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sexta-feira, 26 de setembro de 2025

O Ministério de São Francisco de Assis: Por que Escolheu Ser Diácono e Não Sacerdote?




por *Francisco José Barros de Araújo



Muitos pensam que São Francisco de Assis tenha sido sacerdote, já que fundou uma das maiores ordens religiosas da Igreja. No entanto, a verdade histórica e eclesial é outra: Francisco nunca quis receber a ordenação sacerdotal, por não se sentir dígno. Em espírito de humildade, permaneceu no grau do diaconato, servindo à Palavra, ao altar, e ao povo de Deus, mas sem celebrar a Santa Missa.



 



 

O diaconato é o primeiro grau do sacramento da Ordem. O diácono proclama o Evangelho, pode pregar, distribuir a comunhão e servir ao altar, mas não consagra nem absolve pecados. Francisco via nesse estado de vida um caminho mais conforme à sua vocação de pobreza, serviço e simplicidade.

 


As Fontes Franciscanas, especialmente a Vita Prima de Tomás de Celano (primeira biografia de Francisco, escrita poucos anos após sua morte), testemunham que ele foi diácono, mas não sacerdote. A decisão de não subir ao presbiterado foi fruto de sua profunda reverência ao mistério da Eucaristia: Francisco não se considerava digno de tocar o altar como celebrante.

 


Quanto à ordenação, não há registro preciso do bispo que lhe conferiu o diaconato. Muitos historiadores indicam o bispo Guido de Assis como o mais provável, pois foi ele quem apoiou Francisco desde o início e o protegeu quando renunciou publicamente à herança paterna. Outros sugerem que a ordenação pode ter ocorrido em Roma, quando o Papa Inocêncio III aprovou oralmente a forma de vida dos primeiros frades. Entretanto, nenhum documento oficial conserva o nome exato do ordinante. Assim, o que a história nos assegura é que Francisco foi ordenado diácono, viveu e exerceu esse ministério, mas se manteve sempre fiel à sua escolha de não ser sacerdote, como expressão de humildade e coerência com seu carisma.

 


Conclusão

 



São Francisco de Assis não foi padre, mas diácono. Sua vida mostra que o essencial na Igreja não está no título ou na função mais elevada, mas na fidelidade à vocação recebida. Ele preferiu permanecer servo e pregador do Evangelho, inspirando até hoje homens e mulheres a viverem a fé com simplicidade e amor. Sua opção nos recorda que a grandeza do cristão está em servir.






*Francisco José Barros de Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17 - Perfil curricular no sistema Lattes do CNPq Nº 1912382878452130.



 

Fontes bibliográficas

 


-Tomás de Celano. Vita Prima Sancti Francisci. In: Fontes Franciscanas. Petrópolis: Vozes, 2004.

 

-São Boaventura. Legenda Maior de São Francisco. In: Fontes Franciscanas. Petrópolis: Vozes, 2004.

 

-Catholic Encyclopedia. “St. Francis of Assisi.” Nova Iorque: Robert Appleton Company, 1909.

 

-Moorman, John. A History of the Franciscan Order from Its Origins to the Year 1517. Oxford: Clarendon Press, 1968.

 

-Armstrong, Regis J.; Hellmann, J. A. Wayne; Short, William J. Francis of Assisi: Early Documents. Nova York: New City Press, 1999.






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