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domingo, 3 de setembro de 2017

A salvação se dar pelo conhecimento e livre submissão a Cristo ou pela Gnose?




A sinceridade não é o critério da verdade, pois uma pessoa pode ficar sinceramente enganada, ou equivocada por ideologias e filosofias enganosas. A verdade é uma só, não podemos confundir a verdade encarnada que é Cristo com pontos de vistas filosóficos, teológico-religiosos, antropológicos e sociológicos, pois todo ponto de vista destes pressupostos, é a vista de um ponto, não a verdade.



A Igreja de Cristo é filha da certeza, porque é filha de Cristo, qué o ÚNICO caminho, verdade e vida plena, já a Modernidade nasceu da dúvida e nela permanece. A Modernidade, que nos tiraniza hoje, é, antes de tudo, o triunfo da Gnose. Por isso, a Modernidade pode ser definida como aquela que odeia e tem aversão a certeza e à Verdade que é Cristo e sua doutrina. A Modernidade odeia o Ser, e se perde em elucubrações que nos levam do nada a lugar nenhum. Ela foi e é contra o Teocentrismo, substituindo-o pelo Antropocentrismo. O Homem posto, qual ídolo, no lugar de Deus.





A Modernidade considera o Homem como o centro de tudo, ou seja, o homem seria a causa eficiente pela qual tudo existe, e a causa final para a qual tudo deve tender, ou seja, o homem já não vive em função de Deus e em fazer a sua santíssima vontade, mas em função de si  mesmo e de realizar a sua própria vontade.Deus entra nesta relação apenas como mero colaborador obediente e serviçal ao homem, para assinar em baixo. O Homem seria o Alfa e o Ômega. E não Cristo.




O Humanismo é a idolatria que triunfou com o Renascimento e se instalou neste atual modernismo. Marsílio Ficino foi seu mistagogo. Leonardo, Michelangelo e Rafael foram os seus profetas. Lutero foi o seu teólogo. Descartes foi o seu Filósofo.O que Lutero fez para a religião, Descartes fez para a Filosofia. Ambos determinaram o curso da história intelectual moderna pelo rumo que deram através da forma de um individualizado imanentismo.Desse Humanismo pagão vai ser filha a Revolução Francesa,que substituirá o Homem pelo Cidadão. A Revelação pela Razão. O Cartesianismo pelo Kantismo.Da Revolução Francesa, por sua vez, nascerá a Revolução Comunista da Rússia, em 1917, que se apresentará como o triunfo final do Humanismo, e substituirá o Cidadão pelo Proletário, e a Razão pela Dialética da filosofia de Marx , que como dizia Paul Claudel é bíblia do ódio, do nós contra eles.


Claro que, nestas terras tupiniquins, onde se plantando tudo dá, até mesmo sacerdotes ditos fieis ao magistério, consideram exagero ver a Gnose como a grande inimiga da Igreja, na História. Como ignoram eles quase tudo sobre a Gnose, e como confiam em sua miopia, negam que esta pseudo salvação oriunda da Gnose seja algo relevante, os frutos estão ai: Uma Igreja cheia de gurus, ou popularmente falando, “a casa da mãe Joana”, que seria algo até salutar para os progressistas. O problema é que em lugar onde todo mundo quer mandar, fica-se sem saber a quem realmente obedecer, acabando por fim, nos tornando a última referência como no Gênesis: Se comeres do fruto do conhecimento sereis como Deuses, conhecedores e juízes do bem e do mal.É isto que vemos hoje.




CONCLUSÃO:



Uma das grandes provas que a salvação para a justificação do pecador para obtenção da vida eterna em Jesus Cristo é de fato pela graça e simplesmente mediante a fé, e nada mais é que é possível alguém ser salvo instantaneamente para todo o sempre com muito pouco conhecimento de todo o significado da profunda obra que Jesus realizou para nos salvar, e sobre os efeitos desta salvação. Isto revela que o plano de salvação é realmente fruto da grande misericórdia de Deus para conosco, e que tem de fato por alvo alcançar a qualquer pessoa, inclusive as menos dotadas intelectualmente.


É certo que não é por conhecer tudo acerca da redenção, da justificação, da regeneração, da santificação e de tudo o mais que está incluído no plano da salvação, que uma pessoa poderá ser salva por Deus, senão por simplesmente aderir a Cristo e viver sob seu senhorio. Assim, não é pelo conhecimento que alguém será salvo. Não pela sua capacidade intelectual em discernir os mistérios relativos ao reino de Deus.Evidentemente, este conhecimento acerca de tudo o que se refere a Cristo e à sua obra por nós e em nós, será seguido à conversão inicial, pelo trabalho do Espírito Santo na vida do Cristão neo convertido. Não é raro, que muitos sequer compreendam que foram de fato alcançados pela salvação pelo Senhor, e que se operou uma grande transformação em suas vidas, no ato mesmo em que creram e aderiam ao seu senhorio, por causa do trabalho do Espírito Santo em seus corações. Mas sabendo ou não, uma coisa é certa: Cristo lhes concedeu o dom do Espírito Santo para operar a obra de Salvação e santificação.

Em Gn 3,1–8, impressiona-nos a habilidade literária do autor bíblico que, utilizando-se da linguagem mito-poética, consegue descrever a condição decadente do homem em tão poucas linhas. Se nos aprofundarmos nos estudos, compreenderemos que esta aparente simplicidade abriga uma densidade de significados que, à primeira vista, jamais imaginaríamos ter. Quando os experts dizem que a literatura tem o poder de atingir zonas mais profundas que a apologética, não estão brincando.O mais engraçado é que, de forma moderna e bem-humorada, Chesterton dirá, após séculos de especulação teológica e filosófica, que o pecado original “é a única parte da teologia cristã que pode ser realmente provada” porque “pode ser visto a toda hora nas ruas.”



Mas o que mais salta aos olhos nesta leitura, ao menos para mim, é que o ‘fruto proibido’ era ‘desejável para obter conhecimento’(Gen 3,6). Nestes tempos de hiper-informação e para aqueles que pretendem atender ao chamado de uma vida intelectual, este é um aspecto crucial deste texto e que pode passar facilmente como um detalhe sem importância. O ‘fruto’ desperta nossa alma fáustica e a serpente primitiva revela um espectro mefistofélico. A tentação primeira já traz em si a promessa gnóstica de um ‘conhecimento salvador’, ou de uma ‘salvação pelo conhecimento’ que atravessou os séculos e perpassa nossa época. Isso dá o que pensar. Cristo purifica os sentidos do homem para a verdadeira obra do conhecimento salvífico, para isto vamos usar a passagem abaixo como referência:

Então, algumas pessoas lhe apresentaram um homem que era surdo e mal podia falar, e lhe suplicaram que impusesse sua mão sobre ele.Jesus conduziu o homem, a sós, para longe da multidão, e colocou os dedos nas orelhas dele. Em seguida, cuspiu e tocou na língua daquele homem.Depois, levantando os olhos para o céu e, com um profundo suspiro, ordenou: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!” (Mateus 7,32-34) 


Quem já entrou em contato com os místicos carmelitas, especialmente São João da Cruz, já sabe que significado tem essa purificação dos sentidos, as noites escuras, etc.Logo Jesus reza, mostra a comunhão da Trindade, se dirigindo ao Pai (“olhando para o céu”), através do Espírito (que é “Ruah” [vento, respiração]em hebraico), o Cristo “suspira” (move o “vento”, a “respiração” dentro de si).E, enfim, abre os ouvidos do homem.Jesus Cristo purifica os sentidos do homem para que este tenha o discernimento e a sabedoria para exercer a sua inteligência, e aqui entra a tentação do conhecimento provocada pela serpente: Sereis como deueses.E abre os ouvidos e o entendimento do homem para que escute a Palavra de Deus.E a Palavra de Deus, que é o próprio Cristo, ‘reconstrói’ e ordena o homem estilhaçado pelo pecado original; restitui ao homem a capacidade de buscar a santidade. Só assim, na graça de Cristo, o homem é capaz de entender que apenas em Deus está sua esperança e salvação, que o conhecimento é só um meio e que a verdadeira sabedoria consiste, como nos ensina a liturgia da Igreja, em “viver entre as coisas que passam, abraçando as que não passam”.




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