Pages

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Uma coisa é certa: “Ninguém resolve ser policial por dinheiro”






Cabe valorizar no noticiário o que se revelar como caminho válido de conhecimento da realidade e reflexão, e rechaçar as mesmices de sempre: firmeza, rigor penal, justiça mais expedita, só programas sociais e educação resolvem. Cada refrão desses repetido há mais de vinte anos, apenas com os sotaques diferentes de cada meio de comunicação. Dificilmente a mídia brasileira revelará competência para cobrir e aprofundar um assunto como este, para o qual se revelou despreparada ao longo de tanto tempo.





A intolerável matança de policiais


Por: Victor Poubel


Um levantamento feito pelo EXTRA revela que, em pouco mais de sete anos, 692 PMs e 77 policiais civis foram assassinados no Estado do Rio de Janeiro.Cerca de uma morte a cada três dias desde 2010. São números que não só geram indignação, mas que requerem uma resposta imediata do Estado brasileiro, sem a qual muitas famílias continuarão chorando.




Sabemos que a profissão de policial é arriscada, mas uma coisa é morrer no exercício de suas funções, em razão de confronto, outra é serem alvos de emboscadas e atentados covardes dos bandidos. Eles estão atrevidos por não encontrarem limites ou obstáculos institucionais por parte do Estado, o que explica, em parte, a expansão dos casos de violência pela certeza da impunidade, e penas brandas.




Uma pesquisa realizada pelo FBI mostra que 51 policiais morreram em 2014, nos Estado Unidos da América, e, 27 em 2013. Apesar de serem o país mais rico do mundo, não vivem num paraíso, existindo violência, principalmente, nas grandes cidades, tráfico de drogas, gangues, e terrorismo. Todavia, não encaram isso como uma simples fatalidade. Os números estadunidenses são menores, contudo também preocupam, a ponto da polícia investigar os assassinatos com extremo afinco. O trabalho apenas termina quando tudo é esclarecido. A Justiça também não dá refresco, com julgamentos céleres e impondo severas penas, para desestimular futuras ações.Os americanos encaram seus policiais como heróis nacionais, pois entendem a magnitude de alguém escolher como profissão arriscar a sua vida em prol de outro que sequer conhece. Assim, o assassinato de um policial é um golpe à pátria e à plena liberdade, por serem o último anteparo do Estado capaz de conter os avanços da desordem e do crime organizado.




No Brasil, há sinais claros de uma sociedade que banaliza a violência, talvez pelos tantos casos. O sangue derramado de um policial ferido, ou morto, choca num instante, e depois as pessoas retornam à sua rotina com arranjos para preservar sua segurança.




Todavia, observamos que esses "jeitinhos" estão ficando insuficientes, onde, daqui a pouco, não haverá mais liberdade de dar um passo para fora de casa.



Fonte: Extra Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.