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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Teólogo Francisco José Barros de Araújo: "A graça de Deus para operar em nós com eficácia, depende do tempo, local e disposições interiores"







Por *Francisco José Barros Araújo




Deus é livre e soberano em sua vontade e decisões, mas quer a nossa colaboração com a sua graça, para que não a recebamos em vão. (II Cor 6,1: “Como cooperadores de Deus, insistimos com vocês para não receberem em vão a graça...”). Para isto o testemunho das escrituras, tradição e magistério da Igreja nos confirma que o próprio Deus a condiciona ao tempo favorável, local e disposições interiores e exteriores para recebe-la eficazmente.



O TESTEMUNHO DAS ESCRITURAS sobre: tempo, local e disposições interiores para receber a graça!





-Atos 2,1: “Chegando O DIA de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo LUGAR



-Lucas1,26: “No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré...”



-Isaias 4,2-3:Vem o Dia em que o Renovo de Yahweh, o SENHOR, será belo e glorioso, e o Fruto da Terra será a felicidade e a glória dos sobreviventes de Israel. E aqueles que restarem em Sião e permanecerem em Jerusalém serão chamados santos, isto é, todo o que estiver inscrito para viver em Jerusalém...”



-Isaías 49,8-11: Assim diz o SENHOR: No tempo da graça eu te escutei no dia da salvação eu te ajudei. Eu te guardei e coloquei como aliança entre o povo, para reergueres o país, devolveres as propriedades arrasadas, para dizeres aos cativos: Saí livres!, aos presos em cárcere escuro: Vinde para a luz! Por todo o caminho terão o que comer, em qualquer chão seco poderão se alimentar; jamais terão fome ou sede, sol ou calor não os atingirá, pois Aquele que deles se condoeu é que vai conduzindo este povo, ele os guia para as fontes de água. Transformarei minhas montanhas em caminhos, vão surgindo os aterros de minha estrada.”



-Salmos 95,8:Se ouvires hoje a vóz de Deus,não endureçais o vosso coração, como em Meribá, e ainda como aquele dia em Massá, no deserto...”





recebimento da GRAÇA SEGUNDO O MAGISTÉRIO DA IGREJA:




Sacramentos: sinais eficazes da graça de Deus




§1131 "Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis sob os quais os sacra- mentos são celebrados significam e realizam as graças próprias de cada sacramento. Produzem fruto naqueles que os recebem com as disposições exigidas."



Conforme o Catecismo da Igreja Católica, os sacramentos são sinais sensíveis, instituídos por Cristo, a fim de produzir a graça em nossas almas e santificá-las. Em outras palavras, são eventos de salvação pelos quais Deus intervém na vida dos homens, através de seu Filho Jesus Cristo e do Espírito Santo, na Igreja. Segundo Santo Agostinho, os sacramentos no Antigo Testamento prometiam a salvação, já no Novo Testamento a comunicam, ou seja, são eficazes. É pela Igreja, a fiel administradora dos Sacramentos, que se manifesta e continua a salvação que Deus realizou em Cristo, de modo que não pode haver Igreja sem sacramentos, nem sacramentos sem Igreja. Ainda segundo o Catecismo da Igreja, os sacramentos foram instituídos por Cristo e são sete, a saber:  Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência,  Unção dos Enfermos,  Ordem e o Matrimônio. Esses sete sacramentos são ainda divididos em Sacramentos da Iniciação Cristã, Sacramentos de Cura e Sacramentos de Serviço.Conforme o Catecismo da Igreja, “os fieis, de fato renascidos no Batismo, são fortalecidos pelo Sacramento da Confirmação e, depois, nutridos com o alimento da vida eterna na Eucaristia” (1212). Os Sacramentos de Cura, isto é, Penitência e Unção dos enfermos, concedem aos fieis a libertação do pecado e o fortalecimento nas debilidades do corpo e da alma. Esses sacramentos são sinais eficazes da graça de Deus, mas somente produz fruto na vida de quem o recebe à medida que este se abre na fé, devoção, e com a intensidade do coração, de acordo com a generosidade. Portanto, abramo-nos nosso coração neste tempo em que Cristo nos toca, assim como tocou em tantos pecadores em tempos terrenos, e agora nos seus sete sacramentos.




Definição (teológica - magisterial) e significação da graça:




§1996 Nossa justificação vem da graça de Deus. A graça é favor, o socorro gratuito que Deus nos dá para responder a seu convite: tomar-nos filhos de Deus, filhos adotivos participantes da natureza divina, da Vida Eterna.





§2003 A graça é antes de tudo e principalmente o dom do Espírito que nos justifica e nos santifica. Mas a graça compreende igualmente os dons que o Espírito nos concede, para nos a associar à sua obra, para nos tornar capazes de colaborar com a salvação dos outros e com o crescimento do corpo de Cristo, a Igreja. São as graças sacramentais dons próprios dos diferentes sacramentos. São, além disso, as graças especiais, chamadas também "carismas", segundo a palavra grega empregada por S. Paulo e que significa favor, dom gratuito, benefício. Seja qual for seu caráter, às vezes extraordinário, como o dom dos milagres ou das línguas, os carismas se ordenam à graça santificante e têm como meta o bem comum da Igreja. Acham-se a serviço da caridade, que edifica a Igreja.





§2005 Sendo de ordem sobrenatural, a graça escapa à nossa experiência e só pode ser conhecida pela fé. Não podemos, portanto, nos basear em nossos sentimentos ou em nossas obras para dai deduzir que estamos justificados e salvos. No entanto, segundo a palavra do Senhor: "É pelos seus frutos que os reconhecereis" (Mt 7,20), a consideração dos benefícios de Deus em nossa vida e na dos santos nos oferece uma garantia de que a graça está operando em nós e nos incita a uma fé sempre maior e a uma atitude de pobreza confiante. Acha-se uma das mais belas ilustrações desta atitude na resposta de Sta. Joana d'Arc a uma pergunta capciosa de seus juízes eclesiásticos: 






Interrogada se sabe se está na graça de Deus, responde: "Se não estou, que Deus me queira pôr nela; se estou, que Deus nela me conserve".






Graça atual





§2000 A graça santificante é um dom habitual, uma disposição estável e sobrenatural para aperfeiçoar a própria alma e torná-la capaz de viver com Deus, agir por seu amor. Deve-se distinguir a graça habitual, disposição permanente para viver e agir conforme o chamado divino, e as graças atuais, que designam as intervenções divinas, quer na origem da conversão, quer no decorrer da obra da santificação.





§2024 A graça santificante nos faz "agradáveis a Deus". Os carismas, graças especiais do Espírito Santo, são ordenados à graça santificante e têm como alvo o bem comum da Igreja. Deus opera também por graças atuais múltiplas, que se distinguem da graça habitual, permanente em nós.






Graças de estado (serviço ministerial):





§2004 Entre as graças especiais, convém mencionar as graças de estado, que acompanham o exercício das responsabilidades da vida cristã e dos ministérios no seio da Igreja: “Tendo, porém, dons diferentes, segundo a graça que nos foi dada, aquele que tem o dom da profecia, que o exerça segundo a proporção de nossa fé; aquele que tem o dom do serviço, que o exerça servindo; quem tem o dom do ensino, ensinando; quem tem o dom da exortação, exortando. Aquele que distribui seus bens, que o faça com simplicidade; aquele que preside, com diligência; aquele que exerce misericórdia, com alegria.” (Rm 12,6-8).





Oração dom da graça










§2713 Dessa forma, a oração mental é a expressão mais simples do mistério da prece. A oração é um dom, uma graça; não pode ser acolhida senão na humildade e na pobreza. A oração é uma relação de aliança estabelecida por Deus no fundo de nosso ser. A oração é comunhão: a Santíssima Trindade, nesta relação, conforma o homem, imagem de Deus, "a sua semelhança".






AS VIRTUDES DIFEREM DA GRAÇA






§1810 As virtudes humanas adquiridas pela educação, por atos deliberados e por uma perseverança sempre retomada com esforço são purificadas e elevadas pela graça divina. Com o auxílio de Deus, forjam o caráter e facilitam a prática do bem. O homem virtuoso sente-se feliz em praticá-las.





Preparação para receber a graça












§2001 A preparação do homem para acolher a graça é já uma obra da graça. Esta é necessária para suscitar e manter nossa colaboração na justificação pela fé e na santificação pela caridade. Deus acaba em nós aquilo que Ele mesmo começou, "pois começa, com sua intervenção, fazendo com que nós queiramos e acaba cooperando com as moções de nossa vontade já convertida": Sem dúvida, operamos também nós, mas o fazemos cooperando com Deus, que opera predispondo-nos com a sua misericórdia. E o faz para nos curar, e nos acompanhará para que, quando já curados, sejamos vivificados; predispõe-nos para que sejamos chamados e acompanha-nos para que sejamos glorificados; predispõe-nos para que vivamos segundo a piedade e segue-nos para que, com Ele, vivamos para todo o sempre, pois sem Ele nada podemos fazer.






§2022 A iniciativa divina na obra da graça precede, prepara e suscita a livre resposta do homem. A graça responde às aspirações profundas da liberdade humana; chama-a a cooperar consigo e a aperfeiçoa.







CONCLUSÃO:












Por tudo isto que vimos, podemos concluir que, "para o recebimento eficaz da graça de Deus, eu preciso estar na hora e local onde Deus me quer, e com as disposições necessárias para o acolhimento da graça que Ele mesmo quer derramar e operar em nós ali naquele momento e lugar, como fez em Pentecostes, ou quer seja: na nossa oração pessoal, leitura da palavra, missa, recebimento dos sacramentos, participando da formação e serviço na Igreja, reuniões comunitárias, nos retiros, e até mesmo nas atividade seculares as quais o próprio Deus nos concedeu, fazendo destes momentos e locais um verdadeiro sacramento, vivendo em docilidade e testemunhando a Cristo." Portanto, se Deus se comprometeu em derramar graças na sua participação na missa, na sua oração, e ou, em outros locais e momentos, porém, você livre e deliberadamente, sem justa causa, não estava lá, a graça passou, se derramou, mas você não a recebeu. E aquela graça concedida para aquele momento e lugar, você a perdeu, e agora imagina se algum dos apóstolos não estivessem como foi ordenado por Deus para estarem todos eles reunidos no mesmo lugar como foi em Pentecostes?...
















*Francisco José Barros Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17








“Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!”















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