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sábado, 8 de março de 2014

Existe diferença entre pecados, fraquezas e escândalos ?



Todo ser humano após o pecado original, mesmo após a regeneração do batismo trás em si as concupiscências. Porém uma coisa é reconhecer-se pecador e necessitado da graça de Deus, outra coisa é o PÉCADO DO ESCÂNDALO.

Não existe diferença entre Pecado e Escândalo ?


Você com certeza já ouviu até de pessoas da própria igreja que não existe diferença entre pecado e escândalo

Tentar convencer a si e aos outros de que pecado é pecado independente do tamanho, diga-se de passagem, "não é nem lógico e muito menos bíblico".


Não precisamos argumentar muito sobre isto, basta lembrarmos da afirmativa que Jesus fez a Pilatos: "Aquele que me entregou a ti maior pecado tem", Jo 19.11. Num português claro, Jesus está dizendo que essa pessoa tinha UM PECADÃO !!!.


Negligenciar o grau, ou tamanho do pecado é tão perigoso como desconsiderar o tamanho do amor. Segundo nosso Mestre e Senhor Jesus Cristo: "Maior amor tem aquele que dá a sua vida por seus amigos".



Sobre esse tema escreveu muito bem o teólogo alemão Bonhoeffer, o qual também pagou com sua própria vida por levantar-se em favor dos valores cristãos contra os absurdos do sistema nazista, que eram bem maiores (Um Pecadão) que briga-de-boca de comadres visinhas ( Um pecadinho).



É verdade que todo e qualquer pecado separa o homem de Deus, e que a graça de Deus superabunda onde o pecado abundou. Deus, em seu amor infinito, perdoa até as maiores dívidas humanas. Seus tesouros são inesgotáveis. Mas isso não é uma licença para um caos moral, pois não somos igênuos para perceber que roubar um ovo para matar a fome (Pecadinho), é bem diferente de assassinar o dono da galinha ( Um tremendo PECADÃO !!!).



É nossa tarefa como cristãos , que amamos ao nosso Senhor Jesus Cristo, nos posicionarmos firmemente contra os absurdos que acontecem dentro ou fora do meio eclesiástico. Onde está nossa ira santa? Nosso zelo? A mídia, muitas vezes, banaliza coisas abomináveis, e supervaloriza as supperfluas.Assim, a tolerância com coisas intoleráveis passa a ser nosso padrão de conduta. 


Não podemos mais ficar nos escondendo atrás de uma mansidão que só revela covardia, enquanto milhares de inocentes pagam com suas vidas. Uma teologia inteligente e coerente com os princípios Cristão nos leva à prática que conduz à transformação de nossas mentes e ao inconformismo com esse mundo e os crimes hediondos que nele ocorrem. E somente bem organizados é que conseguiremos agir eficazmente contra os pecadões que estão se alastrando pelo mundo no qual como Cristãos ficamos perdendo espaços para o inimigo, aos quais precisamos urgentemente reconquistar palmo a palmo.


O escândalo caracteriza-se por uma situação diferenciada, pois é um pecado que se tornou de conhecimento público e comprovado (Adultério, fornicação, prática homossexual, pedofilia,corrupção,heresia, etc) e que mesmo a pessoa tendo sido



advertida, particularmente e após por alguma autoridade legítima da Igreja, ou de uma Comunidade Cristã, continua a justificar sua condição e não quer sair dela.

Alguns esclarecimentos bíblicos e magisteriais:


"Ai do mundo, por causa dos escândalos; Porque é inevitável que venham escândalos,Mas ai do homem pelo qual vem o escândalo" – Mateus 18,7


Mt 18,15-20:“Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te ouvir, terás ganho o teu irmão. Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, de modo que toda questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Se ele não vos der ouvido, dize-o à igreja. Se nem mesmo à igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um publicano.


1 Coríntios 5, 1-6 :”Por toda parte se ouve que há imoralidade entre voc ês, imoralidade que não ocorre nem entre os pagãos, a ponto de alguém de voc ês possuir a mulher de seu pai. E voc ês estão orgulhosos! Não deviam, porém, estar cheios de tristeza e expulsar da comunhão aquele que fez isso? Apesar de eu não estar presente fisicamente, estou com voc ês em espírito. E já condenei aquele que fez isso, como se estivesse presente. Quando voc ês estiverem reunidos em nome de nosso Senhor Jesus, estando eu com voc ês em espírito, estando presente também o poder de nosso Senhor Jesus Cristo, entreguem esse homem a Satanás, para que a carne* seja destruída, e seu espírito seja salvo no dia do Senhor.O orgulho de voc ês não é bom. Voc ês não sabem que um pouco de fermento faz toda a massa ficar fermentada?...”



O pecado penetra no mais íntimo do nosso ser. Como vimos no capítulo anterior; o pecado está no âmago da alma humana.

“Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem” (Mt 15.19,20).



No entanto, o pecado não é uma fraqueza ou um vício pelo qual não somos responsáveis. É um antagonismo ativo e intencional contra Deus. Os pecadores livre e prazerosamente optam pelo pecado. Está na natureza humana amar o pecado e odiar a Deus.

“O pendor da carne é inimizade contra Deus” (Rm 8,7).


Em outras palavras, o pecado é rebeldia contra Deus. Os pecadores raciocinam no próprio coração:

“Com a língua prevaleceremos, os lábios são nossos; quem é o Senhor sobre nós?” (Sl 12,4)


Isaías 57,4 caracteriza os pecadores como crianças rebeldes que abrem sua enorme boca e mostram a língua para Deus. O pecado destronaria Deus, o destruiria e colocaria o ego no seu lugar de direito. Todo pecado é, em último caso, um ato de orgulho, que diz:

“Deus, eu estou no comando”


Para começar, amamos nosso pecado; temos prazer nele, buscamos oportunidades para praticá-lo. No entanto, por sabermos instintivamente que somos culpados diante de Deus, inevitavelmente tentamos camuflar, justificar, ou negar nossa própria pecaminosidade. Há muitas maneiras de fazer isso.Elas podem ser resumidas, grosso modo, a três categorias: encobri-lo, justificar-nos e ignorá-lo.

1)- Primeiro, tentamos encobrir o pecado : Adão e Eva fizeram isso no Jardim, depois de ter pecado: “Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si” (Gn 3.7) – então se esconderam da presença do Senhor (v.8). O rei Davi tentou em vão encobrir sua culpa quando pecou contra Urias. Ele tinha adulterado com a esposa de Urias, Bate-Seba. Quando ela ficou grávida, primeiro Davi tramou um plano tentando fazer parecer que Urias era o pai da criança (2 Sm 11.5-13). Quando o plano não funcionou, ele conspirou para que Urias fosse morto (vs.14-17). Isso somente agravou o seu pecado. Durante todos os meses da gravidez de Bate-Seba, Davi continuou encobrindo o seu pecado (2 Sm 11.27). Mais tarde, quando Davi foi confrontado com seu pecado, ele se arrependeu e confessou:

“Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio” (Sl 32.3-4).


2)- Segundo, tentamos nos justificar : O pecado é sempre culpa de alguém. Adão culpou Eva, e a descreveu como “a mulher que me deste” (Gn 3.12). Isso mostra que ele também culpava a Deus.Da mesma maneira, nós nos desculpamos pelos nossos erros porque pensamos que a culpa é de outra pessoa.Convencemos a nós mesmos que é correto retribuir o mal com o mal. (cf. Pv 24.29; 1 Ts 5.15; 1 Pe 3.9). Ou então pensamos que se os motivos finais são bons, o mal pode ser justificado,raciocínio errado de que os fins justificam os meios (Rm 3.8). Chamamos o pecado de desequilíbrio, rotulamos a nós mesmos de vítimas ou negamos que os nossos atos sejam pecaminosos. A mente humana é de uma criatividade sem-fim quando se trata de encontrar mecanismos para justificar o mal.


3)- Terceiro, ignoramos nosso próprio pecado : Sempre pecamos por ignorância ou presunção. Por isso Davi desabafou em oração:

“Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas. Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão” (Sl 19,12-13).

Jesus nos advertiu sobre a loucura de tolerar uma trave nos nossos olhos e nos preocuparmos com um argueiro no olho do outro (Mt 7.3). Pelo fato de o pecado ser tão difuso, nós naturalmente tendemos a nos tornar insensíveis ao nosso próprio pecado, do mesmo modo que o gambá não é incomodado pelo seu próprio mau cheiro. Até mesmo uma consciência supersensível pode não saber todas as coisas (cf. 1 Co 4,4).

O pecado não se expressa necessariamente por atos

Atitudes pecaminosas, disposições pecaminosas, desejos pecaminosos, palavras,omissões e um estado pecaminoso de coração são tão repreensíveis quanto as ações que ele produz. Jesus disse que a ira é tão pecaminosa quanto o homicídio, e a concupiscência tanto quanto o adultério (Mt 5.21-28).

O pecado é de tal maneira enganoso que torna o pecador insensível contra sua própria perversidade (Hb 13.3). É natural desejarmos minimizar nosso pecado, como se ele não fosse de fato uma grande coisa. Afinal de contas, dizemos a nós mesmos, Deus é misericordioso, não é? Ele compreende nosso pecado e não pode ser tão duro conosco, não é mesmo? Mas raciocinar dessa maneira é deixar-se ludibriar pela astúcia do pecado.


O pecado, de acordo com as Escrituras, é “a transgressão da lei” (1 Jo 3.4). Em outras palavras, “aquele que pratica o pecado também transgrede a lei, porque o pecado é a transgressão da lei”. Pecado, portanto, é qualquer falta de conformidade com o perfeito padrão moral de Deus. A exigência central da lei de Deus é que o amemos: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento” (Lc 10.27). Sendo assim, a falta de amor a Deus de forma consciente, racional e deliberada.


Nossa aversão natural à lei é tal que mesmo sabendo o que a lei requer, ela suscita em nós uma ânsia pela desobediência. Paulo escreveu:


“as paixões pecaminosas postas em realce pela lei… eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás” (Rm 7.5-7).



MAGISTÉRIO DA IGREJA SOBRE O ESCÃNDALO:

Definição de escândalo

§2284 O escândalo é a atitude ou o comportamento que leva outrem a praticar o mal. Aquele que escandaliza torna-se o tentador do próximo. Atenta contra a virtude e a retidão; pode arrastar seu irmão à morte espiritual. O escândalo constitui uma falta grave se, por ação ou omissão, conduzir deliberadamente o outro a uma falta grave.

Dever de evitar o escândalo

§2489 A caridade e o respeito à verdade devem ditar a resposta a todo pedido de informação ou de comunicação. O bem e a segurança do outro, o respeito à vida privada, o bem comum são razões suficientes para se calar aquilo que não deve ser conhecido ou para se usar uma linguagem discreta. O dever de evitar o escândalo impõe muitas vezes uma estrita discrição. Ninguém é obrigado a revelar a verdade a quem não tem o direito de conhecê-la.


Escândalo provocado pela lei e pelas instituições


§2286 O escândalo pode ser provocado pela lei ou pelas instituições, pela moda ou pela opinião.Tomam-se, portanto, culpados de escândalo aqueles que instituem leis ou estruturas sociais que levam à degradação dos costumes e à corrupção da vida religiosa ou a "condições sociais que, voluntariamente ou não, tomam difícil e praticamente impossível uma conduta cristã conforme aos mandamentos". O mesmo vale para chefes de empresas que fazem regulamentos que incitam à fraude, para professores que "exasperam" os alunos ou para aqueles que, manipulando a opinião pública, a afastam dos valores morais.

Fornicação pornografia e prostituição como escândalo

§2353 A fornicação é a união carnal fora do casamento entre um homem e uma mulher livres. É gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para a geração e a educação dos filhos. Além disso, é um escândalo grave quando há corrupção de jovens.


§2354 A pornografia consiste em retirar os atos sexuais, reais ou simulados, da intimidade dos parceiros para exibi-los a terceiros de maneira deliberada. Ela ofende a castidade porque desnatura o ato conjugal, doação íntima dos esposos entre si. Atenta gravemente contra a dignidade daqueles que a praticam (atores, comerciantes, público), porque cada um se torna para o outro objeto de um prazer rudimentar e de um proveito ilícito, Mergulha uns e outros na ilusão de um mundo artificial. E uma falta grave. As autoridades civis devem impedir a produção e a distribuição de materiais pornográficos.


§2355 A prostituição vai contra a dignidade da pessoa que se prostitui, reduzida, assim, ao prazer venéreo que dela se obtém. Aquele que paga peca gravemente contra si mesmo; viola a castidade à qual se comprometeu em seu Batismo e mancha seu corpo, templo do Espírito Santo. A prostituição é um flagelo social. Envolve comumente mulheres, mas homens, crianças ou adolescentes (nestes dois últimos casos, ao pecado soma-se um escândalo). Se é sempre gravemente pecaminoso entregar-se à prostituição, a miséria, a chantagem e a pressão social podem atenuar a imputabilidade da falta.


Gravidade do escândalo




§2285 O escândalo se reveste de uma gravidade particular em virtude da autoridade dos que o causam ou da fraqueza dos que o sofrem. Foi o que inspirou a Nosso Senhor a seguinte maldição "Caso alguém escandalize um destes pequeninos, melhor será que lhe pendurem ao pescoço uma pesada mó e seja precipitado nas profundezas do mar" (Mt ,18,6).

Por fim não nos esqueçamos de uma coisa:

“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.” (Lamentações 3,22-23)



LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”

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