Onde
está a afirmação, incompleta, infundada, proselitista e fraudulenta?
PARA JUSTIFICAR A
MENTIRA ELES CITAM O SERMÃO 295 DE ST. AGOSTINHO:
"Numa
passagem neste livro, eu disse sobre o Apóstolo Pedro: Sobre ele, como uma
pedra, a Igreja foi construída...Mas eu sei que mui freqüentemente em um tempo
atrás, eu expliquei que o Senhor disse: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, que é para
ser entendido como construída sobre Ele, a quem Pedro confessou dizendo: Tu és
o Cristo, o Filho do Deus vivo, e assim Pedro, chamado depois esta pedra,
representou a pessoa da Igreja que é construída sobre esta pedra, e recebeu ‘as
chaves do reino do céu. Porque, Tu és Pedro e não Tu és a pedra foi dito a
ele. Mas a pedra era Cristo, em quem confessando, como também toda a Igreja
confessa, Simão foi chamado Pedro. Mas
que o leitor decida qual dessas duas opiniões é a mais provável". (The Fathers of the Church (Washington D.C., Catholic University, 1968; Saint Augustine, The Retractations Capítulo 20.1).
E CONCLUEM OS "MONERGENISTAS":
O
que se segue são declarações de suas Retratações que se referem a sua
interpretação da pedra de Mateus 16,18 – onde ele deixa a interpretação aberta
para os leitores decidirem qual era a mais provável interpretação. Assim, este
discípulo é chamado Rochoso à partir da pedra, como Cristão à partir de Cristo.
Por que eu quis fazer esta pequena introdução? Para te sugerir que em Pedro a
Igreja é para ser reconhecida. Cristo, você vê, construiu sua Igreja não sobre
um homem, mas sobre a confissão de Pedro. Qual é a confissão de Pedro? ‘Tu és
Cristo, o Filho do Deus vivo'. Lá está a pedra para você, lá está a fundação,
lá está onde a Igreja tem sido construída, sobre a qual as portas do inferno
não podem prevalecer. Agostinho não poderia ter sido mais claro em sua
interpretação da pedra de Mateus 16. Em sua visão, Pedro é representativo da
Igreja toda".
O QUE DIZ "TODA" A VERDADE
DOCUMENTAL?
Para
justificar a mentira, os sites enganadores usam o Sermão 295 de Santo Agostinho,
utilizando de uma estratégia comum entre Protestantes: "eles omitem o resto do Sermão
e destacam o que lhe é de interesse" (tirar o texto do contexto, para servir de
pretexto). Primeiramente leiam a parte que destacamos no texto, e que
os protestantes articulam o texto de Santo Agostinho com a seguinte sentença: “Mas que o leitor decida qual dessas duas opiniões é a mais provável.
Nessa frase o Santo já deixa explícito que a afirmação de que Pedro não é a
pedra é uma questão que o leitor deve decidir". Utilizando
deste sermão os manipuladores do texto criam uma imagem onde Santo Agostinho
está no fim de sua vida e se arrepende de suas palavras, dizendo assim que
Pedro não é a Pedra. Dessa forma articulam o texto inserindo uma “boa dose” de
sentimentalismo, moldando um Santo Agostinho que já não é mais Católico e sim
um “Santo Protestante”(e digamos de passagem, santo protestante é algo que não
existe!).
Vejamos então agora, outra
parte do mesmo Sermão, que claro, é omitida pelo autor da mentira:
“… São Pedro, o primeiro dos
Apóstolos, que amava Cristo ardentemente, mereceu escutar: Por isto eu te
digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja...Dentre os apóstolos, somente Pedro mereceu
representar em toda parte a personalidade da Igreja toda. Porque sozinho representava
a Igreja inteira, mereceu ouvir estas palavras: Eu te darei as chaves do Reino
dos Céus. Na verdade, quem recebeu estas chaves não foi um único homem, mas
a Igreja uma. Assim, manifesta-se a superioridade de Pedro, que representava a
universalidade e a unidade da Igreja. A ele era atribuído pessoalmente o
que a todos foi dado. No mesmo sentido, também depois da Ressurreição, o
Senhor entregou a Pedro a responsabilidade de apascentar Suas ovelhas. E dirigiu-se a Pedro, de preferência aos
outros, porque, dentre os apóstolos, Pedro é o primeiro.”
Na
continuação do Sermão vemos claramente que o Santo Bispo de Hipona não só
acreditava no Primado de Pedro, mas afirmava que este representa toda a Igreja!
“Dentre os apóstolos, somente Pedro mereceu representar em toda parte a
personalidade da Igreja toda. Porque sozinho representava a Igreja inteira,
mereceu ouvir estas palavras: Eu te darei as chaves do Reino dos Céus”.
Diante
de tais afirmações fica difícil acreditar que Santo Agostinho negou o Primado
de Pedro! O Santo ainda diz:
“Uma vez que devemos considerar a sucessão dos bispos, com maior razão,
mais verdadeiramente e com maior segurança, nós enumeramos os bispos de Roma a
partir do próprio Pedro, a quem, como que representando a toda a Igreja, o
Senhor disse: Sobre esta Pedra construirei a minha Igreja, e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela?” (Letters 53:1:2 [A.D. 412]
–http://www.catholic.com/library/Origins_of_Peter_as_Pope.asp).Santo
Agostinho não só acreditava no primado como afirmava que as “chaves do Reino”
foram transmitidas não só a Pedro, mas a toda a Igreja através da sucessão
apostólica. Isso fica explícito no Comentário ao Evangelho do III domingo da
Páscoa feito pelo Santo Bispo de Hipona quando este combatia as heresias dos
Montanistas e Novacianos que negavam o poder da Igreja de conceder o perdão dos
pecados, segundo eles este poder era pessoal e teria desaparecido com a morte
de Pedro.
Comentário ao
Evangelho do 3º Domingo da Páscoa – ano C (João 21,1-19):
“Quando interrogava a Pedro, o Senhor interrogava também a nós. Quando
ouves o Senhor dizendo: Pedro, tu me amas? (Jo 21,16), lembra-te de um espelho
e procura ver-te nele. Pois que outra coisa Pedro aí fazia se não representar a
Igreja? Por isso, quando interrogava a Pedro, o Senhor nos interrogava também a
nós, interrogava a Igreja. Para saberes que Pedro era figura da Igreja, recorda
aquela passagem do Evangelho: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha
Igreja e as portas do inferno não a vencerão. Eu te darei as chaves do Reino
dos céus (Mt 16,18-19).É um homem só que as recebe. Quais sejam as chaves do
Reino dos céus ele explicou assim: O que ligares na terra será ligado nos céus
e o que desligares na terra será desligado nos céus (Mt 16,19).Mas, se apenas a
Pedro é que isso se disse, somente Pedro é que fez isso: morreu e partiu. Quem,
portanto, liga e quem desliga? Ouso afirmar que também nós (os bispos em unidade com Pedro), temos essas chaves.” (http://www.osb.org.br/lectio9.htm)
Vejamos ainda alguns
textos que nos deixa claro a posição de Santo Agostinho em relação ao primado e
ao Papado:
"Se a sucessão dos bispos for levada em conta, quanto mais certa e
benéfica a Igreja que nós reconhecemos chegar até o próprio Pedro, aquele que
portou a figura da Igreja inteira, a quem o Senhor disse: ‘Sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela’. O sucessor de Pedro foi Lino, e seus
sucessores em ordem de sucessão ininterrupta foram estes: Clemente,
Anacleto, Evaristo, Alexandre, Sisto, Telésforo, Higino, Aniceto, Pio, Sótero,
Eleutério, Victor, Zeferino, Calisto, Urbano, Ponciano, Antero, Fabiano,
Cornélio, Lúcio, Estêvão, Sisto, Dionísio, Félix, Eutiquiano, Caio, Marcelino,
Marcelo, Eusébio, Miltíades, Silvestre, Marcos, Júlio, Libério, Dâmaso e
Sirício, cujo sucessor é o presente bispo Anastácio. Nesta ordem de sucessão, nenhum bispo donatista é encontrado” (Santo
Agostinho, Ep. 53,2).Vemos
então ai, o Santo afirmar que Pedro “portou a figura da Igreja inteira” e
ainda citar a ordem ininterrupta da sucessão apostólica a partir de São Pedro.
O escrito acima foi feito pelo Santo Bispo de Hipona principalmente para
combater os hereges donatistas .
Vejam mais um texto
onde Santo Agostinho trata sobre o Primado:
“Ainda prescindindo da sincera e genuína sabedoria, que em vossa
opinião não se encontra na Igreja Católica, muitas outras razões me mantém em
seu seio: o consentimento dos povos e das gentes; a autoridade, erigida com
milagres, nutrida com a esperança, aumentada com a caridade, confirmada pela antigüidade; a sucessão dos
bispos desde a própria Sé do Apóstolo Pedro, a quem o Senhor confiou, depois da
ressurreição, o apascentamento de suas ovelhas até o episcopado de hoje; e,
por fim, o próprio apelativo de ‘católica’, que não sem razão apenas a Igreja
alcançou. Estes vínculos do nome cristão – tantos, grandiosos e dulcíssimos –
mantêm o crente no seio da Igreja católica, apesar de que a verdade, por causa
da torpeza de nossa mente e indignidade de nossa vida, ainda não se apresenta”
(Santo Agostinho, C. ep. Man. 4,5).
Analisando
as palavras do Santo, vemos novamente o mesmo falar sobre o apostolado de Pedro
e a sucessão apostólica, deixando novamente claro sua opinião sobre o assunto. Assim
mostramos rapidamente que Santo Agostinho não só acreditava no primado de
Pedro, mas o defendia veemente! É claro que mesmo com toda evidencia
que aqui deixamos sempre terá um protestante para contestar. Mas como falar que
um homem que chamava a Igreja de Mãe escreveria contra a mesma?
“…Se a mãe viúva (de Naim) se alegrou com a ressurreição do jovem, nossa
Mãe, a Igreja, alegra-se diariamente com a ressurreição espiritual dos
homens.”[/blueSermo 98, 1-3(Patrologia Latina 38, 591-592)http://www.osb.org.br/lectio_10junho07.html
Prosseguimos com
outro sermão de Santo Agostinho:
“Eis que o Senhor, depois de sua ressurreição, aparece novamente aos
discípulos. Interroga Pedro e o obriga a confessar três vezes seu amor, a ele
que, por medo, três vezes o negara. Cristo ressuscitou na carne, e Pedro
segundo o espírito; pois, enquanto o Senhor morria sofrendo, Pedro morria
negando. Cristo Senhor ressuscitou
dentre os mortos, e Pedro ressuscitou graças ao amor de Cristo para com ele.
Àquele que agora o confessava,
interrogou sobre seu amor, e lhe confiou suas ovelhas. Mas, o que Pedro dava a
Cristo, pelo fato de amar a Cristo? Se Cristo te ama, o proveito é teu, não de
Cristo. Se amas a Cristo, é ainda para proveito teu, não de Cristo. Entretanto,
o Senhor, querendo mostrar como os homens devem provar que o amam, manifesta-o
claramente, mencionando suas ovelhas: Tu me amas? – Eu te amo. Cuida das minhas
ovelhas (Jo 21, 16.17). Perguntou uma, duas, três vezes. Pedro nada lhe
respondeu a não ser que o amava. O Senhor nada lhe perguntou a não ser se ele o
amava. Cristo não confia a Pedro coisa alguma senão o pastoreio de suas
ovelhas. Amemo-nos, e estaremos amando a Cristo…” Sermo Guelferbytanus 16, 1-2
(Patrologiæ Latinæ Supplementum 2, 579-580).http://www.osb.org.br/lectio_22abril07.html)
No
sermão acima vemos mais uma ótima explicação a respeito do tema. Santo
Agostinho diz :
“Cristo confia a Pedro nada menos que o pastoreio de suas
ovelhas! Amemo-nos, e estaremos amando a Cristo.”
Com
isso vemos explicitamente a opinião do Santo Bispo a respeito da missão dada a
Pedro de apascentar as ovelhas, ora Cristo não tinha ovelhas, ou seja, é dado a
Pedro a missão de ser a Pedra. E em diversos sermões podemos ver a opinião de
Santo Agostinho sobre o Primado e o poder concedido sobre Pedro e
conseqüentemente sobre a Igreja através da sucessão apostólica, por isso Santo
Agostinho afirmava que A Igreja era a Esposa de Cristo:
“Traje de festa recebe-se em honra da união do esposo e da esposa.
Conheceis o esposo: é Cristo. Conheceis a esposa: é a Igreja. Honrai a esposa,
honrai o esposo. Se os honrardes dignamente, sereis seus filhos. Portanto,
procurai crescer no amor.” Sermo 90, 1.5.6(Patrologia Latina 38, 559.561.563)http://www.osb.org.br/lectio_09outubro.html
Como
ele poderia negar o poder dado a Igreja? Se para Santo Agostinho a Igreja é a
Barca que transporta os discípulos!
“…A barca que transporta os discípulos, isto é, a Igreja, navega, e a
tempestade das provações a tomam de assalto. O vento contrário, ou seja, o demônio que faz oposição à Igreja, não se
acalma, esforçando-se por impedi-la de chegar ao repouso do porto. Grande é,
porém, aquele que intercede por nós. Com efeito, durante a tumultuosa
navegação em que nos debatemos, ele nos inspira confiança, vem a nós e nos
reconforta, a fim de que, sacudidos pela barca, não nos deixemos abater e não
nos lancemos ao mar. Porque, mesmo se a
barca é sacudida pelas ondas, é apesar de tudo uma barca, e somente esta barca
transporta os discípulos e acolhe Cristo. Ela corre um grande risco no mar,
mas, fora dela, imediatamente perecemos. Conserva-te, pois, na barca e clama
por Deus. Todos os conselhos podem falhar, o leme pode tornar-se
insuficiente, as velas abertas mais perigosas que úteis – quando todos os
socorros humanos falharem, só resta aos marinheiros rezar e elevar a Deus seus
corações. Aquele que concede aos navegantes a graça de chegar ao porto, iria
acaso abandonar a sua Igreja, em vez de reconduzi-la ao repouso? Sermo 75 (Patrologia
Latina 38, 475-476)http://www.osb.org.br/lectio_25junho06.html
No
sermão acima Santo Agostinho trata a Igreja como “A barca” uma alusão a “barca
de Pedro” e diz que o vento contrário a Igreja é o demônio e é este que vem
atacando a barca, sempre tentado derrubá-la com mentiras e calúnias e no final
o Santo fala “Conserva-te, pois, na barca…”. Mostrando-nos o caminho para
escaparmos da “tempestade” , pois quem está fora da barca conscientemente por
puro orgulho revanchista não se salva (diferente da condição dos que estão na “ignorância
invencível”, que podem salvar-se).Diante
te todos os argumentos ainda pode vir um protestante alegar que o Santo negou o
primado na obra “Retratações” esta que ele escreveu ao fim da vida, mas o que
podemos perceber é que o Santo, não nega suas antigas afirmações de que Pedro é
a Pedra, mas afirma que a Pedra era a fé de Pedro e que esta é uma questão em
que o leitor deve decidir (vide trecho destacado em negrito no início do
artigo) portanto, ele aceita o primado na própria obra “Retratações”. Santo
Agostinho, de fato, propagou durante sua vida as duas interpretações citadas
pelo protestante sobre o Primado de Pedro: a de que a pedra é a confissão de Pedro, e a
de que a pedra é o próprio Pedro. E de fato, nas Retractationes, o
santo apontou as duas interpretações como sendo plausíveis. Até aqui o
protestante copiou bem. Mas faltou terminar de copiar, pois Santo Agostinho,
depois de mostrar as duas fórmulas, termina com a seguinte frase “esquecida”, pelos protestantes: “Que o leitor escolha das duas interpretações aquela que lhe pareça a
mais provável” (Que le lecteur choisisse de ces deux interprétations celle qui
lui semblera la plus probable). Note
bem o que escreveu o santo: escolha o leitor – das duas interpretações –
a que parecer mais provável. Ou seja: Santo Agostinho reconhece sua
incapacidade em interpretar uma passagem bíblica, e propõe a seus leitores que
escolham a que lhes pareça mais provável. O que faz o protestante? Recorta o
trecho indesejado para eles e simplesmente apresenta as suas interpretações – insinuando
que a segunda é que vale – e recorta estrategicamente a conclusão do
santo, justamente o trecho que esclarece a questão. E para finalizar ficaremos
com a célebre frase de Santo Agostinho que desmorona qualquer tentativa protestante
que queira alegar que Agostinho era contra o Primado de Pedro sobre os demais
apóstolos, e sobre a Igreja, ou que o tenha negado: “ROMA LOCUTA CAUSA FINITA EST. – Roma falou, encerrada a
questão” (Santo Agostinho Sermão 131,10). Diante
de tudo que foi exposto, temos evidencias suficientes para acreditar não só que
Santo Agostinho acreditava no Primado de Pedro, mas que este também era um
árduo defensor do Papado Romano, de onde começou a sucessão Petrina, pois foi
lá em Roma, onde Pedro foi martirizado, e que foi eleito o seu sucessor: São
Lino. Vemos assim o argumento protestante ir vergonhosamente por água abaixo mais
uma vez, e deixamos este alerta do Santo doutor:
“Devemos, sobretudo, reter na memória aqueles textos mais decisivos no
combate aos hereges, cujas ciladas não cessam de armar contra os que são mais
fracos ou mais negligentes.” Santo Agostinho- In I Epistolam Ioannis, Tractatus
2, 1 (Sources Chrétiennes 75, 151-152)
CONCLUSÃO
Novamente
desmascaramos aqui mais uma das inúmeras mentiras de sites e pastores
protestantes, e vemos que o protestantismo em si infelizmente, foi erguido em cima
de mentiras e mais mentiras e não sobre a Petrus e a fé de Pedro.Mentir é dar
uma informação falsa, é dizer o que não é verdade, é enganar, é intencional, diferente
do erro que é acidental. Proferir ou contar uma mentira consiste em falar algo
que não é verdade para alguém, no intuito em que tal pessoa acredite. Mentir é
enganar, além de ser uma das ações de quem possui intenções maliciosas em
relação à outros. Portanto, a mentira é considerada um ato imoral e até
criminal, quando prejudica a outros.Normalmente,
a mentira nasce da necessidade do mentiroso em obter algum proveito ou em
livrar-se de alguma situação que o incomode. O mentiroso usa a mentira como uma
ferramenta de consolo, pois assim sente-se mais satisfeito e calmo consigo
mesmo, fantasiando ou mascarando as suas angústias, e seu mundo de fantasias. No meio religioso, a
mentira consiste em pecado gravíssimo e é inserida nos 10 mandamentos como
calúnia, sendo relacionada ao maligno, representada pela figura do diablos
(adversário), sendo este, o "pai das mentiras" desde o princípio.Aristóteles (384-322 a.C), pensador grego, só aceitava duas maneiras de
mentir: diminuindo ou aumentando uma verdade.
Santo Agostinho, no segundo capítulo do seu utilíssimo livro Sobre a Mentira,
ao classificar as mentiras distingue o mentiroso (mendax) do embusteiro
(mentiens). Embusteiro, de acordo com o
Bispo de Hipona, é o que mente na maioria dos casos por fraqueza, enquanto o
mentiroso, propriamente dito, é o sujeito a quem apetece mentir, e que se
utiliza da mentira com um sardônico prazer interior, a ponto de sofisticá-la
mais e mais, chegando ao cúmulo de mentir com pedaços soltos de verdade
ordenados de forma tal, que, aos olhos da maioria, pareçam ser alguma verdade
fundamental, mas que na prática compõem uma grande mentira. E, definido o
mentiroso quanto ao caráter, Agostinho passa a definir as mentiras quanto aos
graus. E especifica oito, sendo o mais nefasto o da mentira em matéria
religiosa, pois afasta as pessoas da verdade fundamental revelada por Cristo e
defendida pelo Magistério da Igreja em todos os tempos.
Esse
tipo de mentiroso, ou seja: o autor de mentiras religiosas, que, como ensina
Santo Agostinho, é o mais abominável, muitas vezes é um inimigo da Cruz
infiltrado. Desse tipo, ou melhor, desse arquétipo, vários Papas trataram em
incontáveis Encíclicas, entre os séculos XIX e XX. Se é pessoa de alguma
erudição ou conhecimento do Magistério, então, torna-se altamente daninho, pela
capacidade de propagar mentiras sofisticadamente, ou melhor: “sofisticamente”.
Chega a ser capaz de citar trechos de Encíclicas, de estudiosos, e da bíblia, descontextualizando-os,
para prosseguir em seu ofício mendaz. Como na verdade ele não defende a
fé apostólica, incomoda-se com quem o faça, e sobretudo com quem o faça
seguindo à risca a doutrina da Igreja. Para vermos quão daninha ela é,
lembremo-nos do que diz Santo Agostinho em outro livro, desta vez, no tratado
Contra a Mentira:“Não devemos mentir nem mesmo
para salvar um homem do castigo eterno”. São
palavras duras de um Doutor universal da Igreja (respeitado por Católicos,
Ortodoxos, protestantes e até não Cristãos), e obviamente só mesmo com o auxílio
da Graça e iluminação divina, alguém pode chegar a esta reflexão, pois apenas
com nossas forças humanas, e com o apoio de nossa frágil consciência
individual, de fato não podemos. A propósito, essas palavras de Agostinho já
não podem sequer ser entendidas por muitos católicos, que hoje naturalizaram tudo,
ou seja: perderam a noção do sobrenatural. Para estes, o homem santo é apenas um
sujeito bom, moralmente cumpridor dos seus deveres, timorato e às vezes até
piedoso. Quem pensa assim, tem uma ideia pelagiana, e meramente kantiana de
moral e de religião. Um Cristão assim jamais poderia sequer ter um
vislumbre de entendimento do que Santo Agostinho quer dizer, quando pergunta:
“Por que há homens justos que se perdem eternamente, enquanto que há lodos
humanos que se salvam no último instante?”
“Que vossa caridade se enriqueça cada vez mais no conhecimento e em todo
tipo de discernimento, para que possais eleger o melhor...”(Filipenses I, 9)
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