Cidade
di Vaticano (RV)
Os
devotos do Padre Cícero têm motivos para comemorar! O Vaticano aceitou o pedido
para a reconciliação com a Igreja Católica! A resposta veio nove anos
depois do pedido feito pela Diocese do Crato, cidade onde Padre Cícero
nasceu. "É inegável que o Padre Cícero
Romão Batista, no arco de sua existência, viveu uma fé simples, em sintonia com
o seu povo e, por isso mesmo, desde o início, foi compreendido e amado por este
mesmo povo", alega o documento assinado pelo Secretário de Estado da Santa
Sé, Cardeal Pietro Parolin.
Padre
Cícero morreu em Juazeiro do Norte, em 20 de julho de 1934, aos 90 anos, sem
conciliação com a Igreja devido a um caso conhecido como "milagre da
hóstia", em que a hóstia dada pelo ‘Padim Ciço’ teria virado sangue na
boca de uma beata. Agora, não há mais medidas proibitivas para que o
"santo popular" seja beatificado ou canonizado.
Fonte: br.radiovaticana.va/News
“Sim, o Padre Cicero! Quero fazer mais por esta causa”, afirmou o Papa Francisco em encontro com Dom Fernando Panico
Como ao Cardeal Parolin, em uma visita
realizada dias anteriores, Dom Fernando entregou ao Papa Francisco uma
estatueta em madeira do Padre Cicero Romão, CD e um livreto de autoria da Irmã
Annette Dumoulin sobre o Padre Cícero e as romarias. No dia de hoje, 15 de
junho, aconteceu um dos encontros mais esperados para o povo da Diocese de
Crato e os romeiros do Padre Cícero Romão Batista: Sua Santidade o Papa
Francisco recebeu na Praça San Pietro, na Cidade do Vaticano, em Roma, o Bispo
Dom Fernando Panico, que foi agradecer pessoalmente ao Santo Padre o envio da
carta histórica que reconciliou a Igreja com o Padre Cícero Romão. O encontro
aconteceu enquanto no Brasil ainda eram 5 horas da manhã, mas em Roma, que tem
o fuso horário de cinco horas a mais, eram 10 horas. Junto a Dom Fernando
estavam o Padre Cícero José da Silva, pároco da Basílica Santuário Nossa
Senhora das Dores, e o Frei Raimundo Barbosa Filho, pároco do Santuário São
Francisco das Chagas. Com um
rosto sereno, alegre e abraço afetuoso de um Bom Pastor o Papa Francisco
demonstrou acolhida pastoral e, após o Dom Fernando fazer os agradecimentos
pela reconciliação da Igreja com o Patriarca do Nordeste, o Papa afirmou: “Sim,
o Padre Cicero. Quero fazer mais por esta causa”.O coração de todos encheu-se
de alegria. “Foi uma experiência muito forte. Sentimos a cordialidade e a
proximidade espiritual e pastoral do Pastor universal da Igreja. Pessoalmente,
agradeci a Francisco pelos seus ensinamentos e testemunho profético, além de
manifestar a imensa gratidão da nação romeira pela simpatia que o Papa tem com
a causa do Padre Cícero Romão. Agradeci o Papa, enfim, porque em sua caridade e
solicitude pastoral, recentemente doou a mim e a nossa Diocese de Crato um
Bispo Coadjutor, na pessoa do querido Dom Gilberto Pastana”, relatou Dom
Fernando sobre o encontro.Como ao Cardeal Parolin, em uma visita realizada dias
anteriores, Dom Fernando entregou ao Papa Francisco uma estatueta em madeira do
Padre Cicero Romão, CD e um livreto de autoria da Irmã Annette Dumoulin sobre o
Padre Cícero e as romarias.
A Solenidade de
abertura da Porta Santa na Catedral Nossa Senhora da Penha, em Crato (CE),
teve para os fiéis da Diocese de Crato e romeiros do Padre Cícero Romão Batista
um significado ainda maior. O bispo diocesano, Dom Fernando Panico, comunicou,
durante sua homilia, que o Papa Francisco havia enviado uma carta na qual
autoriza a reconciliação do “Padim Ciço”, como é carinhosamente chamado pelos
devotos, com a Igreja Católica. A carta é assinada pelo Cardeal Pietro Cardeal
Parolin, Secretário de Estado do Vaticano. As palavras aguardadas há décadas
pelos fiéis foram recebidas com júbilo.
Um quadro com a
imagem do padre foi introduzida não no altar, pois ele ainda não foi
canonizado, mas dentro da Igreja, próximo ao altar!
“Ele vai entrar como romeiro. Seu lugar não será ainda o Altar, mas
ficará no meio do Povo, invocando e cantando conosco a misericórdia do Pai”,
disse Dom Fernando.
Além de destacar a fé
simples e a devoção a Nossa Senhora que o Padre Cícero teve em sua existência,
o Papa ainda caracterizou o seu modo de evangelização, vivido no final do
século XIX e início do XX, como atual: “Atitude de saída, ao encontro das periferias existenciais, a atitude do
Padre Cícero em acolher a todos, especialmente aos pobres e sofredores,
aconselhando-os e abençoando-os, constitui sem dúvida, um sinal importante e
atual”, afirmou. Padre
Cícero morreu em 1934 suspenso de ordem. A partir da data de seu falecimento o
número de fiéis que realizam romarias à cidade que ele fundou, Juazeiro do
Norte, só cresce. Diante desta realidade, ao chegar na Diocese de Crato, em
2001, Dom Fernando Panico colocou esta reconciliação como prioridade de seu
episcopado.O bispo formou uma comissão e deu entrada, em 2006, na Congregação
para Doutrina da Fé, no Vaticano, ao processo de reabilitação, porém o Papa
Francisco foi além. A partir dos estudos realizados pela Equipe de Direito
Canônico do Vaticano, foi decidido que a Igreja deveria conceder a
reconciliação do padre com a Igreja, permitindo assim que os fiéis realizem sua
devoção com a aprovação da Santa Sé! “Como Bispo Diocesano dessa Igreja particular, fico feliz por poder
receber essa grande graça, em nome do Padre Cícero e de seus romeiros e
romeiras, em nome de todos aqueles bispos: Dom Quintino, Dom Delgado, que
alguma vez pediram que a Igreja e Padre Cícero se reconciliassem, em nome de
todas as pessoas que queriam ver o Seu Padrinho ser, de novo, acolhido pela
Igreja Católica da mesma forma que sempre foi acolhido por seus afilhados!”,
disse.
processos de Reabilitação
e Reconciliação
Reabilitação
é recuperação de ordens que estavam suspensas. Reconciliação é apagar qualquer
oposição à ação do Padre Cícero.A Diocese de Crato deu entrada ao
processo de reabilitação pelo fato do Padre Cícero ter morrido suspenso de
ordem, porém como o padre já havia falecido e as punições cessadas, não tinha o
que o Papa reabilitar.De 2006 a 2014 uma equipe de direito canônico do Vaticano
estudou como resolver esta questão. Eles chegaram à conclusão de que a Igreja
teria que ter uma Reconciliação. “Como a ação do Padre Cícero se tornou
crescente mesmo após a sua morte, eles disseram era oportuno a reconciliação da
Igreja com o Padre”, disse o chanceler Armando Lopes Rafael.Em outubro
de 2015 o Papa Francisco enviou uma carta reconciliando a Igreja Católica com a
herança espiritual do Padre Cícero, porque entendeu que o padre deu
continuidade à obra de divulgação do evangelho que Jesus queria. “Ele se
dedicou aos humildes e estes permaneceram fiéis à Igreja Católica, por isso a
reconciliação”, disse Armando.A Reconciliação é mais ampla que a Reabilitação
pois, conforme explica o chanceler, é uma aceitação e reconhecimento dos frutos
feitos através das romarias e devoção ao padre Cícero, propiciando uma maior
aproximação dos romeiros com toda a Igreja Católica.
Confira, a seguir, o Resumo da carta-mensagem do Papa Francisco
sobre a Reconciliação histórica da Igreja Católica com a memória do Padre
Cícero Romão Batista.
Em longa correspondência enviada ao Bispo
Diocesano de Crato, Dom Fernando Panico, o Secretário de Estado do Vaticano,
Cardeal Pietro Parolin, afirmou que:
“A presente mensagem foi redigida
por expressa vontade de Sua Santidade o Papa Francisco, na esperança de que
Vossa Excelência Reverendíssima não deixará de apresentar à sua Diocese e aos
romeiros do Padre Cícero a autêntica interpretação da mesma, procurando por
todos os meios apoiar e promover a unidade de todos na mais autêntica comunhão
eclesial e na dinâmica de uma
evangelização que dê sempre e de maneira explícita o lugar central a Cristo,
princípio e meta da História”.
A mensagem lembra,
inicialmente, as festas pelo centenário de criação da Diocese de Crato
acrescentando “que (essas comemorações) põem
em realce a figura do Padre Cícero Romão Batista e a nova Evangelização,
procurando concretamente ressaltar os bons frutos que hoje podem ser
vivenciados pelos inúmeros romeiros que, sem cessar, peregrinam a Juazeiro
atraídos pela figura daquele sacerdote. Procedendo desta forma, pode-se
perceber que a memória do Padre Cícero Romão Batista mantém, no conjunto de boa
parte do catolicismo deste país, e, dessa forma, valorizá-la desde um ponto de
vista eminentemente pastoral e religioso, como um possível instrumento de
evangelização popular”.
Lembrando que Deus
sempre se serve de pobres instrumentos para realizar suas maravilhas e que
todos nós somos “vasos de argila” (2Co 4,7) em Suas mãos, o texto afirma, sem
dúvida alguma, que Padre Cícero, pelo seu intenso amor pelos mais pobres e por
sua inquebrantável confiança em Deus, foi esse instrumento escolhido por Ele. O
Padre respondeu a este chamado, movido por um desejo sincero de estender o
Reino de Deus.Na correspondência constam vários tópicos, dos quais alguns são
reproduzidos, a seguir, textualmente:
“Mas é sempre possível, com a distância do tempo e o evoluir das
diversas circunstâncias, reavaliar e apreciar as várias dimensões que marcaram
a ação do Padre Cícero como sacerdote e, deixando à margem os pontos mais
controversos, por em evidência aspectos positivos de sua vida e figura, tal
como é atualmente percebida pelos fiéis”.
† “É inegável que o
Padre Cícero Romão Batista, no arco de sua existência, viveu uma fé simples, em sintonia com o seu povo e, por isso mesmo,
desde o início, foi compreendido e amado por este mesmo povo”.
† “Deixou marcas
profundas no povo nordestino a intensa
devoção do Padre Cícero à Virgem Maria” no seu título de “Mãe das Dores e das
Candeias” (…) Como não reconhecer, Dom Fernando, na devoção simples e
arraigada destes romeiros, o sentido
consciente de pertença à Igreja Católica, que tem na Mãe de Jesus Cristo um dos
seus elementos mais característicos?
† “A grande romaria do dia de Finados, iniciada pelo Padre Cícero,
transmite a dimensão escatológica da existência humana. Pois, como afirma o documento de
Aparecida, Nossos povos (…) têm sede de vida e felicidade em Cristo. (…)
† “Não deixa de
chamar a atenção o fato de que estes romeiros, desde então, sentindo-se
acolhidos e tendo experimentado, através da pessoa do sacerdote, a própria
misericórdia de Deus, com ele estabeleceram – e continuam estabelecendo no
presente – uma relação de intimidade, chamando-o
na carinhosa linguagem popular nordestina de “padim”, ou seja, considerando-o
como um verdadeiro padrinho de batismo, investido da missão de acompanhá-los e
de ajudá-los na vivência da sua fé”.
† “No momento em que a Igreja inteira é convidada pelo Papa Francisco a
uma atitude de saída, ao encontro das periferias existenciais, a atitude do
Padre Cícero em acolher a todos, especialmente aos pobres e sofredores,
aconselhando-os e abençoando-os, constitui sem dúvida, um sinal importante e
atual”.
† “O afeto popular
que cerca a figura do Padre Cícero pode constituir um alicerce forte para a
solidificação da fé católica no ânimo do povo nordestino (…). Portanto, é
necessário, neste contexto, dirigir nossa atenção ao Senhor e agradecê-lo por
todo o bem que ele suscitou por meio do Padre Cícero”.
“Assim fazendo, abrem-se inúmeras perspectivas para a evangelização,
na linha desta recomendação do Documento de Aparecida; “Deve-se dar catequese
apropriada que acompanhe a fé já presente na religiosidade popular”. (Documento
de Aparecida, 300).
† “Ao mesmo tempo que
me desempenho da honra de transmitir uma fraterna saudação do Santo Padre a
todo o povo fiel do sertão do Ceará, com os seus Pastores, bendizendo a Deus
pelos luminosos frutos de santidade que a semente do Evangelho faz brotar
nestas terras abençoadas, valho-me do ensejo para lhe testemunhar minha
fraterna estima e me confirmar de Vossa Excelência Reverendíssima devotíssimo
no Senhor
Pietro Cardeal Parolin
Secretário
de Estado de Sua Santidade
Vaticano, 20 de outubro de 2015.
(Fonte:
Diocese de Crato)
Oração de uma alma simples e devota do Santo
Padrinho Padre Cícero, pedindo a Deus graças pelos méritos e por sua
Canonização:
"Sr nosso Deus e nosso Pai, que glorificas vossos
filhos (João 17,22), colocando-os como exemplos a serem imitados (1 Cor 11,1),de
perfeito seguimento a Cristo, na Pobreza, Castidade e Obediência. Junto-me a
meu povo Nordestino, para vos suplicar pela canonização do nosso querido pastor
o Padre Padim Ciço, que passou boa parte de sua vida em consagrar ao puro
Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo, suas mãos sacerdotais e santas!
Através delas, Sr abristes as portas do céu, a muitos, e derrubastes as do
inferno, que já retinham tantos encerrados nelas. Padre Ciço que como Jesus
Cristo, anunciou aos pobres o Evangelho, proclamou a libertação aos cativos,
deu a visão da verdade aos cegos e destampou os ouvidos aos surdos. Quero
Senhor seguir fielmente o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, com a divina
Graça do perdão e divina clemência; e por vossa mercê e grande ajuda, eu possa
ressuscitar da vaidade, da cobiça, do amor desordenado dos bens terrenos, de
todo egoísmo e pecado, pelos quais tanto Padim Ciço combateu.Ajudai-me a viver
nesse mundo como um cristão caridoso, um justo e verdadeiro cidadão do Reino
dos Céus. Fazei que a minha riqueza seja a verdade, a minha felicidade seja a
bondade, o serviço desinteressado do próximo, e que o meu prazer seja a
caridade desinteressada amorosa e gratuita. Que nunca seja demais para mim,
como o nosso santo Padre Cícero, recordava que o mundo passa, mas quem faz a
vontade de Deus permanece para sempre. Não permitas Sr, que eu me aparte do meu único Senhor e Santo
Salvador, Jesus Cristo, que por mim foi tão sofredor e crucificado. Nem de minha
mãe, a Santíssima Senhora das Dores. Que eu jamais venha a me apartar, nem por
descrença, nem por falta de piedade. Sr,
que eu a exemplo do meu Santo Padre Cícero, veja tudo com os olhos da
fé, as coisas de Deus e da eternidade, como mais verdadeiras que são, do que as
coisas passageiras desse mundo, e que são só vaidades. E vos peço agora Senhor,
pelos méritos de Padre Cícero Junto a Ti, e sendo para o bem da minha alma, e
não colocando em risco a minha eterna salvação, eu vos peço este favor terreno,
se for conforme a vossa Santíssima vontade, que me ajudará em minha presente
vida, bem como a dar a nosso Padim Ciço as honras canônicas dos altares, a ser
vivida com toda dignidade(fazer o pedido da graça). Mas acima de tudo, eu vos peço
para conservar, ou recuperar, a graça divina, a pureza, a justiça e a minha santificação,
com toda modéstia e honestidade"
Assim Seja!
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