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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O delírio fundamentalista do ateu Richard Dawkins




TODA VISÃO DE MUNDO, religiosa ou não, tem seu ponto vulnerável. Há uma tensão entre teoria e experiência, que suscita questões acerca da coerência e da probidade da visão de mundo em si. No caso do cristianismo, muitos situam essa fraqueza na existência do sofrimento no mundo. No caso do ateísmo, é a persistência da crença em Deus, quando supostamente não existe nenhum Deus em quem acreditar. 










Até recentemente, o ateísmo ocidental aguardava com pa- ciência, acreditando que a crença em Deus simplesmente desapareceria. Mas agora, há um cheiro de pânico no ar. Longe de desaparecer, a crença em Deus reverberou, e ainda parece disposta a exercer grande influência tanto na esfera pública quanto na privada. Deus, um delírio expressa essa forte aflição, refletindo em parte uma intensa aversão à religião. Existe, porém, algo de mais profundo aqui, não raro negligenciado no calor do debate. A aflição reside no fato de que a coerência do próprio ateísmo está em jogo. Poderia o ressurgimento inesperado da religião convencer muitos de que o ateísmo em si é fatalmente deficiente como visão de mundo?Deus, um delírio como literatura apocalíptica do próprio meio ateu,parece mais projetado para renovar a confiança dos ateus cujo credo está fraquejando, do que para se ocupar razoável ou rigorosamente dos crentes religiosos e de outros que buscam a verdade. (Pode-se questionar se não é porque o próprio escritor estaria titubeando em sua orientação ateísta, ao afirmar recentemente que não existe ninguém 100% ateu e nem 100% Crente em Deus, pois sempre há um espaço para dúvidas).Os crentes religiosos ficarão espantados com o estereótipo atualizado que Dawkins faz da religião e perceberão em sua manifesta parcialidade um importante desestímulo em adotar seus argumentos e considerá-los com seriedade. Os que buscam a verdade e não se consideram religiosos também ficarão chocados com a retórica agressiva de Dawkins; com a substituição do compromisso objetivo com as evidências pelas declarações de fé pessoal; com seu tom intimidador e tirano em relação aos "fiéis radicais" e com a absoluta determinação de encontrar apenas falhas em qualquer tipo de religião. E essa profunda e perturbadora aflição pelo futuro do ateísmo que explica o "alto grau de dogmatismo" e o "estilo retórico agressivo" do novo fundamentalismo secular.O fundamentalismo surge quando uma visão de mundo sente que está em perigo, atacando severamente seus inimigos quando teme que seu próprio futuro está ameaçado.




Deus, um delírio é uma obra teatral, em vez de acadêmica!





Uma investida feroz e retórica contra a religião, e um argumento apaixonado para que ela seja relegada à periferia lunática da sociedade, onde não possa causar dano. Ninguém deve duvidar do apelo visceral que a obra terá para um determinado público secular, aquele que está inquieto devido à nova importância política associada à religião e sua crescente influência e presença na arena pública. Sua atitude de repúdio à religião sem dúvida receberá aplausos dos que sinceramente sentem aversão pela religião. Contudo, outros têm sido mais cautelosos. Cientes da obrigação moral que um crítico da religião deve ter para lidar com esse fenômeno da melhor maneira e da mais persuasiva, muitos ficaram transtornados com os toscos estereótipos de Dawkins, as oposições binárias demasiadamente simplificadas ("a ciência é boa, a religião é ruim"), as argumentações facilmente refutáveis e a hostilidade aparentemente patológica com respeito à religião. Será que o tiro saiu pela culatra e Deus, um delírio vai acabar persuadindo as pessoas de que o ateísmo é tão intolerante, doutrinário e desagradável quanto o pior que a religião pode oferecer? Dawkins parece acreditar que ao dizer alguma coisa de modo mais ruidoso e confiante, ignorando ou trivializando a contraprova, vai persuadir os imparciais de que a crença religiosa é um tipo de ilusão. Infelizmente, os estudos sociológicos sobre líderes carismáticos,religiosos e seculares indicam que Dawkins pode ter razão em depositar alguma esperança nessa estratégia. Para o ingênuo e crédulo, é a confiança expressa na afirmação que o convence, em vez da evidência oferecida para sustentá-la.A excessiva confiança de Dawkins na retórica, em vez de na evidência (que, ao contrário, deveria ser sua tônica principal), indica claramente que algo está errado com seu argumento. Por ironia, o feito definitivo de Deus, um delírio para o ateísmo moderno pode ser a sugestão de que esse rei não tenha nenhuma roupa para vestir. Seria o ateísmo um delírio a respeito de Deus?




*As citações se encontram em Nicholas D. KRISTOF, "A Modest Proposal for a Truce on Religion" (Uma modesta proposta para uma trégua na religião - New York Times, 3 de dezembro de 2006).





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