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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

É possível negar a dimensão sentimental no seguimento de Cristo?




Lucas 10,27-28 “E ele replicou: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e com toda a tua capacidade intelectual, e Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Então, Jesus lhe afirmou: Respondeste corretamente; faze isto e viverás”.




Somos seres racionais sim, mas as emoções e sentimentos fazem parte de nossa natureza humana, e são convidados pelo próprio Deus, junto com as demais faculdades, a amá-lo. Não podemos negar esta realidade tipicamente humana. O que se deve evitar no seguimento de Cristo é os extremos: Só o sentimentalismo, ou só o racionalismo. Pascal afirma que a religião cristã seria  a única capaz de fazer o ser humano encontrar-se consigo mesmo e encontrar-se com sua realidade paradoxal: ao mesmo tempo miserável e também cheio de possibilidades. O verdadeiro Deus seria conhecido também pelo coração, e não apenas pela razão. Ele, sem dúvida, jamais desejava negar a importância da racionalidade, mas afirmava que dois excessos devem ser evitados, um é negar a razão e outro é apenas acreditar nela como uma única fonte, excluindo qualquer outra fonte de conhecimento.




Nossa fé não é puro sentimento ou apenas a invenção de um grupo de homens mal intencionados e manipuladores. Existe a racionalidade da fé. E no Catolicismo esta inteligência da fé possui uma densidade tal, que seria um pecado de omissão não conhecer e estudar.A Fé é um ato da inteligência; portanto não é um sentimento vago, mas é expressão da mais nobre faculdade que o homem tem: o intelecto,que tenta aplicar-se ao objeto mais nobre que possa ser concebido, ou seja, a Deus. Esse ato do intelecto é movido pela vontade, pois o objeto da fé transcende os limites do intelecto humano (a verdade é mais ampla do que o alcance do nosso intelecto). Sendo assim, o objeto da fé não obriga a um assentimento, não é tão evidente que force a adesão de quem o contempla. A vontade, e os sentimentos favoráveis, movem o intelecto para que diga Sim ou Não.








A vontade, porém, só move o intelecto depois do exame das credenciais sobre as quais se apoia cada proposição de fé. Cabe então ao intelecto humano averiguar as razões em virtude das quais o indivíduo pode e deve crer. Estude o Evangelho, a história, a paleografia, e chegue eventualmente à conclusão: “Não é absurdo crer; não é infantilismo ter fé”. Há razões suficientemente fortes para que o homem diga Sim ao objeto de fé, sem trair sua dignidade de homem adulto.



CONCLUSÃO:



Portanto o homem crê inteligentemente e com seus sentimentos, ou seja, com seu coração. É porém, da própria razão sadiamente crítica, que aponta o caminho da verdadeira fé. Assim evitam-se as superstições e crendices que não resistem ao crivo da razão.



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