A
sinceridade não é o critério da verdade, pois uma pessoa pode ficar
sinceramente enganada, ou equivocada por ideologias e filosofias enganosas. A
verdade é uma só, não podemos confundir a verdade encarnada que é Cristo com
pontos de vistas filosóficos, teológico-religiosos, antropológicos e
sociológicos, pois todo ponto de vista destes pressupostos, é a vista de um
ponto, não a verdade.
A
Igreja de Cristo é filha da certeza, porque é filha de Cristo, qué o ÚNICO
caminho, verdade e vida plena, já a Modernidade nasceu da dúvida e nela permanece.
A Modernidade, que nos tiraniza hoje, é, antes de tudo, o triunfo da Gnose. Por
isso, a Modernidade pode ser definida como aquela que odeia e tem aversão a
certeza e à Verdade que é Cristo e sua doutrina. A Modernidade odeia o Ser, e
se perde em elucubrações que nos levam do nada a lugar nenhum. Ela foi e é
contra o Teocentrismo, substituindo-o pelo Antropocentrismo. O Homem posto,
qual ídolo, no lugar de Deus.
A
Modernidade considera o Homem como o centro de tudo, ou seja, o homem seria a
causa eficiente pela qual tudo existe, e a causa final para a qual tudo deve
tender, ou seja, o homem já não vive em função de Deus e em fazer a sua
santíssima vontade, mas em função de si mesmo e de realizar a sua própria vontade.Deus
entra nesta relação apenas como mero colaborador obediente e serviçal ao homem,
para assinar em baixo. O Homem seria o Alfa e o Ômega. E não Cristo.
O
Humanismo é a idolatria que triunfou com o Renascimento e se instalou neste
atual modernismo. Marsílio Ficino foi seu mistagogo. Leonardo, Michelangelo e
Rafael foram os seus profetas. Lutero foi o seu teólogo. Descartes foi o seu
Filósofo.O que Lutero fez para a religião, Descartes fez para a Filosofia.
Ambos determinaram o curso da história intelectual moderna pelo rumo que deram
através da forma de um individualizado imanentismo.Desse Humanismo pagão vai
ser filha a Revolução Francesa,que substituirá o Homem pelo Cidadão. A
Revelação pela Razão. O Cartesianismo pelo Kantismo.Da Revolução Francesa, por
sua vez, nascerá a Revolução Comunista da Rússia, em 1917, que se apresentará
como o triunfo final do Humanismo, e substituirá o Cidadão pelo Proletário, e a
Razão pela Dialética da filosofia de Marx , que como dizia Paul Claudel é
bíblia do ódio, do nós contra eles.
Claro
que, nestas terras tupiniquins, onde se plantando tudo dá, até mesmo sacerdotes
ditos fieis ao magistério, consideram exagero ver a Gnose como a grande inimiga
da Igreja, na História. Como ignoram eles quase tudo sobre a Gnose, e como
confiam em sua miopia, negam que esta pseudo salvação oriunda da Gnose seja
algo relevante, os frutos estão ai: Uma Igreja cheia de gurus, ou
popularmente falando, “a casa da mãe Joana”, que seria algo até
salutar para os progressistas. O problema é que em lugar onde todo
mundo quer mandar, fica-se sem saber a quem realmente obedecer, acabando por
fim, nos tornando a última referência como no Gênesis: Se comeres do fruto do conhecimento
sereis como Deuses, conhecedores e juízes do bem e do mal.É isto que vemos
hoje.
CONCLUSÃO:
Uma das grandes provas que a salvação para a justificação do pecador
para obtenção da vida eterna em Jesus Cristo é de fato pela graça e
simplesmente mediante a fé, e nada mais é que é possível alguém ser salvo
instantaneamente para todo o sempre com muito pouco conhecimento de todo o
significado da profunda obra que Jesus realizou para nos salvar, e sobre os
efeitos desta salvação. Isto revela que o plano de salvação é
realmente fruto da grande misericórdia de Deus para conosco, e que tem de fato
por alvo alcançar a qualquer pessoa, inclusive as menos dotadas
intelectualmente.
É certo que não é por conhecer tudo acerca da redenção, da justificação,
da regeneração, da santificação e de tudo o mais que está incluído no plano da
salvação, que uma pessoa poderá ser salva por Deus, senão por simplesmente
aderir a Cristo e viver sob seu senhorio. Assim, não é pelo conhecimento que
alguém será salvo. Não pela sua capacidade intelectual em discernir os
mistérios relativos ao reino de Deus.Evidentemente, este conhecimento acerca de
tudo o que se refere a Cristo e à sua obra por nós e em nós, será seguido à
conversão inicial, pelo trabalho do Espírito Santo na vida do Cristão neo
convertido. Não é raro, que muitos sequer compreendam que foram de fato
alcançados pela salvação pelo Senhor, e que se operou uma grande transformação
em suas vidas, no ato mesmo em que creram e aderiam ao seu senhorio, por causa
do trabalho do Espírito Santo em seus corações. Mas sabendo ou não, uma coisa é
certa: Cristo lhes concedeu o dom do Espírito Santo para operar a obra de
Salvação e santificação.
Em Gn 3,1–8, impressiona-nos a habilidade literária do autor
bíblico que, utilizando-se da linguagem mito-poética, consegue descrever a
condição decadente do homem em tão poucas linhas. Se nos aprofundarmos nos
estudos, compreenderemos que esta aparente simplicidade abriga uma densidade de
significados que, à primeira vista, jamais imaginaríamos ter. Quando os experts
dizem que a literatura tem o poder de atingir zonas mais profundas que a apologética,
não estão brincando.O mais engraçado é que, de forma moderna e bem-humorada,
Chesterton dirá, após séculos de especulação teológica e filosófica, que o
pecado original “é a única parte da teologia cristã que pode ser realmente
provada” porque “pode ser visto a toda hora nas ruas.”
Mas o que mais salta aos olhos nesta leitura, ao menos
para mim, é que o ‘fruto proibido’ era ‘desejável para obter conhecimento’(Gen
3,6). Nestes tempos de hiper-informação e para aqueles que pretendem atender ao
chamado de uma vida intelectual, este é um aspecto crucial deste texto e que
pode passar facilmente como um detalhe sem importância. O ‘fruto’ desperta
nossa alma fáustica e a serpente primitiva revela um espectro mefistofélico. A
tentação primeira já traz em si a promessa gnóstica de um ‘conhecimento
salvador’, ou de uma ‘salvação pelo conhecimento’ que atravessou os séculos e
perpassa nossa época. Isso dá o que pensar. Cristo purifica os sentidos
do homem para a verdadeira obra do conhecimento salvífico, para isto vamos usar
a passagem abaixo como referência:
“Então,
algumas pessoas lhe apresentaram um homem que era surdo e mal podia falar, e
lhe suplicaram que impusesse sua mão sobre ele.Jesus conduziu o homem, a sós, para longe da multidão, e colocou os dedos
nas orelhas dele. Em seguida, cuspiu e tocou na língua daquele homem.Depois, levantando os olhos
para o céu e, com um profundo suspiro, ordenou: “Efatá!”, que quer dizer:
“Abre-te!” (Mateus 7,32-34)
Quem já entrou em contato com os místicos carmelitas, especialmente São
João da Cruz, já sabe que significado tem essa purificação dos sentidos, as
noites escuras, etc.Logo Jesus reza, mostra a comunhão da Trindade, se
dirigindo ao Pai (“olhando para o céu”), através do Espírito (que é “Ruah”
[vento, respiração]em hebraico), o Cristo “suspira” (move o “vento”, a
“respiração” dentro de si).E, enfim, abre os ouvidos do homem.Jesus Cristo
purifica os sentidos do homem para que este tenha o discernimento e a sabedoria
para exercer a sua inteligência, e aqui entra a tentação do conhecimento
provocada pela serpente: Sereis como deueses.E abre os ouvidos e o entendimento
do homem para que escute a Palavra de Deus.E a Palavra de Deus, que é o próprio
Cristo, ‘reconstrói’ e ordena o homem estilhaçado pelo pecado original;
restitui ao homem a capacidade de buscar a santidade. Só assim, na graça de
Cristo, o homem é capaz de entender que apenas em Deus está sua esperança e
salvação, que o conhecimento é só um meio e que a verdadeira sabedoria
consiste, como nos ensina a liturgia da Igreja, em “viver entre as coisas que
passam, abraçando as que não passam”.
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