“Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor
Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu, para o mundo”
(Gl 6,14).
Só um interesse
inspirou a vida deste santo extraordinário foi Inácio de Loyola: a glória de
Deus e da salvação das almas. A este interesse sacrificou e subordinou tudo. É
próprio dos santos fazer sempre e em tudo o que Deus quer: fazer a santíssima
vontade de Deus e nunca a própria; ou melhor a própria vontade desaparece unida
que foi inteiramente à Vontade de Deus. Fazer só o indispensavelmente necessário,
com algum cuidado de evitar o pecado mortal, é característico dos tíbios e não
dos santos. É mais perfeito procurar sempre o agrado de Deus e dirigir todos os
atos à glória de Deus e à salvação da alma.
"VENCE-TE A TI PRÓPRIO"
A própria vida de
Santo Inácio, desde a sua conversão, foi a fiel interpretação deste lema.
Vencendo-se a si, tornou-se o grande Santo. O "vencer-se a si
próprio" deve ser o programa de todos os que pretendem chegar à perfeição.
O mundo é um vale de lágrimas e misérias, porque o primeiro homem não se soube
vencer. O céu regurgita de Santos, que devem a glória ao combate contínuo, que
sustentaram contra a natureza. - "Vence-te a ti mesmo" "Vince te
ipsum" e terás garantida a tua salvação. Santo Inácio dizia:
"Não há outro caminho para a santidade senão o da abnegação e da
mortificação. Anima-te, pois! Começa resolutamente! Uma única mortificação,
feita com decisão, é mais agradável a Deus que praticar muitas boas
obras". A Companhia de Jesus,
fruto da ação do Espírito Santo na pessoa de Inácio de Loyola, se baseia desde
as suas origens nos princípios do monaquismo acompanhados por um fervente e
dinâmico espírito apostólico. De caráter de certa forma itinerante, a atividade
missionária jesuíta nunca conheceu limites. Às inúmeras atividades de tipo
humanitário, realizadas com um zelo quase único, os jesuítas acrescentavam uma
profunda vida interior, feita de constantes práticas espirituais, como ensinado
por Santo Inácio nos seus Exercícios Espirituais.O que sempre distinguiu os jesuítas de qualquer outra ordem foi e
continua sendo a obediência absoluta, além de aos superiores, também ao papa. A
Companhia de Jesus, aliás, é a única ordem do mundo que inclui, além dos três
votos de pobreza, castidade e obediência, um quarto voto solene de completa
fidelidade e obediência ao Santo Padre.
Outra característica
peculiar é a detalhada formação cultural dos membros. Em 1547, Santo Inácio
confiou à Companhia o ministério do ensino, que logo se tornou uma das suas
principais atividades, fonte de prestígio e de brilho para a Companhia de
Jesus. É sabido que, após a queda do Império Romano, foi a Igreja Católica que
se preocupou com a divulgação e preservação da cultura, fundando escolas,
bibliotecas e instituições de ensino, que era oferecido de forma gratuita e
livre para todos. Basta lembrar que a mais antiga das universidades, a de
Bolonha, nasceu nos Territórios Pontifícios. Em relação à instrução, os jesuítas desempenharam um papel tamanho de
liderança que a reputação da educação transmitida em suas escolas é famosa
mundialmente. Não é de surpreender que os jesuítas tenham formado intelectuais
e cientistas como Buñuel, Descartes, Joyce, Voltaire e personalidades políticas
de renome mundial. Nos séculos XVII e
XVIII, os jesuítas se tornaram uma realidade bem estabelecida na sociedade, um
exemplo de integridade moral, lealdade e virtude. Dedicados ao serviço e aos
cuidados do próximo, estiveram também no centro de numerosas discussões
teológicas e doutrinais da época, trabalhando na Contra-Reforma e na
evangelização das chamadas "novas terras", fundando missões,
colégios, mosteiros e escolas por todo o mundo. Todo este zelo e seu papel significativo na vida política e social, no
entanto, alimentaram o ódio de muitos, especialmente dos soberanos europeus,
que chegaram a expulsá-los de seus territórios e a persegui-los.Nos últimos
dois séculos, de tudo foi feito para difamar esta ordem religiosa, que
permanece entre as mais prestigiosas do mundo, através de propaganda denigratória
orquestrada por todos os governos, partidos e intelectuais que sempre foram
avessos à Igreja Católica. Calúnias e boatos são perpetrados até os dias de
hoje, com o propósito de desacreditar a Igreja. Apesar de tudo, a
pesquisa histórica traz à tona muitos documentos, revelando as muitas verdades
ocultas, graças, sobretudo, a alguns estudiosos, sérios e capazes, que há
muitos anos realizam o seu melhor trabalho de revisionismo histórico, feito com
diligência e profissionalismo.Neste sentido, é necessário recordar o papel
desempenhado pelos jesuítas na manutenção das boas relações entre os povos da
América Latina. Desde o início da colonização, eles se alinharam em defesa dos
direitos das populações locais, fazendo constantes referências ao respeito pelos
direitos naturais, denunciando os abusos e a violência cometidos por aqueles
que se aproveitavam da distância da terra natal para ganhar dinheiro às custas
da população local, desobedecendo às regras da então rainha Isabel de Castela,
que ordenava aos seus súditos o máximo respeito pelos indígenas, contrariando a
exploração econômica.
O fato é que, em
1773, o papa Clemente XIV, sob a pressão da conjura dos "filósofos
anti-cristãos", depois da maciça propaganda antijesuíta e de contínua
campanha de calúnias, dissolveu oficialmente a Companhia de Jesus.
Os jesuítas,
no entanto, sobreviveram na Rússia sob a proteção da Imperatriz Catarina II,
até que o papa Pio VII, em 1814, deu o aval para a restauração da Companhia de
Jesus. Os jesuítas retomaram então a sua missão apostólica que continua até
hoje, sendo tudo para ad maiorem Dei gloriam.
“...porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus.”(
João 12,43)
Até que ponto e qual
o termômetro que nos indica se realmente estamos comprometidos com o Senhor?
Reportagem
era sobre a Igreja Episcopal Anglicana, uma das maiores denominações
evangélicas da Inglaterra, sendo uma das
primeiras igrejas a apoiar o casamento homossexual. Novamente, eles abriram mão
da Palavra de Deus, para seguir o curso deste mundo, preferindo agradar mais
aos homens que a Deus. A liderança Anglicana anunciou a exclusão das
palavras pecado e diabo das cerimônias de batismo.O arcebispo de Canterbury,
Justin Welby, acha a mensagem sobre pecado e satanás muito ofensiva. O mais
interessante foi o que um dos seus clérigos afirmou: “...por causa de sua vontade que todos sintam-se bem-vindos e seu desejo
de não ofender ninguém, o novo batismo quase totalmente acaba com o pecado e
com a necessidade de arrependimento...” Por desejarem ser
agradáveis mais aos homens, estão cada vez mais
se afastando da Palavra de Deus e caindo em um abismo de trevas
espirituais. Refletindo sobre essa notícia, ela nos remonta um relato semelhante
no Evangelho de João 12,43: João relata que muitos homens importantes dentre os Judeus, creram em
Jesus e em sua Palavra. Entretanto, não o confessavam publicamente por causa
dos Fariseus. O fato, era que eles temiam ser expulsos das sinagogas por causa
de Jesus e assim, negavam sua fé no Messias. Juntamente com o Arcebispo da
Igreja Episcopal Anglicana, esses, que haviam crido em Jesus como em João 12, 43:
“amaram mais a glória do homens do que a glória de Deus.” A princípio,
certamente achamos esses homens, tanto as autoridades judaicas quanto o líder
da Igreja Anglicana, profanos. Contudo, não nos enganemos, nós também o somos
quando, nossas ações cotidianas, por medo ou por prestígio, por satisfação
pessoal, ascensão econômica, estrelato com nossos cinco minutos de glória e necessidade
de favores, buscamos agradar mais aos homens do que a Deus. Quando, ao invés de
sermos verdadeiros, preferimos contar uma mentira para não perdermos uma
amizade; quando, ao invés de rejeitar uma proposta ilícita, preferimos
aceitá-la, para não sermos taxados de bobos, ou otários; quando ,ao invés de
ser íntegros compactuamos com o pecado; quando, ao invés de vivermos em
santidade, preferimos aderir aos padrões
do mundo, moldamo-nos a eles por medo de ser excluídos, estamos
também buscando a glória dos homens.
Podemos até contra
argumentar dizendo: “Hoje não é fácil obedecer a Deus em tudo. O
mundo está muito competitivo e não podemos ser íntegros em tudo”
Entretanto,
nunca foi fácil ser um discípulo de Cristo, e Ele nunca nos enganou quanto a
isto. Cada século como os de Santo Inácio de Loyola citado acima, trouxe suas
dificuldades. Angústia e medo no século I; perseguições e martírio nos séculos
II e III; desprezo, humilhação e morte nos séculos seguintes e até nos dias de hoje,
em muitas partes do mundo, como a perseguição e morte de Cristãos pelos
muçulmanos na Síria. A história da Igreja sempre foi marcada por constantes
investidas de satanás para destruir o testemunho de Jesus Cristo, e não é
diferente hoje. Todavia, em meio a
tamanhas dificuldades, muitos foram fiéis e não buscaram a sua glória, nem
mesmo a glória dos homens e sim a glória de Deus. Podemos enumerar vários como
por exemplo Thomas Morus,
que foi morto pelo rei Henrique VIII por
se negar a obedecer a Reforma Protestante na Inglaterra. Foi sentenciado a
morte pois defendia os princípios da única Igreja de Cristo (Conf. Mateus
16,18). Com seu martírio o próprio Deus proveio o meio para O glorificar (I Co
10,13), como sempre faz com seus santos (João 17,22).Deus deve ser amado
acima de todas as coisas. Pelo menos é isso que aprendemos através da infalível
Palavra de Deus: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a
tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22,37). Quando analisamos o quanto
Deus ama o homem, passamos a entender o porquê de tão grande amor. Esse amor
com que somos amados por Deus, é capaz de nos transformar para que também
possamos amá-lo. O grande amor de Deus atrai para si adoradores que de coração
totalmente devotado, lhe tributam glória, não por que Ele precise disto.
Deus não é carente e não precisa de nossa adoração, louvor e elogios!
A
Adoração é o resultado daquele que ama a Deus verdadeiramente. Toda ação tem
uma reação. Se temos amor verdadeiro a
Deus a adoração é a uma reação natural a isto.Paulo disse isto:“[Deus] Nem é servido por mãos humanas como
se de alguma coisa precisasse” (At 17,25). Isto não
é admirável? Deus não precisa de você. E certamente não precisa de mim. Ele não
precisa de nossas bandas de louvor. Pois não é como se Deus chegasse à tarde de
quinta-feira e começasse a dizer: “Oh! mal posso esperar até domingo quando os
rapazes darão um show com aquelas guitarras novamente. Estou me sentindo tão
sozinho. Preciso ser estimulado aqui...” Ele não
precisa de nossa adoração. Não precisa de nosso dinheiro. Não precisa de nós. Não
precisa de nada., pois Ele é todo poderoso e pode fazer tudo sosinho, e é
plenamente feliz na Trindade. Antes que qualquer coisa, Deus estava lá; e ele
era totalmente cheio de gozo e contentamento. Mesmo naquele tempo ele era um
Deus amoroso, porque na complexidade da unicidade de Deus, o Pai amava o Filho,
e este amava o Pai e se doavam plenamente no Espírito Santo. Ele não criou os
homens porque estava sozinho. O fato de Deus não precisar de nós não
significa que ele não nos corresponda, que não se deleite em nós, que não se
satisfaça em nós. Ele nos corresponde, mas faz isso não motivado por alguma
necessidade intrínseca em seu ser ou caráter, e sim por total determinação de
suas perfeições e vontade. Como
cristão, temos que ter consciência disso, de que Deus não precisa da nossa
adoração ou do nosso louvor e que em nada essa devoção mudará, ou acrescentará
algo mais a quem Ele é, mas como Senhor, Ele apenas permite tal ato em nosso
favor.
Mas se Deus é Deus e não precisa
de nossa adoração, porque então o louvamos, bendizemos, o adoramos,o
glorificamos e damos graças ?
A
resposta é muito simples: Como criador do universo e Salvador, Ele não
precisa que seres humanos o adorem, mesmo que sejam seus filhos. Ele
é sublime e excelso e tudo o que fizermos não chegará nem perto de quem
Ele É, e em nada o deixará mais forte, mas por nos amar tanto, Ele
permite, pois sabe que fará bem para nós mesmos.Ele permite que o
adoremos, pois sabe da nossa necessidade, pois só através dessa comunhão,
podemos entender os propósitos e direções do Espírito Santo em nossas vidas.
Ou seja, o Senhor nos ama tanto que quer gerar relacionamento com
Ele através da nossa adoração humana, limitada e falha. Louvamos
ao Senhor, pois sem nossa fonte de água viva não teríamos vida, viveríamos
um dia após o outro sem esperança, sem amor verdadeiro e sem salvação. É
por esse amor que o adoramos, não porque Ele precise, mas porque nós
precisamos Dele. Estar na presença do Pai é permitir que Ele fale conosco
pessoalmente. O Senhor Deus é um Deus vivo e não um deus
mitológico da Grécia antiga que precisa de louvores, Ele não é um homem
que precisa de fãs e prestígio para alcançar sucesso. Ele é absoluto
e supremo que permite o nosso louvor e adoração e instrui para que
possamos permanecer Nele, para Ele permanecer em nós. O Salmo
46, um
cântico endereçado ao mestre de canto, e que nos ensina algo maravilhoso sobre
a adoração que prestamos a Deus. O cântico descrito no Salmo 46 pode ser
dividido em 3 partes que nos revelam um único ensinamento: O foco da nossa
adoração deve ser Deus.
Em primeiro lugar porque Deus é:
1 Deus
é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. 2
Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem
no seio dos mares; 3 ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os
montes se estremeçam. 4 Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o
santuário das moradas do Altíssimo.Deus é o nosso refúgio, Deus é a
nossa fortaleza e Deus é o nosso socorro bem presente nas tribulações.
Ainda que tudo ao redor possa dizer o contrario, ainda que a minha vida esteja
mergulhada na mais profunda angústia, sera que eu acredito sem sombra de
dúvidas que Deus é o meu socorro e o motivo central do meu louvor e adoração?
Para minha adoração fazer sentido, eu preciso crer e confiar que Deus é
tudo aquilo que Ele diz que é em Sua Palavra.
Em Segundo lugar, Deus está:
Ao se encarnar Jesus não deixou a Trindade, e nem ao se elevar deixou ausente sua presença na terra! Deus
está no meio dela; jamais será abalada; Deus a ajudará desde antemanhã. 6
Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se
dissolve. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso
refúgio. Depois do
salmista nos dizer que Deus é, agora ele vai nos ensinar que Deus está. Deus
está conosco. Deus está presente, e essa convicção deve motivar o
nosso coração a adorá-lo. Deus não se ausenta, ainda que Ele se cale ou não
percebamos sua presença. Deus sempre está. Por isso Ele é Deus e deve
ser o foco da nossa adoração, de nossos louvores e de nossa vida, pois é nosso
dever e salvação darmos graças em todo tempo e lugar já nos diz a nossa
liturgia. Por ultimo, o salmista termina a
canção nos convidando para contemplar e a adorar a esse Deus que é o nosso
refúgio e fortaleza e que está sempre presente:
8
Vinde, contemplai as obras do SENHOR [..] 10 Aquietai-vos e sabei que eu sou
Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. 11 O SENHOR dos
Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.
Deus é o
motivo do nosso louvor; Ele é o centro de nossa adoração. Ele é o grande
EU SOU. Diante dele nós só podemos nos prostrar em adoração, nos silenciar e
reconhecer que ele é o nosso refúgio, fortaleza e Socorro, e ele está sempre
presente para nos socorrer. Ele é Deus, exaltado entre as nações, exaltado na
terra e deve ser exaltado em nossas vidas também. Diante da grandeza e da majestade
desse Deus, resta-nos apenas adorá-lo eternamente por tudo que Ele É, fez, faz
e ainda fará em nossas vidas. Ainda que as circunstâncias pareçam contrarias e
não temos motivos aparentes para adorar. Deus é o motivo e a razão da nossa
adoração. Que o louvor não saia dos meu lábios.
“Dar-te-ei graças, Senhor, Deus meu, de todo o coração, e glorificarei
para sempre o teu nome.”(Salmo 86,12).
Nas Escrituras a
palavra “glória”, está relacionada ao conceito de dignidade, beleza,
excelência. Doutrinariamente se refere a Deus, a glória do Senhor. A palavra
hebraica kadod, traz o conceito de “peso, dignidade, brilho, beleza radiante”.
Quando se tributa glória a alguém, se reconhece o seu valor, dignidade, beleza,
etc. Tributar glórias a Deus, não é nada mais que reconhecer-lhe a grandeza,
senhorio e soberania. Uma vida de louvor e de comunicação sincera acerca das
verdades de Deus glorifica o Seu nome. Fomos chamados para fazer conhecido na terra o nome de Deus e sua
glória. Quanto mais conhecido se torna o nome de Deus, mais verdadeiramente
adorado será. “Todas as nações que fizestes virão e se prostrarão perante a tua
face, Senhor e glorificarão o teu nome” (Sl 86,9). O grande amor de Deus
por toda humanidade e o reconhecimento desse amor por seus filhos, levará o
cristão a oferecer de livre vontade, gratidão e lealdade a Deus, dia a dia.
Quando nos aproximamos de Deus com amor sincero e verdadeira adoração, Deus nos
confere seu amor e graça (2Co 12,9). Fomos salvos para sua glória, para servir
a Deus em atitude de adoração. Na verdade a excelência não é nossa, mas de
Deus.Já dizia Santo Irineu:
“Porque a glória de Deus é o
homem vivo, e a vida do homem é a visão de Deus.”
A glória de Deus no
Novo Testamento está relacionada a Cristo. Em Cristo a glória de Deus chega ao
seu clímax máximo, pois cumpriu seu ministério com o objetivo de glorificar
universalmente o Pai: “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que
me deste a fazer” (Jo 17,4). Através da obra que Cristo realizou no Calvário, o
trabalho da redenção foi concretizado, quando comprou para si, povos de todas
as tribos, línguas, raças e nações, objetivando glorificar o Pai. Apóstolo Paulo viveu
o seu ministério sempre com objetivo de glorificar a Deus e revelar Cristo e
sua salvação aos povos (1Co 10,31). O que ele havia alcançado de Deus, o levava
a anunciar com o mesmo zelo aos povos às verdades do evangelho de Cristo. O
alvo de Paulo era glorificar a Deus através de sua vida e testemunho, para que
pudesse apresentar a maior quantidade possível de pessoas a Cristo. Essa era
sua glória (1Ts 2,6-12). O alvo de Paulo era tão preciso que por nenhum momento
se preocupou em agradar a homem algum, senão a Deus (Gl 1,10; 1Ts 2,4), ao
final de sua vida pode glorificar a Deus por ter cumprido sua missão (2Tm 4,6-8). A glória dos homens, têm levado muitos ao fracasso total em sua vida
espiritual e ministerial. Ora, mas quem nunca se gloriou por algum feito que
tenha realizado? Quem nunca se envaideceu por ter alcançado uma grande
conquista? Apóstolo Paulo chegou a se gloriar dentro da medida (2Co 11,17,18;
12,1-,6). Buscar glória para si parece ser algo que aquece e inflama o coração
do homem. O homem gosta de gloriar-se nos seus feitos. Vivemos numa sociedade
que nos incentiva pela busca de realizações e a alcançar aquilo que nos
interessa e nos satisfaz, ainda que pra chegarmos lá tenhamos que agir de
qualquer forma, mesmo fora de padrões estabelecidos na Palavra de Deus. Quando estão em busca
de glória terrena, fama, status, cargos, títulos, muitos se entregam à mentira,
engano, corrupção, troca de acusações, as mais esdrúxulas possíveis. Estão
dispostos a cometer qualquer tipo de atrocidade com objetivo de alcançar
posição e satisfazer o intento do seu coração enganoso. A ganância e insensatez
têm levado muitos a uma vida de total descontrole e fracasso espiritual. Vemos,
com tristeza em nossos dias líderes e organizações Cristãs a se digladiarem entre
si na disputa por prosélitos e sucesso, com atitudes totalmente carnais,
levando uns aos outros às barras de tribunais da justiça comum para alcançar
êxito em suas pretensões, sem se importarem com o ônus causado ao Reino de Deus
entre os fiéis. Fica difícil de entender o porquê de tamanha ganância no coração de pessoas
que são considerados “de Deus”. Estes, que assim se comportam, não
estão nem um pouco preocupados com o cuidado que se deve ter consigo mesmo e
com a doutrina (1Tm 4,16). Parece que a vida de
piedade tem se ausentado de muitos que dizem servir o Senhor, e, principalmente
de muitos líderes. Não basta subir a uma tribuna e proferir palavras e mais
palavras, pois, ainda que elas provoquem algum tipo de emoção, o que falará
mais alto é a vida de testemunho de piedade (1Tm 4,8). A vida de um líder,
pregado,ou catequista fala mais alto através do seu testemunho acerca do que
faz e da maneira como vive, que os sermões por ele proferidos de um ambão, ou
altar. Alguém, algures, já disse que “a vida do ministro é a vida do seu
ministério”, aquilo que se vive no púlpito, se deve viver entre os fiéis. Muitos
através dos seus maus exemplos estão expulsando as pessoas para longe de Cristo
ao invés de trazê-los para perto. Hoje infelizmente, o principal problema da
obra são os obreiros. Se isto é assim, estamos com sérios problemas, pois cada
dia que passa enviamos mais pessoas a servirem na vinha do Senhor e, desses,
alguns estarão nos dando dores de cabeça, pois não tem como alvo principal
glorificar a Cristo, mas buscar glória para si próprio, estão objetivando
alcançar apenas status e seus cinco minutos de glória. Tem muita gente
despreocupada com o Reino de Deus à sua volta, seu alvo não é nem de longe
glorificar a Deus, senão buscar sua própria glória. É certo, que muitos vivem
vida de hipocrisia, tentam manter as aparências, mas é só aparência mesmo.
Comportam-se como moralistas, exigem vida correta dos outros, reprovam sempre
quando se trata de outras pessoas, “atam fardos pesados e difíceis de suportar
e os põem aos ombros dos homens”, mas eles mesmos não querem carregar (Mt 23,
4), e ainda: "Ai de vocês, mestres da lei
e fariseus, hipócritas! Vocês fecham o Reino dos céus diante dos homens! Vocês
mesmos não entram, nem deixam entrar aqueles que gostariam de fazê-lo...” (
Mateus 23,13). O comportamento duplo
de alguns chega ao extremo de macular o que ensina a Palavra de Deus, pois usam
de dois pesos e duas medidas em suas ações. Trata a alguns com o rigor da lei,
mas a si com as delícias da graça. Celebram suas conquistas e vitórias, mas
ficam prazerosos com o fracasso dos outros. Aquilo que o papa Francisco diz:
“Para si quer a misericórdia de Deus, mas para o outros a sua justiça
implacável...”
Tiago diz àqueles que
se gloriam em suas presunções, ser este um comportamento maligno (4,16). Ora,
vejam como é triste quando pessoas, líderes, ou servos que deveriam se
concentrar na vontade de Deus para suas vidas e planos, se põem a gloriar-se
como se tivessem domínio sobres suas vidas, talentos e seu próprio destino.
Tiago diz que toda glória tal como esta é maligna, porque não leva Deus nem sua
glória em consideração. Os cristãos para quem Tiago escrevia estavam, de fato,
mostrando certo prazer em sua autossuficiência. É tempo de tributarmos ao
Senhor glorias e louvores, e isso com todo o nosso ser. Não é isso que pede o
salmista?
“Tributai ao Senhor, ó família dos povos, tributai ao Senhor glória e
força. Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei oferendas, e
entrai nos seus átrios. Adorai ao Senhor na beleza da sua santidade; tremei
diante dele todas as terras. Dizei entre as nações: Reina o Senhor” (Sl 96,7-10).
“E no mesmo instante feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a
Deus e, comido de bichos, expirou” (Atos 12,23)
Vivemos numa
sociedade que valoriza o culto à personalidade. Na política, na arte, nos
negócios, na religião e em nas demais esferas, percebemos o quanto o homem
busca promover a sua própria imagem, divinizando-a. “O papa (não por vontade própria)
é pop”, já cantou alguém. Mas não é só o papa, é também o pastor, o cantor,empresário,.
Nossa geração foi picada pelo bichinho da fama. Cada um busca nem que seja pelo
menos seus cinco minutos de celebridade ainda que para isso precise vender a
alma ao diabo.Por falar em diabo, ele sempre está por trás desse sentimento,
pois foi o primeiro a querer engrandecer-se como Deus:
“Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo”
(Isaías 14,14). Foi Satanás quem desejou o lugar de Deus, e para isso procurou
o caminho da rebelião. A partir de então tem buscado semear no coração do homem
desejos gananciosos e petulantes de receberem a glória devida ao Eterno. Ao
tentar a mulher no Éden, a sedução era: “e sereis como Deus” (Gênesis 3,5).
Gênesis 11,4 deixa evidente a motivação dos homens ao construir a torre de
Babel: “Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e
tornemos célebre o nosso nome…” (Gênesis 11,4).
Ao vir ao mundo dos
homens, Jesus fez o contrário do caminho de Satanás e do homem com sua Kênosis(esvaziamento).
Na sua encarnação, despojou-se da sua glória para submeter-se a um corpo
limitado: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo
Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens” (Filipenses 2,5-7).Jesus ensinou o
caminho do serviço e da humilhação e da toalha de bacia na mão dizendo-nos:
aquele que quiser ser maior seja o que sirva, pois Eu não vim para ser servido,
mas para servir. O caminho de Cristo não é da arrogância e autopromoção como
forma de entrar no Reino de Deus. Infelizmente muitos de nós estamos na
contramão desse caminho. Tomemos como exemplo João batista que disse: “É necessário que ele cresça
e que eu diminua” (João 3,30). Mesmo sendo considerado por Jesus como o maior
de todos os profetas (Lucas 7, 28), João sabia qual era a sua posição como
homem e jamais ousou trazer para si uma glória que não lhe pertencia.Num mundo saturado
pela “soberba da vida”, ou seja, pelo egoísmo e desejo de obter vantagens a
todo custo, temos o compromisso de dar lugar ao nosso Rei. Somos apenas
espelhos que refletem a glória de Deus, apenas isso.Não podemos permitir que
elogios, títulos ou qualquer outra forma de status corrompa o nosso coração.
Devemos manter-nos humildes e conhecedores que nada possuímos que antes “d’Ele” não temos recebido. Nesse quesito,
devemos ser intransigentes: “Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim mesmo, a
minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso
Deus” (João 8,54).Semelhante a Herodes, muitos de nós, por não saber lidar com
elogios ou posição, têm morrido espiritualmente.Buscar a própria
glória não é apenas tolice, é loucura (João 8,24).Que assumamos nosso papel de
dar somente a Deus a honra e glória que lhe é devida e jamais caiamos na
sedução de Satanás, mas que, assim como os vinte e quatro anciãos, lancemos
nossas coroas aos pés daquele que é digno de toda honra e toda glória para
sempre (Apocalipse 4,10-11).
CONCLUSÃO:
A glória deste mundo
é bem conhecida de todos nós e consiste em poder político, status social,
dinheiro, fama, bens materiais e resumindo tudo: aprovação da sociedade. As
pessoas que buscam todas estas coisas estão buscando a glória deste mundo. E a
glória de Deus? Quem se importa? Quem busca a glória deste mundo trabalha em
causa própria, procura sua própria honra, é um egoísta em potencial, não está
nem um pouco preocupado com os outros, desde que ele mesmo seja bajulado, mas
isto é incompatível com a glória de Deus, porque quem busca honrar a Deus não
quer reconhecimento público, mas, sim, que o Nome do Senhor seja louvado
através de sua vida, foi assim que fez Santo Inácio de Loyola e Thomas Mourus
como vimos acima exemplarmente.A glória dos homens é
passageira, basta o cidadão perder algum dos itens dela e tudo desmorona. O
poder político muda de mãos com a mesma facilidade com que viramos a página de
um livro e ninguém prestigia um ex alguma coisa (ex-senador, ex-prefeito,
ex-governador) e a glória muda de lado e quem passa a ser honrado é o atual
alguma coisa. O dinheiro acaba, os bens materiais perdem seu valor, o status
social só dura enquanto o sujeito mantém aquilo que alavancou sua posição na
pirâmide social. Nem precisamos falar da fama, que é tão fútil que muitas vezes
só dura quinze minutos. Tudo isso é vaidade, veja o que diz a Bíblia a
respeito: “Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é
vaidade. Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do
sol?” (Eclesiastes 1,2-3). Pois é. A glória
deste mundo é muito facinha de se perder e o que fica? Ficam as lembranças boas
de uma fase bacana na vida e nada mais. Quem o bajulava, deixa de bajular; quem
louvava o cidadão, finge que nem o conhece quando passa por ele na rua; quem
pedia favores a ele, agora foge com medo do cidadão lhe pedir algum favor.
Horrível, não é? Infelizmente muita gente boa cai na armadilha da glória
passageira deste mundo. E a glória de Deus? O
que é? Quem busca a glória de Deus procura, não a sua própria glória, mas a
glória Daquele que o enviou, procura honrá-lo, consiste em transferir todo
louvor ao Seu Santíssimo Nome. Para começo de conversa quem glorifica a Deus
está cumprindo Sua vontade, porque Ele nos criou para o louvor da Sua glória:
“A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha
glória: eu os formei, e também eu os fiz.” (Isaías 43,7).
Quem busca sua
própria glória camufla até sua conversão a Jesus, porque este negócio de viver
sob o Senhorio de Jesus nosso Salvador não é muito bem visto pelos grupos
sociais mais elevados e “entendidos”, mas isso não é coisa
de agora, sempre foi assim. No Evangelho de João lemos uma coisa intrigante que
confirma isto:
“Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o
confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. Porque
amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.” (João 12,42-43).
Fica, portanto, essa
recomendação bíblica a todos neste tempo presente:
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2,7).
“LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”
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