Todo ser
humano após o pecado original, mesmo após a regeneração do batismo trás em si
as concupiscências. Porém uma coisa é reconhecer-se pecador e necessitado da
graça de Deus, outra coisa é o PÉCADO DO ESCÂNDALO.
Não existe diferença
entre Pecado e Escândalo ?
Você com
certeza já ouviu até de pessoas da própria igreja que não existe diferença
entre pecado e escândalo
Tentar
convencer a si e aos outros de que pecado é pecado independente do tamanho,
diga-se de passagem, "não é nem lógico e muito menos bíblico".
Não
precisamos argumentar muito sobre isto, basta lembrarmos da afirmativa que
Jesus fez a Pilatos: "Aquele que me entregou a ti maior pecado tem",
Jo 19.11. Num português claro, Jesus está dizendo que essa pessoa tinha UM
PECADÃO !!!.
Negligenciar
o grau, ou tamanho do pecado é tão perigoso como desconsiderar o tamanho do
amor. Segundo nosso Mestre e Senhor Jesus Cristo: "Maior amor tem aquele
que dá a sua vida por seus amigos".
Sobre
esse tema escreveu muito bem o teólogo alemão Bonhoeffer, o qual também pagou
com sua própria vida por levantar-se em favor dos valores cristãos contra os
absurdos do sistema nazista, que eram bem maiores (Um Pecadão) que
briga-de-boca de comadres visinhas ( Um pecadinho).
É verdade que todo e qualquer pecado separa o homem de Deus, e que a graça de Deus superabunda onde o pecado abundou. Deus, em seu amor infinito, perdoa até as maiores dívidas humanas. Seus tesouros são inesgotáveis. Mas isso não é uma licença para um caos moral, pois não somos igênuos para perceber que roubar um ovo para matar a fome (Pecadinho), é bem diferente de assassinar o dono da galinha ( Um tremendo PECADÃO !!!).
É nossa
tarefa como cristãos , que amamos ao nosso Senhor Jesus Cristo, nos posicionarmos
firmemente contra os absurdos que acontecem dentro ou fora do meio
eclesiástico. Onde está nossa ira santa? Nosso zelo? A mídia, muitas vezes,
banaliza coisas abomináveis, e supervaloriza as supperfluas.Assim, a tolerância
com coisas intoleráveis passa a ser nosso padrão de conduta.
Não
podemos mais ficar nos escondendo atrás de uma mansidão que só revela covardia,
enquanto milhares de inocentes pagam com suas vidas. Uma teologia inteligente e
coerente com os princípios Cristão nos leva à prática que conduz à
transformação de nossas mentes e ao inconformismo com esse mundo e os crimes
hediondos que nele ocorrem. E somente bem organizados é que conseguiremos agir
eficazmente contra os pecadões que estão se alastrando pelo mundo no qual como
Cristãos ficamos perdendo espaços para o inimigo, aos quais precisamos
urgentemente reconquistar palmo a palmo.
O escândalo
caracteriza-se por uma situação diferenciada, pois é um pecado que se tornou de
conhecimento público e comprovado (Adultério, fornicação, prática homossexual,
pedofilia,corrupção,heresia, etc) e que mesmo a pessoa tendo sido
advertida,
particularmente e após por alguma autoridade legítima da Igreja, ou de uma
Comunidade Cristã, continua a justificar sua condição e não quer sair dela.
Alguns
esclarecimentos bíblicos e magisteriais:
"Ai do mundo, por
causa dos escândalos; Porque é inevitável que venham escândalos,Mas ai do homem
pelo qual vem o escândalo" – Mateus 18,7
Mt 18,15-20:“Se teu
irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir, terás
ganho o teu irmão. Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas,
de modo que toda questão seja decidida sob a palavra de duas ou três
testemunhas. Se ele não vos der ouvido, dize-o à igreja. Se nem mesmo à igreja
ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um publicano.
1 Coríntios 5,
1-6 :”Por toda parte se ouve que há imoralidade entre voc ês, imoralidade que
não ocorre nem entre os pagãos, a ponto de alguém de voc ês possuir a mulher de
seu pai. E voc ês estão orgulhosos! Não deviam, porém, estar cheios de tristeza
e expulsar da comunhão aquele que fez isso? Apesar de eu não estar presente
fisicamente, estou com voc ês em espírito. E já condenei aquele que fez isso,
como se estivesse presente. Quando voc ês estiverem reunidos em nome de nosso
Senhor Jesus, estando eu com voc ês em espírito, estando presente também o
poder de nosso Senhor Jesus Cristo, entreguem esse homem a Satanás, para que a
carne* seja destruída, e seu espírito seja salvo no dia do Senhor.O orgulho de
voc ês não é bom. Voc ês não sabem que um pouco de fermento faz toda a massa
ficar fermentada?...”
O pecado
penetra no mais íntimo do nosso ser. Como vimos no capítulo anterior; o pecado
está no âmago da alma humana.
“Porque do coração
procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos
testemunhos, blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem” (Mt
15.19,20).
No entanto, o
pecado não é uma fraqueza ou um vício pelo qual não somos responsáveis. É um
antagonismo ativo e intencional contra Deus. Os pecadores livre e prazerosamente
optam pelo pecado. Está na natureza humana amar o pecado e odiar a Deus.
“O pendor da carne é
inimizade contra Deus” (Rm 8,7).
Em outras
palavras, o pecado é rebeldia contra Deus. Os pecadores raciocinam no próprio
coração:
“Com a língua prevaleceremos,
os lábios são nossos; quem é o Senhor sobre nós?” (Sl 12,4)
Isaías 57,4
caracteriza os pecadores como crianças rebeldes que abrem sua enorme boca e
mostram a língua para Deus. O pecado destronaria Deus, o destruiria e colocaria
o ego no seu lugar de direito. Todo pecado é, em último caso, um ato de
orgulho, que diz:
“Deus, eu estou no
comando”
Para começar,
amamos nosso pecado; temos prazer nele, buscamos oportunidades para praticá-lo.
No entanto, por sabermos instintivamente que somos culpados diante de Deus,
inevitavelmente tentamos camuflar, justificar, ou negar nossa própria
pecaminosidade. Há muitas maneiras de fazer isso.Elas podem ser resumidas,
grosso modo, a três categorias: encobri-lo, justificar-nos e ignorá-lo.
1)- Primeiro, tentamos encobrir o pecado : Adão e Eva
fizeram isso no Jardim, depois de ter pecado: “Abriram-se, então, os olhos de
ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram
cintas para si” (Gn 3.7) – então se esconderam da presença do Senhor (v.8). O
rei Davi tentou em vão encobrir sua culpa quando pecou contra Urias. Ele tinha
adulterado com a esposa de Urias, Bate-Seba. Quando ela ficou grávida, primeiro
Davi tramou um plano tentando fazer parecer que Urias era o pai da criança (2
Sm 11.5-13). Quando o plano não funcionou, ele conspirou para que Urias fosse
morto (vs.14-17). Isso somente agravou o seu pecado. Durante todos os meses da
gravidez de Bate-Seba, Davi continuou encobrindo o seu pecado (2 Sm 11.27).
Mais tarde, quando Davi foi confrontado com seu pecado, ele se arrependeu e
confessou:
“Enquanto calei os meus
pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia.
Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em
sequidão de estio” (Sl 32.3-4).
2)- Segundo, tentamos nos justificar : O pecado é
sempre culpa de alguém. Adão culpou Eva, e a descreveu como “a mulher que me
deste” (Gn 3.12). Isso mostra que ele também culpava a Deus.Da mesma maneira,
nós nos desculpamos pelos nossos erros porque pensamos que a culpa é de outra
pessoa.Convencemos a nós mesmos que é correto retribuir o mal com o mal. (cf.
Pv 24.29; 1 Ts 5.15; 1 Pe 3.9). Ou então pensamos que se os motivos finais são
bons, o mal pode ser justificado,raciocínio errado de que os fins justificam os
meios (Rm 3.8). Chamamos o pecado de desequilíbrio, rotulamos a nós mesmos de
vítimas ou negamos que os nossos atos sejam pecaminosos. A mente humana é de
uma criatividade sem-fim quando se trata de encontrar mecanismos para
justificar o mal.
3)- Terceiro, ignoramos nosso próprio pecado : Sempre
pecamos por ignorância ou presunção. Por isso Davi desabafou em oração:
“Quem há que possa
discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas. Também da soberba
guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e
ficarei livre de grande transgressão” (Sl 19,12-13).
Jesus nos
advertiu sobre a loucura de tolerar uma trave nos nossos olhos e nos
preocuparmos com um argueiro no olho do outro (Mt 7.3). Pelo fato de o pecado
ser tão difuso, nós naturalmente tendemos a nos tornar insensíveis ao nosso
próprio pecado, do mesmo modo que o gambá não é incomodado pelo seu próprio mau
cheiro. Até mesmo uma consciência supersensível pode não saber todas as coisas
(cf. 1 Co 4,4).
O pecado não se expressa necessariamente por atos
Atitudes
pecaminosas, disposições pecaminosas, desejos pecaminosos, palavras,omissões e
um estado pecaminoso de coração são tão repreensíveis quanto as ações que ele
produz. Jesus disse que a ira é tão pecaminosa quanto o homicídio, e a
concupiscência tanto quanto o adultério (Mt 5.21-28).
O pecado é de tal
maneira enganoso que torna o pecador insensível contra sua própria perversidade
(Hb 13.3). É natural desejarmos minimizar nosso pecado, como se ele não fosse
de fato uma grande coisa. Afinal de contas, dizemos a nós mesmos, Deus é
misericordioso, não é? Ele compreende nosso pecado e não pode ser tão duro
conosco, não é mesmo? Mas raciocinar dessa maneira é deixar-se ludibriar pela
astúcia do pecado.
O pecado, de
acordo com as Escrituras, é “a transgressão da lei” (1 Jo 3.4). Em outras
palavras, “aquele que pratica o pecado também transgrede a lei, porque o pecado
é a transgressão da lei”. Pecado, portanto, é qualquer falta de conformidade
com o perfeito padrão moral de Deus. A exigência central da lei de Deus é que o
amemos: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma,
de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento” (Lc 10.27). Sendo assim,
a falta de amor a Deus de forma consciente, racional e deliberada.
Nossa aversão
natural à lei é tal que mesmo sabendo o que a lei requer, ela suscita em nós
uma ânsia pela desobediência. Paulo escreveu:
“as paixões pecaminosas
postas em realce pela lei… eu não teria conhecido o pecado, senão por
intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera:
Não cobiçarás” (Rm 7.5-7).
MAGISTÉRIO DA IGREJA SOBRE O ESCÃNDALO:
Definição de escândalo
§2284 O
escândalo é a atitude ou o comportamento que leva outrem a praticar o mal.
Aquele que escandaliza torna-se o tentador do próximo. Atenta contra a virtude
e a retidão; pode arrastar seu irmão à morte espiritual. O escândalo constitui
uma falta grave se, por ação ou omissão, conduzir deliberadamente o outro a uma
falta grave.
Dever de evitar o escândalo
§2489 A
caridade e o respeito à verdade devem ditar a resposta a todo pedido de
informação ou de comunicação. O bem e a segurança do outro, o respeito à vida
privada, o bem comum são razões suficientes para se calar aquilo que não deve
ser conhecido ou para se usar uma linguagem discreta. O dever de evitar o
escândalo impõe muitas vezes uma estrita discrição. Ninguém é obrigado a
revelar a verdade a quem não tem o direito de conhecê-la.
Escândalo provocado pela lei e pelas instituições
§2286 O
escândalo pode ser provocado pela lei ou pelas instituições, pela moda ou pela
opinião.Tomam-se, portanto, culpados de escândalo aqueles que instituem leis ou
estruturas sociais que levam à degradação dos costumes e à corrupção da vida
religiosa ou a "condições sociais que, voluntariamente ou não, tomam
difícil e praticamente impossível uma conduta cristã conforme aos
mandamentos". O mesmo vale para chefes de empresas que fazem regulamentos
que incitam à fraude, para professores que "exasperam" os alunos ou
para aqueles que, manipulando a opinião pública, a afastam dos valores morais.
Fornicação pornografia e prostituição como
escândalo
§2353 A
fornicação é a união carnal fora do casamento entre um homem e uma mulher
livres. É gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana,
naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para a geração e a
educação dos filhos. Além disso, é um escândalo grave quando há corrupção de
jovens.
§2354 A
pornografia consiste em retirar os atos sexuais, reais ou simulados, da
intimidade dos parceiros para exibi-los a terceiros de maneira deliberada. Ela
ofende a castidade porque desnatura o ato conjugal, doação íntima dos esposos
entre si. Atenta gravemente contra a dignidade daqueles que a praticam (atores,
comerciantes, público), porque cada um se torna para o outro objeto de um
prazer rudimentar e de um proveito ilícito, Mergulha uns e outros na ilusão de
um mundo artificial. E uma falta grave. As autoridades civis devem impedir a
produção e a distribuição de materiais pornográficos.
§2355 A
prostituição vai contra a dignidade da pessoa que se prostitui, reduzida,
assim, ao prazer venéreo que dela se obtém. Aquele que paga peca gravemente
contra si mesmo; viola a castidade à qual se comprometeu em seu Batismo e mancha
seu corpo, templo do Espírito Santo. A prostituição é um flagelo social.
Envolve comumente mulheres, mas homens, crianças ou adolescentes (nestes dois
últimos casos, ao pecado soma-se um escândalo). Se é sempre gravemente
pecaminoso entregar-se à prostituição, a miséria, a chantagem e a pressão
social podem atenuar a imputabilidade da falta.
Gravidade do escândalo
§2285 O
escândalo se reveste de uma gravidade particular em virtude da autoridade dos
que o causam ou da fraqueza dos que o sofrem. Foi o que inspirou a Nosso Senhor
a seguinte maldição "Caso alguém escandalize um destes pequeninos, melhor
será que lhe pendurem ao pescoço uma pesada mó e seja precipitado nas profundezas
do mar" (Mt ,18,6).
Por fim não nos esqueçamos de uma coisa:
“As misericórdias do
Senhor são a causa de não sermos consumidos porque as suas misericórdias não
têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.” (Lamentações
3,22-23)
LOUVADO SEJA NOSSO
SENHOR JESUS CRISTO”
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