A Previdência Social quebrou,
esta é a realidade. Algo precisa ser feito e precisa ser feito logo. Não dá
para simplesmente ignorar o problema, porque pelas tantas o sistema inteiro
colapsa e ninguém mais recebe nada.Então, sim, é preciso fazer cortes. Este é o
ponto um. A segunda parte diz respeito ao manejo político. Em suma: ela precisa
ser aprovada e, infelizmente, isso exige que tenha algumas incompletudes. Mas é
assim que funciona, então uma coisa de cada vez. Lamentável? Sem dúvida, porém
não há a opção de decretar e fim de papo.Desse modo, o governo propôs algumas
mudanças que já ajudam a aliviar alguns dos problemas de nosso sistema
previdenciário.O ponto mais polêmico diz
respeito à idade mínima, que agora será de 65 anos de idade. Deverá ser
obedecida a regra da soma de idade e tempo de contribuição no total de 85 anos
para mulheres e 95 para homens. A regra passará a valer para quem tiver
menos de 50 anos na data de aprovação da lei.O tempo mínimo de contribuição
será de 25 anos de contribuição, para homens e mulheres.Enfim, há muita
polêmica e o tema será exaustivamente debatido pela Câmara e pelo Senado. E não
é mesmo a reforma ideal, mas sim a possível. E sobretudo necessária.Ou isso, ou
o colapso total. Aí ninguém recebe nada nunca. Parece um cenário pior. Por que a reforma da previdência é tão
importante para os mais pobres? Os motivos são vários, e dentre tantos, estes
são os mais importantes:
1)- O SISTEMA QUEBROU, SIM
A má administração
dos recursos, a sonegação, as fraudes, a corrupção e os benefícios absurdos
destinados à casta do funcionalismo público e aposentadorias especiais quebrou
a previdência. Não há dinheiro para custear as pensões atuais, muito menos as
vindouras. A população está envelhecendo e as sucessivas crises econômicas
impediram a entrada de jovens suficientes no mercado formal de trabalho.
É uma simples conta de chegada: menos contribuição, mais despesa, déficit,
simples assim.
2)- ACEITAR O ÓBVIO: UM PAÍS POBRE TEM DE TRABALHAR MAIS
E NÃO MENOS
Riqueza se distribui,
pobreza não. O Brasil é pobre, não possui poupança interna e atirou no lixo seu
bônus demográfico. Além disso, todas as políticas assistencialistas, aplaudidas por
tantos, sempre financiadas pelo Tesouro Central, levam o Governo a buscar
dinheiro onde pode. Tudo somado, não há como pretender trabalhar menos,
distribuir mais e relaxar depois. A expectativa de vida aumentou, os
custos de saúde explodiram e a receita do Sistema não acompanhou a despesa.
Países muito mais ricos e menos assistencialistas trabalham mais e contribuem
mais. Não há, nem nunca houve almoço grátis. Tampouco haverá. Negar isto, é
negar o óbvio.
3)- MAIOR O
DÉFICIT, MAIOR OS JUROS
Aqui, encontra-se o
lado mais cruel e perverso da atual situação brasileira. O Estado não consegue
se financiar mais. Nem vou falar sobre investimentos, pois se tornou raridade.
Só com o próprio custeio, serviço da dívida e rombo previdenciário, o caixa da
União fica negativo em mais de R$ 150 bilhões por ano. Como imprimir dinheiro
gera inflação, e isso aprendemos finalmente, a solução é o aumento do endividamento
público. E quanto mais o governo se endivida, mais cresce o risco em lhe
emprestar dinheiro. Ato contínuo, quanto mais o risco aumenta, maiores ficam os
juros. Esta é a espiral que faz o mais pobre perder poder aquisitivo e o mais
rico acumular mais riqueza. Juros altos são a gasolina da fogueira da
desigualdade.
4)- QUEM PERDE E QUEM GANHA?
Neste cenário
descrito acima, garanto-lhes que banqueiros, empresários ricos, profissionais
liberais bem sucedidos, enfim, todos os aplicadores de dinheiro (chamados
rentistas pelos esquerdopatas) só têm a ganhar com a manutenção do
atual sistema previdenciário. Como demonstrei, quanto mais o governo se
endivida para cobrir o rombo, mais esta turma enriquece ganhando juros reais. Consequentemente,
os mais pobres pagam a conta e empobrecem. Além destes, aposentados especiais,
pensionistas do funcionalismo público, aposentados rurais, militares, etc.
Todos que recebem mais do que contribuíram continuarão ganhando. Todos que
sustentam ou sustentarão a farra continuarão perdendo caso nada mude.
RESUMO DA ÓPERA
Você que me lê,
obviamente pode ser contra ou a favor da reforma. Nossas escolhas nem sempre
seguem a lógica dos fatos. Você pode não gostar de Michel Temer e por isso ser
contra. Você pode gostar do Meirelles e por isso ser a favor. Mas fatos são
fatos, e não enxerga-los só serve à ignorância e mistificação. Não
creia no que lhe digo ou no que um sindicalista diga. Informe-se, estude, use o
bom senso. Dados oficiais não
encontram-se na Wikipedia ou na página da CUT, mas nos sítios oficiais ou nas
páginas de economia dos principais veículos de comunicação.
Você também, pode até corretamente pensar:
“Não fui eu quem fiz esta lambança; eles que se virem e consertem o
estrago”.
Seria ótimo e justo
que fosse assim, mas sabemos que jamais será. Os que fizeram a lambança foram
colocados lá por nós mesmos, os eleitores. Assim como, fomos nós mesmos que
permitimos, e continuamos a permitir , que façam o que querem com nossa grana.
No limite, sinto em admitir, a culpa é nossa.
Verdade seja dita: Só há dois perdedores caso a reforma
seja aprovada:
Os privilegiados do
funcionalismo público e os beneficiados com aposentadorias especiais. 80% dos
pecúlios pagos não sofrerão quaisquer tipos de perdas. A minha geração e a da
maioria das pessoas já contribuintes não perceberão nenhuma grande
consequência, senão contribuir por mais um, dois ou três anos. Mas os jovens
que estão ingressando agora no mercado de trabalho e os nossos filhos e netos,
certamente, ou trabalharão e cuidarão das próprias previdências, ou trabalharão
e contribuirão para custear as nossas.É justo? Acho que não. Mas a escolha é
sua. Sempre será!
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