
espiritual sim no juízo final. Mas as escrituras nos dão uma luz de como se dará
de forma analógica(Comparativa) de como se dará esta devolução dos corpos no
julgamento final:Apoc.20,13: “As águas restituíram
os mortos que nela estavam.(O fogo também por consequente analogia os
devolverá).Do mesmo modo, a morte e a morada subterrânea. Cada um foi julgado
segundo as suas obras.”
Obs. Por motivos justos, a Igreja não
condena a prática da Cremação, desde que seja justificável(culturalmente, e ou
por falta de espaço, ou condições de manter o corpo por algum risco).Porém,
recomenda sem obrigar o costume Cristão de enterrar seus mortos.
Esperando ter atendido a todos coloco-me
a disposição para responder a mais dúvidas.
“ LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”
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Meu questionamento foi respondido e devidamente esclarecido. Agradeço muitíssimo!
Parabéns pela forma edificadora com a qual ministrou o curso.
Mara - RN
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