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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

A Reforma da Previdência, realmente não é a mais perfeita e ideal, mas a necessária








A Previdência Social quebrou, esta é a realidade. Algo precisa ser feito e precisa ser feito logo. Não dá para simplesmente ignorar o problema, porque pelas tantas o sistema inteiro colapsa e ninguém mais recebe nada.Então, sim, é preciso fazer cortes. Este é o ponto um. A segunda parte diz respeito ao manejo político. Em suma: ela precisa ser aprovada e, infelizmente, isso exige que tenha algumas incompletudes. Mas é assim que funciona, então uma coisa de cada vez. Lamentável? Sem dúvida, porém não há a opção de decretar e fim de papo.Desse modo, o governo propôs algumas mudanças que já ajudam a aliviar alguns dos problemas de nosso sistema previdenciário.O ponto mais polêmico diz respeito à idade mínima, que agora será de 65 anos de idade. Deverá ser obedecida a regra da soma de idade e tempo de contribuição no total de 85 anos para mulheres e 95 para homens. A regra passará a valer para quem tiver menos de 50 anos na data de aprovação da lei.O tempo mínimo de contribuição será de 25 anos de contribuição, para homens e mulheres.Enfim, há muita polêmica e o tema será exaustivamente debatido pela Câmara e pelo Senado. E não é mesmo a reforma ideal, mas sim a possível. E sobretudo necessária.Ou isso, ou o colapso total. Aí ninguém recebe nada nunca. Parece um cenário pior. Por que a reforma da previdência é tão importante para os mais pobres? Os motivos são vários, e dentre tantos, estes são os mais importantes:





1)- O SISTEMA QUEBROU, SIM


A má administração dos recursos, a sonegação, as fraudes, a corrupção e os benefícios absurdos destinados à casta do funcionalismo público e aposentadorias especiais quebrou a previdência. Não há dinheiro para custear as pensões atuais, muito menos as vindouras. A população está envelhecendo e as sucessivas crises econômicas impediram a entrada de jovens suficientes no mercado formal de trabalho. É uma simples conta de chegada: menos contribuição, mais despesa, déficit, simples assim.



2)- ACEITAR O ÓBVIO: UM PAÍS POBRE TEM DE TRABALHAR MAIS E NÃO MENOS



Riqueza se distribui, pobreza não. O Brasil é pobre, não possui poupança interna e atirou no lixo seu bônus demográfico. Além disso, todas as políticas assistencialistas, aplaudidas por tantos, sempre financiadas pelo Tesouro Central, levam o Governo a buscar dinheiro onde pode. Tudo somado, não há como pretender trabalhar menos, distribuir mais e relaxar depois. A expectativa de vida aumentou, os custos de saúde explodiram e a receita do Sistema não acompanhou a despesa. Países muito mais ricos e menos assistencialistas trabalham mais e contribuem mais. Não há, nem nunca houve almoço grátis. Tampouco haverá. Negar isto, é negar o óbvio.


3)-  MAIOR O DÉFICIT, MAIOR OS JUROS



Aqui, encontra-se o lado mais cruel e perverso da atual situação brasileira. O Estado não consegue se financiar mais. Nem vou falar sobre investimentos, pois se tornou raridade. Só com o próprio custeio, serviço da dívida e rombo previdenciário, o caixa da União fica negativo em mais de R$ 150 bilhões por ano. Como imprimir dinheiro gera inflação, e isso aprendemos finalmente, a solução é o aumento do endividamento público. E quanto mais o governo se endivida, mais cresce o risco em lhe emprestar dinheiro. Ato contínuo, quanto mais o risco aumenta, maiores ficam os juros. Esta é a espiral que faz o mais pobre perder poder aquisitivo e o mais rico acumular mais riqueza. Juros altos são a gasolina da fogueira da desigualdade.


4)- QUEM PERDE E QUEM GANHA?


Neste cenário descrito acima, garanto-lhes que banqueiros, empresários ricos, profissionais liberais bem sucedidos, enfim, todos os aplicadores de dinheiro (chamados rentistas pelos esquerdopatas) só têm a ganhar com a manutenção do atual sistema previdenciário. Como demonstrei, quanto mais o governo se endivida para cobrir o rombo, mais esta turma enriquece ganhando juros reais. Consequentemente, os mais pobres pagam a conta e empobrecem. Além destes, aposentados especiais, pensionistas do funcionalismo público, aposentados rurais, militares, etc. Todos que recebem mais do que contribuíram continuarão ganhando. Todos que sustentam ou sustentarão a farra continuarão perdendo caso nada mude.



RESUMO DA ÓPERA



Você que me lê, obviamente pode ser contra ou a favor da reforma. Nossas escolhas nem sempre seguem a lógica dos fatos. Você pode não gostar de Michel Temer e por isso ser contra. Você pode gostar do Meirelles e por isso ser a favor. Mas fatos são fatos, e não enxerga-los só serve à ignorância e mistificação. Não creia no que lhe digo ou no que um sindicalista diga. Informe-se, estude, use o bom senso. Dados oficiais não encontram-se na Wikipedia ou na página da CUT, mas nos sítios oficiais ou nas páginas de economia dos principais veículos de comunicação.
Você também, pode até corretamente pensar:


“Não fui eu quem fiz esta lambança; eles que se virem e consertem o estrago”.


Seria ótimo e justo que fosse assim, mas sabemos que jamais será. Os que fizeram a lambança foram colocados lá por nós mesmos, os eleitores. Assim como, fomos nós mesmos que permitimos, e continuamos a permitir , que façam o que querem com nossa grana. No limite, sinto em admitir, a culpa é nossa.


Verdade seja dita: Só há dois perdedores caso a reforma seja aprovada:


Os privilegiados do funcionalismo público e os beneficiados com aposentadorias especiais. 80% dos pecúlios pagos não sofrerão quaisquer tipos de perdas. A minha geração e a da maioria das pessoas já contribuintes não perceberão nenhuma grande consequência, senão contribuir por mais um, dois ou três anos. Mas os jovens que estão ingressando agora no mercado de trabalho e os nossos filhos e netos, certamente, ou trabalharão e cuidarão das próprias previdências, ou trabalharão e contribuirão para custear as nossas.É justo? Acho que não. Mas a escolha é sua. Sempre será!


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