“Porque não é aprovado quem a si mesmo se recomenda, mas, sim, aquele a
quem o Senhor aprova...” (2 Coríntios 10,18)
“A igreja não precisa de uma estrela, mas de constelação” (Bento XVI)
O
desenvolvimento tecnológico das últimas décadas abriu largas avenidas para a
pregação do Evangelho por meio da mídia, principalmente pelo rádio e pela
televisão, dando assim acentuada visibilidade a um fenômeno muito antigo e nada
recomendável: o culto à personalidade. Isso acontece porque o ser humano é um
adorador por natureza e cultuar é uma de suas atividades essenciais.
Entretanto, no seu afã de adorar ele tomou, ao longo da história, caminhos
espiritual e socialmente tortuosos. Desde jângais da África, desertos
da Arábia, até ao frenesi das grandes metrópoles, adoradores podem ser
encontrados aos zilhões, ora prostrando-se diante de uma vaca sagrada, ou diante
de algum líder religioso ou guru. O interessante é que, quando o ser humano não
adora verdadeiramente em espírito e em verdade (conf.Jo 4,23-24), ele corre o
risco de procurar ser adorado.
O fator carisma
Certamente
que essa atração, domínio e, muitas vezes, manipulação do ídolo exercidos sobre
o fã, têm muito a ver com um fator denominado carisma. O dicionário Aurélio
define carisma da seguinte maneira:
“Uma força divina conferida a uma pessoa ou a atribuição a outrem de qualidades especiais de liderança,
derivadas de sanção divina, mágica, diabólica, ou apenas de individualidade
excepcional” (p. 354).
Geralmente,
a pessoa dotada de um forte carisma é conhecida por seu magnetismo
irresistível, sua aparência de vencedor e pelo entusiasmo com que defende uma
causa, ou apresenta um produto. Tal entusiasmo pode ser visto frequentemente
nos executivos ou no pessoal de liderança da Amway, uma rede internacional de
distribuição de produtos, que já atraiu a muitos Cristãos para sua rêde, bem
como os cursos de Lair Ribeiro. Max Weber, sociólogo alemão, fez uma
excelente análise, no livro Ensaios de Sociologia, sobre o papel do carisma no relacionamento do ídolo com seu fã:
“A expressão “carisma” deve ser compreendida como referindo-se a uma
qualidade extraordinária de uma pessoa, quer seja tal qualidade real, pretensa
ou presumida. “Autoridade carismática”, portanto, refere-se a um domínio sobre os homens, seja predominantemente externo
ou interno, a que os governados se submetem devido à sua crença na qualidade
extraordinária da pessoa específica. O feiticeiro mágico, o profeta, o
chefe guerreiro, o chefe pessoal de um partido são desses tipos de governantes
para os seus discípulos, seguidores, soldados, partidários, etc. A legitimidade
de seu domínio se baseia na crença e na devoção ao extraordinário desejado,
porque ultrapassa as qualidades humanas normais e originalmente considerado
como sobrenatural. A legitimidade do domínio carismático baseia-se, assim, na
crença, revelações e culto do herói...” (Max
Weber, Ensaios de Sociologia, Rio de Janeiro, Editora Guanabara, 1982, 5. ed., p. 340.)
“Os fiéis, na verdade, endeusam o
líder: ele é supremo e a sua vontade e doutrina pessoal tem que ser obedecida.
De fato, sua posição corresponde quase que exatamente àquela do imperador
romano que exercia completo poder político sobre o mundo conhecido e era
adorado por seus subjugados. Da mesma
forma Hitler declarou ser o emissário do Todo-Poderoso e o fundador do reino de
mil anos. Os nazistas morriam invocando o seu nome, e sua personalidade era
considerada transcendente. O mesmo aconteceu com Mao. Ele não era apenas um
líder; ele era divindade. Ele foi adorado. As pessoas se ajoelhavam diante
dele. Elas recitavam seus pensamentos. Elas acreditavam que ele as curava
através das mãos de um cirurgião. Ele tomou o lugar de Deus.”(Michael Green, I Believe in Satan’s Down fall – Creio na queda de
Satanás, Grand Rapids, Michigan, E.U.A., William B. Eerdmans Publishing
Company, 1981, p. 158.)
É
impressionante como o homo sapiens do final do século vinte, que vive rodeado de uma
tecnologia avançada, de um saber multiplicado, ainda se comporta de forma tão
ingênua, permitindo que outros o explorem espiritualmente, com suas doutrinas
pessoais, retiradas de parte do magistério da Igreja, conforme claro, a
preferência da liderança, que quer os holofotes para si. A moda não é de hoje.
No Sermão da Montanha, Jesus alertou várias vezes sobre aqueles que davam
esmolas, oravam e jejuavam tocando trombeta a fim de serem vistos pelos homens.
Ele chamou tais pessoas de hipócritas (Mt 6,1-18). Assim eram os escribas e
fariseus, que buscavam sempre o louvor do próximo. Eram eles que praticavam
todas as suas boas obras e se vestiam alargando seus filactérios e alongando a
franja de suas roupas com o fim de serem vistos pelos homens. Amavam também o
primeiro lugar nos banquetes, as primeiras cadeiras nas sinagogas, gostavam de
ser saudados e chamados de mestres pelos seus semelhantes (admiradores) (Mt 23,5-7).Jesus
não poupou adjetivos ao repreendê-los por tal atitude, chamando-os de
hipócritas, guias cegos, insensatos, serpentes, raça de víboras e sepulcros
caiados, que por fora se mostram belos, mas por dentro estão cheios de ossos de
mortos e de toda a imundícia (Mt 23,13-33). O Senhor alertou ainda que,
ao fazer o bem, a mão esquerda não venha a saber o que fez a direita (Mt 6,3),
bastando apenas ao Pai ficar sabendo, pois é Ele quem vai dar a recompensa (Mt
6,4).
É
preciso esclarecer que sem dúvida, todo cristão deve se envolver em obras
sociais a fim de promover o bem-estar do seu próximo. Por outro lado, foge
completamente aos ensinos da Bíblia quando um grupo desenvolve uma obra social,
como distribuição de cestas básicas ou qualquer outro tipo de socorro
humanitário, e fica o tempo todo mostrando isso no seu próprio canal de
televisão. É o comportamento dos escribas e fariseus, condenado por
Jesus, repetindo-se atualmente. Por isso, admiro a Cruz Vermelha, que tem, já
por décadas, desenvolvido o seu ministério de socorrer os necessitados sem
chamar a mídia para alardear o que faz.Um outro exemplo de culto à
personalidade pode ser observado nos eventos que precederam a morte de Herodes.
A Bíblia diz que ele foi aclamado pelo povo e comido de vermes (At 12,21-24). O
historiador Flávio Josefo relata que Herodes programou um festival na cidade de
Cesaréia em homenagem a César:
No segundo dia do festival, Herodes apareceu de manhã no teatro vestido
de prata, refletindo um brilho intenso devido aos raios do Sol. O povo começou
então a clamar-lhe:“Seja misericordioso
para conosco; pois embora até hoje tenhamos te reverenciado apenas como homem,
te consideraremos de agora em diante como superior à natureza mortal...”Diante
disso, o rei não os repreendeu nem rejeitou tal ímpia adulação. No mesmo
instante, ele sentiu uma dor muito forte no abdome e foi levado para o palácio,
onde morreu cinco dias depois. (Flávio
Josefo, Josephus, Antiguidade dos Judeus, Grand Rapids, Michigan, E.U.A.,
Kregel Publications, 1960, Livro 19, capítulo 8.2, p. 412).
Outro
exemplo claro é o de Paulo e Barnabé em Listra. Ali, um homem aleijado,
paralítico desde o seu nascimento, foi curado depois de ouvir a pregação de
Paulo. Quando a multidão viu o que aconteceu, começou a gritar:
“Os deuses, em forma de homens, baixaram até nós. A Barnabé chamaram Júpiter, e a Paulo, Mercúrio, deuses mitológicos.
O sacerdote de Júpiter, que tinha um templo em frente da cidade, trouxe para
junto das portas da cidade touros e grinaldas para, junto com a multidão, fazer
um sacrifício em homenagem aos dois apóstolos” (At 14,6-13).
Paulo
e Barnabé recusaram de imediato e com veemência a oferta ou qualquer
reconhecimento quanto ao milagre que acabara de acontecer, pois eram
verdadeiros homens de Deus, desprovidos de qualquer ambição. Mas
fico pensando em muitos hoje que não hesitariam em receber as homenagens, e
certamente iriam até mais longe. Aproveitam-se da mídia e da ignorância de
muitos de seus seguidores para se promoverem, querendo seus 5 minutos de
glória.O culto à personalidade pode ser amplamente observado no
relacionamento entre líderes de seitas e seus adeptos. A igreja mórmon, por
exemplo, rende louvores ao seu fundador, Joseph Smith, com o hino 108 do seu
hinário oficial, intitulado: Hoje, ao profeta louvemos.Os adeptos da seita Moon
carregam consigo uma foto do líder, reverendo Moon, para garantir a proteção
dos anjos e do bom mundo espiritual (revista Mundo Unificado, maio/ junho de
1984, p. 8). As orações no grupo são feitas em nome dos verdadeiros pais, isto
é, reverendo Moon e sua esposa. Moon é considerado dentro da seita como o
Senhor do Segundo Advento, o Messias vivo na Terra. Quanta heresia ! Os adeptos
do Tabernáculo da Fé seguem os ensinos de William Marrion Branham, um
controvertido pregador de cura divina nos Estados Unidos, já falecido. Branham
declarou ser o anjo de Apocalipse 3,14 e 10,7 e que o arrebatamento da Igreja e
a destruição do mundo aconteceriam em 1977. Seus seguidores gostam de exibir
uma foto de Branham tirada em Houston, Texas, em 1950, em que aparece uma
auréola (que mais parece uma mancha) de luz sobre a sua cabeça, enquanto falava
do púlpito. Depois de falecer, em 1965, seus seguidores acreditavam que ele
ressuscitaria. Alguns de seus discípulos criam ser ele o próprio Deus, enquanto outros
afirmavam que ele havia nascido através de uma virgem (nascimento virginal).
Alguns oravam a ele e outros batizavam em seu nome.Branham recebeu
muito apoio da Full Gospel Business Men’s Fellowship International (Associação
Internacional dos Homens de Negócios do Evangelho Pleno-Adhonep
norte-americana), mas tal apoio foi se reduzindo à medida que Branham se
tornava cada vez mais controvertido, nos anos 60. Uma das controvérsias foi o
seu ensino conhecido como “a semente da serpente”, onde afirmou que Eva se
envolveu sexualmente com a serpente no Jardim do Éden. (Patrick H.Alexander,
Editor, Dictionary of Pentecostal And Charismatic Movement – Dicionário dos
Movimentos Pentecostal e Carismático, Grand Rapids, Michigan, E.U.A., Zondervan
Publishing House, 1988, p. 95-6.) (Tal ensino antibíblico é defendido também pela
seita do reverendo Moon).O culto à personalidade pode ser notado também na
igreja Adventista do Sétimo Dia, onde os ensinos giram em torno das
interpretações bíblicas de sua profetisa, Ellen Gould White. Uma
das provas disso é que todo o candidato ao batismo deve preencher e assinar um
formulário em que declara crer no espírito de profecia e já ter lido alguns
livros da senhora White. Para os adventistas, ela possui o espírito de
profecia, sendo assim a única capaz de interpretar as Escrituras de forma
correta e confiável (na Igreja católica são os tradicionalistas, que se
consideram os únicos e verdadeiros católicos). Se alguém recusar a autoridade de
Ellen White não poderá ser um adventista do Sétimo Dia. Tanto na igreja
do Tabernáculo da Fé quanto na igreja Adventista do Sétimo Dia, os
livros de William Branham e de Ellen White são colocados numa posição de
igualdade com a Bíblia Sagrada.
Um
dos exemplos mais chocantes dos perigos que cercam o culto à personalidade
pôde ser verificado no grupo chamado Ramo Davidiano, de David Koresh, em Waco,
Texas, Estados Unidos. Em abril de 1993, o FBI cercou por vários dias o rancho
onde Koresh e seu grupo estavam reunidos, enquanto a sociedade acompanhava
apreensiva os fatos pela mídia e aguardava com ansiedade um final feliz.
Infelizmente, tal não aconteceu. Depois de perceberem que a polícia estava
prestes a fazer uma invasão, Koresh e seu grupo preferiram transformar em
chamas o rancho da seita e morrer do que entregar-se ao FBI. No dia 19 de abril
de 1993, entre 75 e 85 pessoas morreram, incluindo aproximadamente 25 crianças.
Nove pessoas sobreviveram. Por que isso aconteceu? O que ou quais circunstâncias
levaram um grupo de homens e mulheres a obedecer cegamente um líder, mesmo até
a morte? Naturalmente são muitos fatores, que, por falta de espaço, não serão
tratados aqui. Entretanto, seria interessante conferir o relato de dois
autores sobre o caráter megalomaníaco de Koresh:
No seu cartão pessoal estava impresso “Messias” e ele é citado como
tendo declarado em inúmeras ocasiões: “Se a Bíblia é verdade, então eu sou o
Cristo” (o mesmo disse Lutero de si
mesmo).Alguns acreditaram nele. Ele foi capaz de convencer os maridos a
entregar-lhe suas esposas, famílias a entregar-lhe dinheiro e filhos. Seu
estilo de vida paradisíaco permitiu-lhe viver da renda dos outros. Em 19 de
abril de 1993, havia quase cem pessoas dispostas a morrer com ele pela promessa
de uma vida no céu após a morte. (Tobias,
L. Madeleine & Lalich, Janja, Captive Hearts, Captive Minds – Corações
Cativos, mentes Cativas, Alameda, CA, E.U.A., Hunter House, 1994, p. 81.)
O culto à
personalidade pode ser encontrado também onde menos se deveria: na Igreja
cristã!
É
óbvio que não estou insinuando que tal fenômeno acontece na Igreja com a mesma
intensidade e impiedade que nas seitas, como nos exemplos citados acima. Por
outro lado, mesmo com uma intensidade menor, e provavelmente sem o perigo de
levar ao extermínio de pessoas, ele não deveria ocorrer de modo algum. Estou
ciente também de que todos os citados aqui negarão veementemente tal
procedimento e afirmarão que não existe em seu grupo, ou líder, qualquer
exaltação do ser humano, que seu alvo é glorificar apenas a Deus.
Lamentavelmente, as práticas de muitos grupos começam assim, mas depois demonstram
o contrário. (Sou sincero em dizer-lhes: Nem nós do apostolado Beraká,
estamos imunes a esta tentação, por isto fizemos a opção da “EVANGELIZAÇÃO
ANÔNIMA” para evitarmos cair na tentação do estrelato). Muitos estão pegando
carona no louvor e adoração a Deus.O culto à personalidade aparece também na
igreja Universal do Reino de Deus, fundada por Edir Macedo. Tenho
verificado pessoalmente que quase todos os pastores da Universal, tanto os que
pregam nas igrejas quanto os que aparecem na televisão, são fiéis imitadores de
Macedo. Os mesmos gestos, as mesmas entonações de voz, e muitas vezes,
as mesmas expressões, tais como: “Sim ou não, pessoal?”, “É ou não é,
pessoal?” e “Amém, pessoal?” Muitas vezes, o fato de ser imitado não é
culpa do líder. Muitos de nós gostamos de ter os nossos heróis, de ter um
modelo a seguir, e até um certo ponto isso é bom. O apóstolo Paulo até
aconselhou: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Co 11,1). O
escritor aos Hebreus também admoestou: “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais
vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai
a fé que tiveram” (Hb 13,7). Assim, somos encorajados a imitar,
principalmente, a fé desses irmãos, e não sua entonação de voz ou gestos no
falar e expressar-se.
Quando
Naamã, comandante do exército do rei da Síria, foi a Israel em busca de Eliseu
para ser curado de sua lepra, esperava ser bajulado pelo profeta de Deus. Para
garantir uma recepção honrosa pelo homem de Deus, Naamã levou consigo dinheiro
e presentes. O plano falhou. Eliseu nem saiu de casa para cumprimentá-lo.
Enviou-lhe um mensageiro dizendo: “Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua
carne será restaurada, e ficarás limpo” (2 Rs 5,10). Contrariado, Naamã
foi, lavou-se no Jordão e foi curado de sua lepra. Em gratidão, voltou à casa
do profeta e, com insistência, ofereceu-lhe presentes. Eliseu recusou, mostrando assim
que um verdadeiro homem de Deus não busca a glória humana e não faz comércio
com o poder e a Palavra do Senhor (2 Rs 5). Ao contrário de Eliseu,
lamentavelmente, muitos líderes evangélicos hoje não hesitam em bajular
políticos na busca de favores e de explorar, para benefício próprio, qualquer
oportunidade que se lhes apresenta.
João
Batista é um outro exemplo a ser seguido. Ele poderia ter bajulado a realeza,
mas não o fez. Depois de anunciar a vinda do Messias, denunciou o pecado de
Herodes e Herodias, e foi por isso preso e decapitado (Mc 6,17-29). Em
lugar de buscar seu bem-estar e autopromoção, ele declarou a respeito de Jesus:
“Convém que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3,30). Que Deus nos dê a
mesma atitude de coração de João Batista e o mesmo sentimento que houve também
em Cristo Jesus (Fp 2,5).
Quando
Pedro dirigiu-se à casa de Cornélio para anunciar-lhe a Palavra de Deus, foi
recebido com muita pompa. A Bíblia diz que Cornélio recebeu o apóstolo e,
prostrando-se aos seus pés, o adorou. Mas Pedro recusou a adoração e,
levantando Cornélio, disse-lhe: “Ergue-te, que eu também sou homem” (At 10,26).
Até mesmo um anjo recusou ser adorado por João na sua visão de Patmos (Ap 19,10
e 22,8). Na segunda vez, o anjo disse-lhe: “Vê, não faças isso; eu sou conservo
teu, dos teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro.
Adora a Deus” (Ap 22,9).
NA OBRA DE ANUNCIAR A
CRISTO (E NÃO A NÓS MESMOS),SOMOS APENAS O JUMENTINHO
Seria
ridículo o jumento que carregou Jesus na sua entrada triunfal em Jerusalém
pensar (isto é, se ele pudesse pensar) que as pessoas que estendiam suas vestes e
ramos no caminho, por onde ele passava, o faziam por causa dele, e não por
causa de Jesus. Seria ridículo ele pensar que toda aquela aclamação fosse por
causa dele, e não por causa do Senhor. Da mesma forma, seria totalmente
impróprio achar que, por causa do nosso carisma e habilidade, as coisas
acontecem no Reino de Deus. Por esta razão, a Palavra de Deus nos exorta:
“…porque Deus resiste aos soberbos, contudo aos humildes concede a sua graça.
Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo
oportuno, vos exalte” (1 Pe 5,5-6). O profeta Miquéias acrescenta ainda: “Ele
te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que
pratiques a justiça e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu
Deus?” (Mq 6,8).
Moysés,
o fundador da Comunidade Católica Shalom, que sempre exorta a evitar o culto à
personalidade própria e dos membros da Comunidade, diz que:
“Somos tão orgulhosos, que sentimos orgulho até em dizer que somos
orgulhosos”.
Confesso
que não escrevi tudo isto como alguém isento de tais problemas ou livre de
todas as tentações nessa área, ou seja, do querer reconhecimento e aplausos (quem
não gosta, que me atire a primeira pedra). Por esta razão, preciso ser
continuamente lembrado pelo Espírito Santo que, por mais que o vaso seja usado,
ele continua sendo de barro. Bem escreveu o apóstolo Paulo ao comentar
sobre o ministério cristão:
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do
poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4,7).
A Deus toda a glória!
Apostolado Berakash
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Culto a personalidade, não. mas é inegável que uma constelação se faz com estrelas. No entanto, algumas dessas estrelas nos aponta o Caminho a seguir. assim como foi a vida dos santos, temos aqueles que caminham conosco e nos ajudar a caminhar. É simples assim: Uns refletem mais a Luz de Cristo que outros.
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